tag:blogger.com,1999:blog-92415862024-03-13T02:25:59.776+00:00DIVAS & CONTRABAIXOSMaria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.comBlogger3202125tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-39595399568627503712020-02-15T07:37:00.003+00:002020-02-15T07:57:52.089+00:00Dia dos namorados<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Encostado ao muro, mesmo ao lado do portão principal, está um rapaz que não tem mais de 15 anos. Segura com as duas mãos um frasco de vidro, daqueles das salsichas Nobre, tamanho xxl, cheio de água e duas rosas vermelhas. É magrinho, está muito quieto, ar circunspecto, ninguém daria por ele, não fora as flores, o recipiente e o dia. De repente, vira a cabeça e tudo se agita.<br />
<br />
Seguimos o olhar.
Um rapaz da mesma idade, mas com o dobro da altura, caminha a passos largos na sua direção. Tem a coluna curva e, à medida que avança, olha à volta, depois salta, sorri, volta a parecer incomodado, volta a sorrir, abraçam-se. Começam a conversar, falam alto, o que chega gesticula imenso. E dá entrada o movimento: o frasco que se estende, a mão que o rejeita; as rosas que lhe tocam o rosto, o braço que afasta as rosas. Muitas vezes.<br />
Ouvimos os argumentos: as flores custaram dois euros e meio, não te pedi nada.<br />
<br />
Até que o rapaz alto entra na escola.
Novamente sozinho no passeio, o mais miúdo baixa a cabeça, sempre com as duas mãos a agarrar o frasco de vidro, e fica ali parado uns instantes. Depois fixa as rosas e começa a andar em linha recta. Parece hipnotizado pelo balanço das flores.<br />
<br />
Sentados na esplanada do outro lado da rua, os clientes do café, a maioria alunos da mesma escola, assistem à cena. Partilham sorrisos, cúmplices na comoção ou no escárnio. Um pouco depois do rapaz dobrar a esquina e desaparecer, ouve-se o comentário: é por causa de cenas destas que às vezes sou homofóbico.<br />
<br />
[não se indignem. a mim, sossegaram-me logo: quem falou foi o D., que é porreiro e é gay]<br />
<br />
(e agora é tarde na noite e estou aqui a pensar que talvez o rapaz das duas flores nunca mais esqueça este dia em que era um rapaz enjeitado com duas flores.que talvez o amigo nunca mais esqueça este gesto e se comova sempre com o gesto e consigo.que talvez o D., porque é porreiro, deixe de dizer merdas nos dias merdosos de São Valentim dos outros. ou nada disso. porque nem eu sei por que razão não deixo de pensar no miúdo do frasco)<br />
<br />
<br />
14 fevereiro 2019<br />
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</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-81447853938739575592014-11-02T22:51:00.000+00:002014-11-02T22:51:11.036+00:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Não sei se é uma porta nem adivinho as cores da casa, mas bato. Passei nessa rua tantas vezes. Tantas vezes a encenar a mão a fechar e os nós dos dedos a bater. Mas era sempre não. Estou velha, não existem sítios ávidos, só paragens. O amor é uma natureza morta. Tantas vezes a sentir essa força ligeira, ligeira morte, desapercebida. Entretanto a carne e a sua maneira de falar. Mas não foi por isso. Tentei sobre-viver hoje. Sobre-vivo pouco mas ando sempre meia atenta à sobre-vivência e hoje estive de um lado de cá de mim. Bati à porta como quem vende bíblias fingindo que é livre. E afundei abarrotada de vazio. Podia falar do tremor que sentia ou do teu silêncio mas não vale a pena. O tremor pertence-me e o teu silêncio dói. Eu, sentada à beira da mesa, estendida, a dizer que sim, pois que sim, o peso da contingência, mesmo assim à espera<br />
de compreender se haveria um momento em que a doçura entrasse, com ou sem vestes de volúpia. <em>Faço de ti matéria macia e doce</em> e não entrevejo dentes que possam ferir-nos. Mas existe o Bem e o Mal e arrancaste-me o Mal da boca. Eu ia muito longe buscar imagens. Afundei. Não faz mal. Sou rica em abrigos oceânicos. Mas estou aqui. A ver-te libertar-te de mim, sem saber se te dói pouco ou nada. <br /><br />Toca uma campainha. Eu atendo. Não convém perdermo-nos das contingências. O céu quebra-se vezes demais.<br />
<br /><br />
MRF<br />
2007</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-69502909929792841682014-06-18T00:36:00.003+01:002014-06-18T00:36:48.885+01:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span class="userContent"><div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_53a0d05d4eed77569236049">
o que mais desejo é oferecer-lhe tesouros<br /> hoje perdi a cabeça: comprei-lhe um trompete<br /> ele dedilha, sopra, toca toda a noite<br /> uma música que não abre janelas<br /> vagueia dentro de nós em círculos e nos<br /> perde no voo, beija no ar, afaga ambos<span class="text_exposed_hide">...</span><span class="text_exposed_show"><br /><br /> na casa da noite compreenderam<br /> anjos solitários com fome de mim: afastaram-se<br /> as suas costas quentes, húmidas, curvam-se, erguem-se<br /> no comboio, cabeça cansada contra tarde escura<br /> adivinho que está à minha espera e já ouço <br /> alone together, almost blue, lets's get lost<br /><br /> até que exaustos mas leves, asas flectidas, patas recolhidas<br /> fechamos os olhos, adormecemos comigo<br /> deixando a noite imaginada fechar o dia <br /><br /> MRF<br /> 2006</span></div>
</span></div>
<iframe width="420" height="315" src="//www.youtube.com/embed/eEcUONphecA" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-67669291565928362672014-06-17T18:29:00.001+01:002014-06-17T18:29:31.571+01:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">partíamos para as nossas vidas e de tempos a tempos, em pequenos compassos, pensava em ti, o que farias naquele preciso momento, se alguém te abraçaria e quem, e com quanta doçura, e depois, depois esperava que fosses feliz e tentava ser feliz nos braços que me eram familiares, sabendo que não há <em>gente feliz sem lágrimas</em>.</span></div>
<br /><br />
MRF<br />
Março 2006</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-42916082644745241072014-06-11T18:50:00.001+01:002014-06-11T18:55:19.421+01:00Pois é<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/1N97Cbv8xZs" width="420"></iframe><br />
<br />
<div data-linhas="53" id="div_letra">
Pois é!<br />
Fica o dito e o redito<br />
Por não dito<br />
E é difícil dizer<br />
Que foi bonito<br />
É inútil cantar<br />
O que perdi...<br />
Taí!<br />
Nosso mais-que-perfeito<br />
Está desfeito<br />
O que me parecia<br />
Tão direito<br />
Caiu desse jeito<br />
Sem perdão...<br />
Então!<br />
Disfarçar minha dor<br />
Eu não consigo dizer:<br />
Somos sempre bons amigos<br />
É muita mentira para mim...<br />
Enfim!<br />
Hoje na solidão<br />
Ainda custo<br />
A entender como o amor<br />
Foi tão injusto<br />
Prá quem só lhe foi<br />
Dedicação<br />
Pois é!<br />
Taí!<br />
Nosso mais-que-perfeito<br />
Está desfeito<br />
O que me parecia<br />
Tão direito<br />
Caiu desse jeito<br />
Sem perdão...<br />
Então!<br />
Disfarçar minha dor<br />
Eu não consigo dizer:<br />
Somos sempre bons amigos<br />
É muita mentira para mim...<br />
Enfim!<br />
Hoje na solidão<br />
Ainda custo<br />
A entender como o amor<br />
Foi tão injusto<br />
Prá quem só lhe foi<br />
Dedicação<br />
Pois é! Então!</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-35662841706748083902014-06-11T18:45:00.002+01:002014-06-11T18:56:06.947+01:00Futuros amantes<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/mN306Fkg6Wg" width="420"></iframe>
<br />
Não se afobe, não<br />
Que nada é pra já<br />
O amor não tem pressa<span class="text_exposed_hide">...</span><span class="text_exposed_show"><br /> Ele pode esperar em silêncio<br /> Num fundo de armário<br /> Na posta-restante<br /> Milênios, milênios no ar</span><br />
<div class="text_exposed_show">
E quem sabe, então<br />
O Rio será<br />
Alguma cidade submersa<br />
Os escafandristas virão<br />
Explorar sua casa<br />
Seu quarto, suas coisas<br />
Sua alma, desvãos<br />
Sábios em vão<br />
Tentarão decifrar<br />
O eco de antigas palavras<br />
Fragmentos de cartas, poemas<br />
Mentiras, retratos<br />
Vestígios de estranha civilização<br />
Não se afobe, não<br />
Que nada é pra já<br />
Amores serão sempre amáveis<br />
Futuros amantes, quiçá<br />
Se amarão sem saber<br />
Com o amor que eu um dia<br />
Deixei pra você </div>
</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-65884347679002215122014-06-05T13:13:00.004+01:002014-06-05T13:13:57.311+01:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<a href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=732233286799753&set=a.100270586662696.360.100000392648754&type=1&theater" target="_blank"><span style="color: blue; font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-large;">Apresentação de PASSAGENS de TEOLINDA GERSÃO em Coimbra, dia 7 de Junho. </span></a></div>
</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-40951923024343137042014-06-05T12:55:00.001+01:002014-06-05T12:55:20.286+01:00Passagens<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}"><span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">"(...) São sempre os outros que vemos morrer, mas também um dia a morte bate contra nós: um carro que se despista numa curva, um pneu que rebenta (...). Num segundo acabou, tudo aconteceu muito depressa. Há coisas que não podemos controlar. <br /><br /> (...) Um dia não controlamos o que nos acontece e subimos no elevador a caminho do quarto de um motel. <br /><br /> (...) Podíamos escolher sim ou não, mas escolhemos sim. Estamos vivos, conscientes. (...)<br /><br /> A vida pulsando, indiferente ao bem e ao mal. O coração batendo, o sangue circulando, o corpo vivo.<br /> E no entanto a realidade vem sempre outra vez ter connosco. "<br /><br /> in </span><a data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100002615036351" href="https://www.facebook.com/teolinda.gersao.50" saprocessedanchor="true"><span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">Teolinda Gersão</span></a><span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">, PASSAGENS, Sextante Editora, 2014, p. 138</span></span></div>
</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-61288030356472062072014-05-19T15:14:00.000+01:002014-05-19T15:18:24.255+01:00Triunfo do Amor Português<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
<span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O amor é sempre trágico quando atinge o seu estado mais puro. (Agustina Bessa-Luís)<br /> Os grandes dramas de amor vivem-se na vizinhança da morte. Isso dá imediatamente uma trepidação ao diálogo amoroso que o torna, muitas vezes, insustentável. Essa insustentabilidade do amor é a grande condição da sua dignidade, é o requisito para a sua grandeza. O amor não é uma existência de pantufas; é uma exi<span class="text_exposed_hide">...</span></span><span class="text_exposed_show" style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">stência descalço. <br /> Às histórias de amor felizes falta-lhes o ensejo de serem grandes histórias de amor. Muitas delas nascem da rotina, do cálculo, da obrigação... As relações felizes são sempre assustadoramente miseráveis. Mas é possível admirar também a paciência com que as pessoas levam a sua cruz ao calvário, através de um matrimónio baço, de um companheirismo silencioso... O que se admira são outros sentimentos: a paciência, a conformação... (Mário Cláudio)</span></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
<span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}"><span class="text_exposed_show"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Não há amor sem culpa. (Agustina Bessa-Luís)</span></span></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
<span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}"><span class="text_exposed_show" style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Nos matrimónios baços a culpa não é vivida, não empolga a relação. Então é como se não estivesse lá. Mas está e às vezes rói, rói, rói durante anos e anos e anos até que as pessoas morrem felizes. (Mário Cláudio)</span></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;"><br /></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;"><span id="goog_1515207379"></span><span id="goog_1515207380"><br /></span></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman;"><span data-ft="{"tn":"K"}" data-reactid=".qg.1:3:1:$comment785656324778365_785659911444673:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body"><span class="UFICommentBody" data-reactid=".qg.1:3:1:$comment785656324778365_785659911444673:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0"><span data-reactid=".qg.1:3:1:$comment785656324778365_785659911444673:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.$end:0:$0:0">[Entrevista ao escritor Mário Cláudio. Programa BAIRRO ALTO. RTP2. 18-05-2014]</span></span></span></span></div>
</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-40659764480399427742014-05-16T15:20:00.000+01:002014-05-19T15:21:13.244+01:00The Neuroscience of Beauty <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="_1_n fsm fwn fcg">
<div class="uiSelector inlineBlock audienceSelector timelineAudienceSelector audienceSelectorNoTruncate dynamicIconSelector uiSelectorNormal uiSelectorDynamicTooltip">
<div class="uiToggle wrap">
<a ajaxify="/ajax/privacy/privacy_menu.php?iconsize=small&oid=785300578147273" aria-expanded="false" aria-haspopup="1" aria-label="Os teus amigos" class="uiSelectorButton uiButton uiButtonSuppressed uiButtonNoText" data-hover="tooltip" data-label="" data-length="30" data-oid="785300578147273" data-tooltip-alignh="center" data-tooltip="Os teus amigos" href="https://www.facebook.com/maria.fardilha#" rel="toggle" role="button"><i class="mrs defaultIcon customimg img sp_tl_T4GR6Alw sx_151e86"></i><span class="uiButtonText"></span></a></div>
</div>
</div>
<div class="_wk mbm" data-ft="{"tn":"K"}" style="text-align: justify;">
<span class="userContent"><a href="http://www.scientificamerican.com/article/the-neuroscience-of-beauty/" target="_blank"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">How does the brain appreciate art</span></a><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">? </span></span></div>
<div class="_wk mbm" data-ft="{"tn":"K"}" style="text-align: justify;">
<span class="userContent"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="_wk mbm" data-ft="{"tn":"K"}" style="text-align: justify;">
<span class="userContent"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Why would a part of the brain known to be important for the processing of pain and disgust turn out to the most important area for the appreciation of art?</span></span></div>
</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-48699847329806983952014-05-14T15:39:00.000+01:002014-05-19T15:43:19.438+01:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<a href="http://olamariana.blogspot.pt/2014/05/e-no-teu-silencio-vou-dizendo.html#comment-form" target="_blank"><span style="color: blue; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">E, no teu silêncio, vou dizendo...</span></a></div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-17174220286095967882014-04-27T15:25:00.000+01:002014-05-19T15:27:57.684+01:00Vasco Graça Moura<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
<span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Há muitos anos, a Anabela Mota Ribeiro tinha uma programa televisivo em que entrevistava casais. Vasco Graça Moura e a mulher de então, Rosarinho, foram um dos casais convidados. Nunca mais esqueci a crítica da minha homónima, que se queixava de que ele era demasiado pró-Cavaco (Primeiro-Ministro na altura!?), demasiado, demasiado! E eu a gostar tanto dela. Porque era verdade, era verdade! Mas dep<span class="text_exposed_hide">...</span><span class="text_exposed_show">ois ele começou a falar das filhas e leu alguns poemas que escrevera para elas. Belíssimos! Quanta sensibilidade, quanto amor! Vasco Graça Moura era grande na sua arte e imenso no seu saber humanista e erudito. De resto, preconceito meu, era essa imensa Cultura que me fazia não aceitar a sua associação àquele pequeno poder cinzentão e deprimente (que se perpetua...). E comprava os seus livros e admirava as suas épicas traduções, sempre segura da qualidade, sempre ligeiramente irritada. A morte lava as pequenas fúrias. Estou triste pela sua morte.</span></span></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;"><br /></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;"><br /></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: center;">
<span data-ft="{"tn":"K"}" data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body"><span class="UFICommentBody" data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0"><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.0"><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.0.$end:0:$0:0"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">As meninas</span></span></span></span></span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS;"><span data-ft="{"tn":"K"}" data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body"><span class="UFICommentBody" data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0"><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.0"><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.0.$end:0:$0:0"></span></span><div class="text_exposed_root text_exposed" style="text-align: center;">
<span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.0"><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.0.$end:0:$1:0" /><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.0.$end:0:$2:0">as minhas filhas nadam. a mais nova</span><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.0.$end:0:$3:0" /><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.0.$end:0:$4:0">leva nos braços bóias pequeninas,</span></span></span><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3"><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0"><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$1:0" /><span style="font-family: Times New Roman;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$2:0">a outra dá um salto e põe à prova</span><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$3:0" /><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$4:0">o corpo esguio, as longas pernas finas:</span><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$5:0" /><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$6:0">entre risadas como serpentinas,</span><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$7:0" /><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$8:0">vai como a formosinha numa trova,</span><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$9:0" /><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$10:0">salta a pés juntos, dedos nas narinas,</span><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$11:0" /><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$12:0">e emerge ao sol que o seu cabelo escova.</span><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$13:0" /><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$14:0">a água tem a pele azul-turquesa</span><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$15:0" /><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$16:0">e brilhos e salpicos, e mergulham</span><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$17:0" /><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$18:0">feitas pura alegria incandescente.</span><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$19:0" /><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$20:0">e ficam, de ternura e de surpresa,</span><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$21:0" /><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$22:0">nas toalhas de cor em que se embrulham,</span><br data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$23:0" /><span data-reactid=".ty.1:3:1:$comment774372205906777_774401645903833:0.0.$right.0.$left.0.0.0:$comment-body.0.3.0.$end:0:$24:0">ninfinhas sobre a relva, de repente.</span></span></span></span></span></div>
</span></span></span></div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-76382472503180505772014-04-03T15:34:00.000+01:002014-05-19T15:34:51.114+01:00Manhã<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_537a161c899612d68407958">
<span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}">Está a chover a potes, o que não dá jeito nenhum para levar os ténis novos e a t-shirt verde que condiz tão bem, os primeiros presentes de aniversário... Diziam que hoje ia melhorar e é isto! Se tem algum jeito vestir impermeável por cima desta roupa! Mas vá, vamos, já estamos atrasadas... Na rotunda, a nossa saída está tapada por um carro que decidiu estacionar ali. De tempos a tempos, acontece. <span class="text_exposed_hide">...</span><span class="text_exposed_show">É por ser uma rua estreita, deve ser, não percebem!? Apita e ele sai. Obrigada, pá! Em frente à escola, a Ana ainda não tinha conseguido por a écharpe bem... Mãe, põe! Estamos atrasadas, diz a Sofia! Pára o carro que não dá para o pé ficar no travão enquanto te torces toda para lhe chegar ao pescoço... Olha, deixa estar! Ai é? Até logo, meninas! Avança e estaciona ao pé do mercado. Nada como comprar fruta, legumes e flores pela manhã! Ao entrar, ups, salta que ainda levas um pontapé! O senhor da banca onde vou está em plena acção. Agarra um homem que grita, esperneia, ameaça, sem resultado, que o rapaz é forte e prendeu-o bem. Rua daqui! Apanhado a roubar outra vez! Todos falam. Afinal quem foi apanhado é mesmo mau, só quem não vai à Caixa Geral de Depósitos quando ele vai receber a pensão, é que não sabe. Ficam todos cheios de medo, menos o senhor que o vê sempre, ele não! Mas olha rapaz, diz outro, não é preciso ser herói para pegar nele... Dá-se um empurrão e ele cai logo. Pois, mas tu fugiste, não foi? Vá, vá, mudemos de conversa! Quem deixou aqui o Correio da Manhã? Está toda a gente, incluindo eu, a colocar os sacos com as compras para pesar em cima do jornal. Não importa, diz o mesmo-assim-herói, esse jornal é só escândalos! É, não é? Está a perguntar-me? Pois, não é bem a melhor referência de jornalismo. Ora, diz as verdades, isso é que é, contrapõe bem alto uma senhora. Pois! Que os outros escondem as verdades e esse, pelo menos, diz as coisas como elas são! As narinas abrem e fecham, a senhora ficou irada em dois tempos, olha para mim com ar de "deves achar que me enganas". Paga e diz que sim. Bom dia e vai à banca das flores. Levo estas. Pois nem acredita, há uma senhora que compra sempre essas flores, dessa cor, há várias semanas. É que parece que nem gosta de mais nada, santo Deus! Quer que corte o pé ou a altura está boa? Corte um bocadinho! Estas aguentam-se bem se a água estiver fresquinha. Com este tempo duram mais! Bom dia e vai ao quiosque. Olha lá vem ele? Diga!? Devia ser proibido assustar assim as pessoas! Está a ouvir? Olhe, olhe! Então? Passa por aqui a esta hora todos os dias. A sirene inunda a praça. Não há urgência mas o motorista da ambulância liga-a sempre para passar nos sinais da Avenida. Faz isso duas vezes por dia. Não há direito. Sobressalta. Pensa-se logo o pior pela manhã! Essa não sabia! Pois, mas é verdade. Uma vergonha! Chega-se ao carro e escapou-se à multa da Polícia Municipal. Sorriso. A esta hora ainda não saíram para a rua. É só depois das 9h/9h30 que os carros são varridos a papelinhos. Arranca. Outra rotunda. Camião avariado mesmo no meio. Livra! Mas pronto, o dia só começou agora.</span></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed">
<span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}"><span class="text_exposed_show"><br /></span></span></div>
<div class="text_exposed_root text_exposed">
<span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}"><span class="text_exposed_show">MRF</span></span></div>
</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-50913589519919497252014-04-03T15:30:00.000+01:002014-05-19T15:36:44.358+01:00As minhas meninas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span class="userContent"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">As meninas são minhas, só minhas, na minha ilusão, as minhas meninas no meu coração.</span> </span><br />
<br /></div>
</div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/lSP5vWbX57Q" width="420"></iframe><br /></div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-29556890459583023332014-04-03T12:20:00.000+01:002014-04-03T12:20:00.072+01:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
do amor <br />
<br /><br />
<div style="text-align: right;">
às minhas duas filhas
</div>
<br /><br />
<br /><br />
... <i>e ela disse que eu vos amava porque vocês são uma extensão de mim, como se o meu corpo e tudo o que eu sou se dilatasse, se estendesse, desdobrado nas duas que sois, e completo nas duas que sois, como se eu fosse com vocês um espaço contido em limites, como se eu fosse um tempo que não expirasse com a minha morte. e eu não consegui dizer que não mas é não. o meu amor por vós tem o fundamento da vossa estranheza, das vossas dores e fragilidades__ que não são minhas, da vossa inocência e esperança__ que não são minhas, da vossa beleza e encanto__ que não são meus. e é imenso. desmesurado. às vezes maior do que as minhas forças e competências. e o amor, esse amor, nasce de um dom que eu tenho e que não vou perder. um dom que se revelou face à vossa estranheza. de vos querer servir bem no amor. de vos dar o que sei ___ e às vezes até a minha ignorância. de vos dar cuidados e beijos. até à exaustão. até parecer que me extingo. e em dias bons, e são muitos os dias bons, até parecer que sou feliz.
o que é meu é só esse amor, não vós</i>. </div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-90806855346908402672014-01-28T15:19:00.001+00:002014-01-28T15:19:16.834+00:00Lis, no peito<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span class="userContent" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A única entrevista filmada a Clarice Lispector. "Tímida e ousada". "Triste e solitária". Clarice fala, morta, no seu túmulo. "Lis no peito".</span></div>
<br /><br />
<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/w1zwGLBpULs?rel=0" width="560"></iframe><br /></div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-3464632496306718492014-01-28T15:15:00.001+00:002014-01-28T15:15:25.199+00:00Woolf<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Virginia Woolf, reflectindo sobre escrita, criação de palavras e de beleza e sobre crítica literária. A gravação áudio é uma raridade: datada de 1937 (BBC), foi a única de VW que sobreviveu.
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Com o seu " old upper class British accent", ela soa a páginas de um livro que se folheia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://www.theparisreview.org/blog/2013/05/21/have-you-ever-heard-virginia-woolf-speak/" target="_blank"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Have You Ever Heard Virginia Woolf Speak?</span></a></div>
</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-14426608644434642852013-05-01T02:37:00.000+01:002013-05-01T02:37:01.146+01:00«Eu devia ter sido um ferro de duas garras/ A rasgar o fundo desses mares de silêncio.»<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4T7nEBAsC4oiJT6dqP936SkYr0pO8CTEqovfgt_JSifsGNGOABFXuLFhVP5JEhnbglhB9rcR5IU3fH4_r8Kqhp202IfXtNghs1nqdHBKDzpm3EsNNBluY4jthCeujPF4aa1JKJQ/s1600/Bill+Brandt+(1904-1983).Misty+evening+in+Sheffield,+1937.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4T7nEBAsC4oiJT6dqP936SkYr0pO8CTEqovfgt_JSifsGNGOABFXuLFhVP5JEhnbglhB9rcR5IU3fH4_r8Kqhp202IfXtNghs1nqdHBKDzpm3EsNNBluY4jthCeujPF4aa1JKJQ/s400/Bill+Brandt+(1904-1983).Misty+evening+in+Sheffield,+1937.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6fy_cSl7BL3UzY7lpJYDboKLU4oqPkLs-yRV_HxPkSq9oiJM-lh3yOrQ7PuHTv3hNarfqxXuaP1OEMXwrMKsvs_zOipUg45gYGXkxcgxhVSv4nOuR26WabkpYMmKOKG293J6Iwg/s1600/Rainswept+roofs,+1937+-Brandt+fotografou+grandes+cidades+inglesas+em+plena+crise+econ%C3%B4mica+de+1929.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6fy_cSl7BL3UzY7lpJYDboKLU4oqPkLs-yRV_HxPkSq9oiJM-lh3yOrQ7PuHTv3hNarfqxXuaP1OEMXwrMKsvs_zOipUg45gYGXkxcgxhVSv4nOuR26WabkpYMmKOKG293J6Iwg/s400/Rainswept+roofs,+1937+-Brandt+fotografou+grandes+cidades+inglesas+em+plena+crise+econ%C3%B4mica+de+1929.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Então vem, vamos juntos os dois,<br /> A noite cai e já se estende pelo céu,<br /> Parece um doente adormecido a éter sobre a mesa;<br /> Vem comigo por certas ruas semidesertas<br /> Que são refúgio de vozes murmuradas<br /> De noites sem repouso em hotéis baratos<span class="text_exposed_hide">...</span></span><span class="text_exposed_show"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"> de uma noite<br /> E restaurantes com serradura e conchas de ostra:<br /> Ruas que se prolongam como argumento enfadonho<br /> De insidiosa intenção<br /> Que te arrasta àquela questão inevitável...<br /> Oh, não perguntes "Qual será?"<br /> Vem lá comigo fazer a tal visita.<br /> (...)<br /> A névoa amarela que esfrega as costas nas vidraças<br /> O fumo amarelo que esfrega o focinho as vidraças<br /> Passou a língua dentro dos recantos da noite,<br /> Demorou-se nos charcos que ficam nas sarjetas,<br /> Deixou cair nas costas a fuligem solta das chaminés,<br /> Deslizou pelo terraço, de repente deu um salto, <br /> E, ao ver serena aquela noite de Outubro, <br /> Deu uma volta à casa, enroscou-se e dormiu. <br /> (...) </span></span><br />
<span class="text_exposed_show"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Eu devia ter sido um ferro de duas garras
</span></span><br />
<span class="text_exposed_show"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A rasgar o fundo desses mares de silêncio </span></span><br />
<span class="text_exposed_show"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">(...)</span></span><br />
<span class="text_exposed_show"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="text_exposed_show"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><br /><br /> T.S. Eliot, "A Canção de Amor de J. Alfred Prufrock", <br /> Prefácio e tradução de João Almeida Flor, Assírio & Alvim, 1985<br /><br /> </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">P.S.: O poema foi publicado pela primeira vez em 1917 no livro intitulado "Prufrock and other observations".</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">Imagem: Bill Brandt (1904-1983). Primeira Foto: <i>Misty evening in Sheffield</i>, 1937; Segunda Foto: <i>Rainswept roofs in Sheffield</i>, 1937.</span>
</div>
</div>Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-86340435209927993022013-04-26T10:29:00.000+01:002013-04-26T10:29:00.851+01:00Éramos deuses<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span class="messageBody" data-ft="{"type":3}">Éramos deuses<br /> e fizeram-nos escravos.<br /> Éramos filhos do sol<br /><span class="text_exposed_show">e consolaram-nos <br /> com medalhas de lata.<br /> Éramos poemas<br /> e puseram-nos a<br /> recitar uma esmolinha<br /> por amor de Deus.</span></span><br />
<br />
<br />
<span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><span class="text_exposed_show"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"></span></span></span><br />
<span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><span class="text_exposed_show"><span class="messageBody" data-ft="{"type":3}"><div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_500a72f84c79d9587517129">
GONZALO ARANGO (1931-1976)</div>
</span></span></span><br /></div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-39666893687864614102013-03-12T08:14:00.000+00:002013-03-12T08:14:34.796+00:00Manifesto pela Democratização do Regime<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: Cambria;">A tragédia social, económica e
financeira a que vários governos conduziram Portugal interpela a consciência
dos portugueses no sentido de porem em causa os partidos políticos que, nos
últimos vinte anos, criaram uma classe que governa o País sem grandeza, sem
ética e sem sentido de Estado, dificultando a participação democrática dos
cidadãos e impedindo que o sistema político permita o aparecimento de
verdadeiras alternativas.</span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">Neste quadro, a rotação no poder
não tem servido os interesses do Povo. Ela serve sobretudo para esconder a
realidade, desperdiçando a força anímica e a capacidade de trabalho dos
portugueses, bem como as diversas oportunidades de desenvolvimento que o País
tem tido, como aconteceu com muitos dos apoios recebidos da União Europeia.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">A obsessão do poder pelo poder, a
inexperiência governativa e a impreparação das juventudes partidárias que, com
inusitada facilidade e sem experiência profissional ou percurso cívico, chegam
ao topo do poder político, servem essencialmente objectivos e interesses
restritos, nacionais e internacionais, daqueles que utilizam o Estado para os
seus próprios fins.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">O factor trabalho e a
prosperidade das pessoas e das famílias, base do progresso da Nação, são
constantemente postos em causa pela austeridade sem desígnio e pelos
sacrifícios impostos aos trabalhadores, como se fossem eles, e não os
dirigentes, os responsáveis pelo desgoverno do Estado e pelo endividamento
excessivo a que sucessivos governos conduziram Portugal.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">Como se isso não bastasse, o
poder político enveredou pela afronta de culpar os portugueses, procurando
constantemente dividi-los: os mais novos contra os mais velhos, os empregados
contra os desempregados, os funcionários públicos contra os trabalhadores do
sector privado.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">A Assembleia da República, sede
da democracia, desacreditou-se, com os deputados a serem escolhidos, não pelos
eleitores, mas pelas direcções partidárias, que colocam muitas vezes os seus
próprios interesses acima dos interesses da Nação. A Assembleia da República representa
hoje sobretudo – com honrosas excepções – um emprego garantido, conseguido por
anos de subserviência às direcções partidárias e de onde desapareceu a vontade
de ajuizar e de controlar os actos dos governos.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">A Nação portuguesa encontra-se em
desespero e sob vigilância internacional. Governos sem ideias, sem convicções,
sem sabedoria nem estratégia para o progresso do País, colocaram os portugueses
numa situação de falência, sem esperança, rumo ou confiança.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O Estado Social está a desmoronar-se, mais do
que a racionalizar-se, deixando em angústia crescente centenas de milhares de
desempregados e de novos pobres. </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">E não é apenas o presente que
está em desagregação. É simultaneamente o futuro de dezenas de milhares de jovens
sem emprego ou com salários que não permitem lançar um projecto de vida. </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">Só por incompetência partidária e
governativa se pode afirmar que os portugueses têm vivido acima das suas posses
-como se as posses de milhões de famílias que recebem menos de mil euros por
mês fosse o problema- ou que não existem alternativas aos sacrifícios
exagerados impostos aos mais pobres e à classe média.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">É urgente mudar Portugal, dando
conteúdo positivo à revolta e à crescente indignação dos portugueses. As
grandes manifestações já realizadas mostraram de forma inequívoca o que milhões
de portugueses pensam do sistema político e da nomenclatura governativa.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">Há uma diferença dramática entre
os políticos que pensam na próxima geração e os que pensam sobretudo na próxima
eleição. A sociedade portuguesa tem naturalmente respeito pelas figuras
políticas e pelos partidos que foram determinantes no regresso do País a um
Estado de Direito Democrático. E pelos políticos que, com visão, souberam
recolocar Portugal na Europa.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">O que está hoje em causa já não é
a opção pela democracia, mas torná-la efectiva e participada. Já não está em
causa aderir à Europa, mas participar no relançamento do projecto europeu. Não
está em causa governar, mas corrigir um rumo que nos conduziu à actual crise e
realizar as mudanças que isso implica.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">Todavia, nada será possível sem
um processo de reformas profundas no Estado e na economia, reformas cujos
obstáculos estão, em primeiro lugar, nos interesses de uma classe política
instalada e na promiscuidade entre o poder político e os interesses
financeiros.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">Impõe-se uma ruptura, que a nosso
ver passa por três passos fundamentais: </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Cambria;">- Em primeiro lugar, por leis eleitorais transparentes e democráticas
que viabilizem eleições primárias abertas aos cidadãos na escolha dos
candidatos a todos os cargos políticos;<o:p></o:p></span></b></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Cambria;">- Em segundo lugar, pela abertura da possibilidade de apresentação de
listas nominais, de cidadãos, em eleições para a Assembleia da República. Igualmente,
tornando obrigatório o voto nominal nas listas partidárias;<o:p></o:p></span></b></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Cambria;">- Em terceiro lugar, é fundamental garantir a igualdade de condições no
financiamento das campanhas eleitorais. O actual sistema assegura, através de
fundos públicos, um financiamento das campanhas eleitorais que contribui para a
promoção de políticos incompetentes e a consequente perpetuação do sistema.<o:p></o:p></span></b></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: Cambria;"> </span></o:p><span style="font-family: Cambria;">Esta ruptura visa um objectivo
nacional, que todos os sectores da sociedade podem e devem apoiar. Alterar o
sistema político elimina o pior dos males que afecta a democracia portuguesa.
Se há matéria que justifica a união de todos os portugueses, dando conteúdo às
manifestações de indignação que têm reclamado a mudança, é precisamente a
democratização do sistema político.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>É urgente reivindicar este objectivo nacional
com firmeza, exigindo de todos os partidos a legislação necessária. Queremos
que eles assumam este dever patriótico e tenham a coragem de –para o efeito– se
entenderem. Ou então que submetam a Referendo Nacional estas reformas que
propomos e que não queiram assumir. Os portugueses saberão entender o desafio e
pronunciar-se responsavelmente. </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">Entretanto, os signatários
comprometem-se a lançar um movimento, aberto a todas as correntes de opinião, que
terá como objectivo fazer aprovar no Parlamento novas leis eleitorais e do
financiamento das campanhas eleitorais.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Cambria;">A Pátria Portuguesa corre perigo.
É urgente dar conteúdo político e democrático ao sentimento de revolta dos
portugueses. A solução passa obrigatoriamente pelo fim da concentração de todo
o poder político nos partidos e na reconstrução de um regime verdadeiramente
democrático. </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: Cambria;"> </span></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Cambria;">Os signatários</span></div>
<br />
Abílio Neves Marques Afonso, Economista, Lisboa<br />
Álvaro Órfão, Aposentado, Marinha Grande
<br />
Amílcar Martins, Engenheiro, Lisboa
<br />
Ana Cristina Figueiredo, Jurista, Oeiras
<br />
André Fonseca Ferreira, Consultor de Inovação, Lisboa
<br />
António Cerveira Pinto, Publicista ,Cascais
<br />
António Curto, Bancário, Lisboa
<br />
António Gomes Marques, Bancário, Loures
<br />
António Mota Redol, Engenheiro, Costa da Caparica
<br />
Armando Ramalho, Gestor, Odivelas
<br />
Arsénio Mota, Escritor, Porto
<br />
Carlos Filipe, Empresário, Lisboa
<br />
Carlos Loures, Escritor, Mafra
<br />
Clarisse Aurora Marques, Agrónoma, Amadora
<br />
Dulce Mendes, Médica, Marinha Grande<br />
Edmundo Pedro, Correspondente de
Línguas, Lisboa
<br />
Eduardo Correia, Professor Universitário, Cascais
<br />
Elísio Estanque, Professor Univ., Sociólogo, Coimbra
<br />
Emerenciano, Artista Plástico (pintor), Porto
<br />
Eurico de Figueiredo, Prof. Cated. de Psiquiatria
Jubilado da Univ. Porto, Porto
<br />
Fernando Lima Antunes, Engenheiro, Lisboa
<br />
Fernando dos Reis Condesso, Professor Catedrático da
Universidade de Lisboa, Lisboa<br />
Helena Ramalho, Tradutora e Docente, Carcavelos
<br />
Hélder Costa, Escritor e Encenador, Lisboa
<br />
Henrique Neto, Empresário, Marinha Grande
<br />
Herberto Goulart, Economista, Lisboa
<br />
Jaime do Vale, Empresário, Oeiras
<br />
João Gil, Músico, Cascais
<br />
Joaquim Ventura Leite, Economista, Grândola
<br />
Jorge Martins, Empresário, Marinha Grande
<br />
Jorge Veludo, Dirigente Sindical, Lisboa
<br />
José Adelino Maltês, Professor Catedrático
da Univer. de Lisboa, Lisboa
<br />
José Almeida Serra, Economista, Lisboa
<br />
José Manuel C. S. Miranda, Bancário reformado, Lisboa
<br />
José Manuel Pereira da Silva, Arquitecto, Caldas da Rainha
<br />
José Quintela Soares, Economista, Lisboa
<br />
José Veiga Simão, Professor Catedrático
da Universidade Coimbra, Lisboa
<br />
Júlio Marques Mota, Professor Universitário
Aposentado, Coimbra
<br />
Luís Azevedo, Investigador Universitário, Lisboa
<br />
Luís Salgado de Matos, Cientista Social, Lisboa
<br />
Manuel G. Simões, Professor Universitário
Aposentado, Amadora
<br />
Manuel Maria Carrilho, Professor Catedrático da
Univ. Nova Lisboa, Lisboa
<br />
Manuel Nobre Gusmão, Advogado, Cascais
<br />
Manuela Menezes, Engenheira, Lisboa
<br />
Margarida Rocha e Costa, Economista, Lisboa
<br />
Maria Albertina B. Campos, Notária, Arcos Valdevez
<br />
Maria da Conceição Bapt. Silvestre, Investigadora e Prof. do
Ensino Secundário, Lisboa
<br />
Maria José Mota, Jurista, Lisboa
<br />
Maria do Rosário B. S. Fardilha, Socióloga, Aveiro
<br />
Maria Perpétua Rocha, Médica, Lisboa<br />
Maria Teresa S. F. Sampaio, Filósofa, Lisboa
<br />
Mário Montez, Docente E. S. Politécnico, Coimbra
<br />
Miguel Cambraia Duarte, Oficial de Marinha, Oeiras
<br />
Paulo Soares, Advogado, Lisboa
<br />
Pedro Teixeira da Mota, Investigador, Lisboa
<br />
Rómulo Machado, Advogado, Cascais
<br />
Rui Tavares, Historiador/Deputado
Parlamento Europeu, Bruxelas
<br />
Telmo Ferraz, Empresário, Marinha Grande
<br />
Vasco Lourenço, Militar Reformado, Lisboa
</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-91876703115477208952013-02-20T00:30:00.000+00:002013-02-20T00:30:02.595+00:00É o mais certo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWCzp2gyfkNeE4XzzqvKhud8WtEA59bGz3Ow5OabsJlzPkM4wglcW3HKICxUFTqkkFHqdflK2aJpOLeRR4C11pGDeAEl8vm6TVOAfnxIaYrMWCu02m2gntv61MTpR9dPxoQL896w/s1600/Bea%2520Emsbach%25201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWCzp2gyfkNeE4XzzqvKhud8WtEA59bGz3Ow5OabsJlzPkM4wglcW3HKICxUFTqkkFHqdflK2aJpOLeRR4C11pGDeAEl8vm6TVOAfnxIaYrMWCu02m2gntv61MTpR9dPxoQL896w/s640/Bea%2520Emsbach%25201.jpg" width="456" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">Bea Emsbach</span>
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
I</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: verdana;">é o mais certo. mesmo que os rebentos se puxem. pelo menos os pés, continuam agarrados à cabeça das mães.</span></div>
<div align="justify">
<span style="font-family: Verdana;">e elas agarram-se umas às outras. que condói este parto. de cortar o cordão ao longo das vidas.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
II</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: verdana;">é o mais certo. mesmo que Pentesileias e batalhas com Ulisses, mesmo que arco-flecha e lança, de seios comprimidos queimados cortados, nunca seremos a-mazós amazonas mulheres sem peito. varonis e robustas em Termodonte batalhas que perdemos, vingamo-nos com sangue e inocência. movidas pelo desespero da beleza.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
MRF</div>
<div style="text-align: left;">
2005</div>
</div>Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-34097230118345035762013-02-12T07:00:00.000+00:002013-02-12T07:00:04.363+00:00Amado mio<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/gUuda4mbRcA" width="420"></iframe><br /></div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-89597963885859235152013-01-20T01:16:00.000+00:002013-01-20T01:16:00.763+00:00Pensamentos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyvhqzmHYU_45RrGLtSSRPqajVLpDkCIpE-Z1QObzjyTDSHPxtNCELZcwR3K1D6Dzvse8jFOEmIeEwvpIsvc3GKDm8fNFRLwWpaq9wciIk46UOGMf-KmZvikbe2uAOb03KvcgULg/s1600/Yves%2520Netzhammer%2520-%2520T%2520-%25202003.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyvhqzmHYU_45RrGLtSSRPqajVLpDkCIpE-Z1QObzjyTDSHPxtNCELZcwR3K1D6Dzvse8jFOEmIeEwvpIsvc3GKDm8fNFRLwWpaq9wciIk46UOGMf-KmZvikbe2uAOb03KvcgULg/s400/Yves%2520Netzhammer%2520-%2520T%2520-%25202003.jpg" width="305" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">Ives Netzhammer</span>
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: arial;">aconteceu-lhe ter dois pensamentos simultâneos ao olhar para ele.<br />o primeiro nasceu do odor da sua voz do som da sua pele da cor dos sentidos do silêncio sinfónico. cresceu no presente do indicativo mais pessoal. e era premente. <em>fazes-me querer viver</em>.<br />fractal, o segundo. como duas ilhas, não sendo certa a força que os fazia pertencerem ao mesmo arquipélago. <em>quero no futuro que digam de nós que somos velhos e fragéis de força mas sempre amantes. como se o calor dos nossos corpos hoje transbordasse até os nossos corpos vergados desse muito depois de amanhã</em>.<br /><br />e então ela ascendeu aos céus. para congelar o momento. e afinal não viveu.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: arial;">MRF</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: arial;">2005</span></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
</div>Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-33459885945337178022013-01-07T09:00:00.000+00:002013-01-07T09:00:01.304+00:00Adeus<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/_vZzGhXXiUw" width="560"></iframe>
<br />
<br />
<em>ai não sei de mim... ai não sinto nada...</em>
<br />
ai e não voltarei...</div>
Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9241586.post-83633240342141522712013-01-07T02:15:00.001+00:002013-01-07T02:19:08.801+00:00Migração<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Daqui a algumas horas vou mudar de Estado. Vou juntar-me a todos os que migram para deixar de ser o que eram. Não sei se falo a língua do meu destino.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS;"></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS;"></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS;">MRF,</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS;">Ágora(fobia)</span>Maria do Rosário Sousa Fardilhahttp://www.blogger.com/profile/02237644688913808417noreply@blogger.com2