Mais uns dias e volto. Obrigada pela V/ preocupação. Eu estou bem. Apeteceu-me apenas milagrar uma greve à internet.
27.11.07
Blog adormecido
15.11.07
Sou a Carrie! :)
Você até é muito descontraída e divertida, mas no que diz respeito às relações gosta de sentir compromisso e seriedade. Ainda pensa muito no passado e isso impede-a de andar para a frente. É inteligente mas deixa-se levar pelo coração.
[Post extraído dos "rascunhos" arquivados há uma eternidade e não lançados por serem idiotas mas que se lixe, façam o teste, estes testes foram criados para nos aumentar a auto-estima e nos deixarem bem dispostos. às vezes qualquer coisinha serve. outras vezes nem um passeio com o Big]
12.11.07
Norman Mailer
Norman Mailer começa assim o seu último e derradeiro livro, The Castle in the Forest, ou O Fantasma de Hitler na tradução portuguesa. Mais uma obra de conteúdo político, escrita por um homem que gostava de se caracterizar como um "conservador de esquerda". Morreu aos 84 anos. A morte dele apanhou-me no início do capítulo 10. Não se faz. Voltei atrás. A nossa relação com os escritores não é bem a que queremos. Eles enchem-nos a cabeça com nomes e pensamentos novos e depois desligam-se enquanto ainda os imaginamos a imaginar. Não se faz.
11.11.07
À escuta #57
«Se eu fosse à consulta da Bruxa, dizia que era uma seca. Se eu fica-se a durmir em casa de uma bruxa não gostava. As bruxas cheiram mal porque não tomam banho. As bruxas só comem doces e não comem comida boa. Eu não queria que as bruxas me enfeiticem com aquelas mãos. As bruxas assustão-nos mas nós não temos medo delas. Algumas bruxas vestem-se de preto e de azul e de verde. Eu não queria ter uma avó ou uma mãe como uma bruxa.»
P.S.: Continuem a dar palpites sobre a identidade do visitante VIP deste sábado de Novembro.
10.11.07
Adivinhem quem apareceu de helicóptero em Aveiro, neste sábado de Novembro!
Volte-Face
a próxima apresentação vai acontecer dia 14 de Novembro, às 21:15 H, na Sala 2 do Cinema Quarteto, no âmbito do encerramento do Festival Número-Projecta '07 .
Guião SARA ÉVORA FERREIRA, J.C. JERÓNIMO, ANDRÉ GASPAR, ANTÓNIO FARIA
Poema e Declamação J.C. JERÓNIMO
Ilustração [Intro] CARLOS ALBERTO CAVACO
Realização e Montagem ANDRÉ GASPAR, ANTÓNIO FARIA
Animação Multimédia [Intro] ANDRÉ GASPAR, ANTÓNIO FARIA
Figuração XIBITA
Contrabaixo TIAGO ALMEIDA
Bateria Digital JOÃO FERNANDES
Sonoplastia e Samplers RUI BENTES (Shhh...)
Produção CONFLITO ESTÉTICO - ASSOCIAÇÃO CULTURAL
[vídeo premiado no Video Run Contest '06 (Restart)]
Mais vídeos-poema Volte-Face
9.11.07
Ideias para um romance #1
Polarity
Óleo s/ tela - 170x200 cm - 2007
Duarte Vitória
POLARITY
Exposição de Pintura na Galeria de Arte Contemporânea Nuno Sacramento
Inauguração 10 de Novembro de 2007
A exposição estará patente até 5 de Dezembro de 2007.
8.11.07
AXN
Os limites da semelhança
Acrílico s/tela - 150x150 cm - 2007
- Qual o impacto social da mudança que a Internet provocou? Será cada vez mais essa a tendência?
- Cada vez são mais as profissões que dependem da utilização da Internet. Como se tem verificado essa evolução social?
- Quais as principais vantagens desse fenómeno?
- Em que medida podemos dizer que a Internet facilita o dia-a-dia dos portugueses?
Estas foram as questões a que respondi para uma mini-reportagem da AXN (produção: Take 5). Passa hoje às 15h, na madrugada do dia 9 às 3:29 e mais umas tantas vezes ao longo do mês. A AXN pode ser vista na TV Cabo, Cabo Visão e noutras plataformas de televisão.
Reabertura do Cinema Oita
Título original: Mysterious Skin
Realização: Gregg Araki
Intérpretes: Joseph Gordon-Levitt, Brady Corbet, Elisabeth Shue, Michelle Trachtenberg, Bill Sage, Mary Lynn Rajskub
Estados Unidos/Holanda, 2004
Em exibição de 8 a 12 de Novembro, sempre às 22h.
Ego Skin II
7.11.07
Ego Skin
Concepção e Direcção Amélia Bentes
Interpretação Amélia Bentes e Ludger Lamers
Criadores convidados Lia Rodrigues (dança), Claudio Hochman (teatro) e António Jorge Gonçalves (desenho digital ao vivo)
Música Martins Carlos
Assistência de ensaios (Lia Rodrigues) Marta Silva
Texto (Lia Rodrigues) excerto de “Muito, meu amor” de Pedro Paixão
Texto e letras de canções (Claudio Hochman) Claudio Hochman
Apoio Vocal Paulo Filipe
Desenho de Luzes Cristina Piedade
Figurinos e Imagem de Divulgação Vel Z
Direcção Técnica Raúl Seguro
Produção Executiva ACCCA / Narcisa Costa e Maria João Garcia
Uma antevisão do projecto realizado por António Jorge Gonçalves (desenho digital ao vivo):
6.11.07
Apenas
Nomes Novos para Coisas Antigas
Acrílico s/ tela - 150x150 cm - 2007
«como hão-de os cidadãos, conformados à descrença nas suas próprias virtudes, ajudar à riqueza da nação?».
5.11.07
À escuta #56
À escuta #55
3.11.07
A Espera
Helena Botto e Jorge Neto são Vladimir e Estragon, vagabundos (atletas) subservientes e cegos ao interminável preenchimento do tempo da vida, escravos do peso de carregar os dias como uma espera sem qualquer sentido; e são Pozzo e Lucky, as duas outras personagens, que criam uma forma de jogo (original, nesta peça), na qual se defrontam com igual indiferença e consciência de inutilidade, no espectáculo do servilismo à sua condição (belíssimo, o recurso ao símbolo da gaiola, e o adereço de per se). Bruno Pinho é a música, o circo, a pantomina, e participa também na acção passando desesperados charming days and evenings esperando por Godot. Quem é, o que é Godot? A incerteza ou Deus, a esperança ou o nada, tudo o que nunca aparece a horas certas, ou que nunca veremos, mas que estamos convencidos de que pode aparecer, vai aparecer, vai acontecer, convém não acontecer. Entretanto, (re)pousamos as nossas vidas nos mesmos lugares todos os dias, ou movemo-nos. Porque há sempre uma escolha. Let's Go? Estes performers movem-se___e já ressuscitaram um Teatro.
VLADIMIR: When I think of it . . . all these years . . . but for me . . . where would you be . . . (Decisively.) You'd be nothing more than a little heap of bones at the present minute, no doubt about it.
(...)
ESTRAGON: Let’s go.
VLADIMIR: We can’t.
ESTRAGON: Why not?
VLADIMIR: We’re waiting for Godot
(...)
VLADIMIR: I felt lonely.
ESTRAGON: I had a dream.
VLADIMIR: Don't tell me!
ESTRAGON: I dreamt that—
VLADIMIR: DON'T TELL ME!
ESTRAGON: (gesture toward the universe). This one is enough for you? (Silence.) It's not nice of you, Didi. Who am I to tell my private nightmares to if I can't tell them to you?
VLADIMIR: Let them remain private. You know I can't bear that.
ESTRAGON: (coldly.) There are times when I wonder if it wouldn't be better for us to part.
VLADIMIR: You wouldn't go far.
(...)
ESTRAGON: Let's hang ourselves immediately!
VLADIMIR: From a bough? (They go towards the tree.) I wouldn't trust it.
ESTRAGON: We can always try.
VLADIMIR: Go ahead.
ESTRAGON: After you.
VLADIMIR: No no, you first.
ESTRAGON: Why me?
VLADIMIR: You're lighter than I am.
ESTRAGON: Just so!
VLADIMIR: I don't understand.
ESTRAGON: Use your intelligence, can't you?
Vladimir uses his intelligence.
VLADIMIR: (finally). I remain in the dark
(...)
VLADIMIR: Well? What do we do?
ESTRAGON: Don't let's do anything. It's safer.
VLADIMIR: Let's wait and see what he says.
ESTRAGON: Who?
VLADIMIR: Godot.
ESTRAGON: Good idea.
(...)
VLADIMIR: One is what one is.
ESTRAGON: No use wriggling.
VLADIMIR: The essential doesn't change.
(...)
POZZO: Ah yes! The night. (He raises his head.) But be a little more attentive, for pity's sake, otherwise we'll never get anywhere. (He looks at the sky.) Look! (All look at the sky except Lucky who is dozing off again. Pozzo jerks the rope.) Will you look at the sky, pig! (Lucky looks at the sky.) Good, that's enough. (They stop looking at the sky.) What is there so extraordinary about it? Qua sky. It is pale and luminous like any sky at this hour of the day. (Pause.) In these latitudes. (Pause.) When the weather is fine. (Lyrical.) An hour ago (he looks at his watch, prosaic) roughly (lyrical) after having poured forth even since (he hesitates, prosaic) say ten o'clock in the morning (lyrical) tirelessly torrents of red and white light it begins to lose its effulgence, to grow pale (gesture of the two hands lapsing by stages) pale, ever a little paler, a little paler until (dramatic pause, ample gesture of the two hands flung wide apart) pppfff! finished! it comes to rest. But– (hand raised in admonition)– but behind this veil of gentleness and peace, night is charging (vibrantly) and will burst upon us (snaps his fingers) pop! like that! (his inspiration leaves him) just when we least expect it. (Silence. Gloomily.) That's how it is on this bitch of an earth.
Long silence.
(...)
VLADIMIR: Well? Shall we go?
ESTRAGON: Yes, let’s go.
They do not move.
(...)
VLADIMIR: Say, I am happy.
ESTRAGON: I am happy.
VLADIMIR: So am I.
ESTRAGON: So am I.
VLADIMIR: We are happy.
ESTRAGON: We are happy. (Silence.) What do we do now, now that we are happy?
VLADIMIR: Wait for Godot. (Estragon groans. Silence.) Things have changed here since yesterday.
ESTRAGON: And if he doesn't come?
(...)
POZZO: I am blind.
Silence.
ESTRAGON: Perhaps he can see into the future
(...)
ESTRAGON: We always find something, eh Didi, to give us the impressione we exist?
(...)
VLADIMIR: Well? Shall we go?
ESTRAGON: Yes, let's go.
They do not move.
A Espera vai voltar a acontecer nos dias 8, 9 e 10 de Novembro, pelas 22 horas, no Estúdio PerFormas.
2.11.07
Youcali
É quase no fim do mundo
Que meu barco errante
Vagueando pelas ondas
Me conduziu um dia
A ilha é pequena
Mas a fada que lá vive
Gentilmente nos convida
A um passeio por ali
Youkali
A terra dos desejos
Youkali
A alegria, o prazer
Youkali
É o lugar onde esquecemos os problemas
É em nossa noite como uma fresta de luz
A estrela que seguimos
É Youkali
Youkali
É a honra dos juramentos perdidos
Youkali
A terra do amor correspondido
É a esperança
Que há em todo coração humano
A libertação do que esperamos para o amanhã
Youkali
A terra de nossos desejos
Youkali
É alegria, é prazer
Mas é um sonho, uma insensatez
Não há
Youkali"
-Kurt Weill
Youkali é um "Tango Habanera" composto por Kurt Weill durante o seu exílio em França. Na verdade, Weill escrevera a música em 1934 (para a peça Marie Galante) e só em 1946 Roger Fernay criou esta letra. Música e poema invocam uma ilha paradisíaca e o desejo de fuga de uma Europa ameaçadora, em vias de entrar na II Guerra Mundial. Um ano depois de ter composto esta canção, Weill deixou a França em direcção aos EUA, escapando assim à perseguição nazi.
Bertold Brecht
Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos face ao quotidiano.
Procurem um remédio para o abuso
Mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra.
A Fumaça
A pequena casa entre árvores no lago.
Do telhado sobe fumaça
Sem ela
Quão tristes seriam
Casa, árvores e lago.
A Máscara Do Mal
Na minha parede há uma escultura de madeira japonesa
Máscara de um demónio mau, coberta de esmalte dourado.
Compreensivo observo
As veias dilatadas da fronte, indicando
Como é cansativo ser mal
No Muro Estava Escrito Com Giz:
Eles querem a guerra.
Quem escreveu
Já caiu.
Para Ler De Manhã E À Noite
Aquele que amo
Disse-me
Que precisa de mim.
Por isso
Cuido de mim
Olho meu caminho
E receio ser morta
Por uma só gota de chuva.
Perguntas De Um Operário Que Lê.
Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
Quantas perguntas
Também o Céu
Também o céu às vezes desmorona
E as estrelas caem sobre a terra
Esmagando-a com todos nós.
Isto pode ser amanhã.