14.9.05

Ian McEwan


Enquanto lia Sábado, de Ian McEwan, aconteceram os atentados em Londres, o que provavelmente potenciou o efeito que o livro teve em mim. Decididamente, pensei, McEwan é capaz de tocar o nosso lado mais emocional, mesmo quando escreve um livro mais "cosmológico". Ainda não tinha lido A Criança no Tempo. Acabo de o fazer e gostaria de saber expressar o que senti enquanto o lia___ acho que fiquei despedaçada. Não me lembro de ter chorado tanto, e compulsivamente___ aquando do último capítulo. Acho que nenhum autor me arrastou assim do profundo desgosto para a felicidade plena, desta para o medo, e do medo para a esperança. A transferência de emoções começa logo no início do livro, quando a filha de Stephen Lewis, o protagonista, desaparece num supermercado londrino. Esse foi o primeiro choque. Depois McEwan retrata divinalmente todas as nuances e vitórias da dor e o esforço de gestão de uma vida (ou de duas, ou de três,...) sujeita a essa pressão. O livro é muito mais que isso, é claro. Críticas ao establishment, ao mundo académico, às engrenagens do mercado editorial, aos educadores, às encenações nas altas esferas da política.
Mas continuo espantada com a densidade do último capítulo.

E depois de um romance que devorei lentamente, intensamente, o que é que hei-de ler agora?

5 comentários:

armando s. sousa disse...

Não li nenhum livro de Ian McEwan. Comprei à uns três meses ou mais, o livro Sábado mas ainda não tive oportunidade de o ler. Aumentaste a curiosidade na leitura.
Um abraço.

jp(JoanaPestana) disse...

UMa coisita levezita, tipo A Metafisica dos Tubos de Amelie Nothomb.
beijo

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

Olá Armando, acho que vais gostar, e, pensando na tua Fábrica (muito centrado em acontecimentos históricos), possivelmente tb gostarás do Expiação ;)

jp, não sei se falas a sério ou não, mas Esse eu já li e é um dos meus livros de culto, adorei-O! ;)
beijocas

jp(JoanaPestana) disse...

minha querida. saiba a menina que é um dos meus de cabeceira, desde que o descobri caido ao lado de uma prateleira na livraria.
Não era a brincar, e a brincar se dizem coisas sérias

jp(JoanaPestana) disse...

mas dou-te outra borla
que tal o do velho que lia romances de amor?
beijo