19.10.11

À escuta #112


S. - O período menstrual dura quanto tempo?
- Uns dias...
S. - Mas quantos dias no máximo?
- No máximo uma semana!
S. - Uff que alívio!
- ?
S. - Pensei que era quase um mês...
- Então se aparece de 28 em 28 dias!
S. - Sim, mas pensei que era 28 dias com o período e depois de 28 dias, novamente 28 dias com o período. Era demais!

16.10.11

BLESSED



The American choreographer and dancer Meg Stuart and the Portuguese choreographer and dancer Francisco Camacho met in New York in 89. He followed her to Belgium to dance in her debut work Disfigure Study. After that each went their own way but now theyre collaborating once more. Meg Stuart has choreographed BLESSED, a new piece with Francisco Camacho in a sound design by Hahn Rowe.

In a corner of the world a man has created his own little paradise. How fragile are our mental constructions? How much illusion do we need to survive? Is mankind capable not to believe? Or is it the luxury of the privileged to escape in pipedreams? Is hope a matter of circumstances?


____e mais próximo, Francisco Camacho neste continente.

Chico

Também queremos ouvir as canções do último álbum ao vivo e "Geni e o Zepelim" que o Chico Buarque diz que nunca cantou em show. "Foram tantos os pedidos Tão sinceros, tão sentidos"!



Faixa 8 de "Chico". Lembra a emoção das canções dos primeiros anos. Poesia e doçura. Mulheres tristes que queremos ser só para sermos cantadas assim. (é o poder do Chico Buarque e do Brel)

Todos os homens são maricas quando estão com gripe

Pachos na testa terço na mão uma botija chá de limão zaragatoas vinho com mel três aspirinas creme na pele grito de medo chamo a mulher - ai Lurdes Lurdes que vou morrer mede-me a febre olha-me a goela cala os miúdos fecha a janela não quero canja nem a salada ai Lurdes Lurdes não vales nada


Letra: António Lobo Antunes

António Lobo Antunes

"É o poder económico que manda [nos partidos políticos]. (...) A Cultura é a base de tudo, para além da bondade, da tolerância. (...) Os países mais cultos da Europa não estão em crise [Suécia, Noruega, Alemanha, Finlândia]. Quem está em crise são os países onde a cultura é menos desenvolvida e foi menos apoiada. É a Grécia, Portugal..., isto é tão evidente! Se se comparar a taxa de leitura [dos países referidos] com a taxa de leitura dos portugueses, a diferença é brutal! (...) Os grandes autores não estão nas livrarias. Se for procurar Camões ou Fernão Lopes, eles não têm. Têm livros de auto-ajuda. (...) É preciso estar muito perdido para acreditar numa pessoa assim [Alberto João Jardim]. (...) Achava impossível poder-se construir um ser humano assim. O André Brun que foi um dos grandes humoristas portugueses nunca conseguiu construir uma personagem assim. O problema é a desgraça que essas pessoas podem trazer atrás delas.(...) O consumo do pão baixou 30 a 40%, isto é inadmissível. Quem foram os malandros que fizeram isto ao meu país?"



António Lobo Antunes, «[quando esteve doente] estava grávido da morte». «Ninguém está preparado para morrer e o drama é que também muito poucas pessoas estão preparadas para viver. Nós vivemos muito mal.»
[quando esteve doente], «a pessoa que me ajudou mais foi o Júlio Pomar, ele teve o mesmo cancro que eu tive, e a frase que ele me disse foi "aguenta-te"». «A maçada da morte é que se fica morto muito tempo».

Sísifo

«...trabalhavam sem tréguas, pela boa razão de que o descanso significava para todos refeições mais leves. O desemprego constituía o inconveniente mais temido. (...) O trabalho naquele bairro não era uma virtude, mas uma necessidade que, para fazer viver, conduzia à morte.»

Albert Camus, "O Primeiro Homem"

15.10.11

15 de outubro

Cartaz de Gui Castro Felga

Estão já registadas 951 convocatórias em 82 países um pouco por todo o mundo. "Pela Democracia participativa", "pela transparência nas decisões políticas" e "pelo fim da precariedade de vida". Em Portugal, estão mobilizadas nove cidades e são 37 os movimentos subscritores do manifesto. Amanhã, onde vais estar?

Lisboa - Marquês de Pombal, 15h.
Coimbra – Praça da República, 15h.
Porto – Batalha, 15h.
Braga – Avenida Central, 15h.
Santarém - Jardim da Liberdade, 15h.

Évora – Praça do Sertório, 15h.
Faro – Jardim Manuel Bivar, 15h.
Angra do Heroísmo – Praça Velha, 14h.
Ponta Delgada - Portas da cidade, 14h.

Patriotismo



D. Januário Torgal Ferreira arrasa as opções do Governo para o Orçamento de 2012:

"Sinto que a classe média em Portugal e os mais desfavorecidos vão ser perfeitamente esmagados."
"Patriotismo não é estar de joelhos diante dos fundamentalistas."
"Hoje há opressão gravíssima em Portugal."
"Isto é inquisitorial!"
"A Igreja não pode aceitar qualquer gesto terrorista!"
"As pessoas quando votam devem pensar em quem votam."
"Eu queria rigor, mas não queria aventura."

11.10.11

on relationships

I think the concept that there's one person who's gonna make you whole, this Gibran kind of thinking, is so detrimental. I don't think it's the other person's responsibility to make you whole at all. It's the other person's responsibility to make you laugh, to give you a dance now and then, to read the newspaper and tell you about things you don't have time to read about, to introduce you to music you don't know, to tell you when you're full of shit, to fight fair, to be good in bed, to say, "Come on, let's go have an adventure" when you've become a little bit of a stick in the mud. But it's not their job to make you whole. The test for me of a great romantic relationship is how productive you are during the relationship. You don't need somebody who's gonna keep you up till four in the morning and you don't even know why you're fighting. You don't need somebody who you're gonna go to a party and you're worried about that they're gonna get jealous, laid, drunk, stoned, or turn up missing. I like to go to a party and go my way and let somebody else go their way, and you meet up or you don't meet up and then you go home together and nobody feels bad about it. That's the perfect description of life, too- the party of life.

Embraceable You

Olhar para esta pintura de Ruth Rosengarten, Embraceable You (1988), e ouvir Sinatra em dueto com Lena Horne. Bom exercício para um fim de dia.


Embrace me, my sweet embraceable you
Embrace me, you irreplaceable you

Just one look at you
My heart grew tipsy in me
You and you alone
Bring out the gypsy in me

I love all the many charms about you
Above all, I want these arms about you

Dont be a naughty baby
Come to papa, come to papa do
My sweet embraceable you

I love all the many charms about you
Above all, I want my arms about you

So dont you be, a naughty baby
Come to papa do
My sweet embraceable you

10.10.11

Momento de jejum dedicado ao ajardinado arquipélago

A escolha dos 4 minutos e 33 segundos deve-se aos 273 segundos. Na escala Kelvin de temperatura, -273º C corresponde a 0 K, que é o zero absoluto, ou seja, estado de repouso completo das moléculas. Um momento musical que dedico a todos os eleitores madeirenses como forma de jejum depois da maravilhosa e sempre eficiente campanha eleitoral vivida no ajardinado arquipélago. (Por acaso, esta é uma das melhores gravações que conheço desta obra de Cage.___ Ouvimos tossir! Pois, não há silêncio, há sempre música!)

9.10.11

Francisco José Viegas psdado

Senhor Secretário de Estado, V.Exa. criou o detective Jaime Ramos que é UMA personagem e não UM personagem!
SEC, em vez de Ministério, porque a cultura é transversal à sociedade e não se equipara à economia!!! Non sense. O rio continua a correr para o mar, pois.
O Estado deve: coordenar o património material e imaterial (inventário em curso), implementar política integrada da língua, da leitura, do livro e das bibliotecas, "cuidar" das artes tornando os criadores mais independentes, estabelecer programas de cooperação com Educação para criação de público, não esquecendo a relação da cultura com o território (mapeamento da paisagem natural). Ficamos na expectativa de uma (des)continuidade.
"Vamos valorizar os resultados das bilheteiras!" - afinal não é um critério decisivo... mas há que impor objectivos, um caderno de encargos aos Teatros Nacionais. "O repertório dos teatros tem que ser solidário com a tutela". Terrível linguagem!
Agrupamento Complementar de Empresas: para facilitar a gestão financeira, o sector de compras, etc., mas mantém-se a autonomia artística. "A cultura não será um sector de propaganda do Estado" - ao que chegamos em matéria de esclarecimentos! E ainda (a propósito dos subsídios): "a visibilidade da cultura é muito perigosa"!
Finalmente, tantos preciosos minutos a discutir a avaliação da colecção Berardo (sr. jornalista, então?)
E a máxima original: "que parte da frase é que não perceberam quando se diz (que) não há dinheiro?"
"Admite" que o governo anterior deixou um esboço para uma nova Lei do Cinema e "problema aqui é o financiamento (...), não da SEC mas do fundo, do ICA e do FICA". Ainda bem que vão resolver o problema!?
Museus: "A gratuitidade nos museus não é um bom princípio" (mas os museus não são gratuitos). Só 36% das entradas nos museus são pagas, "o que é muito pouco" (na maior parte dos museus, a maioria dos visitantes são estudantes integrados em visitas organizadas pelas escolas, ou estou enganada?). O ideal seria chegar aos 80% para que os museus se tornassem auto-sustentáveis! (perguntem à direcção do Museu de Aveiro o valor dos custos fixos só em consumos energéticos...)
Enfim, fica para memória futura___ a juntar a outras memórias. É difícil ser solidário com as diferentes tutelas!  



Pedido de ajuda ao detective Jaime Ramos: Este é o site do Ministério da Cultura de Espanha, um verdadeiro portal de promoción de las culturas de España. O equivalente português é este. Tem a foto do Secretário de Estado. Caro detective, onde está a promoção das culturas de Portugal?

7.10.11

For my love is like the wind and wild is the wind



Love me love me love me
Say you do
Let me fly away
with you
For my love is like
the wind
And wild is the wind
Give me more
than one caress
Satisfy this
hungriness
Let the wind
blow through your heart
For wild is the wind
You...
touch me...
I hear the sound
of mandolins
You...
kiss me...
With your kiss
my life begins
You're spring to me
All things
to me
Don't you know you're
life itself
Like a leaf clings
to a tree
Oh my darling,
cling to me
For we're creatures
of the wind
And wild is the wind
So wild is the wind
Wild is the wind
Wild is the wind

(Dimitri Tiomkin e Ned Washington, 1957)


___ e a versão original de Johnny Mathis.

6.10.11

Stairway to Heaven

And as we wind on down the road
Our shadows taller than our soul
There walks a lady we all know
Who shines white light and wants to show
How everything still turns to gold
And if you listen very hard
The tune will come to you at last
When all is one and one is all, yeah
To be a rock and not to roll.


And she's buying the stairway to heaven.

Steve Jobs (1955-2011)

«...porque a Morte é provavelmente a melhor invenção da Vida. É o agente de mudança da vida. Ela tira o velho do caminho para dar espaço ao novo. Por enquanto, o novo são vocês...»
«Stay hungry, stay foolish.»


3.10.11

X Bienal de Cerâmica de Aveiro (2)

____e afinal a polémica é outra e esta é mais séria! LAMENTÁVEL!

Leiam o blogue de SOFIA BEÇA, uma das artistas representadas e premiadas este ano:

«A senhora vereadora da cultura, para além de ter o cargo politico da câmara municipal de Aveiro, também é "criadora" e até dá um nome à sua criatividade "Monstros". Pois bem, passo a transcrever um texto:
"Tendo em conta a reutilização de grandes electrodomésticos colocados no lixo, ou seja, os designados "monstros", a Vereadora do Pelouro da Cultura, Maria da Luz Nolasco, decidiu fazer o reaproveitamento de algum desse material para ficarem como suporte das peças da Bienal. Como são lixo, os tais "monstros" que as pessoas não precisam e estão na lixeira disponíveis, foram transformados e constituem os suportes que sustentam os objectos de arte num espaço museológico.(...)."
Pois foi isto que vi, uma exposição de eletrodomésticos, intitulada "Monstros", pintados de amarelo, azul e roxo. Uns ao alto, outros deitados, os frigoríficos com luzes florescentes dentro. Temos de tudo por lá. Criatividade não falta ali.

O problema desta senhora é que tinha outra exposição para inaugurar, ou seja as obras seleccionadas da Bienal. Portanto, nada melhor que "decorar" com esses trabalhos a sua exposição. Temos peças tridimencionais dentro de frigoríficos (portanto só se podem ver de um lado), peças em cima de fogões, que me fizeram recordar os anos 50 e 60 quando a donas de casa acabavam de limpar os fogões e os fechavam decorando com um paninho e uma jarrinha de flores de plástico. Televisões com os "tarecos" em cima......Sim, foi isso mesmo que eu vi. As obras de cerâmica de todos os autores são tratadas como "tarecos". (...)
Infelizmente, no regulamento da bienal diz que não se podem retirar as obras até ao encerramento da mesma, porque se não eu tinha retirado o meu trabalho dali. Tenho vergonha de ter participado numa bienal que pensava ser séria e respeitosa. Vergonha de ter uma foto do meu trabalho no catálogo, vergonha de ter recebido uma menção honrosa, perdão, menção horrorosa