PROVINCIANAS
Henk Braam
I
Olá! Bons Dias! Em Março,
Que mocetona e que jovem
A terra! Que amor esparso
Corre os trigos, que se movem
Às vagas de um verde garço!
Como amanhece! Que meigas
As horas antes de almoço!
(...)
II
Ao meio-dia na cama,
Branca fidalga, o que julga
Das pequenas da su'ama?!
Vivem minadas de pulga,
Negras do tempo e da lama.
Não é caso que a comova
Ver suas irmãs de leite,
Quer faça frio, quer chova,
Sem uma mamã que as deite
Na tepidez de uma alcova?!
.....................................
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Henk Braam
I
Olá! Bons Dias! Em Março,
Que mocetona e que jovem
A terra! Que amor esparso
Corre os trigos, que se movem
Às vagas de um verde garço!
Como amanhece! Que meigas
As horas antes de almoço!
(...)
II
Ao meio-dia na cama,
Branca fidalga, o que julga
Das pequenas da su'ama?!
Vivem minadas de pulga,
Negras do tempo e da lama.
Não é caso que a comova
Ver suas irmãs de leite,
Quer faça frio, quer chova,
Sem uma mamã que as deite
Na tepidez de uma alcova?!
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*O poema ficou incompleto, estes foram os últimos versos do Poeta.
in O Livro Verde de Cesário Verde, Assírio & Alvim, 2004
[Lisboa, 25.02.1855-19.07.1886]
[Lisboa, 25.02.1855-19.07.1886]
1 comentário:
Tenho um grande desconhecimento da obra de Cesário Verde. Fizeste um belo tributo, no aniversário dos 150 anos do seu nascimento.
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