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No Carvoeiro, sobre a falésia, vivem pessoas e gaivotas. Os hotéis e aldeamentos turísticos continuam a crescer como cogumelos, invadindo áreas até há pouco exclusivas destas aves. Resta-lhes a encosta escarpada e acidentada, inacessível aos humanos. Mas invasão com invasão se paga! As gaivotas sobrevoam as casas, pousam nos beirais, mergulham nas piscinas. Esta veio bater-nos à janela todos os dias e acabou por se tornar uma parceira do fim de semana. Um Larus hyperboreus ou um Larus fuscus, fiquei na dúvida, grande, de bico imponente. Amigável mas, diga-se, exigente. No primeiro dia aceitou o pão que lhe demos; depois de provar um pouco de queijo e de fiambre, nunca mais quis outra coisa. O pão que fosse para os pardais que também por lá andavam!
Apareceu todos os dias e, depois de perder o medo, ficava a escutar as nossas conversas a alguns palmos de distância. Ainda cheguei a pensar que era um espião, com vontade de conhecer os novos planos urbanísticos para a região. Coitado, não teve sorte, sobre essa matéria percebemos menos que ele...
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