18.5.08

Dia Internacional dos Museus

Serralves, Abril 2006
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São 13 imagens de Museus, Centros de Exposição e Sítios Históricos. Tentem identificá-los. É claro que se aconselha a visita, apesar das palavras-provocação de António Dacosta.

Prémio para quem acertar ou nem por isso: uma visita ao
Museu sem Fronteiras

50 Anos da Campanha de Humberto Delgado II

Humberto Delgado
Liceu Camões
18 de Maio de 1958


17.5.08

Elvira Rahic


Do álbum "Miraz" (2008).

É o que se anda a ouvir cá em casa em casa. Elvira Rahic, a voz mais amada da nova música popular bósnia. Uma fusão de influências. como o país em que vive.

14.5.08

Apetece-me Aveiro #6 (reedito o post. alguém conhece a razão por que esta praça se mantém há anos neste estado?)

É uma imagem do centro de Aveiro no início do século XX (cerca de 1910).

Por volta de 1928, o mesmo local, com a Ponte dos Arcos e o edifício anterior ao Hotel Arcada.

Aspecto da Praça do Comércio, por volta de 1940.


2008: Praça Dr. Joaquim de Melo Freitas (antiga Praça do Comércio), com o seu obelisco em Homenagem aos Mártires da Liberdade. Ainda dizemos que fica "junto aos Arcos" aludindo à Ponte dos Arcos. Situa-se frente ao canal principal da ria, no centro da cidade. Continua a ser um ponto de passagem obrigatório para locais e turistas.

Os anos passam e, sem que eu perceba as razões (nem o alheamento aparente de quem pode intervir), basta avançar alguns passos e encontramos o que as imagens aqui revelam.

Nessa Praça e ruas contíguas, muito pitorescas, é certo, existe casario que ameaça ruir, apesar do rés-do-chão estar ocupado com comércio (sapateiro, talho, etc.). Vamos continuar a fazer de conta que não vemos? Esta zona da Polis não merece um pouco mais de investimento?

Fotos MRF, Abril 2008

50 Anos da Campanha de Humberto Delgado I

Humberto Delgado saúda a multidão
Praça Carlos Alberto, Porto
14 de Maio de 1958


12.5.08

O Homem, As viagens

O homem bicho da Terra
tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo,
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
experimenta a Lua
civiliza a Lua,
humaniza a Lua
Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte – ordena as suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.
Marte humanizado. Que lugar quadrado!
Vamos a outra parte?
Restam outros sistemas
fora do solar
a colonizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima, dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias
inexploradas entranhas
a perene, insuspeita alegria
de com-viver.

Carlos Drummond de Andrade



[Em viagem pela Bósnia, à espera ser colonizada, civilizada, de descobrir as minhas inexploradas entranhas e a insuspeita alegria de com-viver]

9.5.08

Miss Sarajevo


U2 - Miss Sarajevo

Is there a time for keeping your distance
A time to turn your eyes away
Is there a time for keeping your head down
For getting on with your day

Is there a time for kohl and lipstick
A time for curling hair
Is there a time for high street shopping
To find the right dress to wear

Here she comes
Heads turn around
Here she comes
To take her crown

Is there a time to run for cover
A time for kiss and tell
Is there a time for different colours
Different names you find it hard to spell

Is there a time for first communion
A time for East Seventeen
Is there a time to turn to Mecca
Is there time to be a beauty queen

Here she comes
Beauty plays the clown
Here she comes
Surreal in her crown

Dici che il fiume
Trova la via al mare
E come il fiume
Giungerai a me
Oltre i confini
E le terre assetate
Dici che come il fiume
Come il fiume...
L'amore giungerà
L'amore...
E non so più pregare
E nell'amore non so più sperare
E quell'amore non so più aspettare

[Translation of the above]
You say that the river
finds the way to the sea
and like the river
you will come to me
beyond the borders
and the dry lands
You say that like a river
like a river...
the love will come
the love...
And i don't know how to pray anymore
and in love i don't know how to hope anymore
and for that love i don't know how to wait anymore

[End of Translation]

Is there a time for tying ribbons
A time for Christmas trees
Is there a time for laying tables
And the night is set to freeze

O lijepa, o draga, o slatka slobodo,
[dar u kom sva blaga višnji nam bog je do...]


Gostaria de ter visto este filme de Bill Carter... que regista cenas da vida quotidiana em Sarajevo, durante o cerco de 1994/95. Sitiada durante 44 meses, a capital bósnia foi palco do mais longo cerco na Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Cenas que não vimos na TV. Cidadãos tentando levar uma vida normal, determinados em manter o convívio social e em saborear a vida, apesar de serem os civis os principais alvos. O filme faz a crónica de um dos mais bizarros acontecimentos durante a guerra - quando vários artistas montaram um sofisticado concurso de beleza. A câmara segue os organizadores através de túneis e de ruas de Sarajevo que estavam debaixo de fogo. Humor negro ou testemunho de uma recusa firme por parte da população de Sarajevo em ser desmoralizada. O surrealismo contra o fanatismo. Ou, como dizia, Godard, a arte de viver.

7.5.08

Je vous salue, Sarajevo

Uma viagem, na expectativa de apreciar a arte de viver em Sarajevo. Dizem-me que voltou a florescer, que a excepção vingou. Mas é difícil partir sem a memória do que foi a regra há pouco mais de uma década.



«De certa forma, o medo é a filha de Deus. Redimida na noite de Sexta-feira Santa. Ela não é bela... e é enganada, maldita e desapropriada de todo. Mas não nos enganemos. O medo vela pela agonia de toda a humanidade, o medo intercede pelo Homem.
Para isso há uma regra e uma excepção.
A cultura é a regra e a arte é a excepção. Todos falam da regra: os cigarros, o computador, as camisas, a TV, Turismo, guerra. Ninguém fala da excepção. Não é falado. Está escrito: Flaubert, Dostoyevski. Está composto: Gershwin, Mozart. Está pintado: Cézanne, Vermeer. Está filmado: Antonioni, Vigo. Ou é vivido, e ali está a arte de viver: Srebenica, Mostar, Sarajevo.
A regra deseja a morte da excepção. Assim é a regra da cultura europeia..., está a organizar a morte da arte de viver que se mantém florescente.
Quando chegar a hora de fechar o livro, não sentirei nenhum pesar. Vi tanta gente morrer tão mal e tantos viver tão bem.»


[Este é um vídeo de 2 minutos, realizado por Jean-Luc Godard em 1993, um olhar sobre uma única fotografia de guerra, é uma versão reduzida do seu filme Letter to Jane, sobre o qual Sontag escreveu (um comentário válido para ambos os filmes): "o cinema é também uma lição-modelo sobre como ler qualquer fotografia, como decifrar a natureza não-inocente do enquadramento, ângulo e centro da fotografia." Para compreender esta anotação ler:
(Post) Modern Godard: VIVRE SA VIE by Shun-liang Chao; Jean-Pierre Gorin, por Erik Ulman; Susan Sontag, On Photography]

6.5.08

Apetece-me Aveiro #7

Que pena não estar em Aveiro. Não é que conheça os noivos, mas um convite destes é irrecusável. A promessa é de alegria e só pode vir de alguém que está de bem com a vida. Aveirenses, a Laurinda e o Henk vão casar e preparam um dia especial para todos vós! (no mínimo, temos que lhes desejar UMA RIA DE FELICIDADE!)