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2.5.12

«Inventar um futuro»

O Palácio Galveias, que hoje em dia alberga uma das bibliotecas municipais de Lisboa, é um dos mais bonitos palácios nobres de Lisboa do século XVII e um dos melhores exemplos de casa nobre portuguesa seiscentista. Está localizado na freguesia de Nossa Senhora de Fátima, diante da Praça de Touros do Campo Pequeno e ao lado da sede da Caixa Geral de Depósitos. Apesar de hoje, a sua localização ser central em Lisboa, quando foi construído, em meados do século XVII, destinou-se a casa de campo dos Marqueses de Távora, permanecendo na família até 1759, data em que confiscado pelo Estado no âmbito do célebre processo dos Távoras. Em 1801 foi adquirido por D. João de Almeida de Melo e Castro, 5.º Conde das Galveias, recebendo na altura obras de restauro. Uns anos mais tarde foi comprado por Braz Simão. Em 1928, entrou na posse da Câmara Municipal de Lisboa, entidade que aí veio a instalar a biblioteca municipal que ainda aí se encontra.

Por uma razão muito triste, o velório de Miguel Portas, acabei por passar por lá este fim de semana. Miguel Portas dizia que era necessário "inventar um futuro onde as pessoas possam crescer, não em função do que têm, mas do que podem ser". A conservação do património e da nossa identidade cultural e histórica é imprescindivel à afirmação dessa atitude. Aqui, alguns registos do espaço de jardim, recentemente arranjado e nobremente habitado.
Fotos MRF. 28 Abril 2012 

20.5.09

Património Ambiental e Cultural e Desenvolvimento Local

Seminário
Património Ambiental e Cultural e Desenvolvimento Local

Sala de Actos da Reitoria da Universidade de Aveiro
22 de Maio de 2009 - 14h30 – 16h30

Programa
14h30 – Nuno Martins – Património, Paisagens Culturais, Turismo e Projecto do Território – O caso do Parque Patrimonial do Mondego
Nuno Martins é Arquitecto, docente da ESAP – Escola Superior Artística do Porto e Coordenador do Projecto Parque Patrimonial do Mondego.

15h – Paulo Ferreira da Costa – Património Imaterial, Identidade e Mudança Social
Paulo Ferreira da Costa é Antropólogo e Director do Departamento de Património Imaterial do Instituto de Museus e Conservação.

15h30 – 16h30 – debate moderado por Elisabete Figueiredo e Celeste Eusébio
Elisabete Figueiredo é Socióloga, Doutorada em Ciências Aplicadas ao Ambiente e Professora Auxiliar na Secção Autónoma de Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas da Universidade de Aveiro.
Celeste Eusébio é Licenciada em Gestão e Planeamento em Turismo, Doutorada em Turismo e Professora Auxiliar no Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial.

Informações: Elisabete Figueiredo. elisa@ua.pt. Telf. 234372492

14.10.08

O «Panteão dos Reais Corpos»


"(...) Regressemos a Portugal, e ao ano de 1572 em que, concluídas as obras de construção da capela-mor do mosteiro dos Jerónimos em Belém, se aproximava o soleníssimo momento da transladação dos restos mortais dos monarcas defuntos para aquele que era indiscutivelmente, muito por vontade e determinação de D. Catarina, o «Panteão dos Reais Corpos» da monarquia portuguesa. Não por acaso, reinando seu neto D. Sebastião, parecia pertencer à rainha o protagonismo dos acontecimentos. No dia 2 de Outubro, D. Catarina partiu de Xabregas em direcção ao convento da Esperança de religiosas franciscanas, mais próximo do mosteiro de Belém do que o austero paço que era agora o lugar da sua evidente reclusão, onde aguardou que se ultimassem os preparativos para as exéquias reais.
Finalmente, o mosteiro estava preparado para que se procedesse às cerimónias. A capela-mor luzia os seus magníficos mármores de cor parda, vermelha verde e branca, os majestosos túmulos, os painéis do retábulo da Paixão de Cristo e da Adoração dos Magos, os cristalinos vitrais venezianos encomendados por D. Catarina.
A igreja encontrava-se totalmente paramentada de negro, e no claustro foram levantados trinta altares com frontais e cortinas de tafetá negro, cada um deles com um crucifixo, duas velas e duas tochas. No Domimgo, 12 de Outubro, pela manhã, o bispo de Viseu, D. Jorge de Ataíde, procedeu à consagração do altar da nova capela-mor, e nessa noite a rainha dormiu nas casas que o duque de Aveiro tinha junto do mosteiro. No dia seguinte, dia 13, a rainha deslocou-se ao mosteiro acompanhada por D. Duarte, duque de Guimarães, o embaixador Juan de Borja e muitos outros senhores de título para observar na sacristia da igreja a preparação dos ossos dos reis D. Manuel, D. Maria e D. João III, retirados dos respectivos sepulcros e depositados dentro de uma tumba, em três pequenos caixões de ferro forrados por dentro e por fora de cetim branco assentado com tachas e fechos dourados.
(...)
Mas nem a solenidade de que a cerimónia fúnebre se revestiu obstou a que fosse marcada, também ela, por mais um episódio que evidenciava a insolúvel distância e frieza que separavam D. Catarina do cardeal D. Henrique. (...) Apercebendo-se o cardeal de que as ossadas de seus pais, os reis D. Manuel e D. Maria, depois de retiradas da tumba, eram conduzidas para serem sepultadas ao lado da Epístola, ou seja, à esquerda do altar, considerado liturgicamente menos nobre do que o lado do Evangelho, situado do lado direito, D. Henrique fez saber a D. Catarina do seu desagrado por essa decisão que coubera à rainha. Para o cardeal, ao rei D. Manuel, seu pai, fundador do mosteiro de Belém, cabia o lugar mais digno e simbolicamente relevante na capela-mor, e por isso era-lhe devido ser sepultado ao lado do Evangelho. Foram e vieram recados. Argumentou D. Catarina que custeara as obras do seu bolso, por amor do rei D. João III, seu marido, e por isso se considerava no direito de para ele - e para si própria - escolher o lado do Evangelho.
Do surdo confronto entre ambos acabou por triunfar a vontade do cardeal, «ficando ela [a rainha] muito desgostosa»... .
(...)
Terminaram as exéquias reais pelas duas da tarde do dia 14 de Outubro."

- ou seja, agora mesmo, há 436 anos!


in Buescu, Ana Isabel, Catarina de Áustria Infanta de Tordesilhas - Rainha de Portugal, Edit. A Esfera dos Livros, Novembro de 2007. pp 398-403

14.5.08

Apetece-me Aveiro #6 (reedito o post. alguém conhece a razão por que esta praça se mantém há anos neste estado?)

É uma imagem do centro de Aveiro no início do século XX (cerca de 1910).

Por volta de 1928, o mesmo local, com a Ponte dos Arcos e o edifício anterior ao Hotel Arcada.

Aspecto da Praça do Comércio, por volta de 1940.


2008: Praça Dr. Joaquim de Melo Freitas (antiga Praça do Comércio), com o seu obelisco em Homenagem aos Mártires da Liberdade. Ainda dizemos que fica "junto aos Arcos" aludindo à Ponte dos Arcos. Situa-se frente ao canal principal da ria, no centro da cidade. Continua a ser um ponto de passagem obrigatório para locais e turistas.

Os anos passam e, sem que eu perceba as razões (nem o alheamento aparente de quem pode intervir), basta avançar alguns passos e encontramos o que as imagens aqui revelam.

Nessa Praça e ruas contíguas, muito pitorescas, é certo, existe casario que ameaça ruir, apesar do rés-do-chão estar ocupado com comércio (sapateiro, talho, etc.). Vamos continuar a fazer de conta que não vemos? Esta zona da Polis não merece um pouco mais de investimento?

Fotos MRF, Abril 2008

6.5.08

Apetece-me Aveiro #6

Porque gostaria que algum digno representante deste município esclarecesse a situação, o post que estava aqui saltou para ali.

18.4.08

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios

Um exemplo genuíno do nosso património local

12345678910111213

Quem identifica as 13 imagens aqui expostas?
Prémio: Um passeio de moliceiro para duas pessoas numa data à escolha.



Adenda: "maria alice", o passeio de moliceiro é seu e de quem a acompanhar!

20.3.08

Apetece-me Aveiro #5

Apetece menos: a incerteza sobre a localização e eventuais vestígios da antiga muralha de Aveiro; a especulação imobiliária associada a todo e qualquer terreno localizado no centro da cidade (falo do projecto de ampliação do Fórum Aveiro)

Painel de Azulejos - Edifício da antiga Estação CF - "Aveiro nos Princípios do Século XVIII"


Restos da muralha quinhentista (?) na parede do cemitério - Terreno para onde está projectado um novo edificado - do Fórum Aveiro até à Av. 5 de Outubro


Mas não há dúvida de que esta área precisa de uma intervenção:




O "descampado" que vemos na foto anterior fica em frente ao Canal Central da Ria de Aveiro...

... e integra-se num importante complexo comercial e turístico, em Aveiro:




Fotos MRF, Março 2008

15.3.08

Apetece-me Aveiro #3

O Projecto de alargamento do edificado comercial e habitacional no Fórum Aveiro suscitou várias questões ao BE (a ler aqui). Uma das áreas abrangidas é a que podemos ver nas fotos, em frente ao edifício da antiga capitania. Se o Fórum é uma zona bem sucedida do ponto de vista urbanístico e comercial, é também porque se enquadra numa área ampla e aberta, onde se "respira" e se disfruta de um espaço de passeio agradável. Supostamente, esta área passará a ser ocupada por mais galerias comerciais. Tem sentido, pois, questionar: "Qual a estratégia urbanística da CMA para aquela área central da cidade? O acréscimo massivo de edificação naquela zona, com perda de espaço de acesso público e de espaço verde, enquadra-se nessa estratégia?"