16.10.11

António Lobo Antunes

"É o poder económico que manda [nos partidos políticos]. (...) A Cultura é a base de tudo, para além da bondade, da tolerância. (...) Os países mais cultos da Europa não estão em crise [Suécia, Noruega, Alemanha, Finlândia]. Quem está em crise são os países onde a cultura é menos desenvolvida e foi menos apoiada. É a Grécia, Portugal..., isto é tão evidente! Se se comparar a taxa de leitura [dos países referidos] com a taxa de leitura dos portugueses, a diferença é brutal! (...) Os grandes autores não estão nas livrarias. Se for procurar Camões ou Fernão Lopes, eles não têm. Têm livros de auto-ajuda. (...) É preciso estar muito perdido para acreditar numa pessoa assim [Alberto João Jardim]. (...) Achava impossível poder-se construir um ser humano assim. O André Brun que foi um dos grandes humoristas portugueses nunca conseguiu construir uma personagem assim. O problema é a desgraça que essas pessoas podem trazer atrás delas.(...) O consumo do pão baixou 30 a 40%, isto é inadmissível. Quem foram os malandros que fizeram isto ao meu país?"



António Lobo Antunes, «[quando esteve doente] estava grávido da morte». «Ninguém está preparado para morrer e o drama é que também muito poucas pessoas estão preparadas para viver. Nós vivemos muito mal.»
[quando esteve doente], «a pessoa que me ajudou mais foi o Júlio Pomar, ele teve o mesmo cancro que eu tive, e a frase que ele me disse foi "aguenta-te"». «A maçada da morte é que se fica morto muito tempo».

1 comentário:

Claudia Sousa Dias disse...

no nosso país a cultura não serve para nada. E as pessoas tÊm tempo para tudo menos para ler.