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14.11.05

IV Edição do Escritor Famoso. Lote 3. Re-re-inspirem!e

21. Anneke DM (wolkbreuk)
Poema de Claudia Sousa Dias
Meus olhos de Chuva

22. mrf (maré)
Poema de Amanda do TouKibem
Maré

Poema de VCRC, A consciência, a vida, o amor, eu e tu

23. Bertrand De Girardier (Ribeira de Gaia)
Poema de Lino Centelha, Rép lido

25. Ernesto Timor (my place)
Poema de Ivar Corceiro
do Bagaço Amarelo, Palestina

26. Carstanova (mummy)
http://www.carstanova.flashpage.nl/
Poema de A. Bandeira Cardoso, De Profundis, Pena de Vida,
Escondida do Mundo, escondida de Deus. Ou Adhan de um pedaço de pano.

Poema de VCRC, O Suicídio de um Anjo

e Poema de Prólogo, Metapoema óbvio

27. Keith Nikolson (blinda)
Poema de Joaninha, Renúncia

e de Luna do Loucura e Nata


28. Tine Drefalh
Poemas de Maria do Estórias do Bicho da Seda, Berço Novo,

e de addiragram do
Aguarelas de Turner, E agora?

29. Sheryl Jacobs (layerness)
Poema de Claudia Sousa Dias
Homenagem a Baudelaire


30. Guy Bourdin (hanging)
Poema de Claudia Sousa Dias
Paixão


[Lote lançado a 3 de Nov]

4.7.05

A Espanha já não é o que era


















Guy Bourdin



Lembram-se das nossas tias-avós dizerem que, vindos de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos? A tradição nunca mais será o que era.

Espanha é o quarto país no mundo a aprovar o
casamento entre homossexuais. E acabam de legislar no sentido de uma maior celeridade dos processos de divórcio. Mas o que gostei mesmo de saber foi que o macho espanhol vai ter que partilhar com su novia as tarefas domésticas. O projecto de lei aprovado inclui uma modificação relativa aos direitos e deveres dos cônjuges que inclui a obrigatoriedade destes "dividirem as responsabilidades domésticas e o cuidado e atenção" aos filhos e pessoas dependentes a seu encargo, obrigações que se somam às de viver juntos, ajudar-se mutuamente e manter a fidelidade.

Vêm de Espanha, bons ventos de mudança e felizes casamentos!

Senhor Primeiro-Ministro, por favor, arme-se em Zapatero! Algumas das nossas tias, que também eram solteironas, talvez pudessem finalmente ser felizes com... a amiga. E nós, as casadas, nem exigimos retroactivos!

23.5.05

Os espelhos do tempo


Guy Bourdin

P: Como são as memórias que surgem durante a regressão?
R: Existem duas maneiras de aceder às memórias de vidas passadas e de as descrever. A primeira é através do padrão clássico, em que a pessoa entra apenas numa vida e é capaz de captar uma imagem extremamente completa e pormenorizada dessa vida e dos seus acontecimentos. O dia é 22 de Maio de 2005, vejo um estádio cheio de gente, o Benfica está a jogar...
O segundo padrão de evocação de vidas passadas é aquele a que chamo encadeamento de momentos-chave. 38'- Golo do Benfica. Simão na marcação de uma grande penalidade, por mão na bola de Cadú dentro da grande área do Boavista, fez o 0-1.
42'- Golo do Boavista. Na sequência de um canto do lado esquerdo do ataque do Boavista, Éder, sem marcação, rematou de cabeça e fez a igualdade a 1-1.
45'- Termina a 1ª. Parte: Boavista-Benfica (1-1).
“FLASHES” DO JOGO (2ª Parte):
57'- Substituição no Boavista. Entrou Hugo Almeida e saíu Cafú.
61'- Substituição no Boavista. Entrou Diogo Valente e saíu Guga.
69'- Substituição no Benfica. Entrou João Pereira e saíu Geovanni.
77'- Substituição no Benfica. Entrou Mantorras e saíu Nuno Assis.
86'- Substituição no Boavista. Entrou Nélson e saíu Zé Manuel.
90'- Substituição no Benfica. Entrou Bruno Aguiar e saíu Nuno Gomes.
90'- Termina o jogo: Boavista-Benfica (1-1).
O BENFICA SAGRA-SE CAMPEÃO NACIONAL!

A MRF deve estar verde de raiva, mas nas minhas próximas vidas, mesmo que assuma a forma de uma mulher, este dia ainda vai ter uma importância qualquer. Para mim, para ele e para todos os benfiquistas de gema! como este e este e este e este e este e Este! e Esta! e...
[cumprimentos ao Brian Weiss e ao jornal O Jogo]

6.4.05

Os dados estão lançados


Guy Bourdin

Olham-se e dançam em silêncio por um momento.
- Diga-me - pergunta Pedro de repente -, o que é que se passa? Não pensava senão nos meus aborrecimentos há bocado e agora estou aqui. Danço e não vejo senão o seu sorriso... Se isto fosse a morte...
- Isto?
- Sim, dançar consigo sempre, só a ver a si, esquecer tudo o resto...
- E depois?
- A morte valia mais que a vida. Não acha?
- Aperte-me com força - diz ela baixinho.
Os rostos estão muito perto um do outro. Dançam ainda um instante e ela repete:
- Aperte-me com mais força...
Bruscamente, o rosto de Pedro entristece-se. Pára de dançar, afasta-se um pouco de Eva e exclama:
- É uma comédia. Nem sequer cheguei a tocar a sua cintura...
[in Sartre, Jean-Paul, Os dados estão lançados, Ed. Presença, 1983, pp 72-73]


Partilhar as memórias da leitura deste livro
com ela (leiam "Depois do ócio...o elogio do amor"), foi um prazer. Entretanto, ele lembrou-nos que este ano temos mais um pretexto para falar de Sartre (aqui e aqui) e para reeditar este livro em Portugal! Esta obra-prima, manifesto de consciência de classe, furioso arranca-corações, guião de cinema, livro de culto, anda desaparecida há tanto tempo...

23.2.05

As sombras errantes

 /
Pascal Quignard escreveu uma série de três livros a que chamou Le dernier royaume: Les ombres errantes, De Jadis, Abîmes. Leio o primeiro (Ed. Grasset), uma escrita aberta, fragmentada, reflexões sobre o tempo, a origem e a História, múltiplos romances, um exercício de errância. Lire c'est errer. La lecture est errance. (Méfiez-vous des chevaliers errants! Méfiez-vous des romanciers! (p. 50).



O primeiro capítulo - excertos, aqui.


O quinto capítulo - excertos, aqui:




Ninguém salta por cima da sua sombra. Ninguém salta por cima da sua origem. Ninguém salta por cima da vulva da sua mãe.
*
Quem não ama o que já amou? É preciso amar o perdido e amar até um outro tempo no perdido. (...)
*
É preciso renunciar à ideia de liberdade para desobedecer mais uma vez. (...)
*
Prefiro a palavra intrusão à de excepção porque a palavra intrusus está mais próxima do nascimento. Não creio que a arte possa alguma vez ser negativa. Ela ignora a negação porque ela ignora o tempo. (...) Intro-ire em latim quer dizer entrar-dentro. É entrar na via da vida. É nascer.
Intrusus é aquele que entra com força, que se introduz tão violentamente, sem o direito de entrar, que o apanham. É aquele que não é convidado. Eis a magnífica definição corrente da palavra intruso. (pp 22-24)




Outros capítulos - méfiez-vous..., de tempos a tempos, aparecerão mais excertos.



Quem preferir possuir, dominar, o seu próprio ritmo de leitura, saiba que As Sombras Errantesforam editadas pela Gótica.





[Foto de Guy Bourdin]

21.1.05

Seul avec lui


Guy Bourdin

Il y a des hommes interdits, des hommes devant lesquels on reste interdite. Je me demande parfois si cette pieuse distance traduit la nature exacte de l'amour - être ici et là, de part et d'autre - ou son impossibilité complète - comment s'aimer de loin, sans rien toucher en l'autre?
Le désir point de traverser, d'aller sur l'autre rive, le désir point, dût-on en mourir, de passer.


in Laurens, Camille, Dans ces bras-là, P.O.L. éditeur, 2000, pp 198