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12.2.13
7.11.12
25.8.12
1.8.12
À escuta #120
A.: Acho que estou apaixonada pelo homem-aranha... Oh, porquê que ele já tem 29 anos?... Sempre que vou ver um filme apaixono-me... Enfim, é só por uns dias...
30.7.12
"Você é feliz?" [Cinema-verité]
Sai documento histórico. Crónica de um Verão (1961) de Edgar Morin & Jean Rouch.
Observação: para assistir com LEGENDA em PORTUGUÊS, active LEGENDA "cc" no canto inferior direito do vídeo.
«Il y a deux façons de concevoir le cinéma du réel : la première est de prétendre donner à voir le réel ; la seconde est de se poser le problème du réel. De même, il y avait deux façons de concevoir le cinéma-vérité. La première était de prétendre apporter la vérité. La seconde était de se poser le problème de la vérité.»
Edgar Morin
19.7.12
Moonrise Kingdom
Enfim, já perceberam que fui ver Moonrise Kingdom, de Wes Anderson, e que adorei! Argumento delicioso, fotografia espantosa...
Com Edward Norton, Tilda Swinton, Frances McDormand, e os recorrentes Bill Murray e Jason Schwartzman, entre tantos outros.
Para todas as idades!
Just go!
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Wes Anderson
The Royal Tenenbaums
Em 2001, mais uma vez em conjunto com Owen Wilson, que colaborou como argumentista e actor, Wes Anderson lançou The Royal Tenenbaums (nomeado para melhor argumento original nos Oscares).
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Hotel Chevalier
Em 2007, Wes Anderson lançou a curta Hotel Chevalier, com Natalie Portman e Jason Schwartzman. Essa curta seria uma espécie de prólogo ao filme The Darjeeling Limited, lançado pouco depois, com seu habitual parceiro Owen Wilson, Adrien Brody, Natalie Portman e Jason Schwartzman. Aqui, essa curta metragem, na íntegra:
7.7.12
5.7.12
Os Cinemas da Europa
«O actual mapa da Europa é constituído por 47 países, dos quais 27 pertencem à União Europeia e 3 são candidatos a sê-lo. A resposta à pergunta “Que Europa é esta?” será, em termos de cinema, o tema de 47 sessões de uma “masterclass”, duran...te a qual Lauro Antonio, realizador, crítico e professor de cinema, irá tentar explicar de que forma a arte cinematográfica interage e se identifica com a originalidade de cada país, a sua história, cultura e valores mais intrínsecos.
Cada sessão abordará, pois, um país, uma cinematografia, e um filme específico.»
E assim aconteceu em Oeiras. Agora foi publicado o livro "OS CINEMAS DA EUROPA" (Ed. Município de Oeiras). É muito mais do que um catálogo. Temos, para cada país, uma "crónica" sobre a sua História, a História do seu Cinema e outros dados sobre a cultura nacional, a análise do filme selecionado e o perfil do seu realizador. Muito interessante! São 218 páginas que reflectem um saber profundo e um grande amor à Sétima Arte.
Cada sessão abordará, pois, um país, uma cinematografia, e um filme específico.»
E assim aconteceu em Oeiras. Agora foi publicado o livro "OS CINEMAS DA EUROPA" (Ed. Município de Oeiras). É muito mais do que um catálogo. Temos, para cada país, uma "crónica" sobre a sua História, a História do seu Cinema e outros dados sobre a cultura nacional, a análise do filme selecionado e o perfil do seu realizador. Muito interessante! São 218 páginas que reflectem um saber profundo e um grande amor à Sétima Arte.
24.6.12
Bernardo Sassetti (n. 24 de Junho 1970 - m. 2012)
Como Desenhar Um Circulo Perfeito (2009)
Realização: Marco Martins
Argumento: Gonçalo M. Tavares, Marco Martins
Música: Bernardo Sassetti
Realizador: Vicente Jorge Silva
Escritores: Vicente Jorge Silva (escritor), Raul Brandão (livro)
Música: Bernardo Sassetti
Second Life - Behind The Scenes Teaser (2009)
Realizador: Miguel Gaudêncio,
Alexandre Valente
Escritores: Alexandre Valente
Música: Bernardo Sassetti
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16.6.12
I Superlativi
I tuoi occhi
ci vedo dentro desideri di parole
se mi ci vedo assomiglio all'amore
se sono verdi è il mare senza parole...
ci vedo dentro desideri di parole
se mi ci vedo assomiglio all'amore
se sono verdi è il mare senza parole...
I Superlativi
Title : Verrà la morte
Text : Cesare Pavese (1950)
Music : Léo Ferré (1969)
Album : La Vie d'artiste 1961-1971
9.6.12
Portugal-Alemanha
Preparados para assistir ao jogo? Eu também, mais ou menos assim... (SMILE)
Bill Eppridge. Paris, 1966.
Barbra Streisand, 24 anos, vestindo um conjunto de onça, assiste num silêncio sepulcral ao desfile de lançamento da colecção de relógios Chanel. No lado oposto, Elsa Martinelle e Marlene Dietrich.
Ou talvez seja mais isto...
4.6.12
Last night i did have a dream
Terapia. Tem que ser. Para começar bem a semana.
A Therapy
by Roman Polanski (Prada)
23.5.12
Cartas de Angola
Num cinema perto de si!
Duas histórias que se cruzam em Angola: a de Dulce Fernandes, uma portuguesa nascida em vésperas da independência, e a dos milhares de cubanos que combateram na Guerra do Ultramar. Contado na primeira pessoa, um documentário que, tendo como pano de fundo a ilha de Cuba dos dias de hoje, nos leva à descoberta das histórias de alguns dos que viveram em Angola durante os anos 1950/60.
Estreia na realização da fotojornalista Dulce Fernandes, "Cartas de Angola" teve a sua estreia em 2011, no DocLisboa.
Estreia na realização da fotojornalista Dulce Fernandes, "Cartas de Angola" teve a sua estreia em 2011, no DocLisboa.
18.5.12
Mais uma__duas obras de Saramago adaptadas ao cinema
Depois da versão cinematográfica de Jangada de Pedra, feita em 2002, da animação espanhola A Maior Flor do Mundo, baseada num conto de Saramago para crianças, em 2007, de Ensaio Sobre a Cegueira, em 2008, e finalmente Embargo, em 2010, chegou a vez de levar para as telas O Homem Duplicado, um thriller sobre a extinção da identidade numa sociedade que adora padrões.
O protagonista é Tertuliano Máximo Afonso, um professor de história que está à beira da depressão. Vive um quotidiano entediante, até que decide assistir a um filme para combater o desânimo. O filme não tem nada de especial, mas Tertuliano fica completamente envolvido pelo enredo após identificar um dos actores como um sósia seu – na verdade, um sósia de Tertuliano no passado recente. Obcecado pelo que acredita ser o seu duplo, passa a perseguir o actor, numa sequência encadeada por eventos bizarros.
Será Jake Gyllenhaal quem irá interpretar Tertuliano. Pelo título escolhido, An Enemy, a produção deve evidenciar a perseguição e o suspense propostos por Saramago. Gyllenhaal, que tem alternado papéis em blockbusters como Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo e filmes mais sensíveis (mas não menos populares) como O Segredo de Brokeback Mountain, poderá ser uma boa escolha.
O director canadiano Denis Villeneuve, por sua vez, dirigiu Incendies - A Mulher que Canta (2011), nomeado para o Oscar de melhor filme em língua estrangeira. An Enemy começa a ser filmado em 2013.
Last but not least, vem por aí a adaptação de O Evangelho Segundo Jesus Cristo, uma das obras mais conhecidas de Saramago. À frente da tarefa, está o realizador de José e Pilar, Miguel Gonçalves Mendes. José Saramago espraia-se no site cinematográfico de referência, imdb.
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17.5.12
the old Ritz Club
O Ritz Club reabriu e lembrei-me, entre muitas coisas (ou muitas noites de dança africana), de ter lá visto a adaptação de O Baile pela companhia A Barraca. Encontrei a imagem do cartaz com a ficha técnica da peça via Museu do Teatro: «Peça que teve a sua estreia a 11 de Fevereiro de 1988 (...) no Ritz Club e reposição a 15 de Maio de 1990». O filme é fantástico e essa peça, inspirada na ideia de J. C. Penchenat e no filme de Ettore Scola, foi um estrondo. O cenário era o ideal!
Continuem a ver este filme. de culto!
14.5.12
O Exótico Hotel Marigold
Realizador: John Madden
Escritores: Ol Parker (argumento), Deborah Moggach (romance)
Este filme é bem mais do que uma aposta na fórmula "comédia+elenco de actores consagrados". É verdade que a proposta de uma viagem pela Índia, acompanhada de uma boa dose de humor servida por bons actores, não é de negligenciar. Mas o filme é melhor do que isso. O argumento é inteligente. Centrado nas vivências de um grupo já na terceira idade, pertencente a uma abrangente classe média (da ex-empregada doméstica/governante ao juiz aposentado), retrata as dificuldades financeiras, familiares, as contingências de saúde e de perda comuns nesta idade, sem cair num tom nostálgico ou patético. Tendo em conta o género, poderia avançar na comédia recorrendo a promessas de elixires de longa vida ou outras panaceias. Não o faz. O filme é divertido e sóbrio. Todas as personagens são tratadas com a dignidade que merecem. De resto, se há uma lição, é essa: a de não retirar à terceira idade o sonho e o direito à independência, ao romance, a uma vida sexual activa, à realização pessoal. Já todos temos essa consciência? Não será por insensibilidade ou maldade (mesmo se isso também existe), mas as associações mais ou menos estereotipadas sobre cada fase da vida, afastam as diferentes gerações. Este filme leva-nos ao encontro dos outros pelo que são e não pelos anos que já contam. E o deus dos novos tempos já viu que isso era bom.
Uma última nota para a imagem que a nova (velha) Albion projecta do país que já pertenceu ao Grande Império: pareceu-me que não evoluiu muito desde os anos 80 com David Lean e a sua "Passagem para a Índia", mesmo se não se aborda a resistência à dominação inglesa ou a consciência nacionalista indiana. Os ingleses são ridicularizados quando apresentam comportamentos racistas mas todos são condescendentes. Recusam o “ser colonizador”, certamente, mas são rapidamente admitidos como "consultores" (Evelyn Greensladee/Judy Dench) e, no fim, salvam o sonho do protagonista indiano, gerindo sabiamente o Hotel. A personagem indiana central é Sonny Kapoor (Dev Patel), cujo perfil ambivalente se enquadra facilmente no estereótipo do colonizado. É impulsivo mas também digno, subserviente; é o gestor, aprecia a modernidade, e ao mesmo tempo é místico - é ele quem profere o lema do filme: "everything will be alright in the end; if it's not alright, then it's not the end"; mas, mais que doce e bondoso, que é o que são todas as personagens indianas, ele é infantil. Na literatura e cinema, a infantilização do povo que é/foi colonizado é recorrente. Além de que a motivação do grupo pela Índia é basicamente económica. O interesse é intelectual na medida em que buscam "o exótico". Valha-nos o médico eficiente que opera a anca de Muriel (Maggie Smith)! Em 2011, Prospero não consegue deixar de ser Prospero.
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12.5.12
O Primeiro Homem adaptado ao cinema
Director: Gianni Amelio (2011)
Writers: Gianni Amelio (screenplay), Albert Camus (novel)
Stars: Jacques Gamblin, Maya Sansa and Denis Podalydès
É simplesmente um dos livros mais belos que li. O Primeiro Homem foi a obra que preocupou Albert Camus durante os últimos 7 a 8 anos da sua vida. O seu manuscrito foi encontrado dentro de uma sacola no dia 4 de Janeiro de 1960, o dia em que morreu, vítima de um acidente de automóvel. Por ironia do destino, nas notas que escreve sobre este romance, Camus afirma que «O livro deve ser inacabado».
Em 1963, Susan Sontag escreveu: «Kafka suscita piedade e terror, Joyce admiração, Proust e Gide respeito, mas nenhum escritor moderno que me lembre, salvo Camus, suscita amor. A morte dele em 1960 foi sentida como uma perda pessoal por todo o mundo literário» . Ler O Primeiro Homem é pois, também, um exercício de resistência ao afecto que Camus e os seus sujeitos nos inspiram.
Na vida de Jacques, ou do petit Camus - uma vez que os próprios escritos do escritor nos levam a crer que projecta nesta personagem as vivências da sua infância -, não havia lugar para os livros. A criança do bairro pobre de Belcourt, em Argel, descobre os segredos do mundo através do contacto com as pessoas e as coisas reais, e não através das palavras. Hiroshi Mino, que publica o seu ensaio sobre o silêncio na obra de Albert Camus em 1987, ou seja, antes da publicação de Le Premier Homme (que acontece em 1994, 34 anos após a sua morte), afirma que «Si Camus avait laissé un récit de son enfance, il aurait pu l' intituler "Le Silence"». Este silêncio é, antes de mais, o silêncio da mãe, e depois o silêncio da natureza. O primeiro está na origem da sua história pessoal; o segundo, revela-o a sua obra, está na origem da história humana. Ambos os silêncios, que têm um carácter quase primitivo, não emergem da interrupção da palavra; na verdade, existem, escutam-se, antes que a palavra nasça. Jacques começa por descobrir um mundo simples, bruto, imediato, profundo, mas muito distinto do mundo abstracto das palavras. O silêncio que envolve a infância do protagonista, Jacques, e de Albert Camus, não foge à regra de todos os silêncios, comporta ambiguidade. O silêncio em O Primeiro Homem provoca euforia mas também, e sobretudo, amargura, pelo muro que levanta entre Jacques e a pessoa que mais ama (a mãe), pelas barreiras que impõe ao conhecimento do seu passado, das suas origens (o pai, a história da imigração e colonização argelina). O silêncio da mãe, em particular, é também o silêncio de quem não ousa a revolta contra o absurdo do mundo real. Quanto ao escritor, cabe-lhe fixar o silêncio em escrita, para que ele não se perca com a morte daquele que o mantém cativo no fundo do coração.
É para dar uma voz ao silêncio que Jacques, ou Camus, aos quarenta anos, face ao túmulo do pai, decide escrever esta obra. Em O primeiro Homem, a sua última obra inacabada, ou desde o primeiro livro que escreveu (L'Envers et L'endroit), a escrita nasce no momento em que o silêncio ameaça eternizar-se.
«Quero escrever aqui a história de um casal unido pelo mesmo sangue e todas as diferenças. Ela semelhante ao que a terra proporciona de melhor e ele tranquilamente monstruoso. Ele lançado em todas as loucuras da nossa história; ela a atravessar a mesma história como se fosse a de todos os tempos. Ela silenciosa a maior parte do tempo e dispondo de escassas palavras para se exprimir; ele falando sem parar e incapaz de encontrar através de milhares de palavras o que ela poderia dizer por meio de um único dos seus silêncios... A mãe e o filho.» (p. 286)
in Albert Camus, O Primeiro Homem,
Edições Livros do Brasil, Lisboa, 1994
[Este post reune fragmentos de textos elaborados por mim para um trabalho no âmbito do mestrado de Línguas e Culturas/UA, centrado precisamente na análise do silêncio na literatura]
___________________
Tudo é belo neste livro. Li-o muitas vezes, está cheio de notas e sublinhados, emprestei-o a um amigo que se queixou de se distrair com tanta anotação. O filme é uma boa notícia mas não sei se conseguirei vê-lo. Gosto da Alger que imaginei, do "meu" jovem Jacques/petit Camus e da sua silenciosa mãe, do "meu" céu sobre a campa do pai onde terá a grande revelação que levará à escrita-ação contra o absurdo, contra o esquecimento da História... O meu tão pessoal e inventado universo camuseano conforta-me.
Enfim, é claro que não vou resistir, lá verei o filme assim que tiver essa oportunidade_____ apavorada com os danos que poderá causar ao meu imaginário. :)
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10.5.12
Chegámos ao limite
CINEMA PORTUGUÊS: ULTIMATO AO GOVERNO (link para a Petição)
É hoje em dia indiscutível o reconhecimento do cinema português, tanto nacional como internacionalmente.
E se dúvidas houvesse, os prémios que ao longo dos últimos meses os filmes portugueses têm vindo a obter e o eco que a sua estreia entre nós tem tido, junto do público e da crítica, seriam a sua mais evidente comprovação. E que as repetidas saudações feitas por responsáveis políticos - e em primeiro lugar pelo senhor Presidente da República - vieram reiterar.
E no entanto, o cinema português vive neste momento uma situação dramática, com um corte de 100%, que não tem paralelo em mais nenhum sector de actividade!
Com o Instituto de Cinema em absoluta ruptura financeira e sem que o Secretário de Estado da Cultura tenha para isso qualquer proposta ou solução, ao fim de 10 meses de Governo o cinema português corre perigo de vida.
Não apenas os Concursos de 2012 não foram abertos, como os projectos aprovados em anos anteriores não podem arrancar. A produção de novos filmes está paralisada - e uma boa parte das empresas produtoras na iminência de encerrar, atirando para o desemprego milhares de pessoas - e a distribuição, os festivais, os cineclubes, a promoção internacional, sem quaisquer apoios.
E a nova Lei do Cinema - prometida há 10 meses no Programa do Governo e há quase 3 em discussão pública -, continua a ser apenas isso mesmo: uma promessa por cumprir…
Apesar de ter tido um acolhimento positivo por parte de todo o sector, o seu período de discussão pública terminou (depois de duas prorrogações sucessivas) sem que se perceba qual o calendário que o Governo tem para a sua formalização e entrega à Assembleia da República, para discussão e aprovação.
Tal como não se compreende por que não divulga o Governo de onde vêm os obstáculos - se é que eles existem - à sua urgente concretização, deixando pairar as mais justificadas apreensões.
Enquanto os filmes portugueses continuam a circular internacionalmente e a ser recebidos e premiados e depois estreados entre nós - sem quaisquer apoios públicos - o Governo demite-se das suas responsabilidades.
Por isso não podemos deixar de tomar uma posição pública, exigindo:
1. Que enquanto a nova Lei do Cinema não for aprovada pela Assembleia da República e entre em vigor, o Governo encontre uma solução de emergência para a situação de ruptura e descalabro financeiro do Instituto de Cinema e que permita dotá-lo dos meios financeiros necessários aos compromissos assumidos com os produtores e aprovados entre 2010 e 2011.
2. E que essa solução de emergência permita também que os Concursos de 2011 sejam homologados pelo Secretário de Estado da Cultura e contratualizados pelo Instituto.
3. Que a versão definitiva da nova Lei do Cinema seja tornada pública de imediato e que o Governo assuma um prazo para a sua aprovação em Conselho de Ministros e posterior apresentação à Assembleia da República.
4. Que essa Lei consagre os princípios gerais contidos no projecto apresentado, nomeadamente no que diz respeito
a) às contribuições e investimentos de todas as empresas que operam no mercado do cinema e do audiovisual,
b) ao reforço do princípio da atribuição dos dinheiros públicos de fomento do Cinema por concursos públicos assentes em júris independentes e através de critérios equilibrados de valoração dos projectos,
c) e finalmente à valorização do papel do Instituto do Cinema e Audiovisual na gestão e regulação do sector.
Só assim se concretizará um projecto ambicioso de relançamento consistente do cinema em Portugal.
Alexandre Oliveira, produtor
Anabela Moutinho, Cineclube de Faro
Dario Oliveira, Curtas Vila do Conde
Gabriel Abrantes, realizador
Gonçalo Tocha, realizador
João Botelho, realizador
João Canijo, realizador
João Figueiras, produtor
João Matos, produtor
João Nicolau, realizador
João Pedro Rodrigues, realizador
João Salaviza, realizador
Luís Apolinário, distribuidor
Luís Urbano, produtor
Manuel Mozos, realizador
Maria João Mayer, produtora
Miguel Gomes, realizador
Miguel Valverde, IndieLisboa
Pedro Borges, produtor
Pedro Costa, realizador
Sandro Aguilar, realizador
Obs.: Se está de acordo e quer assinar esta petição, por favor identifique-se com o seu nome profissional (e não com o seu nome completo).
É hoje em dia indiscutível o reconhecimento do cinema português, tanto nacional como internacionalmente.
E se dúvidas houvesse, os prémios que ao longo dos últimos meses os filmes portugueses têm vindo a obter e o eco que a sua estreia entre nós tem tido, junto do público e da crítica, seriam a sua mais evidente comprovação. E que as repetidas saudações feitas por responsáveis políticos - e em primeiro lugar pelo senhor Presidente da República - vieram reiterar.
E no entanto, o cinema português vive neste momento uma situação dramática, com um corte de 100%, que não tem paralelo em mais nenhum sector de actividade!
Com o Instituto de Cinema em absoluta ruptura financeira e sem que o Secretário de Estado da Cultura tenha para isso qualquer proposta ou solução, ao fim de 10 meses de Governo o cinema português corre perigo de vida.
Não apenas os Concursos de 2012 não foram abertos, como os projectos aprovados em anos anteriores não podem arrancar. A produção de novos filmes está paralisada - e uma boa parte das empresas produtoras na iminência de encerrar, atirando para o desemprego milhares de pessoas - e a distribuição, os festivais, os cineclubes, a promoção internacional, sem quaisquer apoios.
E a nova Lei do Cinema - prometida há 10 meses no Programa do Governo e há quase 3 em discussão pública -, continua a ser apenas isso mesmo: uma promessa por cumprir…
Apesar de ter tido um acolhimento positivo por parte de todo o sector, o seu período de discussão pública terminou (depois de duas prorrogações sucessivas) sem que se perceba qual o calendário que o Governo tem para a sua formalização e entrega à Assembleia da República, para discussão e aprovação.
Tal como não se compreende por que não divulga o Governo de onde vêm os obstáculos - se é que eles existem - à sua urgente concretização, deixando pairar as mais justificadas apreensões.
Enquanto os filmes portugueses continuam a circular internacionalmente e a ser recebidos e premiados e depois estreados entre nós - sem quaisquer apoios públicos - o Governo demite-se das suas responsabilidades.
Por isso não podemos deixar de tomar uma posição pública, exigindo:
1. Que enquanto a nova Lei do Cinema não for aprovada pela Assembleia da República e entre em vigor, o Governo encontre uma solução de emergência para a situação de ruptura e descalabro financeiro do Instituto de Cinema e que permita dotá-lo dos meios financeiros necessários aos compromissos assumidos com os produtores e aprovados entre 2010 e 2011.
2. E que essa solução de emergência permita também que os Concursos de 2011 sejam homologados pelo Secretário de Estado da Cultura e contratualizados pelo Instituto.
3. Que a versão definitiva da nova Lei do Cinema seja tornada pública de imediato e que o Governo assuma um prazo para a sua aprovação em Conselho de Ministros e posterior apresentação à Assembleia da República.
4. Que essa Lei consagre os princípios gerais contidos no projecto apresentado, nomeadamente no que diz respeito
a) às contribuições e investimentos de todas as empresas que operam no mercado do cinema e do audiovisual,
b) ao reforço do princípio da atribuição dos dinheiros públicos de fomento do Cinema por concursos públicos assentes em júris independentes e através de critérios equilibrados de valoração dos projectos,
c) e finalmente à valorização do papel do Instituto do Cinema e Audiovisual na gestão e regulação do sector.
Só assim se concretizará um projecto ambicioso de relançamento consistente do cinema em Portugal.
Alexandre Oliveira, produtor
Anabela Moutinho, Cineclube de Faro
Dario Oliveira, Curtas Vila do Conde
Gabriel Abrantes, realizador
Gonçalo Tocha, realizador
João Botelho, realizador
João Canijo, realizador
João Figueiras, produtor
João Matos, produtor
João Nicolau, realizador
João Pedro Rodrigues, realizador
João Salaviza, realizador
Luís Apolinário, distribuidor
Luís Urbano, produtor
Manuel Mozos, realizador
Maria João Mayer, produtora
Miguel Gomes, realizador
Miguel Valverde, IndieLisboa
Pedro Borges, produtor
Pedro Costa, realizador
Sandro Aguilar, realizador
Obs.: Se está de acordo e quer assinar esta petição, por favor identifique-se com o seu nome profissional (e não com o seu nome completo).
Às 21h30, frente às escadarias do parlamento, será projectado um filme que compactará em 1h30 um século de cinema português. "Ficamos com a sensação que as palavras já não produzem efeitos", diz Margarida Gil, presidente da Associação Portuguesa de Realizadores. "Se podemos provar alguma coisa, é através dos filmes que fizemos. Será uma prova do passado e do presente, em nome do futuro." Miguel Gomes iniciou a sua intervenção com uma mensagem. Manoel de Oliveira pedira-lhe que a transmitisse aos deputados: "Parar é morrer. Não deixem o cinema morrer."
[Ler: «O cinema em Portugal está parado», Público, 4-05-2012; «Agentes exigem desbloqueamento do sector - Cinema português foi ao Parlamento celebrar a sua história», e «Realizadores recusaram "um exercício hipócrita" no Parlamento», Público, 9-05-2012]
[Adenda: Le Monde, 15.05.2012: «Crise: le cinéma portugais en première ligne»: "(...) Depuis l'arrivée de la droite au pouvoir, à l'issue des législatives de juin 2011, il n'y a plus de ministère de la culture au Portugal, mais un simple secrétariat d'Etat : confié à l'écrivain Francisco José Viegas, ce portefeuille est rattaché au premier ministre. La culture n'a pas échappé au plan d'austérité budgétaire qui sévit à l'échelle du pays et, au-delà du cinéma, les coupes dans le spectacle vivant s'élèvent à 38 % pour la période 2009-2012."]
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