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5.7.07

Últimas leituras

Filipe Tourais, desculpa o atraso, mas a engomar sou mesmo lenta...

Os últimos cinco livros que li foram:

- Extensão do domínio da luta, de
Michel Houellebecq
- O sol dos Scorta, de
Laurent Gaudé
- Teoria Estética, de
Theodor Adorno
- As casas pressentidas, de
Luís Serrano (poesia)
- Sexo feminino, meu ser, de
Nhári Viana (poesia)

Ando a ler:
- Uma História de amor e Trevas, de
Amos Oz


InApto, Carlos Araújo Alves, Windtalker, Octávio Lima, non-blogger Pirata Vermelho, perdoem a curiosidade, mas o que andaram vocês a ler nos últimos tempos?

31.5.07

As casas pressentidas #2

como água nos meus olhos, um livro de poesia. de Luís Serrano. casas pre(s)sentidas.


AS MÃOS E A CASA

As mãos tocam o frio
das paredes
deixam na casa
uma réstea de luz
a memória inexpugnável
de um gesto

Agora a casa
pode ruir
transformar-se de repente
numa lembrança
de pedra
de madeira rasgada
pelo vento

ou as mãos
regressarem à terra
a voz
perder-se nas arquivoltas
do coro

que nada
nem ninguém
apagará o silêncio desse gesto
o rasto discreto
de um tal signo

30.5.07

As casas pressentidas

intermitente, nas minhas mãos, um livro de poesia. de Luís Serrano. casas pre(s)sentidas.


A VELHA CASA

Noutro tempo
os frutos anoiteciam
sobre a mesa

ou subiam
pelas paredes brancas
dos quartos

aguardavam as crianças

e a casa
retinha um aroma
de maças e terra

de terra e fábula

Havia pêssegos e uvas
relembro

e uma água antiga
ascendia no ar
prolongava pela noite
um silêncio
de gestação

sobre o espanto
da infância adormecida

Era grande a casa
por esse tempo

grande a mesa

agora não mais
do que aquilo que resta
dum castanheiro
sem idade

28.3.07

Milagrar



Hoje, às 22h na Sala Vermelha do Mercado Negro, o Professor Luís Serrano vai milagrar Pedro Tamen que, por sua vez, milagrou Analogia e Dedos.

E esta ideia milagrou naquela tertúlia de que vos falei há dias... com o apoio do Pedro Jordão que anda a milagrar o MN. outras ideias estão na forja.


PS: click, para o caso de quererem conhecer a origem da palavra que eu adoro, milagrar.

22.3.07

So um cartinha


Dia pleno para a lusofonia, em Aveiro. A poesia é a música das palavras e a música dos sentidos, disse Nuno Júdice na apresentação de "Poesia, uma Cartografia de Emoções". depois de alguns dos seus versos terem sido cantados pelo Grupo Poético de Aveiro e de uma introdução à sua obra pelo Professor Luís Serrano. ainda nesta sessão, na Biblioteca Municipal, ficámos a conhecer o vencedor do primeiro Prémio de Poesia Nuno Júdice: José Jorge Letria.

À noite, foi a vez da música dos movimentos de Lura. Gostei de ver Cabo Verde no palco do Teatro Aveirense. Na ri na, Oh na ri na, Nu ta brinka so iá iá (de Orlando Pantera) que se ouvia nas ruas de Vila do Porto ou do Mindelo, chegou cá!

sem esquecer os Cantantes da Confraria de S. Gonçalo, bons cagaréus que nunca tinha visto actuar, e que nos divertiram na primeira parte da gala de aniversário da revista ponte&vírgulas. sim, porque esse foi o pretexto. ficou para o fim, mas parabéns!

24.11.06

De Poesia falemos



Falemos da natureza e espécies da poesia. Aristóteles inspirou o título da palestra do Professor Luís Serrano. Retive:

Existem mais reflexões sobre o acto da criação poética que definições de poesia. Nenhuma definição de poesia abarca a história da poesia. A noção de poesia é instável e variável no curso do tempo (Roman Jakobson). Literatura em geral e Poesia em particular deveriam ser consideradas como artes, fugindo à clássica divisão Artes & Letras. Falar de linguagens diferenciadas. Linguagem de dominância simbólica___ e a obra de arte: alia um fazer (uma técnica, um estilo) a um saber (Pedro Barbosa, Metamorfoses do Real, 1995). O poeta parte de uma certa realidade (exterior a si ou não) e transforma-a, com a ajuda das palavras, no poema. Carlos Oliveira e o poema filtro: o poema/ filtra/ cada imagem/ já destilada/ pela distância,/ deixa-a/ mais límpida.

Sophia de Mello Breyner retratada por Arpad Szenes

A Poesia é a
minha explicação com o universo, a minha convivência com as coisas, a minha participação no real, o meu encontro com as vozes e as imagens (Sophia de Mello Breyner Andresen, Arte Poética, 1967).
Ou é uma forma de compensação.
O artista, dizia-o já o eminente Valéry, compensa-se como pode naquilo que a vida lhe negou (Eugénio Lisboa, Crónica dos Anos da Peste, 1996).

Passagem discreta entre poesia e prosa. Certos textos de René Char, Jorge Luís Borges, Herberto Helder, Tonino Guerra,... são poesia ou prosa? Num tempo de mistura a noção clássica de géneros perdeu importância.

Didáctica: a palavra como possuidora de significado; a palavra como suporte físico desse significado; o modo como as palavras se articulam; o aspecto gráfico. O que distingue um poeta é a sua capacidade de relacionar livremente o que aparentemente não é relacionável (António Ramos Rosa).
Palavra, significado, múltiplos significados, diferente leituras, obra aberta (Umberto Eco). Significado, subversão, poesia. A metáfora é O procedimento linguístico.

Massaud Moisés: A poesia é a expressão do eu por meio de metáforas.

Significante: condiciona aspectos formais, musicalidade, ritmo. Paul Verlaine: a poesia é música avant toute chose. T.S.Elliot, Four Quartets: Words move, music moves/ Only in time; but that which is only living/ Can only die. Words, after speech, reach/ Into the silence ....

Paul Valéry: a poesia é uma hesitação prolongada entre o sentido e o som.

Aspecto gráfico. 12 sílabas, inferior a uma linha, alinhado à esquerda. alinhamento ao centro : século XIX e hoje com os computadores é tão fácil. excepções à regra: poetas barrocos. movimento concretista. Ana Hatherly, Melo e Castro, Jaime Salazar Sampaio, Salette Tavares, APOLLINAIRE.
Alexandre O'Neill (No Reino da Dinamarca, 1967):
que a regra é não haver regra... João Cabral de Melo Neto (Poesia e Composição, 2003): Cada poeta tem a sua poética.

E o leitor? - Ainda J.C. de Melo Neto:
Pois o homem que lê quer ler-se no que lê, quer encontrar-se naquilo que ele é incapaz de fazer.





Nota: Imagens retiradas de Ana Hatherly, Outra Poesia Virtual, Cadernos e Catálogos da Poesia Experimental Portuguesa

22.11.06

Bienal internacional de arte contemporânea

Em quatro dias (de 4 a 8 de Setembro), receberam 516 obras de 258 artistas. O Júri seleccionou 77 peças de 48 autores e atribuiu o primeiro prémio ao pintor José Ramos.

Esta I edição da bienal, organizada pelo AVEIROARTE e pela CMA, ocupa agora quatro espaços da cidade: a Galeria da Antiga Capitania, o Museu da Cidade, a Galeria dos Paços do Concelho e a Galeria Morgados de Pedricosa.

Por agora só visitei a exposição na Antiga Capitania mas, até 30 de Dezembro, espero correr todas as capelinhas.
Paralelamente vão ocorrer uma série de eventos. Dia 23, às 22h, o Professor Luís Serrano, uma amigo de tertúlias, de quem gosto muito, vai apresentar uma palestra no Mercado Negro. Será acompanhado pelos músicos Rui Baptista (flauta) e Manuel Álvaro Martins (guitarra). "De Poesia Falemos" é o título da palestra, e eu quero lá estar, para presenciar o saber e entusiamo a que o Professor nos habituou.