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6.1.06

3:00 AM Encontro telecenestésico com Fausta Paixão

Carstanova
http://www.carstanova.flashpage.nl/


Lembro-me de ter lido que não devemos confundir memória, inteligência e vontade com cenestesia, imaginacão e sentimento. Mas como descrever esta noite de veludo, de sons coloridos, de sensações agridoces, sem misturar todas as dimensões? O homem é um animal racional mas todas as formas de consciência se desnorteiam e baralham face ao mais sedutor dos apelos: aquele que se dirige à nossa animalidade. Nos seus Exercícios Espirituais, Santo Inácio aconselhava a não investir na mudança em tempos de desolação, pelo perigo de confundir vontade e sentimento, e porque mais facilmente nos deixamos levar pelo primeiro. Ah sábias palavras que esqueci! Mas não me digam que o que vivi foi imaginação! E se esta imagem que guardo fizer nascer uma ideia errada..., que se lixe!

Não sei qual é o equivalente da memória na nossa vida sensitiva mas quero acreditar que seja a cenestesia, que é uma espécie de lado de dentro do sentido do tacto. Aos poucos, por volta das 3:00 AM comecei a perceber a minha posição e a dela, os nossos movimentos, do lado de dentro. Imagino que seja difícil compreenderem, mas nunca vi a Fausta Paixão como se ela estivesse fora de mim. E o bem e o mal misturaram-se nas nossas vísceras... para o bem e para o mal.

Tudo começou um pouco antes. Deitei-me depois de ter tomado um banho de ervas, concentrei-me na minha respiração, e durante vários minutos relembrei as estórias românticas mas sempre mal terminadas da minha parceira dessa noite. E adormeci assim. Confesso que não foi fácil encontrá-la. O meu espírito teve que afastar várias marés revoltosas de Valentins, Vascos, Natalinos, Ezequieis, Danis, Angelos, Norbertos, Tomaz, Fábios, Linos e tantos mais que lhes perdi a conta e a temperatura! Quando finalmente ela começou a penetrar no meu corpo e estávamos quase a ocupar exactamente o mesmo espaço... apareceu o marialva do Pirata Vermelho. Por momentos vi a Fausta com a cabeça no meu peito e as pernocas fundidas nas pernas dele. Até que as duas, em perfeita harmonia, pensamos numa forma de o afastar, e violentamente cantámos:
Vamos cantar as Janeiras
Vamos cantar as Janeiras
Por esses moços adentro vamos espetar nossas Bandeiras
Ta tara tati tata
Ta tara tati tata

E os espíritos do Finúrias, do Manel, e todos os Macacos do Adriano, apareceram para o abraçar.

Ficamos sós, unidas, num renovado avatar. Oh céus! Oh infernos! Abstenho-me de vos relatar os pormenores indecorosos. Mas ela eu temos uma pele tão sedosa, e como eu ela nos divertimos a encontrar os nossos pequeninos sinais debaixo do mamilo esquerdo de ela eu e na pontinha do tornozelo de eu ela!

Por volta das 4:00 AM o meu Jules começou a ressonar tão forte que acordei. Ainda me lembro do meu dela olhar desesperado no momento da desintegração. Mas enfim, fazer amor sem courgettes tem as suas limitações e ambas sabemos disso. Não foram necessárias palavras para percebermos que a melhor opção é a das refeições variadas.

Demanhãzinha fui ao Dicionário Médico Familiar editado pelas Selecções Reader's Digest e li: cenestesia é "o conhecimento de que se existe, produzido por um conjunto de sensações vagas internas procedentes de..." . Percebi que devo repetir a experiência para me conhecer melhor. Faustinha, topas?


14.11.05

IV Edição do Escritor Famoso. Lote 3. Re-re-inspirem!e

21. Anneke DM (wolkbreuk)
Poema de Claudia Sousa Dias
Meus olhos de Chuva

22. mrf (maré)
Poema de Amanda do TouKibem
Maré

Poema de VCRC, A consciência, a vida, o amor, eu e tu

23. Bertrand De Girardier (Ribeira de Gaia)
Poema de Lino Centelha, Rép lido

25. Ernesto Timor (my place)
Poema de Ivar Corceiro
do Bagaço Amarelo, Palestina

26. Carstanova (mummy)
http://www.carstanova.flashpage.nl/
Poema de A. Bandeira Cardoso, De Profundis, Pena de Vida,
Escondida do Mundo, escondida de Deus. Ou Adhan de um pedaço de pano.

Poema de VCRC, O Suicídio de um Anjo

e Poema de Prólogo, Metapoema óbvio

27. Keith Nikolson (blinda)
Poema de Joaninha, Renúncia

e de Luna do Loucura e Nata


28. Tine Drefalh
Poemas de Maria do Estórias do Bicho da Seda, Berço Novo,

e de addiragram do
Aguarelas de Turner, E agora?

29. Sheryl Jacobs (layerness)
Poema de Claudia Sousa Dias
Homenagem a Baudelaire


30. Guy Bourdin (hanging)
Poema de Claudia Sousa Dias
Paixão


[Lote lançado a 3 de Nov]

30.3.05


Carstanova
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Estou numa canção. Sim
em total silêncio e abstração
nessa canção que apenas o vento da memória embala.

Escrita Solta, Wilson T


e depois, de há uns tempos para cá
falo comigo pelo caminho

para me entreter

às vezes canto,
cantigas de amor
sansão e dalila, ne me quitte pas

notas sem nexo

mas sobretudo converso
diz-te coisas bonitas

a luz

uma casa de pedra

outras vezes ando de mão dada com ninguém
recordando a mão cingida nos dedos de...

sonho breve, sono leve

diz-te mais coisas bonitas

risos mélicos
portões com ferrugem
loiça frágil
escrita solta