25.7.06

Tomorrow

doesn't exist
or
never dies
?


o amanhã nunca morre. por isso vou a banhos e fitas e hei-de voltar. mais bela.
(o meu lado Bond, James Bond.)
mesmo que só exista hoje.
ou que amanhã, seja lá quando for, seja muito menos que hoje.
(o meu lado Visconti)
see you
lá, amanhã
anyway,
there's always Tara.
(o meu lado Scarlet O'Hara)

AVANCA 06. Estreia de Quatro Elementos




Janek Pfeifer
Arquitecto, trabalha em arquitectura e design em Portugal e Alemanha. Desenvolve trabalho na área do vídeo digital experimental.

Joaquim Pavão: o site


Textos para o booklet do DVD:

Filosofia - Desidério Murcho

A doutrina dos quatro elementos foi introduzida pelo filósofo grego Empédocles (490-430 a. C.) e exerceu uma das mais fortes influências no pensamento científico, filosófico, artístico e religioso de que há memória. As suas palavras originais, pouco conhecidas, são as seguintes: "Ouve primeiro das quatro raízes de todas as coisas: o brilhante Zeus (fogo), a Hera (ar) que dá a vida, e Adónis (terra) e Néstis (água) que humedece as origens dos homens com as suas lágrimas" (continua)

Sociologia - Maria do Rosário Fardilha

Bachelard tinha sem dúvida razão ao apresentar a água como o contrário do vinho:
miticamente, isso é verdade; sociologicamente, pelo menos hoje, já o é menos:

certas circunstâncias económicas e históricas transferiram esse papel para o leite.
Roland Barthes¹


Os quatro elementos são uma construção familiar. Pouco sabemos da sua história, da sua composição química ou dos devaneios (como diria Bachelard) que inspiraram a artistas, filósofos e cientistas, mas Água, Ar, Terra e Fogo são velhos companheiros. Os quatro elementos integram o nosso imaginário, atravessam as nossas percepções mais diversas. Desde Empédocles e Aristóteles que estruturam as nossas tentativas de explicação da natureza.

Hoje, segundo Jean Baudrillard, falar de ecologia é verificar a morte e a abstracção total da Natureza. Por toda a parte “o direito a” subscreve “o definhamento de”. O grande referente Natureza morreu e o que o substitui é o “ambiente” e uma manipulação do ambiente. O que são a “natureza” ou o “ambiente”? A projecção de um modelo social, sempre. Vejamos, o Sol “já nada tem a ver com a função simbólica colectiva que tinha (…). Já não tem aquela ambivalência duma força natural – vida e morte, benfeitor e assassino – que tinha nos cultos primitivos ou ainda no trabalho rural.”² O Sol é agora um Sol de férias, oposto ao não-Sol (chuva, frio, mau tempo). E a Terra, o Ar e a Água deixaram de ser simples forças produtivas, tornaram-se bens raros e entraram no campo do valor da economia política, pelo que a necessidade do controlo social dos “elementos”, muitas vezes sob o signo da protecção do ambiente, se reflecte também nas imagens que hoje criamos.

Um exercício simples de associações livres aos quatro elementos poderá resultar em respostas tão díspares como “signos do zodíaco”, “tabela periódica” ou “linha de perfumes da Hugo Boss”. O Ar pode ser associado ao céu, às nuvens e ao vento ou a sentimentos de liberdade ou de vazio. Se uma criança pensar em Água pode lembrar-se mais rapidamente de piscinas que do mar, uma parte dos habitantes da Terra pensarão em sede e chuva, outros em serenidade e vida. A Terra tanto significa sementes a desabrochar e abundância, como pó, mãos e pés sujos. O cheiro da terra molhada convive na imagética humana com histórias de reformas agrárias. E o Fogo “arde sem se ver”, é paixão, ou é guerra e medo, calamidade natural, incêndio. As chamas destroem ou purificam.

Cada um dos elementos pode encarnar o que simboliza. Ou seja, o Fogo não representar apenas alguma coisa mas ser ele próprio a coisa simbolizada: deus, paixão, guerra, pureza, o humano. Para Lévi-Strauss o pensamento mítico é concreto, um pensamento onde as imagens são coisas e onde as coisas são ideias, “onde as palavras dão existência ou morte às coisas”.

Cada um dos elementos pode remeter para um conceito, ou seja para um juízo ou raciocínio que estabelece uma diferença entre as nossas vivências subjectivas e a estrutura objectiva do que é analisado.

Hoje sabemos que o pensamento mítico, que pertence ao campo do pensamento simbólico e da linguagem simbólica, coexiste com o pensamento e linguagem conceptuais. Na verdade, a imaginação social transforma em mito aquilo que o pensamento conceptual elabora nas ciências e na filosofia. A percepção e simbolização da natureza (ou do ambiente) e seus elementos é embebida pelos ritmos acelerados da modernização. Em cada instante e lugar, as comunidades filtram uma visão, que funde passado, presente e futuro (isto é, o sonho). Pensar os quatro elementos hoje, significa pois, ainda, pensar o Homem.

Ar, Água, Terra e Fogo são sensações, afectos, raízes, experiências estéticas, paradigmas científicos, memória cultural, modelos sociais, estruturas económicas, ideologias, que se fundem em múltiplas percepções e imagens, ou que produzem, por “deformação” das imagens iniciais, algo que suplanta todas as realidades, o imaginário.

Também para compreender as ameaças à biosfera, é fundamental que as ciências sociais estudem este imaginário. Ele está na génese das crenças, atitudes e comportamentos dos seres humanos face ao Meio Físico. Ele condiciona o olhar e a acção das/nas sociedades face às questões ambientais.

¹ Barthes, Roland, Mitologias, Ed. 70, 1984, pp 68
²Baudrillard, Jean, Para uma Crítica da Economia Política do Signo, Ed. 70, 1981, pp 105

AVANCA 06. Estreia de Quatro Elementos II



Um filme de Janek Pfeifer, com música de Joaquim Pavão.
Dia 27 de Julho. Sessão Competitiva n° 4


Textos para o booklet do DVD:

Ciência (O Anel Mágico) - Paulo Renato Trincão/Fábrica de Ciência Viva de Aveiro

Ao olhar para este disco prateado vejo com muita facilidade as sete cores do arco-íris. A sua nitidez, o brilho dos seus tons, deixaria envergonhado o prisma de Newton que durante tanto tempo mostrou ao Homem o mistério que a luz branca encerra.
O fulgor que emana deste anel mágico faz-me pensar que talvez detenha um estranho poder, como um totem ou uma tiara, que em certas alturas de incidência de sol nos permite ver o passado e o futuro.
Se fosse um disco, grande e preto, que eu pudesse afagar com a polpa dos dedos, podia sentir-lhe as estrias. Estou certo que uma ponta de diamante fá-lo-ia cantar como nem os pássaros são capazes de fazer.
Talvez o seu segredo esteja na luz decomposta que insiste em mostrar-nos.
De repente alguém falou em digital!
No fim da minha adolescência, doutos mestres tentaram (em vão) explicar-me que digital era transformar a realidade em 1s (uns) e 0s (zeros). Só vim a perceber o que me queriam dizer quando, muitos anos mais tarde, abri a porta de um quarto de hotel com um cartão perfurado. O zero no meu cartão era um pequeno orifício e o um era a sua ausência.
Se eu tivesse a polpa dos meus dedos tão sensível que fosse capaz de acariciar uma penugem sem que ela se mexesse, talvez pudesse sentir os uns e zeros que entalham o meu disco prateado sem que eu os possa ver. O ponteiro de luz laser conhece-os um a um, como a agulha de diamante conhecia as estradas concêntricas onde dia a dia rodava.
E foi assim que fiquei a saber que dentro deste anel mágico estavam guardados a água, a terra, o ar e o fogo. Com o ponteiro de luz a que alguém chamou laser, era possível ver e ouvir a água a entrar e a sair da ria, pairar no ar, ver o castanho da terra e sentir o vermelho e amarelo do fogo. Todos transformados em uns e zeros!
A magia digital estava ali viva e pujante convencida que nada a poderá substituir nunca.
Regresso pois, cansado, desta aventura e não posso deixar de me lembrar do cientista, do cidadão, do poeta, que não conheci pessoalmente, mas que tenho a certeza que estaria connosco, neste ano em que fazia 100 anos, a compartilhar estes quatro elementos digitais. A minha escolha recai na origem da vida, a água.
Fica a “Lição sobre a água” de António Gedeão:

“Este líquido é água.
Quando pura é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor, sob tensão e alta temperatura,
Move os êmbolos das máquinas que, por isso,
Se denominam máquinas de vapor.

É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
Dissolve tudo bem, ácidos, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
E ferve a 100, quando a pressão normal.

Foi nesse líquido que numa noite cálida de verão,
Sob um luar gomoso e branco de camélia,
Apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
Com um nenúfar na mão.”



Teologia (Elementos) - Padre Pedro José

Elementos são unidades inteiras que não podem ser partidas. Não que façam da sua existência uma filiação a um partido, que parte o Todo nos Elementos. Lá vão desculpando, não é de elementos, de material, humano, mas de matéria. Mas a matéria na física moderna não deixou de ser material. Bem, que elementos nomeamos. Nomear é fugir ou caçar. É ser ferida ou cura. Esses Elementos são 4:
Ar (devir - inspiração), Água (vida - aspiração), Terra (seio - configuração); Fogo (morte - transpiração). Tudo está dito, e de tudo somos inventados. O zero do ar (vácuo...como), da água (sem cor, sem cheiro, sem sabor... a melhor água), da terra (anti-matéria onde...buraco negro ou branco), e do fogo (cinza é fertilizante, explosão, elemento preferido dos terroristas; viciados em TV e DVD...). O texto perdeu o contexto, porque eu queria um pretexto, ou seja, um elemento a mais e não a menos.
Todos esses zeros, de ar-água-terra-fogo são o silêncio primordial. A plenitude das realidades terrenas, as quatro matriarcas que geram vida e por isso são terra-mãe e nunca terra-pai (ponto para a Terra), está neles, não fora deles, mas por dentro deles. Os quatro pontos cardeais são dirigidos firmados e afirmados pelas ventanias e furacões (ponto para o Ar). Os quatro rios do Éden, tudo que é liquido de molda, passa de continente a conteúdo, como sémen, sangue, lágrima... (ponto para a Água). O fogo como o único elemento que se pode combater a si mesmo e se anular, o tal dito contra-fogo, fica bem às quatro taças da ceia pascal, os quatro evangelhos, as quatro virtudes cardeais (será dos Purpurados...), ou seja, também eles se podem combater a si mesmo: cuidado, cuide de si, cuide do outro (ponto para o Fogo).
Ar, Água, Terra e Fogo apenas isso e é muito, bom Filme, ou como disse Lao Tsé: "Olhando sem ver, o chamamos de Invisível; escutando sem entender, o designamos de Inaudível; tocando-o sem atingi-lo, o chamamos de Imperceptível". São 3 ou 4... Qual o que falta? Não falta, tem a mais? A comida mastigada não é o meu forte. "Tenho medo do avesso" (Miguel Torga), mas na água posso aprender a nadar, no ar posso aprender a voar, na terra posso aprender a semear, e no fogo posso aprender a apagar... Posso ou podemos... Veja esse Filme sobre o qual eu escrevi sem ter visto e só assim fechando os olhos vi o REAL elemento: ar-água-terra-fogo. FIM, em fim, ou a fim.

AVANCA 06





Dia 26/07 (quarta-feira)
, 22h00
- Cerimónia de abertura AVANCA'06 e entrega de prémios AVANCA'05

- Sessão Competitiva nº1:
Topor et moi” de Sylvia Kristel, Holanda (sessão especial), apresentado pela actriz e realizadora Sylvia Kristel.
Paraíso Fiscal” de João Nuno Brochado, Portugal

Programação completa aqui.

24.7.06

A vida secreta das palavras II

Este filme evoca a vida secreta___ das palavras que são ditas e das que ficam por dizer. pela incapacidade que a dor provoca. uma dor maior. maior que nós. maior do que a nossa compreensão. uma dor, não obstante, infligida por homens a outros homens. como viver___não face a, mas sendo a marca dessa dor, um signo dor.

Para entender a dificuldade de traduzir a experiência privada em palavras, Wittgenstein evocava uma das experiências mais subjetivas: a percepção da dor. Não existem dois seres humanos que compartilhem um contexto associativo idêntico.
Então, como argumenta o filósofo alemão, quando descrevemos uma dor a alguém, a descrição é fruto de "educação", e por isso seria tão importante concentrar-se na subjectividade da comunicação privada.

É isso que observamos neste filme, personagens que são ilhas de significação, diálogos rudimentares (e belos)__ a forma possível de aproximação à realidade das emoções dos outros.

A encenação é extraordinária. A câmara regista coreografias___ em que as personagens se tocam para logo se afastarem. O cenário é uma metáfora. As palavras que se soltam em compassos lentos são absolutamente poéticas.

Este é o primeiro filme. O segundo filme acontece já próximo do fim. Deixamos Hanna (Sara Polley), Josef (Tim Robbins), Simon (Javier Camara), todas as vivências singulares e secretas, e passamos à História, à "educação" para a uma mesma linguagem sobre a dor.

Não sei se é possível não perdoar a traição. Não sei se podemos atirar pedras à incoerência quando o que está em causa é a memória. A Memória___ que devemos integrar na nossa existência. quando diz respeito ao acto de inflingir dor__ ao homem, pelo homem.

Site Oficial do Filme

A vida secreta das palavras de Houellebecq


Finalmente a tradução! pela Dom Quixote. do livro de Michel Houellebecq, A Possibilidade de uma Ilha.

Houellebecq é paixão (quase) antiga. É impossível ficar indiferente ao homem ou à sua obra. Os seus livros são sempre uma provocação. A Possibilidade foi degustada página a página, página a página, página a página. Acabei devorada pela ilha.

A vida secreta das palavras


Terrível pressentimento. Este filme é obrigatório.

El tema es el pasado: cómo sobrevivir a él, cómo superarlo, cómo convivir con él en el presente, cómo es imposible olvidarlo del todo. También el eterno conflicto entre cinismo e idealismo. Entre la fuerza del deseo y la esperanza, y la cruda realidad.

23.7.06

Senso



Imagens de Senso, de Luchino Visconti



Ao converter o invisível em enigmático, o espectador tem então a experiência de uma reflexão ou ideia de tempo.
in Susanne Liandrat-Guigues, Luchino Visconti

Amar como se fosse a última vez. resistindo a todas as despedidas.

O tempo, que habitualmente não é visível, para chegar a sê-lo, busca corpos, e encontra-os em todo o lado, apodera-se deles, mostrando através deles a sua lanterna mágica.
in Marcel Proust, Em busca do tempo perdido

21.7.06

Faz de conta II

Sebastian Scheiner

Propaganda. Contra-propaganda. Sabemos! Agora podemos conhecer o contexto em que a foto foi tirada. Mas continuo arrepiada. Até porque as explicações se centram em meia dúzia de ideias centrais que não anulam a violência da imagem__ a saber: as crianças vivem mesmo na fronteira com o Líbano; Kiryat Shmona esteve sob constante bombardeamento desde o início do conflito; tinham dito às crianças que um homem chamado Nasrallah era o responsável e elas só dirigiram as suas mensagens a esse homem; as crianças não são más. Mas é inimaginável pensar que o mundo se convenceu da maldade de um grupo de meninas! O que o mundo percebeu é que estes conflitos se vão eternizar, se eternizam por várias gerações, e que a pior das violências pode ser a "violência simbólica" (conceito sempre actual do sociólogo Pierre Bourdieu).

(...) la théorie de la violence symbolique repose sur une théorie de la croyance ou, mieux, sur une théorie de la production de la croyance, du travail de socialisation nécessaire pour produire des agents dotés des schèmes de perception et d'appréciation qui leur permettront de percevoir les injonctions inscrites dans une situation ou dans un discours et de leur obéir (...).

Em Israel, como no Líbano ou na Palestina.

Em On the Face, podem ler o artigo completo que, como a foto, nos deixa algures entre a realidade e a convicção.

Xurxo Oro Claro


Ainda têm dois dias para visitar esta exposição. na Galeria António Prates

... cerca de 20 obras, principalmente de escultura, num trabalho onde se contrasta a frieza do aço com fragmentos de corpos e figuras quase humanas nas suas atitudes, mas que aparentam surgir de um tempo futuro.

... Oro Claro surpreende-nos hoje com um conjunto de peças perturbadoras, entre o real e o onírico, manequins (surgidos pela primeira vez em 1993) que parecem falar-nos de um tempo a vir e que simultaneamente retratam um quotidiano onde reconhecemos gestos, obsessões, pequenos e grandes temores que nos são familiares, os rostos mutantes de Eros e Thanatos, pulsões fundamentais da civilização.

O afinador de sinos

... é a. pedro correia.

a acção das mãos
a finitude das coisas humanas
o amor e o afago
a negra sabedoria
de ser breve

-adeus.


que poderão visitar aqui.

Foram-se os anéis!


20.7.06

Faz de conta

Crianças de Israel escrevem mensagens sobre munições de artilharia pesada em Kiryat Shmona, próximo à fronteira libanesa. Munições que irão assassinar outras crianças, do lado de lá da fronteira. Nem a juventude hitleriana conseguira imaginar tal perversidade.

Às vezes olho para este blogue e ele parece-me um faz de conta da beleza do mundo. faz de conta que não (te) acontece mal nenhum. faz de conta que Israel, a Faixa de Gaza ou o Sul do Líbano não se situam neste planeta. faz de conta que o Iraque nunca foi invadido. faz de conta que não existem esquadrões de morte no Iraque (ver vídeo). faz de conta que Guantánamo foi destruida depois de ter servido de campo de concentração para refugiados haitianos com sida. faz de conta que o petróleo de Timor não interessa a ninguém, muito menos à Austrália. faz de conta que existem os estados muito unidos da Europa. faz de conta que o salário mínimo proporciona um padrão de vida minimamente condigno para um trabalhador e seu agregado familiar. faz de conta que não existe no entanto... no entanto... no entanto...

19.7.06

Quiz :)


Onde está o Wally a Lila Downs?

Entre copa y copa. na Casa da Música


Lila Downs evoca a riqueza da cultura mexicana. O novo álbum LA CANTINA - ENTRE COPA Y COPA explora a tradição da canção ranchera. Pa`Todo el Ãno, do compositor Jose Alfredo Jimenez, consta do alinhamento. E depois, porque no México gostam de "foras da lei" e de rebeldes, Tacha, um corrido que fala de uma jovem mulher que deixa a sua aldeia rural para se tornar bailarina num bar da cidade. Ou El Relampago, uma homenagem à fertilidade da terra, interpretado no velho estilo mariachi. Ou La Cumbia del Mole, que enaltece as mulheres que cozinham o mole mexicano. E ela não esquece Llorona, a canção que fala de uma mulher bela que afinal era a morte (e que Chavela Vargas cantava!). O espectáculo é uma sucessão de ritmos e baladas populares que recriam o ambiente das cantinas ou bares do México mítico. A própria Lila, vestida com roupas e jóias de inspiração tradicional, penteada com longas e espessas tranças, incarna o espírito da sua música.

Os arranjos musicais não me encheram as medidas. Eu queria o som de LA SANDUNGA ou de TREE OF LIFE. A presença de Flaco Jimemez, um legendário acordeonista texano, dá um toque de autenticidade, mas a banda reflecte já as influências nova-iorquinas de Lila Downs. Ela mistura um harpista (virtuoso) do Paraguai com um guitarrista brasileiro, um baixista de NY, um pianista-saxofonista-director musical de New Jersey.

O que é inegável é a sua extraordinária voz. Mas eu ficava com os lamentos característicos na música ranchera, e deixava cair os sons mais electrónicos e jazísticos.
A qualidade do som na Casa da Música também não estava excelente (mas foi melhorando à medida que o espectáculo avançava).



Conclusão: gostei muito de a ver (e conhecer), não resisto ao álbum (ouçam os mp3 disponíveis), mas prefiro a Lila de Oaxaca, saída do útero da mãe mixteca, e até a estudante de antropologia da Universidade do Minnesota, à New Yorker e cosmopolita Downs.

Fotos de MRF

18.7.06

Lê os teus filmes

Há dois dias senti uma tal sensação de paz, de sossego, de amor! A vida ia ser novamente bela; mas, na noite passada, sonhei que subia por uma imensa escada para ao cimo dela me encontrar com Maurice. Ainda me sentia feliz, porque, ao atingir o cimo, íamos possuir-nos.
Muito alto, avisei-o de que chegava, mas não foi a voz de Maurice que me respondeu, e sim a de um desconhecido, que ressoou como uma sereia de nevoeiro avisando os navios perdidos, e me assustou. E pensava: mudou-se, foi-se embora, não sei onde ele está, e, ao descer as escadas, a água dava-me acima da cintura, e o vestíbulo estava opaco de nevoeiro. Acordei então. Perdi a paz. Continuo a desejá-lo como o desejava antes. Apetece-me estar com ele a comer sanduíches. Quero estar com ele a beber num bar. Sinto-me cansada, farta de amarguras. Quero Maurice. Quero o vulgar e corrupto amor humano. Ó meu Deus, bem sabes quanto desejo desejar a dor que me ofereces, mas, neste momento, não. Afasta-a de mim por um instante, oferece-ma numa outra altura.

Depois disso, principiei a leitura pelo início do livro. Não escrevera todos os dias, e não me apetecia ler tudo o que ela escrevera. Os teatros a que fora com Henry, os restaurantes, as reuniões... toda a vida que eu totalmente ignorava tinha ainda o poder de me magoar.

in O Fim da Aventura, de Graham Greene
Edições ASA, pp129-130



Nota 1: Este livro de Graham Greene foi considerado por William Faulkner como um dos mais verdadeiros e comovedores romances do seu tempo.
Nota 2: O Fim da Aventura foi adaptado ao cinema. Recentemente, a ASA e a marca DANUP estabeleceram uma parceria e criaram uma edição-promoção de livros com a assinatura "Lê os teus filmes". Assim, na compra de um package de iogurtes desta marca, é oferecido um clássico para ler neste Verão. O Fim da Aventura de Greene ou Paixão em Florença de Somerset Maugham vão "cair" inadvertidamente em alguns lares. Nada mau! E antes isso que mais um par de hawaianas!

Lila Downs


Não se esqueçam, é hoje! Aqui.

Meredith, workshop, workgroup

Música mor no Castelo #5

Foto MRF

LAURIE ANDERSON

com legendas

Música mor no Castelo #4

Foto MRF

17.7.06

Música mor no Castelo #3

O mais difícil é começar. Em tudo, o mais difícil é começar.
É por isso que os gagos só gaguejam no início das palavras. Eles ga-ga-ga-gaguejam.

É difícil começar. Temos sempre medo. Temos sempre medo de começar.
Ninguém gagueja no fim. Ninguém gagueja-ja-ja-ja.

Porque ninguém tem medo no fim.
No fim, o medo não tem sentido.
No fim, às vezes, existe outra coisa. Arrependimento.

Disse a Laurie Anderson. No pri-pri-pri-primeiro festival de música do Castelo, em Montemor-o-Velho. que agora já acabou. Sem arrependimento (dito muito depressa).

Música mor no Castelo #2

Laurie Anderson diz que é uma efígie. no dicionário:

do Lat. effigie

s. f., representação de uma pessoa;
imagem;
figura;
cunho de moeda que representava a cara do rei ou de pessoa notável.

diz que é uma efígie que vive numa solidão abonecada
sem legendas

Pressinto que vai haver poesia e angustio porque não tenho o meu caderno. o meu caderno é mais importante que uma máquina fotográfica. o meu caderno é um álbum. quando se vão ouvir palavras, leva-se um caderno ou um gravador. raramente ouvimos palavras com intenção. raramente planeamos ouvir palavras e registar frases. então concentro-me intensamente nas legendas em português no écran. penso: ela traduziu para português. depois: porque ela é uma artista de spoken-word palavras-ditas. (existem artistas de spoken-word que não sabem que o são)(existem cantores que deviam legendar os seus espectáculos__ para não esquecermos as palavras que são ditas)

temendo que o dizer fosse insuficiente, traduziu as palavras e projectou-as num écran. para fugir da solidão abonecada, criou legendas. fez bem. foi mais difícil não estar lá com ela.

Música mor no Castelo #1

Deitada na relva a ouvir Chirgilchin e a olhar um céu imenso. Throat singing (canto da garganta) e estrelas. Khoomei __essa forma de canto_tradicional_ que se desmultiplica em várias tonalidades vocais, algumas meramente apoiadas em vogais____além do nosso imaginário convencional (que até o imaginário, às vezes, é convencional). Uma noite de Verão. num castelo. da República russa de Tuva.

16.7.06

Prazeres Minúsculos, Grandes Descobertas

(...) Divas & Contrabaixos de Rosário Fardilha, realizado em Aveiro, é um blogue extraordinário no panorama da blogosfera portuguesa, quer pelo ecletismo e aprofundamento de muitos dos temas abordados, quer pela conjugação de criatividade, informação e sedução.

Na Revista Unica (Expresso) de 15 de Julho 2006

Vocês, desculpem o umbiguismo, mas um Muito Obrigada à Rita Ferro Rodrigues!

14.7.06

Adoro VOZES FEMININAS!

Laurie Anderson


Fotos daqui

Os dois juntos seria querer demais! Ouvi-la vai ser muito bom!
Sábado à noite, no Castelo de Montemor-o-Velho.

Called "America's multi-mediatrix" by Wired magazine and a "modern renaissance artist and agent provocateur" by Philadelphia Daily News, Laurie Anderson (born 1947 in Chicago, Illinois) is—in her work as a performance artist as well as musician, poet, writer, and visual artist—one of the most important artists of the later 20th century.

Pssst, art: 21

Começa hoje...




Mais info, aqui.

13.7.06

Vozes femininas

Lila Downs vai estar no Porto a 18 de Julho e em Lisboa, na Aula Magna, no dia seguinte. Uma boa razão para tirar do baú um antigo post. ou dois.


Lila Downs

A primeira vez que ouvi Mercedes Sosa ficou para sempre. O mais forte não terá sido então aquele poema Gracias a la Vida nem o som grave e índio que parecia chegar das profundezas da Cordilheira dos Andes. Não, o que me tocou foi o silêncio cheio de lágrimas da Consuelo. Essa amiga dos 20 anos, columbiana, quase exilada, e que tinha uma beleza prima da de Lila Downs. Contava histórias que pareciam vindas dos romances de Gabriel Garcia Márquez, cheias de heróis que sobreviviam a terramotos e a armas e conservavam a pureza. Havia uma de um músico que arriscara várias vezes a vida pelo seu violino. Fiquei assim, observando e respeitando as lágrimas de Consuelo, que pareciam querer dizer "esta é a minha identidade" e estou longe, sinto saudades.
Passaram-se longos meses até esbarrar num álbum de Mercedes Sosa. Pensei que tinha de o levar para casa pela Consuelo. Mas, no meu silêncio, encontrei outras razões para nunca mais deixar de a ouvir. Mercedes conseguiu juntar as melhores influências e os melhores letristas-compositores daquele continente (Nicolas Brizuela, Victor Herédia, Silvio Rodrigues, Milton Nascimento, Chico Buarque, entre tantos outros). Um dos meus sonhos é ouvi-la ao vivo um dia. Quando passou por Portugal - deu um concerto na Aula Magna, eu vivia em França. Lembro-me de que nessa ocasião foi ao programa do Herman José. Eu via os canais portugueses e quis bater em alguém. Ele não conhecia a grandeza da diva, deu-lhe 5 minutos de emissão. À Amália Rodrigues de todo o continente sul americano.
Através de Mercedes Soza (argentina) cheguei a outras vozes e a outros músicos. Mas hoje só vou falar das mulheres. Violeta Parra (chilena), que compôs aquele Gracias a la Vida é um mito. Os temas populares e os problemas sociais são uma constante na sua música, e a imagem que temos dela bebe muito da sua forte militância política. Mas Violeta Parra é uma artista. e é raíz. é emoção. são todas as dimensões.
Em direcção ao Norte, damos um salto a Cuba para evocarmos Celina González. Chegamos ao México e à musa de Frida Kahlo, Chavela Vargas. É preciso ouvi-la cantar La Llorona. Almodovar foi buscar Luz de Luna e rendeu-se à sua personalidade forte. Chavela, que morreu recentemente com mais de 80 anos, deixou uma herdeira. Ela está ali, chama-se Lila Downs. Talvez a tenham visto e ouvido no filme Frida, de Julie Taymor.
Todas juntas numa mesma passion musical e política. Hijas de America Latina. Sangre caliente. Cantando la vida.

12.7.06

O belo de cantar ensemble é cantar ouvindo os outros.

Meredith Monk
no Teatro Aveirense, Workshop 8/07/06

10.7.06

Le petit bal est perdu

Borofsky


No último dia do Mundial 2006, Zidane viu um cartão vermelho. A sua justa expulsão nesta Final não vai ser esquecida. Porque mesmo que a França vencesse o jogo, teria perdido a glória. O que leva um homem, com a aura e a experiência de Zidane, a comprometer a vitória da sua equipa e a imagem de uma tão longa e extraordinária carreira, num minuto? Parece que ninguém sabe responder.

Eu acho que a resposta está algures ali, entre o que cremos e o que existe. Os heróis, não existem.

Para o meu Jules, um mimo: Andre Bourvil

7.7.06

O primeiro Mundial "vivido" por elas


Durante todo o Mundial, a A. disse que "claro que apoiava o Portugal" porque era do Sporting e do Portugal. Não se interessou nunca pelos jogos. Mas no final perguntava, exclamava, consolava: "Mamã, o Portugal venceu?" - "A nossa equipa venceu, uáu! ou, "Deixa lá, o Portugal só perdeu uma vez!". Olhou sempre para a algazarra, buzinões, gritos de euforia, com algum espanto. Acho que só se deliciava com as pinturas na cara e com os adereços dos adeptos das equipas. Pediu-me para a pintar várias vezes.
Ela estava certa, só perdemos uma vez (e mesmo que venhamos a perder duas vezes!). E também foi muito perspicaz ao utilizar sempre "o Portugal". Ela percebeu que este "Portugal" era uma coisa, uma equipa, e não Portugal. Nunca disse "vencemos" ou "perdemos".

A S. andou dividida entre Portugal e França. Desde o início do campeonato, dizia que queria que as duas selecções ganhassem. Chegou mesmo a perguntar-me se isso seria possível. Interessou-se imenso pelos jogos, quis compreender as regras e ficou fascinada com a existência dos cartões amarelos e vermelhos (mas esperava que existissem também cartões verdes). Quis uma bandeira de Portugal e obrigou-nos a andar no carro com a bandeira a esvoaçar pela janela, mesmo nos dias em que não havia jogos. A maior felicidade foi quando arranjei um pau para meter na bandeira. Que fascínio ir à varanda e fazê-la flutuar ao vento! Para a S., futebol é festa, é agitação, multidões, gritar bem alto o nome do país. Adora tudo isso. Quando as suas equipas preferidas se confrontaram, decidiu ser pela França. Em Portugal a equipa portuguesa tinha muitos apoiantes, e por isso ela aliou-se à "minoria" (isto é, ao pai, francês). No final, estava radiante. No dia seguinte, na escola, ia ser a única a poder associar-se aos vitoriosos, ia ser a única "vencedora". Mãe, irmã e todos os portugueses eram uma cambada de derrotados. Fiquei preocupada. "Minha filha, tu também és portuguesa!". Respondeu-me que sim, mas por que não podia gostar dos portugueses, só nas coisas em que eles fossem os melhores? Fiquei ainda mais preocupada! ;)

LA Explana

Lauro António não apresenta, explana. Começou há pouco mais de um mês e o seu espaço já poderia ser editado em alguns volumes. Desta vez realça a Antologia Poética de Mário Viegas editada pelo Público.
"Se alguma coisa consegui profissionalmente nestes anos todos, isso devo-o aos recitais de poesia, às centenas e centenas de autores que interpretei, aos milhares de poemas que disse, e em que, de facto, não tive concorrência. É como recitador, portanto, que hoje me sinto realizado." - Mário Viegas

LA relembra ainda um filme-documentário de George Gachot sobre Maria Bethânia. Era um dos filmes a concurso no Famafest 06 e por isso tive oportunidade de o ver. Belíssimo, envolvente. Para quem gosta de Bethânia e para quem está convencido de que já não gosta (era o meu caso). O júri atribuiu-lhe um Prémio Especial.




A não perder ainda: a série sobre as actrizes que o marcaram, as críticas aos filmes que vai vendo, as crónicas sobre as viagens e festivais de cinema em que participa,... sem nunca esquecer o futebol e, o que é muito importante, o Sporting! ;)

Entretanto, o colega lagarto também já criou outros blogues: LA Arquivo e LA Blog por Blog.

Minha gente, look at the blogger!

4.7.06

Depois de lida a imprensa internacional só posso desejar, com mais força, que Portugal vença este Mundial!

Foto El Pais

O Brasil segue de perto e apoia a equipa portuguesa, sobretudo agora que os canarinhos perderam com a França, e porque o nosso treinador é Felipão! Na Argentina, enaltece-se mais Scolari do que o futebol "português". O Japão é justo mas os títulos não fogem à regra: a França venceu o Brasil, os ingleses foram eliminados (depois logo se vê por quem!?). Em Angola, os alemães impressionam porque são
os maiores rematadores e os media adoram as sequelas pós-jogos.

Em Inglaterra não se comenta a qualidade do futebol português, massacra-se o treinador da selecção inglesa. Erickson é acusado de falta de coragem, é apedrejado pelos milhões que meteu ao bolso e ainda por ser sueco! Os franceses estão super-confiantes e idolatram cada vez mais Zizou. De resto, Zidane é O herói da imprensa internacional! O Le Monde refere Cristiano Ronaldo apenas para criticar o "mau perder" inglês ou a raiva dos fãs do Manchester. Enfim, a proeza de Ricardo é enaltecida pelo Times e pelo La Stampa. Mas quase não se escreve sobre a selecção portuguesa e há pouquíssimas fotos dos nossos jogadores. Na imprensa espanhola então, isso é mesmo óbvio! Para quem já viveu no estrangeiro, a situação não é estranha. Portugal é periferia mesmo! Mas entre constatar e aceitar vai uma enorme diferença. O que vale é que, como se vê pela foto, os pequenos também podem chegar lá!

  • Adeptos gritam por Scolari e apupam Parreira - Carlos Alberto Parreira regressou hoje ao Brasil e, à chegada, tinha 200 adeptos descontentes com a eliminação do Mundial. O seleccionador esquivou-se à ira e aos apupos dos manifestantes, que gritavam bem alto pelo nome de Luiz Felipe Scolari. link AngolaPress
  • A ausência de Deco no meio-campo altera por completo a estrutura do jogo de Portugal. Sem o maestro do Barcelona, Luiz Felipe Scolari é obrigado a apostar num futebol-directo, à base de balões lançados do guarda-redes à linha de ataque. link Jornal de Angola
  • Si los ingleses son los padres del fútbol, entonces Luiz Felipe Scolari es el abuelo de este juego. Felipao tiene de hijos a Eriksson, Beckham y compañía. Los sacó de los últimos tres torneos importantes y con dos equipos diferentes (Brasil en 2002 y doblete con Portugal en Eurocopa 04 y Alemania 2006). Por personalidad y estilo,este equipo se parece al Gremio y al Palmeiras campeones de América con el Gene Hackman gaucho . Corren, meten, raspan, hacen tiempo, a veces juegan y te ganan. link La Nation
  • O ex-craque argentino Diego Maradona prefere que Portugal seja o próximo campeão mundial, mas está convencido de que quem erguerá a taça será a anfitriã Alemanha. link Terra
  • Perto de fazer história com Portugal, Filipão evita falar do futuro. link Globo
  • Parte de Paris torcerá pela seleção portuguesa contra a França: (...) torcedores veteranos, como ele, querem ver a revanche de duas derrotas importantes de Portugal contra a França na Eurocopa: em 2000, perderam por 2 a 1, e em 1984, por 3 a 2. "Temos um certo gosto amargo desde a semifinal da Eurocopa de 2000. Para os especialistas, nossa equipe era melhor. Acho que a hora da vingança chegou e que os portugueses podem derrotar a França" (...) link Folha de São Paulo
  • They lost Wayne Rooney to a red card and David Beckham to a knee injury before Portugal won 3-1 on spot-kicks in their quarterfinal on Saturday following a goal-less 120 minutes. Portugal's Ricardo saved three penalties, the first 'keeper ever to do so in a World Cup finals shootout, and Manchester United's Cristiano Ronaldo scored the winner to send Portugal through to a semifinal meeting with France. "I am full of confidence and I shot strong," Ronaldo said. "I am happy because Portugal go into the next round and everybody is happy." link The Japan Times
  • Cristiano Ronaldo brille en sélection et irrite ses fans de Manchester. link Le Monde
  • O atacante inglês Rooney divulgou um comunicado para se defender sobre o lance de sua expulsão no jogo contra Portugal pelas quartas-de-final da Copa e se declarou desapontado com o colega de Manchester United Cristiano Ronaldo. link Folha de São Paulo
  • Quand Chirac bise le crâne de Barthez: Le président a félicité chaque joueur français après la victoire contre le Brésil. Il a même embrassé le crâne de Barthez en lui disant « j’espère que cela vous portera chance ». link Le Point
  • A masterclass as Zizou: The end of his international footballing career may be just around the corner, but the French master is going to enjoy it while it lasts. And he is determined to produce another masterful performance against Portugal on Wednesday and sign off in style by gracing another final."We're in the semi-finals. We're really happy and we're going to try and get that place in the final," said Zidane. "We don't want to stop here. link The Herald
  • Ricardo, the first goalkeeper to save three times in a World Cup shoot-out, compared the admiration Scolari attracts to the cooing over a newborn. “It seems like one of these days he will have to wear a baby’s bib because we are only saying good things about him,” he said. “What I know and we all know is that all the best teams and the best clubs want him. I really believe he is the best. He is world champion (with Brazil in 2002) and he can do it again now. He has a big heart, but when he needs to ask you something, he does it. Over the years he’s taught us a lot and he gave us the spirit that comes from being a family. Every ship has its captain. Ours is him.” link Times
  • Eriksson's epitaph: he lacked courage: (...) The Swede was good to a point, but that point should have come two years ago, when his team were knocked out of Euro 2004 on penalties by Portugal. Although there was cruelty in Saturday’s repeat — even the normally unemotional Eriksson cried in front of his players — defeat in a third successive quarter- final probably should have been expected given England’s previous performances in Germany and what was known about his limitations. (...) link Times
  • Il Portogallo è in semifinale ai Mondiali, l'Inghilterra torna a casa. Il verdetto è arrivato con i calci di rigore, 3 a 1 per i lusitani dopo che tempi regolamentari e supplementari si erano chiusi sullo 0 a 0. L'eroe è stato uno solo: il portiere portoghese Ricardo. Ha parato tre dei quattro rigori calciati dagli inglesi, e per poco non riusciva ad intercettare del tutto anche il quarto. A sbagliare per gli inglesi sono stati proprio gli specialisti dei calci di rigore: Lampard, Gerrard, Carragher. Unico ad andare a segno Hargreaves. Tra i lusitani a segno invece Simao, Postiga e Cristiano Ronaldo, mentre sono finiti sul palo i tiri di Viana e Petit. link La Stampa

1.7.06

JÁ OUVIRAM, VIRAM, ADORARAM?

ANDREW BIRD


Um concerto ao vivo. FABULOSO!

Teste à minha vocação como futuróloga. reformulo... ACTUALIZADO

QUARTOS DE FINAL
Alemanha x Argentina OK, acertei!
Itália x Suiça Ucrânia
Brasil x Espanha França
Inglaterra x Portugal Tugas, livrem-se de perder! VENCEEEEEEEEEEEEEMOOOOOOOOOOS!

Unh, errei quanto à passagem da Suiça e da Espanha aos Quartos de Final. Talvez seja melhor repensar esta vocação!

MEIAS FINAIS
Alemanha x Itália OK
Portugal x Brasil Tem que ser assim! França (sim, vai ser complicado cá em casa :))

3° LUGAR
Brasil França x Itália Vence o Brasil! La France!

FINAL
Portugal (claro!) x Alemanha_____Vence Portugal (claro!)

Tá visto que para feiticeira não tenho um dom muito apurado, mas se Portugal continuar a vencer, não me importo de tentar outra arte!