27.12.05

e se eu não tivesse medo do tempo que passa é que era bom

e se o bacalhau e couves tiverem o sabor de sempre porque foi feito pela mãe. e se à meia noite uma abóbora se transformar num saco de presentes. e se o pai natal for a avó mascarada. e se alguém disser "é fantástico, ele deu-me mesmo o que eu queria". e se tiver havido uma troca na livraria e o novo cunhado receber um livro do Clube das Chaves. e se os manos decidirem gozar com a mana e lhe oferecerem um cd gravado com "o melhor da música portuguesa", do género Pó de Arroz do Carlos Paião, Vem amor das Doce, Setembro do Vitor Espadinha, Adeus Tristeza do Fernardo Tordo, A Ternura dos Quarenta do Paco Bandeira, e Adelaide Ferreira, e Heróis do Mar ... e ela gostar!
e se o avô não adormecer antes do fim da festa. e se a casa albergar toda a gente pelo menos nessa noite. e chover lá fora mas as duas lareiras da casa e o Porto deixarem todos rosados. e as conversas se prolongarem depois dos mais pequenos irem dormir. então é porque foi um bom natal. foi mesmo. e isso é uma fantástica dádiva.

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