25.4.08

Que o tempo não desbarata

Cruzeiro Seixas
Cavalo e Cavaleiro eram agora um vivo que possuíam todo o espaço
Desenho s/ papel - 21x29 cm - 1972



Sexta-feira, dia 23 de Abril, comemorou-se o Dia Internacional do livro. Foi em Espanha que surgiu esta ideia de festejar o livro, e a data escolhida sempre homenageou Miguel de Cervantes. Até 1930, coincidia com a sua data de nascimento; nesse ano foi alterada para 23 de abril, dia do seu falecimento.
Só em 1995, a UNESCO instituiu 23 de abril como o Dia Internacional do Livro e dos direitos dos autores.

Comprei há pouco tempo uma edição de D. Quixote de La Mancha (Círculo de Leitores). Devolvi à precedência o exemplar que o meu pai também já adquirira a essa editora há algumas décadas atrás. O meu D. Quixote parece ter outro sabor, não sei bem porquê. Tenho-o desfolhado aos poucos, saltitando páginas, feliz por reencontrar passagens que retive na primeira leitura. Talvez não saibam, mas
o livro foi publicado em Portugal no mesmo ano em que foi editado em Madrid (1605). A obra escapou às perseguições do Santo Ofício.

Decidi associá-lo à comemoração do 25 de Abril. As aventuras do Ingenioso Hidalgo não podiam cair no esquecimento. As aventuras dos nossos capitães também não. Fiquei feliz por assistir a tantas (boas) reportagens e entrevistas televisivas nas últimas semanas, nomeadamente na RTP. Como Cervantes, «não podia inclinar-me a crer que tão galharda história tivesse ficado manca, e já atirava a culpa à malignidade do tempo devorador e consumidor de todas as coisas, que ou tinha aquilo oculto, ou o desbaratara e perdera(pp. 85, Vol. I).

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