9.3.08

Preguiça & emoções


Ontem começou o FAMAFEST'08 mas não pude ir à Cerimónia de Abertura que incluía um espectáculo da MARIZA. A Mariza emociona-me. É a fadista que me faz chorar. quando canta Gente da Minha Terra, por exemplo. E parece que o show foi fantástico, único e que deixou todos de rastos: exactamente o que eu queria para essa noite. Para me sentir menos mal fui aqui ao lado ver A preguiça ataca de ALDARA BIZARRO, uma das nossas coreógrafas mais interessantes. Já agora, «É mau sentir preguiça? Isso de não fazer nada existe? Quando estás a praticar o nada, o que estás a fazer? Um ser humano existe sem preguiça?
Quando não nos apetece fazer nada, será porque nos apetece fazer tudo? Ou outra coisa? O trabalho liberta? E a preguiça? Prende? Será que a preguiça é igual para todas as pessoas? Se a preguiça nos ataca, como é que o faz? Lentamente? Ou tão rapidamente que quando damos por nós já se instalou? O que nos tenta dizer, a preguiça? » (texto da peça)

AINHOA VIDAL e PETER MICHAEL, os bailarinos, contaram-nos histórias, ao sabor dos corpos e da imaginação, ora com preguiça ora com muita energia. Soube-me bem o momento. O público riu, saíu bem disposto e encantado da sala. Mas depois tinha que continuar. Procurar emoções é dizer Não à preguiça? E hoje fui ver o
P.S. I love You enquanto as minhas filhas estavam numa festa. Bastou-me saber que a HILARY SWANK andaria por lá. Mas devia ter-me informado. Ver este filme foi um exercício de puro masoquismo, chorei litros, solucei, dei cabo do pacote de lenços e, à saída, ainda andei a fugir de qualquer eventual conhecido porque seria difícil explicar que os olhos inchados não queriam dizer nada, nenhuma depressão, apenas fraqueza face a filmes piegas.

Não sei como vai acabar o dia. Ontem, deu-me para
isto. Hoje, depois de as deitar, não sei se me vai apetecer A Mulher Certa do SÁNDOR MÁRAI, Sangue Sábio da FLANNERY O'CONNOR, ou Alabama Song de GILLES LEROY, os três livros que ando a ler consoante o estado de espírito. que anda instável e furioso porque o quero sujeitar a estímulos e domá-lo ao mesmo tempo.

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