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12.5.12

Bom dia, Santa Joana!

Hoje é dia da santa que não o é. É dia da beata. É dia da princesa. É dia da padroeira da cidade. Não consta que tenha apanhado moliço ou lido os ditos populares que enfeitam os barcos. Mas rezou e muito por estas bandas. Santa Joana Princesa, mais do que nunca, atende às preces das gentes da terra que te acolheu. O convento onde vivias, por exemplo, já só se adivinha. Mas não te zangues que foi tudo feito em nome do progresso e com fundos comunitários__que são públicos mas que tratamos como se fosse um gesto simpático de D. Afonso V, teu pai. A ti dedico estas imagens, quase históricas (para quando viver for recordar), porque o maior notável da urbe achou por bem construir uma ponte sobre o Canal Central. O povo não quer a ponte mas, já sabes, o progresso, os fundos de D. Afonso V,.... Já agora anuncio-te: de uma das janelas do convento poderás assistir à construção de outra ponte que unirá os dois parques da cidade. O povo também não quer essa ponte aérea, porque há passadeiras que servem muito bem o propósito, mas é o progresso, os fundos de D. Afonso V... Não poderias alertar o papá para o mau uso dos seus fundos?

Aveiro, Canal Central, Maio 2012
Foto MRF

18.12.11

Dez anos é muito tempo ou nada


Folheando o Divas & Contrabaixos, revi um post escrito em Março de 2007 que me fez pensar novamente no destino das mais de 300 obras de arte cedidas à Câmara Municipal de Aveiro pelo Instituto das Artes (SEC).

"Esta colecção, tutelada pelo Instituto das Artes, foi construída ao longo de várias décadas no âmbito de uma política de aquisições, orientada então pela Direcção Geral de Acção Cultural da Secretaria de Estado da Cultura...". 

Já não recordo os detalhes do protocolo estabelecido (que envolve também a Universidade de Aveiro) mas sei que durante 10 anos a autarquia pode expor, dar a conhecer, reflectir, dinamizar, celebrar a arte utilizando esse acervo. A maior parte da população não saberá/esqueceu da existência dessas centenas de pinturas, fotografias e esculturas. Realizaram-se duas mostras (não eram exposições!), sendo a primeira a que evoco no referido post. 
Eu quis acreditar! Participei em tertúlias esclarecedoras! Entretanto, é possível, aqui e ali, apreciar algumas das obras: na nova estação de caminho de ferro há umas fotografias (já deterioradas), no Teatro Aveirense estão expostos dois ou três quadros, nos gabinetes dos vereadores encontram-se outras tantas (é um ultraje!). Parece-me que estamos muito distantes dos objectivos definidos pelo Professor António Pedro Pita (então Director da Delegação Regional de Cultura do Centro) mas talvez a CMA esteja a fazer um extraordinário trabalho de bastidores. Como cidadã, eu gostaria de ser informada sobre o paradeiro e projectos desenvolvidos/em estudo relacionados com esse acervo.

Não deixa de ser curioso lembrar também que o "Projecto da Avenida de Arte Contemporânea" foi o grande tema de discussão no primeiro mandato da actual coligação. Esse seria o futuro da Avenida Lourenço Peixinho!

Nada se cumpriu! Mas como poderia esta autarquia propor um pensamento sobre a própria arte ou conduzir a uma análise crítica da teoria visual! Já ninguém cai em enganos! O problema é que o tempo passa. Dez anos é muito tempo ou nada.       

9.10.11

Francisco José Viegas psdado

Senhor Secretário de Estado, V.Exa. criou o detective Jaime Ramos que é UMA personagem e não UM personagem!
SEC, em vez de Ministério, porque a cultura é transversal à sociedade e não se equipara à economia!!! Non sense. O rio continua a correr para o mar, pois.
O Estado deve: coordenar o património material e imaterial (inventário em curso), implementar política integrada da língua, da leitura, do livro e das bibliotecas, "cuidar" das artes tornando os criadores mais independentes, estabelecer programas de cooperação com Educação para criação de público, não esquecendo a relação da cultura com o território (mapeamento da paisagem natural). Ficamos na expectativa de uma (des)continuidade.
"Vamos valorizar os resultados das bilheteiras!" - afinal não é um critério decisivo... mas há que impor objectivos, um caderno de encargos aos Teatros Nacionais. "O repertório dos teatros tem que ser solidário com a tutela". Terrível linguagem!
Agrupamento Complementar de Empresas: para facilitar a gestão financeira, o sector de compras, etc., mas mantém-se a autonomia artística. "A cultura não será um sector de propaganda do Estado" - ao que chegamos em matéria de esclarecimentos! E ainda (a propósito dos subsídios): "a visibilidade da cultura é muito perigosa"!
Finalmente, tantos preciosos minutos a discutir a avaliação da colecção Berardo (sr. jornalista, então?)
E a máxima original: "que parte da frase é que não perceberam quando se diz (que) não há dinheiro?"
"Admite" que o governo anterior deixou um esboço para uma nova Lei do Cinema e "problema aqui é o financiamento (...), não da SEC mas do fundo, do ICA e do FICA". Ainda bem que vão resolver o problema!?
Museus: "A gratuitidade nos museus não é um bom princípio" (mas os museus não são gratuitos). Só 36% das entradas nos museus são pagas, "o que é muito pouco" (na maior parte dos museus, a maioria dos visitantes são estudantes integrados em visitas organizadas pelas escolas, ou estou enganada?). O ideal seria chegar aos 80% para que os museus se tornassem auto-sustentáveis! (perguntem à direcção do Museu de Aveiro o valor dos custos fixos só em consumos energéticos...)
Enfim, fica para memória futura___ a juntar a outras memórias. É difícil ser solidário com as diferentes tutelas!  



Pedido de ajuda ao detective Jaime Ramos: Este é o site do Ministério da Cultura de Espanha, um verdadeiro portal de promoción de las culturas de España. O equivalente português é este. Tem a foto do Secretário de Estado. Caro detective, onde está a promoção das culturas de Portugal?

3.10.11

X Bienal de Cerâmica de Aveiro (2)

____e afinal a polémica é outra e esta é mais séria! LAMENTÁVEL!

Leiam o blogue de SOFIA BEÇA, uma das artistas representadas e premiadas este ano:

«A senhora vereadora da cultura, para além de ter o cargo politico da câmara municipal de Aveiro, também é "criadora" e até dá um nome à sua criatividade "Monstros". Pois bem, passo a transcrever um texto:
"Tendo em conta a reutilização de grandes electrodomésticos colocados no lixo, ou seja, os designados "monstros", a Vereadora do Pelouro da Cultura, Maria da Luz Nolasco, decidiu fazer o reaproveitamento de algum desse material para ficarem como suporte das peças da Bienal. Como são lixo, os tais "monstros" que as pessoas não precisam e estão na lixeira disponíveis, foram transformados e constituem os suportes que sustentam os objectos de arte num espaço museológico.(...)."
Pois foi isto que vi, uma exposição de eletrodomésticos, intitulada "Monstros", pintados de amarelo, azul e roxo. Uns ao alto, outros deitados, os frigoríficos com luzes florescentes dentro. Temos de tudo por lá. Criatividade não falta ali.

O problema desta senhora é que tinha outra exposição para inaugurar, ou seja as obras seleccionadas da Bienal. Portanto, nada melhor que "decorar" com esses trabalhos a sua exposição. Temos peças tridimencionais dentro de frigoríficos (portanto só se podem ver de um lado), peças em cima de fogões, que me fizeram recordar os anos 50 e 60 quando a donas de casa acabavam de limpar os fogões e os fechavam decorando com um paninho e uma jarrinha de flores de plástico. Televisões com os "tarecos" em cima......Sim, foi isso mesmo que eu vi. As obras de cerâmica de todos os autores são tratadas como "tarecos". (...)
Infelizmente, no regulamento da bienal diz que não se podem retirar as obras até ao encerramento da mesma, porque se não eu tinha retirado o meu trabalho dali. Tenho vergonha de ter participado numa bienal que pensava ser séria e respeitosa. Vergonha de ter uma foto do meu trabalho no catálogo, vergonha de ter recebido uma menção honrosa, perdão, menção horrorosa

20.9.09

Políticas Culturais: Que futuro para Aveiro?

MESA REDONDA/DEBATE
ESTÚDIO PERFORMAS - DIÁRIO DE AVEIRO
DIA 29-09. ÀS 21:30

O poder autárquico democrático, que em Portugal teve início em 1976, tem vindo a expandir as suas áreas de intervenção: se há 33 anos se esperava que as Câmaras Municipais se ocupassem da pavimentação das ruas, do fornecimento de água e, eventualmente, do saneamento básico, hoje as atribuições próprias das autarquias são muito mais extensas e há quem veja nesse reforço de competências uma condição essencial para o aprofundamento da democracia e da participação cívica.

A intervenção cultural constitui uma dessas áreas que os municípios chamaram à sua responsabilidade, em alguns casos com grande sucesso. Factor preponderante para o desenvolvimento local em cidades de pequena e média dimensão e um efectivo elemento para a avaliação da qualidade de vida das populações, a actividade cultural, na maior parte das vezes, emerge da sociedade civil, organizada em colectividades ou associações sem fins lucrativos que carecem de apoio público e, sobretudo, de directrizes sócio-políticas.

Às políticas culturais cabe pois o papel de definir as prioridades, regulamentar o apoio público, a articulação com outras áreas sócio-políticas relevantes (educação, juventude, inserção social, p.ex.) e a decisão sobre a intervenção directa dos órgãos públicos.

Aveiro não parece ser o melhor exemplo de uma autarquia com políticas culturais coerentes e consequentes. Entre os agentes culturais, a comunidade artística e, de forma geral, os munícipes, grassa o descontentamento quanto à forma como, ao longo dos anos, os diferentes executivos autárquicos têm lidado com a cultura.

Neste momento de plena discussão cívica e reflexão político-eleitoral importa saber quais as propostas que os diferentes candidatos à autarquia têm neste domínio e confrontá-las e debatê-las com os cidadãos, num diálogo aberto e informal.

A iniciativa conjunta do Diário de Aveiro e do Estúdio Performas pretende reunir os representantes das várias forças políticas concorrentes à Câmara Municipal de Aveiro numa mesa-redonda / debate a decorrer no auditório do Estúdio Performas no dia 29 de Setembro (3ª feira) pelas 21h30.

11.6.09

Of course, at the moment you're still stronger than I am*

Mário Tendinha
Série ...lá para o Sul..., Bue de cansaço



Na CPLP e na grande diáspora da língua portuguesa, alternamos sempre entre Caliban e Prospero. Acho que até aprecio essa qualidade híbrida, tão portuguesa. Mas, no que diz respeito ao ensino da língua portuguesa, não perdoo. A tempestade que o ministro Pinto Ribeiro ambiciona é bem necessária e não deixa de ser um prazer ouvir o discurso. Mas. Mas. Em França, que eu saiba, para estudar em língua portuguesa, existe apenas o Lycée international de Saint-Germain-en-Laye (secção Portuguesa: Collége Pierre et Marie Curie), acessível a uma mui pequena minoria do milhão de portugueses concentrados à volta de Paris. E não, essa possibilidade não decorre de qualquer iniciativa do Estado português. Conhecemos, é certo, a boa reputação da Escola Portuguesa de Macau. Caso raro! Dito de outra forma, quando pensamos emigrar para um qualquer país que não integre a CPLP, onde podemos encontrar uma escola ou liceu português? Pensemos apenas nas capitais europeias... Deixo-vos todas as informações para a admissão no Lycée Internacional (França). Enviem-me outras relativas a estabelecimentos de ensino existentes por esse mundo fora. Somos um país de emigrantes, a grande diáspora, bla bla bla... Eles devem existir...


Neste mundo globalizado, eu não concebo a educação e formação identitária multicultural dos meus filhos sem esse elemento básico: o conhecimento da língua e cultura maternas. Pelo que nunca é tarde demais, sr. Ministro, mas...



*Palavras de Caliban na peça de Aimé Césaire, Une Tempete: Acto 3, Cena 5.
[Nesta peça, Césaire inspira-se na obra The Tempest de Willian Shakespeare e usa o personagem Caliban como símbolo dos povos colonizados (por oposição, Prospero simboliza o colonizador europeu)]

10.5.09

Estragédias


Alguns artigos do «arquivo de imprensa» do ministro da Cultura José António Pinto Ribeiro (numa pesquisa que visava perceber a sua estratégia para a pasta da Cultura):






Pinto Ribeiro e Isabel Pires Lima têm certamente estilos diferentes mas a estratégia para a cultura anda muito próxima. Vejamos:
A ex-Ministra apontava como prioridade a Internacionalização da cultura portuguesa, partindo do princípio de que fazer diplomacia cultural é também fazer diplomacia económica. (Não podíamos concordar mais. Na verdade, já era tempo de alguém evidenciar esse aspecto). O problema é que Pires Lima não avançava com medidas concretas. Pinto Ribeiro pode erguer (para alguns) o acordo ortográfico e caiu bem o apoio às galerias na Arco 2009.
A ex-Ministra apontava a Conservação Preventiva como outra prioridade - não só do património edificado, como do livro antigo, por exemplo - ou seja, mudar a arquivística. (Não podíamos concordar mais). O problema é que Pires Lima não avançava com medidas concretas. Pinto Ribeiro já o fez. Um por cento das grandes empreitadas de obras públicas passarão a reverter para a recuperação de monumentos. Mas qual será o critério na atribuição do alvará para intervenção no património? O Igespar terá os recursos humanos para fiscalizar todas as obras de recuperação? Quem fiscalizará o Igespar? (desculpem, mas depois do processo de «requalificação» do Museu de Aveiro, acho que a última pergunta é legítima).

Outro grande objectivo do Ministério da Cultura, afirmava Pires Lima, era o de incluir Portugal na rota das grandes exposições da Europa. Nesse sentido ocorreram as negociações (que já tinham um histórico de dez anos) para a fixação da colecção de arte do comendador Joe Berardo em Portugal e a sua integração num novo Museu de Arte Contemporânea, em Lisboa. Em 2006, a então ministra da Cultura noticiou também a celebração do
Protocolo Hermitage. (O Museu Hermitage é um dos maiores do mundo e faz circular as suas exposições na Europa e EUA. A partir de 2010, Portugal passaria a ser o terceiro ponto da Europa onde essas exposições poderiam ser vistas). Enfim, o Protocolo estava assinado e ainda não tinha sido criada uma comissão para orçamentar o projecto. O que veio a acontecer? - Em 2008 «Hermitage já não quer ter um pólo permanente em Portugal». Escusando-se a entrar em pormenores, o director do Hermitage [Mikhail Piotrovski] diz apenas que houve "demasiadas discussões" e "dinheiro que não chegava", "questões que normalmente correm sem percalços".
Outra grande aposta estratégica da Ministra era a Descentralização. (Excelente ideia dinamizar a rede de Cineteatros, concertando programação e oferta, optimizando recursos. Porque a cultura "é um veículo de qualificação dos portugueses", é excelente que o Estado aposte nos Serviços Educativos desses organismos e incentive programações para o público escolar). Pois o projecto "
Território das Artes", através do qual o Ministério pretende promover a "descentralização das artes e a formação de públicos", prossegue. Há apenas um senão: os Presidentes de Câmaras Municipais sacodem a vereação da Cultura para o Conselheiro Acácio do burgo (quando não para o Primo Basílio) e estes reproduzem o modelo, nomeando a seu bel prazer os Directores dos Cineteatros. Adeus competência, olá amigo político! É com o não-critério que se descentraliza a arte e qualifica público?

Enfim, não me digam que não há uma estratégia clara para a Cultura. É claro que há! Falta é... acuidade, responsabilização, avaliação? As generalizações são grosseiras mas: pouca coisa se fez bem; o que se fez, fez-se muitas vezes tarde; quer (des)fazer-se o que está (bem) feito. Se Isabel Pires Lima se atolou com as exposições, Pinto Ribeiro está a enterrar-se com os Museus. Se a primeira mudou Direcções (as mais polémicas: Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Nacional de São Carlos, Museu Nacional de Arte Antiga) porque "
as instituições precisam de se renovar", o actual (já) exonerou algumas dessas Direcções. E, Senhor Ministro, o Plano Nacional de Leitura está mesmo a correr bem? Como é feita essa avaliação? Para começar, não seria melhor rever a lista dos livros recomendados (ou convém manter boas relações com todas as editoras e mais uma)? Não será melhor acertar agulhas com o Ministério da Educação antes de lançar essa ideia top ten do Plano Nacional de Escrita? Outra coisa: quem não vive em Lisboa (ou Porto), como pode aceder aos filmes da Cinemateca?


P.S.: Que não se conclua destas palavras que responsabilizo unicamente o Estado, ou o PS ou o PSD, pelo «atraso» português em matéria de produções e consumo culturais. O Estado deve regular, legislar, intervir, «democratizar», salvaguardando a identidade histórica mas também projectando novos valores artísticos, sociais, políticos! A um outro nível, a Escola tem também esse papel! E os Media, pois! Mas, na verdade, acho que é tempo de nos responsabilizarmos todos por este estado de situação. Quando escolhemos a TVI, ou a novela brasileira, ou os Circos das Celebridades, quando deixamos o Teatro lá da terra às moscas, não sabemos onde fica o Cineclube local, não lemos mais que um ou dois livros por ano, fazemos uma opção em termos do país (e do mundo) que queremos para nós, ou não? :P


Adenda: Este post já se chamou: «Com o programa das Festas do Munícipio à minha frente, quando se comemora «Aveiro 250 anos», deu-me uma fúria e decidi culpar toda a gente»

7.5.08

Je vous salue, Sarajevo

Uma viagem, na expectativa de apreciar a arte de viver em Sarajevo. Dizem-me que voltou a florescer, que a excepção vingou. Mas é difícil partir sem a memória do que foi a regra há pouco mais de uma década.



«De certa forma, o medo é a filha de Deus. Redimida na noite de Sexta-feira Santa. Ela não é bela... e é enganada, maldita e desapropriada de todo. Mas não nos enganemos. O medo vela pela agonia de toda a humanidade, o medo intercede pelo Homem.
Para isso há uma regra e uma excepção.
A cultura é a regra e a arte é a excepção. Todos falam da regra: os cigarros, o computador, as camisas, a TV, Turismo, guerra. Ninguém fala da excepção. Não é falado. Está escrito: Flaubert, Dostoyevski. Está composto: Gershwin, Mozart. Está pintado: Cézanne, Vermeer. Está filmado: Antonioni, Vigo. Ou é vivido, e ali está a arte de viver: Srebenica, Mostar, Sarajevo.
A regra deseja a morte da excepção. Assim é a regra da cultura europeia..., está a organizar a morte da arte de viver que se mantém florescente.
Quando chegar a hora de fechar o livro, não sentirei nenhum pesar. Vi tanta gente morrer tão mal e tantos viver tão bem.»


[Este é um vídeo de 2 minutos, realizado por Jean-Luc Godard em 1993, um olhar sobre uma única fotografia de guerra, é uma versão reduzida do seu filme Letter to Jane, sobre o qual Sontag escreveu (um comentário válido para ambos os filmes): "o cinema é também uma lição-modelo sobre como ler qualquer fotografia, como decifrar a natureza não-inocente do enquadramento, ângulo e centro da fotografia." Para compreender esta anotação ler:
(Post) Modern Godard: VIVRE SA VIE by Shun-liang Chao; Jean-Pierre Gorin, por Erik Ulman; Susan Sontag, On Photography]

28.4.08

Bienal Internacional de Cerâmica de Aveiro VIII



Em Dezembro de 2007, divulguei aqui a VIII Bienal Internacional de Cerâmica de Aveiro (ver I, II, III, IV, V, VI, VII), apelando à visita da magnífica exposição, resultante do mais importante concurso dedicado à Cerâmica Artística realizado em Portugal.

Recentemente, na minha caixa de comentários, o artista
Ricardo Casimiro chamou-me a atenção para o facto de os prémios ainda não terem sido pagos aos três autores vencedores. No seu blogue, ele narra-nos a sua experiência pessoal e dá-nos a ler uma mensagem da ceramista Sérvia Jasmina Pejcic, vencedora do 1º Prémio: «...Unfortunatelly I haven't received the prize money and I don't know what happened with this.»

No dia 8 de Dezembro, a Câmara Municipal de Aveiro realizou uma cerimónia de entrega dos prémios..., mas não os entregou. Para conhecerem
os valores em dívida, 30 mil euros no total, remeto-vos para o mesmo blogue.

P.S.: Ricardo, Jasmina, talvez o Joaquin Cortés vos possa ajudar!

14.3.08

Apetece-me Aveiro #2


Quase dois anos depois da assinatura do Protocolo que resultou na cedência de um vasto acervo patrimonial do Instituto das Artes à CMA e à UA (262 obras de arte, produzidas na segunda metade de século XX), a "instalação" na estação de caminhos de ferro de Aveiro constitui o evento mais notável e duradoiro empreendido até ao momento. Continuaremos a aguardar "os programas expositivos, seminários e documentação pedagógica e ilustrativa das correntes artísticas que mais marcam a segunda metade do século XX na Europa e em Portugal"_____ , mas não sei quanto tempo mais resistirão as obras na imagem à humidade ou a um acto de vandalismo. Uma coisa é certa, é uma boa tentativa de marketing político turístico. O povo sai do combóio e fica logo a saber que Aveiro é, não apenas a cidade do romance, como uma cidade que leva a sério todas as matérias relacionadas com a cultura. Enfim, seria bom se fosse verdade...