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7.6.10

Como se fosse um segredo...

Filipe Rodrigues
Como se fosse um segredo
Acrílico sobre tela - 120x100cm - 2008


Como se fosse um segredo que agora se tornou público! Um SIM que fica para a História. É o primeiro num longo tempo de silenciamento forjado ou forçado. Um SIM no primeiro dia do resto de muitas vidas. Depois, é claro, legislar é tanto e tão pouco. Oh, os cochichos vão continuar...

9.1.10

À escuta #95

S - Não acho justo que só os homens possam casar uns com os outros e as mulheres não!
- Mas as mulheres também vão poder casar-se...
S - Eles só falam em homossexuais. Nunca ouvi falar de mulheres...
- "Homossexual" engloba relações entre pessoas do mesmo sexo, homens e mulheres.
S - Pensei que fosse diferente e que só os homens pudessem casar uns com os outros... até porque não se pode adoptar um bebé. Achas que dois homens vão querer adoptar um bebé?
- Alguns...
S - Poucos! Já as mulheres querem, é claro. Mas se uma mulher sozinha pode adoptar, como é que duas não podem? Até era mais fácil. Uma ia trabalhar e a outra tomava conta do bebé - imagina, por exemplo, se ele ficasse doente. Sozinha é muito mais difícil!
- Tu achas que os casais do mesmo sexo deviam poder adoptar uma criança?
S - Se fossem bons pais...
- Há pessoas que dizem que depois as crianças iam sofrer na escola, que os outros iam dizer «olha, ele tem duas mães»...
S - Mas o menino ou a menina só ia sofrer na escola se fosse muito, mas mesmo muito, ou feio ou parvo. Ninguém liga aos pais.

17.12.09

Era uma vez uma princesa e um príncipe que casaram..., ela com outra princesa e ele com um príncipe, de reinos nada distantes


E parece que é hoje. Algumas histórias de encantar serão reescritas. E eu congratulo-me por viver esse dia histórico. Logo à noite, espero brindar! ---------- mas amigos e amigas a quem a lei possa interessar directamente, não se precipitem. Vocês sabem, os casamentos têm nuances que as paixões e a razão desconhecem. se bem que não me surpreenderia se a taxa global de divórcio baixasse graças a vocês (os heteros, infelizmente, usufruem cada vez mais de outra conquista histórica, o direito ao divórcio). O mais importante é... básico. que todos passem a ter os mesmos direitos. Proibir a adopção a uma parte da população - devido apenas à sua orientação sexual - é o amargo que fica na boca. É certamente inconstitucional vedar esse direito. Qualquer pedido para adopção pode ser recusado. mas deve fundamentar-se a recusa a partir da análise do caso concreto. Neste domínio, continuamos a aguardar melhores dias. Quanto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, que não haja nenhuma surpresa... Eu quero mesmo brindar e estou já de olho no casamento de duas pessoas muito especiais.

1.6.09

Movimento Pela Igualdade – a favor do casamento civil das pessoas do mesmo sexo


A igualdade no acesso ao casamento civil é uma questão de justiça que merece o apoio de todas as pessoas que se opõem à homofobia e à discriminação.

Após a apresentação do
movimento no cinema S. Jorge (ontem, dia 31-05) em Lisboa, foi colocada online uma petição a favor da igualdade de acesso ao casamento civil por pessoas do mesmo sexo.

Se ainda não subscreveram, deixo-vos o
link.

P.S.:
aNa, já tenho os sapatos de salto alto. estou pronta para o casório ;)


[Imagem: Henri Matisse. Music (Sketch). 1907]

4.3.07

(já agora) Óscar #9

Ainda não vos disse, mas gostei de ver Ellen DeGeneris na apresentação da cerimónia dos Oscars. Ela combina bem com o novo formato do programa que inclui visitas aos bastidores ou conversas com o público presente na sala. Nesta 79ª edição, as audiências tinham que aumentar, contrariando a tendência dos últimos três anos. Pôr Spielberg a tirar-lhe uma foto ao lado de Clint Eastwood ou encenar a entrega de um script escrito por si a Scorsese só podia resultar bem.

Por acréscimo, o facto de Ellen ser uma lésbica assumida dá à escolha da Academia uma carga simbólica não desprezível. Juntemos-lhe o discurso de Melissa Etheridge (Oscar para melhor canção original em Uma Verdade Inconveniente) que, com a maior naturalidade, agradeceu à mulher e filhos a estatueta, e esta Cerimónia foi um manifesto contra a intolerância sexual. O plus é que estas mulheres arrasam lindamente com os estereótipos habituais associados à homossexualidade. Elas limitam-se a ser quem são. belas e talentosas.


I Need to Wake Up - Melissa Etheridge
... e Al Gore e Leo no Oficial Green Show

9.10.06

Comme ils disent

Aznavour compôs a letra e música desta canção, (Je suis un homo) Comme Ils Disent. Espero que compreendam a letra (em francês). Conta-nos a história de um gay que vive só com a maman, num velho apartamento, tem uma tartaruga, dois canários e uma gata. Para deixar a maman repousar vai às compras e cozinha. À noite é travesti, faz um número especial que acaba em nu integral, depois de strip-tease. Em poucas frases, entramos no mundo da personagem, ouvimos as tricas dos bares que frequenta, o queixume pelos amores passageiros, as paixões impossíveis___ como a que sente por aquele rapaz, o objecto do seu tormento __ a quem nunca ousará confessar o seu doce segredo por ele passar le plus clair de son temps au lit des femmes. Uma canção que fala de solidão e preconceito. Cantada com uma terrível sensibilidade. E com alguma coragem, em 1973.

Nul n'a le droit en vérité
De me blâmer de me juger et je précise
Que c'est bien la nature qui
Est seule responsable si
Je suis un "homo" comme ils disent.



Penso sempre nesta canção como um manifesto. Mas é a melodia que viaja comigo.
(e sim, eu sei, tenho um lado cota cada vez mais apurado)

20.9.06

Ask the dust ou da poeira do tempo

Barbara Stanwyck, 1937

E perguntam vocês___ Barbara Stanwick? Pois, já vos conto tudo. Mas ela vem mesmo a propósito agora que está a decorrer o 10° Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa (de 15 a 24 de Setembro). Se a Barbara era lésbica? Não sei, não interessa. O que quis registar aqui foi a imagem da mulher que, pela primeira vez, ousou representar o papel de uma lésbica num filme de Hollywood. Barbara Stanwick foi Jo Courtney em 1962 no filme Walk on the wild side de Robert Dmytryk (They said, hey Sugar, take a walk on the wild side, I said, hey honey, take a walk on the wild side. esqueçam o Lou Reed).

E como é que soube isso? Porque andei a investigar os argumentos escritos pelo escritor americano John Fante e o Lou Reed pulsou a tecla do filme com o mesmo nome da canção. Disse John Fante. Why?__ Já viram Ask the Dust? Então já sabem que este é um filme que não se aconselha. Quanto ao autor do livro que inspirou o realizador Robert Towne, fiquei curiosa: em 1980, Charles Bukowski exigiu à sua editora que o livro Ask the Dust fosse republicado (não enviou novos trabalhos à Black Sparrow Press enquanto isso não aconteceu) e as questões colocadas por Arturo Bandini, o protagonista deste e outros livros de Fante, o seu alter-ego, dizem, __ sobre a escrita, a ambição, a imigração, permanecem actuais. O filme permitiu-me perceber um pouco do universo do escritor. Mas sinceramente, salta à vista que Robert Towne não sabe escrever diálogos, ele torna patético o que poderia ser belo. Os dois actores principais, plenos de atributos físicos, Salma Hayek e Colin Farrell, parecem tolos. Salva a este filme uma soberba fotografia. ou melhor, não salva. Melhor mesmo é começar a procurar umas traduções de John Fante. ou ver uns filmes com a Barbara Stanwick. que eles sim, resistem à poeira do tempo.

15.2.06


This is a bitch of an unsatisfactory situation, diz a um dado momento Jack Twist. E é mesmo, porque eu gostei do filme, gostei mesmo muito, mas duvido que tenha o melhor argumento ou seja o melhor filme do ano. Mas será certamente o melhor filme de Ang Lee depois do divertido (e já gay-centered) The Wedding Banquet, que eu vi há muito tempo, e me fez fixar o seu nome.

This is a bitch of an unsatisfactory situation porque o que tornou este filme polémico, mesmo antes de ser visionado, foi um rumor sobre o argumento. Uma história de amor entre dois homens, e ainda por cima cowboys, ainda é coisa ousada e isso is a bitch of an unsatisfactory situation. Ang Lee tem o mérito da subtileza, compreendemos o desejo que é revelado. This is a bitch of an unsatisfactory situation porque quando se trata do desejo entre um homem e uma mulher, o realizador não quer que o público compreenda, quer que o público também deseje. This is a bitch of an unsatisfactory situation porque o filme fala de amor mas o drama que é encenado não é nada original. Todos sabemos que existem homossexuais que não se assumem, e que casam, têm filhos, frequentam prostitutos no México ou no Parque Eduardo VII, e que, como toda a gente, se apaixonam uma ou muitas vezes na vida, e sofrem com um amor impossível. This is a bitch of an unsatisfactory situation porque Ennis Del Mar e Jack Twist nos comovem e gostamos muito de os ver na tela, mas era muito mais problemático se vivessem na porta ao lado. Por outro lado, e this is a bitch of an unsatisfactory situation, projectarmo-nos no enredo é simples porque já todos sofremos por amor.

Vale a pena ver este filme, é claro. A história está bem contada. A Brokeback Mountain é belíssima, sentimos o bom ar. E a América que nos é revelada é uma América real. Depois, Head Ledger e Jake Gyllenhaal são excelentes no papel de homens que antes de serem gays são outra coisa, neste caso, cowboys. Das meninas, adorei a Michelle Willians (Alma). Já Anne Hathaway (Lureen) pareceu-me muito bela e pouco convincente. Mas de modo geral, this is a bitch of a very satisfactory movie.

4.1.06

Um pequeno passo para o homem...

Herb Rits
Chegada de férias perguntei por novidades. Unh..., há poucas, disseram. Então e a campanha para as Presidenciais? E a mudança na Direcção da PT? E as reviravoltas no Expresso? EXPRESSO? Disse EXPRESSO? E saiu logo em catadupa: 10% dos portugueses são homossexuais! Enfim, para ser mais preciso, 7% são homossexuais e 2.9% são bissexuais. E de repente, grande discussão, que sim, que nisso as nossas percentagens nos aproximam da média europeia; que não, até porque a maior parte dos inquiridos não respondeu, que a amostra não deve ser representativa, e que são 10% mas dos que têm mais de 15 anos, uff que alívio, talvez não seja um milhão, bla-bla-bla. Bem, acabei a ler a notícia. Deixo o link (decididamente útil).

Só posso concluir que, na minha ausência, em Portugal, via Eurosondagens, via Expresso, aconteceu Um pequeno passo para o homem mas um grande passo para a humanidade. Agora só é preciso que um político eminente se assuma publicamente como homossexual, de preferência um que seja católico e de direita, e ficamos no pelotão da frente das sociedades-em-que-ser-homossexual-é-tramado-e-bissexual-nem-falar-mas-já-não-perdemos-o-emprego-por-causa-disso.

Sinceramente, é admissível que hoje em dia as pessoas fiquem surpreendidas com a notícia de que umas centenas de milhar de portugueses são gays? Mas haverá quem ainda apenas associe a homossexualidade a plumas e paradas com travestis? ________________ A resposta é sim. Glups! De resto, ainda recordo uma petição saloia que andou a passear por aí a reclamar um impeachment para o Esquadrão G. Um dos autores da petição escrevia que esse programa televisivo podia ser perigoso "para os nossos filhos". Mesmo que seja difícil ser melhor que a Santa Sé, ficava a ideia de que, em poucas semanas, rapazinhos heterossexuais poderiam repensar a coisa e passar a preferir o modelo gay, muito mais fashion (na prática, pareceu-me que os concorrentes ficavam apenas com um ar mais lavadinho).

Enfim, brincamos com coisas sérias. O que eu sei é que nos tempos que correm, este das auto-estradas digitais e expedições a Marte, o Santo Ofício alter ego ainda ameaça a vida daqueles que se descobrem homossexuais, adultos gays adiam eternamente a revelação a pais e amigos, homens e mulheres partilham vidas infelizes com cônjuges igualmente infelizes por não assumirem a sua identidade sexual, quando a única diferença que os caracteriza (na base) é a apetência (que dizem ser, apesar de tudo, compensatória) para sentir desejo e prazer por/com indivíduos do mesmo sexo. Uma vez que, ainda por cima, quando podem, resolvem o caso entre si, por que raio é tão difícil serem socialmente aceites?

É por isso que espero que venham mais notícias destas em front page. A ver se, da martelada na cuca, sai uma reacção de indiferença. Porque se eu fosse gay, era o que mais desejaria: uma saudável indiferença.

4.7.05

A Espanha já não é o que era


















Guy Bourdin



Lembram-se das nossas tias-avós dizerem que, vindos de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos? A tradição nunca mais será o que era.

Espanha é o quarto país no mundo a aprovar o
casamento entre homossexuais. E acabam de legislar no sentido de uma maior celeridade dos processos de divórcio. Mas o que gostei mesmo de saber foi que o macho espanhol vai ter que partilhar com su novia as tarefas domésticas. O projecto de lei aprovado inclui uma modificação relativa aos direitos e deveres dos cônjuges que inclui a obrigatoriedade destes "dividirem as responsabilidades domésticas e o cuidado e atenção" aos filhos e pessoas dependentes a seu encargo, obrigações que se somam às de viver juntos, ajudar-se mutuamente e manter a fidelidade.

Vêm de Espanha, bons ventos de mudança e felizes casamentos!

Senhor Primeiro-Ministro, por favor, arme-se em Zapatero! Algumas das nossas tias, que também eram solteironas, talvez pudessem finalmente ser felizes com... a amiga. E nós, as casadas, nem exigimos retroactivos!

19.4.05

Bento XVI Joseph Ratzinger foi eleito novo papa. Tem 78 anos.

O cardeal alemão dirigiu a "Congregação para a Doutrina da Fé" durante 23 anos, o que lhe permitiu «zelar» pela doutrina da Igreja. Puniu 140 teólogos que se distanciaram da doutrina oficial do Vaticano.

Conhecido como o «Guardião do Dogma» teve ainda um comportamento de condenação da homossexualidade e de crítica à participação das mulheres no «ofício» da Igreja.

Pergunto: para quando um Cisma ?