31.5.06

pronto, a Elipse já acertou

This day and age we're living in
Gives cause for apprehension
With speed and new invention
And things like fourth dimension.

... quem conhece os versos seguintes desta canção?

Yet we get a trifle weary
With Mr. Einstein's theory.
So we must get down to earth at times
Relax relieve the tension

And no matter what the progress
Or what may yet be proved
The simple facts of life are such
They cannot be removed.

You must remember this
A kiss is just a kiss, a sigh is just a sigh.
The fundamental things apply
As time goes by.

And when two lovers woo
They still say, "I love you."
On that you can rely
No matter what the future brings
As time goes by.

Moonlight and love songs
Never out of date.
Hearts full of passion
Jealousy and hate.
Woman needs man
And man must have his mate
That no one can deny.

It's still the same old story
A fight for love and glory
A case of do or die.
The world will always welcome lovers
As time goes by.

Oh yes, the world will always welcome lovers
As time goes by.



30 segundos é muito tempo!

Casablanca e Brokeback Mountain, em 30 segundos?

Os cowboys talvez aguentem, Rick e Ilsa Lund dificilmente resistiriam..., mesmo se a vida nos parece tantas vezes uma movie parody!

Outra dúvida existencial: o que têm os coelhos de especial para nos lembrarmos sempre deles quando precisamos de heróis românticos?

27.5.06

Vícios

Acho que não falo das minhas leituras há muito tempo... e no entanto, nos últimos tempos tenho lido livros que me têm enfeitiçado. Hoje ficam só as referências. Talvez vos apeteça qualquer coisa boa, agora que chegou a estação das feiras do livro.

Depois de A Mancha Humana, que me impressionou imenso, não esqueci Philip Roth. Por isso lancei-me na leitura de Pastoral Americana e A Conspiração Contra A América (Ed. Dom Quixote). Mas não leiam estes últimos de seguida, que foi o que eu fiz, e agora baralho tudo (apesar de ainda me faltar Casei Com Uma Comunista). Comecei por A Conspiração, que parte de uma hipótese fantástica (vejam a etimologia da palavra): e se em 1940, nos EUA, Roosevelt tivesse perdido as eleições e o Presidente eleito fosse pró-nazista? É esse o pano de fundo de todo o romance. O famoso herói da aviação e isolacionista Charles Lindberg é Presidente dos EUA e a discriminação e o medo começam a alastrar. Philip Roth desenvolve este cenário centrando-se numa família de judeus, a sua, a viver em Newark à época.
Gostei tanto desta obra que me apeteceu continuar na América, em Newark, agora no pós-guerra, isto é, mergulhei na Pastoral Americana (prémio Pulitzer 1998).

Acabada a Pastoral, fiquei desesperada, queria continuar "dependente" de um livro. Foi por isso que finalmente peguei no Murakami.
Não conhecia este escritor, apesar de já me terem falado maravilhas dele. Mas o primeiro livro dele a aparecer nos escaparates das livrarias chamava-se Sputnik, Meu Amor! Associei-o a um Nicholas Spark ou coisa similar e então não, muito obrigado! Foi com cautela que abri as páginas de Kafka À Beira-Mar (Ed. Casa das Letras). Bem, devorei o livro e descobri um novo autor!
Haruki Murakami narra as aventuras de duas estranhas personagens, Kafka Tamura, que foge de casa aos 15 anos, e Nakata, um homem já idoso. Realismo fantástico japonês. Cidades e gatos que conversam com pessoas. Solidão e peixes a cair do céu. Acreditamos que tudo é possível. Já tenho o Norwegian Wood mas, para não fusionar histórias, como fiz com os livros do Philip Roth, vou aguardar. Quanto ao Sputnik, Meu Amor, ainda resisto, certos títulos irritam-me mesmo.


Decidi passar para o último livro do Michael Cunningham, Dias Exemplares (Ed. Gradiva). Li As Horas, Uma Casa no Fim do Mundo e Sangue do Meu Sangue. Esperava reconhecer o ambiente da escrita de Cunningham. Mas ele conseguiu surpreender-me. (eu sei que pareço muito boazinha com os escritores, mas não estou a exagerar, acontece que estes senhores são mesmo bons!)
Este livro tem três partes. Em todas encontramos o mesmo grupo de personagens - um rapaz (que cita Walt Whitman sempre que as suas próprias palavras se esgotam ou demoram a aparecer), um homem e uma mulher (e eu acrescento, uma tigela!).
A primeira parte, que se intitula Dentro da Máquina, é uma história situada em plena Revolução Industrial. Um rapaz de 13 anos vai ocupar o lugar que o irmão, morto devido a um acidente com uma máquina, deixou vago numa fábrica. Esta primeira parte, e as seguintes, valem por si. São contos. Este em particular é obra de mestre. A estrutura narrativa cola-se às casas, às ruas, ao rapaz, à máquina.

Entretanto, e por causa do Famafest '06, voltei a pegar no Samuel Beckett, nomeadamente Dias Felizes (Ed. Estampa) e li pela primeira vez Henry James, porque havia um filme a concurso que fazia a adaptação de A Volta No Parafuso (Ed. Relógio D'Água). O filme era belíssimo mas por questões técnicas foi desqualificado, o livro não me encheu as medidas mas, no final do século XIX, Oscar Wilde descreveu-o como "um conto maravilhoso, terrível e venenoso". É claro que devem dar ouvidos olhos ao Oscar Wilde!
Ainda sobre cinema, gostei de ler Actos de Cinema - Crónicas de um Espectador de Edmundo Cordeiro (Ed. Angelus Novus), um ensaio belíssimo que pensa o cinema de forma filosófica (inspirado nos mestres Deleuze e Bergson).

Agora, ando ocupada com uma série de livros-catálogo do Cineclube da Biblioteca Museu República e Resistência, da autoria de Lauro António (o último, sobre os Irmãos Marx, acabou de ser editado) e com os livros de Paulo José Miranda.

... e tudo isto porque certos vícios são mesmo bons! Aproveitem a estação...

24.5.06

São Paulo

Relato de Paulo José Miranda sobre São Paulo

"Segunda-feira (relato de um recolher obrigatório informal ou o dia em que a cidade que não pára, PAROU, devido aos ataques do PCC – Primeiro Comando da Capital)

Após um fim de semana de violentos ataques a esquadras da polícia, dos bombeiros, autocarros, metro e civis, revoltas em inúmeras prisões, a chegada da segunda-feira e a necessidade dos cidadãos terem de ir trabalhar, levou a que este dia São Paulo tenha assistido ao pior dia da sua história. Nunca os cidadãos desta cidade se tinham sentido reféns do terror, do medo, como nesta segunda-feira. De madrugada inúmeros autocarros e carros foram incendiados, agências bancárias destruídas e havia manchas de sangue espalhadas por muitas partes da cidade. Quando os cidadãos mais pobres se dirigem às paragens de autocarro para irem trabalhar deparam-se com a inexistência de circulação de autocarros. Até ao momento tinham sido destruídos mais de 50 e as empresas não arriscaram enviar mais veículos para as ruas. Devido a isto, o rodízio municipal foi anulado (sistema de circulação de viaturas, por número de matrícula), permitindo que circulasse quem quisesse, independentemente da matrícula do carro. Depois do almoço, numa entrevista na TV, Marcola, chefe do PCC, diz ao director do DEIC, da polícia, que vai matá-lo, que ele pode entrar na sua delegacia para matá-lo, mas este não pode entrar na prisão e fazer-lhe o mesmo. A tensão atinge então a sua máxima amplitude. Ninguém se sente seguro. Os estabelecimentos comerciais fecham suas portas às 3 e meia da tarde. Os serviços públicos também param; os funcionários são enviados para casa. O metro, que de madrugada tinha sido alvo de explosões, deixa de trabalhar. Neste recolher obrigatório informal a casa, São Paulo assiste ao record máximo de fila de carros: 212 km de fila de carros, às 4 da tarde. 212! O método usado pelo PCC nos seus ataques é, fundamentalmente, através de motoqueiros; muitos deles são devedores de dívidas de droga, e se não fizerem esses ataques, morrem. Entre morrer às mãos dos traficantes ou às balas dos policiais, preferem a última hipótese, pois ela ainda pode representar uma esperança, junto do PCC. Outros ataques, são ataques mais cirúrgicos: um dos comandos se aproxima de um policial em particular e dispara a arma na sua nuca, ou nos seus familiares. Em frente a uma padaria, na zona sul da cidade, um policial, com sua mulher ao lado, ajoelhou-se diante de dois comandos e foi executado. Os bandidos comunicam as suas instruções por telemóvel; a maioria vem de dentro dos presídios. Um telemóvel mata mais que um revólver ou que uma AK.
Às 7 da tarde as ruas estão desertas e, a essa mesma hora, o comandante da polícia militar de São Paulo, Sancler, dá uma conferência de imprensa onde acusa os órgãos de comunicação social de exagerar o que estava a acontecer; acusa também os comerciantes de se precipitarem a fechar os estabelecimentos mais cedo e acusa ainda os responsáveis pelas escolas e faculdades de terem tomado a decisão de enviar os alunos para casa e fecharem as portas. Às 9 da noite a cidade está mergulhada num escuro inimaginável. Um escuro que a cidade de São Paulo desconhecia que tinha dentro dela. Na zona norte da cidade, um condomínio onde vivem vários familiares de policiais começa a ser atacado. A troca de tiros continua, as mortes aumentam. Na zona oeste, onde vivo, um homem é baleado neste mesmo instante, não se sabe se policia ou bandido. Numa das zonas mais ricas da cidade, aqui perto, dois bandidos são baleados. São 185 ataques até ao momento. Até ao fim, até ao acordo que o Governo de São Paulo não admite ter feito, serão 200 ataques, mais de 60 autocarros queimados, 52 criminosos mortos, 43 policiais e civis mortos. Os canais de TV mantêm helicópteros a sobrevoar a cidade toda noite, em comunicação com comandantes da polícia, vamos assistindo à noite, a uma imensa noite desconhecida. Um homem, ao fim do dia, de regresso a casa, dizia “estou com medo dessa bandidagem; ninguém sabe quem é quem, essa é que é a verdade”. Num programa de debate, num dos canais, o presidente dos juízes de São Paulo diz que a legislação deve mudar, deve ser mais severa; é a favor da pena de morte. “A nossa democracia não é mais desenvolvida do que a dos EUA.” Por seu lado, o responsável máximo pela investigação policial, Rebouças, diz que “quando o bandido sente que o governo é fraco, fica forte” Oiço o apresentador do programa dizer: FORAM CONVIDADOS PARA O PROGRAMA O SECRETÁRIO DA DEFESA DO GOVERNO DE SÃO PAULO, O GOVERNADOR DE SÃO PAULO E A RESPOSTA FOI “NÃO VAMOS ENVIAR NINGUÉM!” Perante isto, não sei o que dizer disto, sinceramente. O apresentador, profundamente comovido e indignado, diz: ISTO NÃO É CRIME ORGANIZADO É QUADRILHA ORGANIZADA. Julgo excelente esta contra-posição; esta é a diferença entre as cidades de Istambul ou de Hong Kong e a de São Paulo; quadrilha organizada não poderia funcionar num estado organizado, embora crime organizado exista em estados organizados; quadrilha organizada só pode funcionar em estados desorganizados (não identificar estado organizado com país desenvolvido). Não defendo o crime organizado, mas, apesar de tudo ele é um mal menor, menor do que o das quadrilhas organizadas. O crime organizado não afecta o cidadão comum, nem os policiais. O crime organizado é organizado. “Nós temos as leis mais brandas do mundo” , acrescenta o Juiz. Termino com um curioso episódio. No dia das mães, dia 14 de Maio, no fim de semana dos motins, foram liberados 2000 presidiários para visitarem suas mães. Sei que parece piada, mas é verdade. As prisões estão caóticas, a cidade sitiada e 2000 presos vão festejar este dia especial com as mães. Assim que saíram dos estabelecimentos prisionais onde se encontravam, foram directamente ao PCC buscar armas para poderem combater. Dos 39 bandidos mortos, no fim de semana, 15 eram parte desses visitantes de mães. Por conseguinte, 15 só no domingo. Perante tudo isto, entre comédia e tragédia, o problema é que os pensamentos de direita e de esquerda mais radicais começam a emergir, parecendo fazer sentido a quem os escuta. Perante tudo isto, entre comédia e tragédia, é muito difícil pensar contrariá-los, quer á direita, quer à esquerda. A segunda-feira de São Paulo.

NOTA: PCC começou na prisão como time de futebol e chamava-se Comando da Capital. Mais tarde, passaram a ser uma organização de defesa dos direitos dos presos e das suas famílias. Por fim, já enquanto quadrilha, adicionaram o Primeiro, tornando-se o PCC."

Paulo José Miranda
São Paulo, 16 de Maio de 2006


|Relato que talvez já tenham lido aqui|

Encontro com o Escritor Famoso - Programa



27 de Maio
I. JANTAR - 21h00
Restaurante Mercado Peixe

Largo da Praça do Peixe, Aveiro

Preço médio por pessoa - 20 euros

Cada pessoa pode escolher o seu menu. O restaurante fica mesmo por cima de um verdadeiro mercado de peixe. Se quiserem aparecer no sábado demanhã (até às 12h30), podem assistir a uma venda de peixe a retalho típica do século XIX nesse mesmo lugar.

II. ENTREGA DOS PRÉMIOS E CONCERTO DO GUITARRISTA JOAQUIM PAVÃO
Livraria O Navio de Espelhos
Rua 31 de Janeiro, 10, Aveiro

Adenda: O Joaquim Pavão vai tocar uma composição para uma curta-metragem, Egberto Gismonti e Baden Powell.

28 de Maio
III. Almoço a combinar

IV. PASSEIO NA RIA - 15h00
O passeio custará 5 euros por pessoa e tem a duração de cerca de 1h30


As inscrições continuam abertas!

21.5.06

façam como eles, fujam!


Pronto, já vi The Da Vinci Code, tinha que ser! Mas, e falo sobretudo para quem gostou de ler o livro, passávamos todos muito bem sem este filme (e melhor ainda sem uma nova onda de quinhentos mil artigos sobre o Código Da Vinci).

Ron Howard não recria a história criada por Dan Brown, revela-a.

Ao filme falta intensidade, mistério, suspense, "pica"! E depois... não senti química nenhuma entre Tom Hanks-Robert Langdon e Audrey Tautou-Sophie Neveu. As cenas no Louvre poderiam ser mágicas, não são. O ambiente do filme poderia ser "negro", "ritualista", não é. Silas (Paul Bethany) poderia assustar-nos ou impressionar-nos, mas habituamo-nos aos olhos translúcidos que observamos logo nas primeiras imagens. Howard preserva a nossa imaginação, não nos dá qualquer hipótese de resolvermos um enigma, e também nos poupa ao horror, arriscando apenas uns minutos de suplícios (com a autoflagelação de Silas). As imagens passam por nós a um bom ritmo mas não retemos nenhuma! Falta belo. Falta emoção. E, pecado, a sequência de deduções que nos deslumbrou no livro chega a tornar-se risível no filme.

A Opus Dei pode descansar! Se o livro "convenceu" alguns, o filme, esse, nunca será levado a sério... o que lamento, porque adoro a teoria do sagrado feminino! ;)

20.5.06


Ah, e as Feiras do Livro estão aí...

no Porto, de 24 de Maio a 11 de Junho
em Lisboa, de 25 de Maio a 13 de Junho

e em Aveiro, de 20 de Maio a 4 de Junho, no Rossio!


Este é o programa da Feira do Livro de Aveiro para o fim de semana:

20 de Maio
16h00:
Inauguração da Feira do Livro
Animação de Rua pelo CETA – Círculo Experimental de Teatro de Aveiro;
Margarida Fonseca Santos – Sessão de Autógrafos
Carlos Fiolhais – Sessão de Autógrafos
16h30 e 18h00: Espectáculo de Fantoches e Robertos “Sátira de Aveiro e ”Auto da Índia” pela Associação Arte e Cultura – Os Fantoches;
21h30: Tiago Rebelo – Sessão de Autógrafos;
21h30:
Histórias de João Paulo Cotrim “Canção da Rocha, da onda e da nuvem” contadas por Teresa Nogueira;
Sessão de Poesia por Alberto Serra.

21 de Maio
16h30: Apresentação do livro “Do lado errrado da noite” de Catarina Resende
17h00 e 21h00: A Ouvidora de histórias – Aida Viegas
18h00: Hora do Conto pela Livraria “O Navio de Espelhos”
21h15: Histórias de João Paulo Cotrim “Canção da Rocha, da onda e da nuvem” contadas por Teresa Nogueira;
21h30: Orquestra de metais e percussão e Banda de Gaitas da Associação Musical e Cultural de São Bernardo

Cultivem-se!

Dizem que nos fins de semana as pessoas lêem mais...

19.5.06

Palhaços sem Fronteiras

A JP lançou o repto. E então decidi falar-vos de uma associação que ainda não existe nem é conhecida em Portugal, e que se chama Clowns Sans Frontières ou Clowns without Borders ou ainda Payasos sin Fronteras.

Sem discriminação política, religiosa ou étnica, Clowns Sans Frontières organizam espectáculos para as populações vítimas da guerra, da exclusão e da miséria física ou mental.

Actores, bailarinos, acrobatas, trapezistas, músicos, marionetistas..., os artistas deixam pelo espaço de 2 ou 3 semanas os seus palcos ou pistas para, de forma voluntária, actuar em lugares onde a cultura já não respira: bairros de lata, campos de refugiados, cidades sitiadas, bairros desfavorecidos...

Criada em 1994, já esteve na Albânia, Afeganistão, Algéria, Argentina, Faixa de Gaza, Bangladesh, Birmânia, Bósnia, Cisjordânia, Costa Rica, Croácia, Guatemala, India, Jordânia, Líbano, Madagascar, Marrocos, Moldávia, Mongólia, Nicarágua, Peru, Filipinas, Roménia, Rússia, Rwanda, Sudão, Tailândia, Uruguai.


Se quiserem saber como ajudar, individualmente ou como empresa, ou se forem artistas, mergulhem neste sítio.

18.5.06

Casa Museu Camilo

Pois acertaram, naquele par de retratos podemos ver Camilo Castelo Branco e Ana Plácido. Viveram aqui e aconselho a visita!


O banco do namoro no Jardim, muito romântico!


Menos romântico, o quarto onde dormiam... em camas separadas!


Parece que Camilo escrevia de pé, nesta secretária...


Ao fundo, à direira, a cadeira onde se terá suicidado
por não aguentar a cegueira de que passou a sofrer.

A história de um verdadeiro amor de perdição, e a queda de um anjo (ou de muitos anjos!), ainda vivem nesta Casa. Ao lado, também de visita obrigatória, fica agora o Centro de Estudos Camilianos, um edifício desenhado por Álvaro Siza Vieira.
S. Miguel de Seide é uma verdadeira caixinha de surpresas. Já pensaram em passar por lá?

17.5.06

fui à casa onde viveram e descobri este par de retratos...



Escritor, ela foi a sua amante querida, a sua mulher fatal, a quem atribuiu o criptónimo de Raquel. Influenciada por ele, também ela se dedicou à literatura, utilizando dois pseudónimos no decurso da sua produção escrita: Gastão Vidal de Negreiros, em 1868, e Lopo de Sousa, a partir de 1871. Das suas poucas obras destaca-se Luz Coada por Ferros. Quem é capaz de os identificar?


16.5.06

Uma história de todos os tempos

Louvre, interior, pirâmide invertida

Não, eu ainda não fui ver The Da Vinci Code. Hei-de ir, brevemente. Este post aparece a título de introdução. É que nas minhas mãos tenho um pequeno livro de Lauro António, sobre Visões de Cristo no Cinema (Edição Biblioteca Museu República e Resistência). Leio que "a hagiografia de Jesus multiplica-se até à exaustão. Em cada período da história da Arte Ocidental, existem múltiplas tentativas de representar Cristo, e muitas vezes a polémica que hoje assola o cinema esteve presente nesses séculos recuados, quando à imagem convencional de Cristo se contrapunha uma nova visão." (p. 4).

O Código Da Vinci (livro) não é uma recriação da vida de Cristo, mas as teorias que defende, ou as questões que coloca a partir desta imagem da Ultima Ceia de Leonardo Da Vinci, já geraram muita polémica. Agora que o filme foi lançado, o cardeal nigeriano Francis Arinze declarou num documentário anti-
O Código Da Vinci, produzido em Itália por uma entidade cinematográfica católica, que os cristãos deveriam "tomar medidas legais" contra o filme de Ron Howard (BBC News). No mês passado, o cardeal italiano Angelo Amato apelou a um boicote ao filme.

Neste livro de LA, que "termina" com A Paixão de Cristo de Mel Gibson ("o filme mais polémico do início do século XXI", antes da mega produção dirigida por Ron Howard), conto quase uma centena de obras sobre a vida de Cristo (entre elas, o Acto de Primavera de Manoel de Oliveira - 1963, A Maior História de Todos os Tempos de George Stevens - 1965, O Evangelho Segundo S. Mateus de Pasolini - 1964, A Via Láctea de Luis Buñuel, 1969, Jesus Cristo Superstar de Norman Jewison - 1973, O Messias de Rosselini - 1976, etc.) ou em que a personagem de Cristo se cruza com outras histórias (Quo Vadis, sete versões, desde 1902; Ben Hur, quatro versões, desde 1907, sendo a mais célebre a de 1959 de Willian Wyler; Salomé, cerca de vinte adaptações ao cinema da peça de Oscar Wilde).

Podemos sempre relativizar o impacto de todos estes filmes na época em que foram lançados. É verdade que, desta vez, o livro que inspirou o filme já vendeu mais de 45 milhões de exemplares em todo o mundo!

Mas em 1916, David W. Griffith, já "(se) tentava desculpabilizar do elogio do racismo e das actividades do Ku Klux Klan" (p. 6) com Intolerância. Nicolas Ray, em 1961, com O Rei dos Reis realiza um filme cuja imagem de marca é "um filme sobre o conflito de gerações, de luta pela liberdade" (p. 10). Em 1988, com A Ultima Tentação de Cristo, Martin Scorsese acaba "repescando a tese de que a ortodoxia católica tem escondido do mundo segredos que os testamentos e outros textos gnósticos parecem comprovar" (p. 12).

Conclusão: (1) depois do sucesso do livro de Dan Brown, não resisto a assistir ao resultado gerado pela ambição e risco assumidos por Ron Howard; (2) aposto que me vou divertir___ e vou adorar as cenas filmadas no interior do Louvre! (gostei logo desse ambiente no livro); (3) as minhas expectativas obedecem à apreciação do Tom Hanks___ "uma boa história, não devendo ser levada muito a sério".

Fica a dúvida se, livro e filme, serão capazes de ultrapassar a espuma dos dias (enfim, no caso do primeiro, já são uns anos, mas quand même!) e se o Lauro António se vai sentir na obrigação de acrescentar mais um capítulo ou título à sua colecção de livros sobre o Cinema.

15.5.06

12.5.06

Bom fim de semana

O medo da chuva

Principia a chover quando nada o faria prever.
Mais à frente, já abrigado, um amigo
pergunta o que pretendo dizer com este verso que digo.

Perturbado por tão pouco - chuva, palavras de outro
- sou obrigado a reconhecer a fragilidade do dia.

Paulo José Miranda
A Voz Que Nos Trai
Ed. Cotovia


Gosto imenso deste poema do PJM. Lembrei-me dele por causa da serenata à chuva. Não tem nada a ver, eu sei, mas não existem associações certas ou erradas. E depois, dizem que neste fim de semana vamos ter sol, muito sol. Por oposição, atiro-vos com chuva, muita chuva. Da fragilidade dos dias ao Gene Kelly num dos momentos mais optimistas da história do cinema. Mas, num caso como noutro, a surpresa a fazer das suas. Nada o faria prever. Que o vosso fim de semana seja assim, deliciosamente imprevisível.


10.5.06

V Edição do concurso O Escritor Famoso - Actos de Cinema


A cerimónia de entrega dos prémios já está marcada para o dia 27 de Maio, em Aveiro! Amigos do Escritor, assinalem já o dia na vossa agenda!
Ainda ando a pensar no programa... mas a livraria O Navio de Espelhos já está reservada para nós. Vou organizar um jantarito, está claro... e interessa-me saber quantos ficam para o dia seguinte para um passeio na Ria (que dizem?).

Ah, aceitamos como comparsas, antigos e futuros amigos do Escritor! E Joaquim, espero que nos dês música! Até breve, pessoal! ;)

Caricaturas de André Carrilho II

Estas personalidades são mais familiares... ou não?

5.


6.


7.



Exposição patente no Centro de Estudos Camilianos, S. Miguel de Seide, Famalicão.

Site de André Carrilho

Notícia no jornal que o lançou

9.5.06

Caricaturas de André Carrilho I

Quem é capaz de reconhecer estas personalidades?
E a resposta certa para as quatro imagens seria ...


1.Vinicius de Moraes


2. Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre

3. Virginia Woolf


4. John Updike



Exposição patente no Centro de Estudos Camilianos, S. Miguel de Seide, Famalicão.

Site de André Carrilho

Notícia no jornal que o lançou

2.5.06

Harold Pinter no Cinema

O Nobel da Literatura foi actor, argumentista, realizador. Escolher um filme é impossível e até desaconselhável. Por isso...



... vejam todos, vejam muitos filmes. O Ciclo Harold Pinter continua!
link.

1.5.06

Beckett de, depois de, Graça Lobo


Graça Lobo, sábia, apaixonada, fala-nos de Beckett. Beckett é, desde há muito tempo, seu. O seu Beckett antes do Beckett de outros, End Game de Conor McPherson, Play de Anthony Minghela, Catastrophe de David Mamet e tantos mais. Graça Lobo explica, contextualiza, antes de "Samuel Beckett no Cinema". Para nós. Sabem onde. Mas o público..., o público? Por onde anda o público que deixa escapar momentos assim, belos, raros? Viverá dias felizes?


E assim passamos de um título "à moda antiga" - Winnie - para o verdadeiro título: Dias Felizes, que são uma "tranche de vie", vimos já, limitada, e uma "tranche de vie" também postiça. Postiça adjectivando "vida" e "pedaço de vida" ao mesmo tempo.
Prefácio em Dias Felizes de Samuel Beckett
Ed. Estampa, 1989


Fotos de MRF

Divas sem contrabaixos

Foto de MRF

Um génio e uma diva, puros, e o encanto de um gesto ou de um sorriso, para além das palavras, das palavras! Ontem pela primeira vez juntos, no Famafest. Não é a tristeza que não tem fim, é a beleza...

No Famafest, às 21:30, A Cela Branca de Ivar Corceiro