10.10.05

O Escritor Famoso


É hoje, às 24:00, que termina o prazo de entrega de textos. Vá lá, despachem-se!:)
Entretanto o Escritor Famoso recebeu novos textos. Ei-los:

7. de Fausta Paixão, do Não Compreendo os Homens, Jorge Rebelo Tinto:
"Eu já devia estar avisada sobre a complexidade da mente artística. Não é que cada homem seja um artista ou contenha em si um artista, que as artes masculinas são assim umas coisas mais ligadas ao bricolage, coisas de encher garagens ou arrecadações com todas as inutilidades que já não cabem em casa. Mas dizia eu que devia estar avisada sobre as artes ditas nobres, uma vez que o pianista e o dançarino tinham arte inata e nem por isso deixaram intacta a minha alma apaixonada. Artifícios da vida! E se ela não é mais do que um rame-rame feito de rotinas pasmadas, de vez em quando lá cedemos à pitadinha de loucura que um artista traz e transmite ao cinzentinho dos dias.(...)" Contin. aqui.

8. de
Sisífo, Recuo:
"Na parte mais dramática do meu epitáfio há-de ficar descrita a voz de um tempo que me desafiou a perecer apenas com todas as fomes saciadas.
Aí, nesse pedaço pouco atento da gratidão, estarão também soletrados os passos que dei para deixar de sentir o que quer que fosse pela verdade.
Nada de perturbante.
Pedaços e mais pedaços é tudo o que se vai conseguindo sugerir como vida.(...)" Contin. aqui.

9. de Ivo Cação do
Zumbido, A Saphira:
"Et in Arcadia ego. Não, não sei latim. Ficou-me esta frase de há muitos anos quando revivia o passado em Brideshead. Sem propriedade, diga-se. Aconteceu apenas porque me lembrei de Saphira. E a memória é sempre uma feiticeira boa que vem em auxílio de quem já não sabe sair do estreito caminho da evidência.
Saphira esteve comigo no lugar que primeiro defini como meu. Filho único, avesso ao encontro fortuito com a realidade rude e agreste, encontrei em Saphira a companheira, que não sendo capaz de distinguir entre a aventura e a conveniência, me levava para os espaços ocultos onde eram possíveis os devaneios.(...)" Contin. aqui.

10. de Mushu do
Ao Sabor do Vento, Xadrez:
" Sentou-se, cansado de tanto debitar letras naquela folha de papel. Desta vez letras ao acaso, sem nexo. Escreveu-as na leve esperança de que um dia tomassem vida, se organizassem e formassem algo com sentido.Adormeceu.Entrou pela porta de vidro que dava para o jardim, correu ao quarto para buscar as peças de xadrez, tencionando com elas jogar nos ladrilhos da entrada como era habitual.- Mãeeeeeeee! Onde está o cavalo?- O do xadrez? Vi-o passar aqui há pouco. Acho que foi para a rua.(...)" Contin. aqui.

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