É óbvio que o modelo clássico da monogamia falhou. A poligamia e a poliandria adaptam-se melhor à complexidade do ser humano. Todos temos múltiplas facetas e é inimaginável que um único companheiro nos consiga preencher.
30.11.05
Divoquiz

Quem descobrir o autor deste poema ganha um prémio que ainda não sei qual é...
Resposta: Poema Encruzilhada de J.P., dito pela própria.
Vencedores: Finúrias, Alfredo Caiano Silvestre
Vencedor moral (ver comentários): Palavras em Linha
Como tudo se transforma
(7)
E como de uma desgarrada nasce uma maratona ou toma lá outro poema, ó parceira:
Descalça no areal
parei para sentir a noite
esse instante em que o vento é mais nu
o teu corpo fica frio de vento
os odores caiem c'os açoites do ar
esse instante em que a palavra é mais crua
os olhos erguem-se para a palavra
o céu desce até nós
tocam-me as luzes que tremem
e nesse instante quebras um búzio
e suspiras adeus
(8)
E como um duelo com a Palavras em Linha se transformou numa Estória do Bicho da Seda:
descalça no areal
parei para sentir a noite,
grávida de sonhos
que a mão da consciência
sente pontapear
naquele instante
em que suspiraste adeus
vi que na ampulheta dos teus beijos
se media o meu tempo
e levito no vácuo da espera
ansiando que um búzio qualquer
te sussurre “vem”
na minha voz de mar
(9)
E como da poesia surgiu a prosa. Em mensagem de alegria à vista, mais uma vez, mas agora já sem rimas, que a prosa também é poética, a resposta da Palavras:
Estava descalça no areal vestida ainda de espanto; quebrado o búzio as mãos estavam vazias e eu deixei soltar o grito sob os açoites do vento. Baixei então os olhos e a lágrima prendeu-se ao choro calado, envergonhada.
Sob os meus pés, as ondas murmuravam que não, que não, que não tens culpa e o sol continuava quieto no seu espaço absoluto.
Amanhã todas as coisas estariam ali, mesmo que eu não voltasse.
Ergui os olhos, ergui os braços, silenciei o queixume e avancei, serena.
Atrás deixava as águas e os meus pés trilhavam o caminho certo.
Sob os meus pés, as ondas murmuravam que não, que não, que não tens culpa e o sol continuava quieto no seu espaço absoluto.
Amanhã todas as coisas estariam ali, mesmo que eu não voltasse.
Ergui os olhos, ergui os braços, silenciei o queixume e avancei, serena.
Atrás deixava as águas e os meus pés trilhavam o caminho certo.
(10)
E como a Sol&tude entra no grupo:
Tomei a areia nos braços,
e o mar sentia-o no ventre,
sorvendo as lágrimas de sal
com as ondas do meu desalento.
Traguei a vida num sopro,
até à banalidade da morte,
fiz de pouco a minha sorte
e do amor amuleto...
Despi-me de roupas e credos,
vesti-me do verso, de errado,
não fosse o destino ofertar-me
o teu corpo por presente...
Que mais fiz que não faria?
Que vagas rebentaram cá dentro,
quando nua me vi deitada
ardendo de fogo e tremendo...
Troquei seixos por promessas,
rezei, chorei e pedi
que a espuma da maré vaza
te trouxesse de novo até mim.
Cinji a cintura de algas,
cobri o rosto de véus
quando na praia te vi as pegadas
e te senti os braços nos meus...
Das febres, das seivas, dos gestos
dos risos, gemidos, odores,
calou a noite o segredo
guardou o mar os sabores...
E depois de saborear, hei-de ver como transformo.
P.S.: Aqui, desgarrada com outros odores.
P.S.: Aqui, desgarrada com outros odores.
29.11.05
Quereres que hão-de ser poderes
Querer é poder
...é o que dizem. não sei o que não fiz para acontecerem. talvez estejam suspensos. e há desejos que devem ficar assim. outros não. como estes, que agora vocifero. a ver se acontecem.
claro, podem acrescentar os vossos. da unanimidade de uns far-se-á força. da originalidade de outros, publicidade. dois bons meios para se chegar lá. às vezes.
...é o que dizem. não sei o que não fiz para acontecerem. talvez estejam suspensos. e há desejos que devem ficar assim. outros não. como estes, que agora vocifero. a ver se acontecem.
claro, podem acrescentar os vossos. da unanimidade de uns far-se-á força. da originalidade de outros, publicidade. dois bons meios para se chegar lá. às vezes.
Quero:
- ser rica sem precisar de trabalhar. melhor: fazendo apenas o que me der prazer
- emagrecer sem fazer dieta
- ter filhos que nunca me darão preocupações
- nadar sem quebrar a água (esta não é para perceberem)
- comer bem sem cozinhar
- pelo menos um banho de espuma semanal e que todos cheirem bem, mesmo sem se lavarem (isto é mesmo um blog de gaija :))
- ...
- ...(continua noutro dia ou hoje, com as vossas sugestões. sabendo que paz no mundo e melhores políticos e gestores são desejos para blogs de gaijos)
28.11.05
Meus guris
26.11.05
Reflexos de um olhar
I
Em dias assim envolvida neste choro do tempo
ouso sair
Que são tantas as lágrimas que as minhas se perdem
II
que ramos quebrados são esses
que força usámos para nos perdermos
Chicotes de vento
Chicotes de tempo
III
desventra a nuvem e a neblina
percorre a casa que é um fantasma
e o meu olhar não encontra nada.
(2)
Entretanto a Palavras em Linha leu e decidiu contrariar este "registo":
I
Em dias assim
Seco as lágrimas nos cantos da boca
E risco a face de arco-íris sem vento;
II
Depois trago para dentro o olhar,
Ponho ramos secos no centro das mágoas
E neles prendo flores viçosas;
III
Ganho o dia,
Ganho tempo;
Amaino o bater dos chicotes nas memórias
E sento-me na calma das palavras.
(3)
Eu aceitei a desgarrada, continuando no registo à "Madalena":
Em dias assim
o vento rasga os arco-íris
que nascem nos meus olhos
Mas se acaso algum escapa
e desce à foz que são meus lábios
sinto que o tempo o congela
e nem a mão o apaga
e não há mão que me afague
nem manto que me dê asas
nem fogueira que me aqueça
até que esta mágoa passe
Arcos-lágrima que perduram
por sobre sóis e palavras
espelham tua íris negra
despojada de ternura.
(4)
Resposta da Palavras:
E não há mão que me afague
Sem conhecer os meus beijos
Nem afago que resista
Ao arco-iris que ponho
No braseiro dos desejos;
Nem manto que me dê asas
Porque cavalgo com o vento
Porque aproveito os despojos
E não deixo o pensamento
Rasgar a luz dos meus olhos;
Não há mal que me destrua
Nem fogueira que me queime
Quando amanheço na foz
Porque o tempo é meu amigo
E traz-me sempre no vento
Luas novas, sóis diferentes
Iluminando-me a Vida
Até que esta mágoa passe.
(5)
E pois, agora eu:
em dias assim
olho os girassóis na tela
meus olhos que seguem os teus
olhos que levam os meus pela trela
em dias assim
abafo as fogueiras
minhas mãos que querem apenas arder nas tuas
mãos que se fecham n' algibeira
em dias assim
escondo-me neste manto
meu corpo marcado pelo espanto do teu
corpo animal de puro sangue
espasmos, danças, achas, cheias
que em dias assim
rodopiam nos meus olhos como areia.
(6)
Mais Palavras em Linha:
Em dias assim
Ponho girassóis nos olhos
E sopro, no som dos búzios,
O apelo do meu corpo;
Sigo depois em dança
Tacteando a neblina;
Em dias assim
Fecho a noite à beira das marés
E componho a minha dança
Na caligrafia das ondas;
Solto os sentidos
Rasgo-te a pele
Soltam-se os gritos
...
Sente-se a calma;
Nesse instante acordo o espanto
E sento-me, descalça, no areal.
(7)
E como de uma desgarrada nasce uma maratona ou toma lá outro poema, ó parceira:
Descalça no areal
parei para sentir a noite
esse instante em que o vento é mais nu
o teu corpo fica frio de vento
os odores caiem c'os açoites do ar
esse instante em que a palavra é mais crua
os olhos erguem-se para a palavra
o céu desce até nós
tocam-me as luzes que tremem
e nesse instante quebras um búzio
e suspiras adeus
Subscrever:
Mensagens (Atom)