Desculpem-me os filiados e simpatizantes, mas este líder social-democrata diverte-me imenso, mesmo quando quer ser sério. Acabo de o ouvir dizer que vai suspender a campanha eleitoral por causa da morte da Irmã Lúcia. Mas, com o devido respeito à Irmã Lúcia, recordo que ele também suspendeu a campanha porque era Carnaval. Está quase afónico. Não era melhor confessar que até ele já está farto de se ouvir?
Também ouvi o José Sócrates na 2: repetir o argumento do "choque tecnológico". Deus, a Irmã Lúcia e todos os pastorinhos assim queiram!
Ok, também vi o Francisco Louça fugir a uma pergunta sobre as diferenças entre o BE e a CDU. Jerónimo de Sousa já criticou o estalinismo, falta o Louça esclarecer-nos sobre a sua actual visão do trotskismo. Ou isso já não tem importância?
O Paulo Portas não vi (fujo a sete pés). Mas tenho a certeza de que vai passar os próximos dias ajoelhado para as televisões. Quem se oferece às objectivas da maneira como ele o fez aquando das cerimónias fúnebres do tenente-coronel Maggiolo Gouveia, o que não fará na actual circunstância? Perdoem-me o mau gosto, não deveria associar estas duas figuras. Mas tudo indica que a pose e a retórica de Paulo Portas têm levado a um certo esquecimento, como se o CDS não fosse o partido de Celeste Cardona, Mariana Cascais, Fernandes Tomás e Teresa Caeiro, como se Bagão Félix, prometido re-ministro das Finanças, não fosse o autor do Orçamento para 2005, como se Nobre Guedes não ultrapassasse todos os dias os limites legais e morais à actuação de um governante demissionário, e como se o próprio Paulo Portas não tivesse decapitado as Forças Armadas e protagonizado os casos Maggiolo Gouveia e "barco do aborto", além de ser pessoal e politicamente responsável por dois dos maiores ludíbrios da nossa história recente, a convergência das pensões mínimas ao salário mínimo e o benefício dos antigos combatentes.
Mas eu vou votar. E vocês? (não me digam que a abstenção é uma solução!)
2 comentários:
Muito interessante. Acho que só é oportuno acrescentar que, pelo método de Hondt, votar em branco significa quase votar no vencedor. Infelizmente, porque na minha opinião o voto em branco devia significar cadeiras vazias na assembleia da República.
É verdade o que dizes, a distribuição do número total de deputados mantém-se inalterada com os votos em branco. Mas imaginar o cenário das cadeiras vazias é um exercício "literário". Eu já ficaria contente se, perante um determinado limite de abstenção + votos em branco, se definissem alguns limites em matéria de legislação (por ex. para revisões constitucionais) mas até isso podia ser perigoso...
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