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1.4.12

«modernidade mutilada»

Souhayr Belhassen, activista tunisina dos direitos humanos, :

«A Tunísia tinha todos os ingredientes para fazer esta revolução. Temos a primeira Constituição do mundo árabe, o primeiro sindicato operário em África e no mundo árabe, o primeiro código de estatuto oficial evoluído, a primeira liga de direitos humanos no mundo árabe. A Tunísia foi o país que escolheu fazer da educação e não das armas a sua prioridade. Temos 90% da população escolarizada. A organização da justiça e do ensino determinava que o país tivesse escolhido a modernidade. Tinha todos os elementos de modernidade, mas essa modernidade estava mutilada. Porque tínhamos modernidade económica e social, mas não política. E esta modernidade mutilada serviu de terreno aos islamistas.»

20.8.08

«um pequeno pagem de cerca de onze anos»

"(...) mas no que dizia respeito à sucessão do trono, era incontido o júbilo dos monarcas.
Um facto ensombrava contudo aquele momento, sobretudo no que tocava a D. João III: a ausência do infante D. Luís, condestável do reino, que à revelia do rei seu irmão e sem obter autorização prévia decidiu partir de Évora para se juntar, em Barcelona, às tropas de Carlos V, que naquela cidade da Catalunha preparavam a expedição de Tunes contra os Turcos. Apesar do seu grande descontentamento perante o facto consumado, bem patente na ríspida carta que em 13 de Maio de 1535 escreveu a António de Ataíde, conde de Castanheira, sobre o auxílio a enviar a D. Luís, D. João III teve de empenhar-se no auxílio a fornecer à expedição, em cujo numeroso séquito seguia um pagem de cerca de onze anos de idade, chamado Luís de Camões.
Não era, contudo, a primeira vez que se manifestava a «ansiedade guerreira» de D. Luís, bem conhecida na corte portuguesa. Anos antes, em 1530, o embaixador castelhano, Lope Hurtado, fazia menção ao projecto já então acalentado pelo segundo e dilecto filho de D. Manuel de combater o Turco junto do imperador. Fê-lo, então em 1535,na conquista de Tunes. As forças cristãs, sob o comamdo do imperador, obtiveram a 14 de Julho desse ano de 1535 retumbante vitória militar e a conquista daquela cidade do Norte de África, saldando-se também aquele sucesso para D. Luís, eterno segundo, vítima e um sistema em que era, afinal, tanto e tão pouco, por um prestígio amplamente celebrado no tempo, em particular em círculos literários próximos da corte - o poeta e humanista Francisco de Sá de Miranda dedicou-lhe a écloga Célia, em que se exaltava o feito cristão contra o infiel, e as virtudes reveladas pelo infante;..."


in Buescu, Ana Isabel, Catarina de Áustria Infanta de Tordesilhas - Rainha de Portugal, Edit. A Esfera dos Livros, Novembro de 2007. pp 201


Nota: 473 anos depois, no mesmo dia 14 de Julho, um bando de portugueses infiltrou-se na medina de Tunes para chegar à conclusão que os únicos invasores bem sucedidos... eram suecos.

18.8.08

Sidi Bou Said #2

Mounir Letaief

Em Sidi Bou Said, conhecemos o pintor Mounir Letaief e o seu atelier/galeria. Espreitem aqui, a pintura, a galeria e, se puderem, aceitem o convite para estagiar em Sidi Bou Said.

14.8.08

Sidi Bou Said #1

Sidi Bou Said foi fundada por refugiados Andaluzes, que fugiam da Inquisição, no decorrer dos séculos XVI e XVII. No total, foram cerca de um milhão a instalar-se no Norte da Tunísia, introduzindo novas técnicas agrícolas, novo artesanato e uma nova organização social. A cidade é actualmente um grande centro turístico mas não perdeu o seu charme. Chamam-lhe "a terra azul e branca" e é fácil perceber porquê.


Fotos BG
Julho 2008

10.8.08

Cartago #1


Cartago,na Colina de Byrsa, a 18 km de Tunes
Formação de Cartago: 814 a.C.
Terceira Guerra Púnica, 149-146 a.C.: Caída de Cartago


Foto de BG
Julho 2008

31.7.08

Medina de Hammamet #3

À medida que mergulhamos na Medina, no labirinto de ruazinhas, vamos descobrindo o popular hammam (balneário público acessível, durante a manhã, às mulheres e, durante a tarde, aos homens) e o museu Dar Hammamet, consagrado aos trajes tradicionais de casamento das diferentes regiões do país. O mais impressionante, no entanto, é a kasbah (castelo), construída no século XV sobre um forte original do século XII, e de uma estrutura aglabita do século IX. As suas muralhas, com cerca de dois metros de espessura testemunham a importância de Hammamet - situada a 62 km de Tunes - como praça de guerra, em tempos idos. Actualmente, a imagem é de serenidade. A kasbat está bem conservada e, do alto das muralhas, podemos avistar toda a cidadela e, sobretudo, o golfo de Hammamet.


Fotos MRF
Julho 2008

27.7.08

Viajar para os mesmos lugares sem saber

Les Trois Graces et Les Quatre Saisons
Oued - Remel - Sec. III
Museu Nacional Bardo, Tunes, Tunísia


Les Trois Graces
Sec. II - Restauro de Nicolas Cordier em 1609
Museu do Louvre, Paris, França

Filhas de Zeus, as Graças personificam a beleza, a doçura e a amizade. São divindades menores, meras companheiras de Afrodite. Ambas as obras, do período romano, são cópias de esculturas gregas do século IV a.c.. Simbolizam também as artes e a fertilidade. Inspiraram inúmeros artistas. E é bom saber que podemos encontrá-las no Norte de África ou no Centro da Europa. As Três Graças evocam origens comuns, aproximam mouros e antigos cruzados. As duas peças partilham também o privilégio de estarem expostas em museus magníficos. O Musee National du Bardo, que comemora agora 120 anos desde a sua inauguração (1888-2008) ultrapassou as minhas expectativas. Do Louvre, não valerá a pena falar. Mas a iniciativa recente de abertura à noite, às quartas e sextas - «Le Louvre autrement - Nocturnes», é de não perder, se por acaso forem para esses lados. Até aos 26 anos, a entrada é gratuita. Enfim, a Sul ou a Norte, As Três Graças estão lá, apelando à contemplação e a um sentimento de união no pensar a Humanidade.

«o Oriente e o Ocidente»

"Sexta-feira, 15 de Janeiro de 1507. Em Valhadolide, no coração de Castela, frei Henrique de Coimbra, bispo de Ceuta e embaixador do rei D. Manuel de Portugal, preparava-se para seguir viagem em direcção a Torquemada, onde o monarca o enviava com uma missão específica.
Para além da visitação formal de pêsames, que o rei quis que apenas então tivesse lugar, pela morte inopinada e fulminante do jovem rei Filipe I de Castela, ocorrida em Burgos a 25 de Setembro de 1506, D. Manuel procurava inteirar-se do ambiente e movimentações políticas em torno de D. Joana, rainha e viúva de vinte e sete anos de idade, e dos meandros da «governança de Castela». Procurava, ainda, fazer avançar aquela que era a ambição maior da política imperial de um rei que juntara «o Oriente ao Ocidente»: persuadir os reis cristãos e a cúria pontifícia à cruzada contra os muçulmanos, através do confronto com o reino mameluco do Egipto e o Turco otomano, no palco europeu e no longíquo Oriente, conseguir a destruição de Meca e a libertação da cidade santa de Jerusalém, assim se alcançando - desejava D. Manuel que sob a égide do rei português - uma nova idade de um império cristão universal.
(...)
Outros episódios desta ofensiva político-dplomáica junto das cortes europeias haviam tido lugar nos anos de 1505 e 1506, e emissários de D. Manuel procuraram junto de Henrique VII de Inglaterra, do imperador Maximiliano, do rei de França, Luís XII, e de Fernando, o Católico, fazer valer os pontos de vista e a estratégia do monarca português."

in Buescu, Ana Isabel, Catarina de Áustria Infanta de Tordesilhas - Rainha de Portugal, Edit. A Esfera dos Livros, Novembro de 2007. pp 15-16

24.7.08

Yasmine Hammamet #2

A Marina Yasmine Hammamet tem capacidade para mais de 700 embarcações. Yasmine-Hammamet é uma nova estância balnear, a sul de Hammamet. Situados junto à costa estão cerca de 50 hotéis (e a construção não parou). Uma grande parte destes hotéis estão dispostos ao longo de uma calçada - de 1500 metros - e têm ligação quase directa à praia. Foi caminhando ao longo dessa calçada que uma tarde me dirigi à marina. É maior que qualquer infraestrutura lusa do mesmo tipo. O Mediterrâneo atrai!
Fotos MRF
Julho 2008

Não estou a falar de St. Tropez

Sorte ou azar, pudemos assistir ao desenrolar do Grande Prémio da Tunísia em Powerboat P1, prova integrante do Campeonato do Mundo da modalidade. Da varanda do hotel, assisti pasmada aos ensaios e a algumas corridas, enfim, a todo o aparato da velocidade, da concentração de todo o tipo de embarcações, helicópteros, óleo e poluição sonora. Os banhos na praia é que passaram a ser menos tentadores.


Yasmine Hammamet
Fotos MRF
Julho 2008

21.7.08

Medina de Hammamet #2

No interior da Medina, o pequeno souk, onde se vende artesanato proveniente de todo o país: tapeçarias, vestuário, marroquinaria, essências e ourivesaria. O preço é sempre negociável, mas a norma é pagar um terço do valor pedido inicialmente. Todos chamam os turistas, e tentam adivinhar a sua origem. Português, espanhol, francês, belga,..., e para cada um as palavras certas de boas-vindas. Para minha surpresa, para além do Mourinho, do Figo e, é claro, do Ronaldo, foram vários os que atiraram à nossa passagem um "bacalhau com batatas". Conselho: visitar o souk pela manhã, uma altura em que os turistas não se atropelam e as ruas estreitas decoradas a buganvílias nos dão alguma sombra.


Fotos MRF
Julho 2008