Sokolsky, bubble le dragon
Esta é a introdução (tradução de um fragmento de La grammaire est une chanson douce, de Erik Orsena):
Ela estava ali, imóvel sobre a sua cama, a pequena frase bem conhecida, demasiado conhecida: Eu amo-te.
Palavras magras e pálidas, tão pálidas. As sete letras sobressaíam com dificuldade da brancura dos lençóis. Pareceu-me que ela nos sorria, a pequena frase. Pareceu-me que ela nos falava:
- Estou um bocadinho cansada. Ao que parece, trabalhei demais. Devo repousar.
- Vamos lá, então Eu amo-te, respondeu-lhe o Senhor Henri, eu conheço-te. Existes desde sempre. Tu és sólida. Mais uns dias de repouso e estás como nova.
O Senhor Henri estava tão perturbado quanto eu.
Toda a gente diz e repete "Eu amo-te". É preciso ter cuidado com as palavras. Não as repetir em qualquer situação. Não as empregar a torto e a direito, trocando umas por outras, contando mentiras. Senão as palavras gastam-se. E às vezes, é tarde demais para as salvar.
No meio: estão vocês, e cada um faz sempre a sua leitura privada e cria as suas próprias associações.
Este é o fim: Viajantes da Blogosfera, obrigada pela vossa participação no Retrato X-NET e pelos vossos comentários. Flutuei com os vossos afagos de dragão.
Não posso dizer mais nada para não gastar palavras. Chuuuuu, ela está a descansar!
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