Em 11 dos 18 distritos do Continente, a percentagem de votos no Sim foi superior à de votos no Não. O Sim venceu... no Centro e Sul do país. Beja e Setúbal registaram o score mais elevado, com 83.90% e 81.89%, respectivamente, de votos a favor da despenalização. Os outros distritos alentejanos, Évora e Portalegre, com 78.39% e 74.45%, foram os que mais se aproximaram dessa ordem de valores.
Faro, com 73.64% de votos no Sim, permite alargar essa tendência até ao Sul do país.
Lisboa (71.47%) e Santarém (65.07%); na Beira Litoral, Leiria (58.33%) e Coimbra (62.97%); na Beira Baixa, Castelo Branco (61.63%), todos disseram Sim.
E depois, acima da linha do Mondego, todos dizem maioritariamente Não, com a excepção do distrito do Porto (em que 54.39% dos votantes escolheu o Sim).
Ainda na Beira Litoral, em Aveiro, o Não foi a opção de cerca de 55% dos votantes. Na Beira Alta, Viseu registou um dos maiores scores para o Não (61.49%) enquanto que na Guarda as votações foram mais equilibradas (mas o Não obteve 53.15% dos votos).
Vila Real destaca-se com 61.89% dos votantes a defender a Não despenalização do aborto. Ali ao lado, Bragança, não se afasta da tendência, com 59% de votos no Não. Nem os vizinhos distritos do Minho: Viana do Castelo (59.59%) e Braga (58.80%).
Fico com a impressão de que temos dois países. Mas o que pode justificar esta "cisão"? A influência da Igreja é assim tão absolutamente desigual? São tão grandes as assimetrias no grau de desenvolvimento socio-económico? As preferências partidárias, combinadas com as posições/acções partidárias, convergiram no Sul, e funcionaram de forma mais autónoma nos distritos a Norte?
Não vi dados sobre a distribuição dos votos por faixa etária ou sexo, mas quando um distrito ultrapassa os 80% de votos no Sim, falta pouco para a unanimidade. E quase 62% de votos no Não em Vila Real também indicam uma escolha que é transversal a estas variáveis demográficas. Qual é a percentagem de jovens em Vila Real e em Braga, cidades que têm importantes pólos universitários?
Estes dados continuam a espantar-me.
Nos Açores e Madeira, o Não também foi maioritário (69.05% e 64.44% dos votos). Quantos países existem?
Faro, com 73.64% de votos no Sim, permite alargar essa tendência até ao Sul do país.
Lisboa (71.47%) e Santarém (65.07%); na Beira Litoral, Leiria (58.33%) e Coimbra (62.97%); na Beira Baixa, Castelo Branco (61.63%), todos disseram Sim.
E depois, acima da linha do Mondego, todos dizem maioritariamente Não, com a excepção do distrito do Porto (em que 54.39% dos votantes escolheu o Sim).
Ainda na Beira Litoral, em Aveiro, o Não foi a opção de cerca de 55% dos votantes. Na Beira Alta, Viseu registou um dos maiores scores para o Não (61.49%) enquanto que na Guarda as votações foram mais equilibradas (mas o Não obteve 53.15% dos votos).
Vila Real destaca-se com 61.89% dos votantes a defender a Não despenalização do aborto. Ali ao lado, Bragança, não se afasta da tendência, com 59% de votos no Não. Nem os vizinhos distritos do Minho: Viana do Castelo (59.59%) e Braga (58.80%).
Fico com a impressão de que temos dois países. Mas o que pode justificar esta "cisão"? A influência da Igreja é assim tão absolutamente desigual? São tão grandes as assimetrias no grau de desenvolvimento socio-económico? As preferências partidárias, combinadas com as posições/acções partidárias, convergiram no Sul, e funcionaram de forma mais autónoma nos distritos a Norte?
Não vi dados sobre a distribuição dos votos por faixa etária ou sexo, mas quando um distrito ultrapassa os 80% de votos no Sim, falta pouco para a unanimidade. E quase 62% de votos no Não em Vila Real também indicam uma escolha que é transversal a estas variáveis demográficas. Qual é a percentagem de jovens em Vila Real e em Braga, cidades que têm importantes pólos universitários?
Estes dados continuam a espantar-me.
Nos Açores e Madeira, o Não também foi maioritário (69.05% e 64.44% dos votos). Quantos países existem?
3 comentários:
A Igreja Católica em Portugal tem uma força institucional no Norte de Portugal e nas ilhas. No Sul, a influência é apenas na fé interior das pessoas. Ora se colocarmos a questão da IVG em termos de consciência, o sim vence facilmente porque a penalização da mulher não tem sido uma questão meramente moral. Era, até ontem, um crime em Portugal. Daí estar convencido que a maioria dos católicos do Sul se absteve ou votou "sim".
Sim Bhixma, mas a população mais jovem, no Norte, apesar de educada num ambiente católico, também está "divorciada" da Igreja..., ou pensava que sim. Os resultados de Domingo testemunham a força dos seus superegos? :)
Sabes o resultado do último censo nacional sobre as crenças religiosas? Não me consigo recordar se houve o cuidado em fazer a disitinção entre católicos "praticantes" e "não-praticantes". Voltando à tua observação: posso estar enganado, mas tenho a impressão que, em relação ao anterior referendo, o sim cresceu muito no Norte (e não só no Porto).
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