28.7.10

À escuta #107

S. - Mamã, tenho uma prenda para ti...
- Oh que linda esta pulseira! Fica mesmo bem com a minha roupa!
S. - Pois, eu pensei mesmo nessa roupa, e faço as pulseiras em 10 minutos!
- Muita gira. Então e as outras pulseiras e colares, são para vender?
S. - Sim, já tenho a tabela de preços pronta!
- Isso é que é trabalhar!
S. - ... mas a ti ofereço porque sei que gostas que eu te ofereça coisas. Não me esqueço daquela vez que te ofereci um livro, com o meu dinheiro...
- Pois foi, eu nem vi quando foste à caixa pagar, fiquei mesmo surpreendida!
S. - A A. é que não te oferece nada, só os trabalhos que faz na escola! Sinceramente!
- A A. há-de oferecer um dia, só não se lembrou ainda, não é?
A. - Ah não, eu lembro-me sempre, só que tenho que poupar dinheiro porque a minha prenda é muito cara. Queres saber já o que é?
- Não sei, queres dizer-me?
A. - Eu digo: é uma banheira com hidromassagem, tipo jacuzzi! Vais delirar!

26.7.10

HELPO: Workshop de formação para voluntários internacionais

A Helpo é uma Organização Não Governamental para o Desenvolvimento, sem fins lucrativos, de Direito Português, nascida a 26 de Novembro de 2004. É uma Organização laica e apolítica que leva a cabo programas de apoio continuados, projectos de assistência, ajuda humanitária e desenvolvimento comunitário em múltiplos países do hemisfério Norte e Sul do Mundo.

Os vectores de
intervenção, que em parte decorrem da aplicação do programa de Apadrinhamento de Crianças à Distância (ACD), centram-se na assistência alimentar; educativa; sanitária; empowerment; geração de rendimento próprio; educação para o desenvolvimento, desenvolvimento humano e ajuda humanitária e de emergência.



ONGD Helpo
Rua Manuel Joaquim Gama Machado, nº 4
2750-422 Cascais
Tel: 21 484 40 75

24.7.10

«Declare-se à Mata»

A MATA NACIONAL DO BUÇACO é finalista do concurso 7 Maravilhas Naturais de Portugal. É um dos lugares esquecidos deste país. Votar na Mata Nacional do Buçaco pode fazer a diferença! Abster-se não faz sentido neste caso...

Fotos tiradas em Julho 2010, MRF

Para votar:

... agora!

19.7.10

Na outra margem


Na outra margem da Ria, ao pé da Torreira, ao fim da tarde, é sempre assim. céu e ria fundidos, a linha do horizonte esbatida. reflexos. que nos levam a adiar a despedida.

17.7.10

Kem esk?

«K: No essencial, o que o separa do CDS e do PS?

Custa-me a responder a essa pergunta. Não sei bem o que são hoje esses partidos e mesmo o que é o próprio PSD. Não há conjuntos coerentes de ideias identificáveis como a ideologia do CDS, ou do PS, ou do PSD. Há uma interpenetração. O PSD defende algumas políticas que o CDS defende e políticas que o PS também defende. Parte das minhas políticas passa por ser de Esquerda e outra parte por ser de Direita. E, para não ir mais longe, olhe que até o PS (...) propõe pontes privadas. Hoje, na prática, prevalece o pragmatismo e a credibilidade pessoal dos governantes.»

Se quiserem saber quem é o autor destas palavras, registadas em 1991, (re)leiam a K.

14.7.10

«Mais que humano feito»

Andei pelo Buçaco. Vale sempre a pena lembrar que fica aqui ao lado. O Palace Hotel inclui azulejos de Jorge Colaço com cenas de Os Lusíadas, de Autos de Gil Vicente e da obra Menina e Moça de Bernardim Ribeiro, datados de 1906. Por hoje, fiquem com o Adamastor!


Muito sol. e uma brisa a varrer aquela varanda...

10.7.10

Neptunus


o Neptunus tem uma cave. quando o capitão ordena, descemos ao "menos um" para ver o fundo do mar. ficamos dentro de um aquário invertido. nós, rodeados de vidros e oxigénio, a água no exterior. se o fundo do mar não decidir ficar nublado, podemos ver carcaças de velhos navios naufragados e até uma estátua que outrora estava plantada na costa. é um pequeno Cristo-Rei que nos fixa de braços abertos. é comovente. naquela pedra não há colónias de algas e peixes. é um milagre. submersos dentro do Neptunus é fácil acreditar em milagres. só há um senão: metade da tripulação enjoa sempre e nem ousa descer à cave. o Neptunus, ou a ondulação à volta da ilha do Sal, deixa as pessoas doentes ou milagradas. e isso está para além do pão nosso de cada dia. é natural, pois, que só os turistas procurem essa extraordinária experiência.

cartas de amor


Hoje não vieste. Para dizer a verdade, não dei conta disso até à hora de me deitar. (...) foi quando de facto pensei em ti, não tinhas vindo, não regressaste, prendeu-te a noite ou a luz, não deste conta do caminho. Eu desabituei-me de ti. Não é bem desabituar, foi mais qualquer coisa como ter deixado de esperar e, por distracção, ou por repetição automática do tempo e dos gestos, fechei a porta à chave.
(Carta p. 10)

Aqui a escrever-te de um café com pena de que o papel não reconheça o chá que tomo, a torrada, as vozes à volta, e só te vá encontrar transformada eu numa letra miudinha. (...)
(Carta p. 18)

Agora tenho aqui a tua carta à minha frente e não sei o que hei-de fazer com ela. Mas de que raio é que te foste lembrar - escrever-me, meu Deus, escrever-me uma carta, o que foste tu dizer-me por papel e sem cá estares? (...) de que raio de coisa te foste lembrar, não havias de vir cá buscar o fato do teu irmão? na terça-feira passada, não era? ele há-de estar a precisar dele, o sogro vai desta para melhor não tarda, Deus me perdoe, mas ainda bem que é assim, tanto sofrimento não serve para nada, a morte anda-lhe atrasada, é uma chatice, mas não deve tardar e assim é que deve ser. O que é que terás para me dizer que não tenha também morrido ainda? (...) de ti não sei, nunca tive a certeza, é melhor ficarmos por aqui, hás-de vir buscar o fato do teu irmão, vou guardar a tua carta no bolso do casaco dele.
(Carta pp. 21-22)


in cartas de amor de Luís Mendes

[e malmequeres . facas . amores-perfeitos de Alexandre Sampaio (adaptação ao teatro)][Papiro Editora, 2010]

Imagem: Jean-Sébastien Monzani, The Still Travelers.

7.7.10

Convite


A Papiro Editora e os autores Luís Mendes e Alexandre Sampaio têm o prazer de convidar V. Exa. a estar presente no pré-lançamento do livro cartas de amor /malmequeres.facas.amores-perfeitos que terá lugar no dia 9 de Julho de 2010, pelas 17h30, no Salão Nobre do Teatro Aveirense, Rua Belém do Pará, Aveiro
Apresentação da obra a cargo de Sónia Santos Alves.