6.1.05

A Política como vocação

Em 1919 Max Weber publica A Política como Vocação.* Será que Santana Lopes teve tempo para ler esta obra?

O chefe depende para o seu triunfo do funcionamento deste aparelho (partidário), dependendo portanto dos motivos do aparelho e não dos seus próprios. Tem pois que assegurar permanentemente essas recompensas para os partidários de que necessita (...) Nessas condições, o resultado objectivo da sua acção não lhe fica nas mãos, sendo-lhe imposto por motivos éticos, predominantemente abjectos, dos seus sequazes, que só podem ser refreados na medida em que pelo menos uma parte deles, que neste mundo nunca será a maioria, seja animada por uma nobre fé na sua pessoa e na sua causa. (...) e o que sucede é que, após a revolução emocional, o quotidianismo tradicional volta a impôr-se: os heróis da fé e a própria fé desaparecem ou, o que é ainda mais eficaz, transformam-se em parte constitutiva da fraseologia dos aldrabões e dos técnicos da política.(...) O génio ou o demónio da política vive em íntima tensão com o deus do amor...

*in Max Weber, O Político e o Cientista, Ed. Presença, pp 93

4 comentários:

mfc disse...

Qualquer aparelho sobressai com a mediocridade do seu líder.

Didas disse...

Não leu porque não tinha bonecos para colorir.

Ivar C disse...

Deve ter tido. Pelo menos chegou a secretário-geral do PSD, aparelho cujo funcionamento se baseia em lamber botas toda a vida até que, num instante e de forma parcialmente aleatória, se começa a sentir lambidelas nas próprias botas. Um funcionamento que atenua a dependência do chefe relativamente aos motivos do aparelho.

Este blogue é bonito.

Francis disse...

Tanto quanto sei, ele só lê a EGO.