Enildo Amaral, O Vale do Amanhecer, Templo
A resposta de Enildo Amaral sobre Brasília:
Quando me mudei para cá em 1977, vindo do interior do país, também achava a cidade fria. Entretanto, passados todos esses anos, Brasília mudou muito. Hoje a cidade já conta com gerações de pessoas nascidas aqui, com raízes próprias, que as diferenciam de outras pessoas do resto do meu país. Essas novas gerações criaram suas próprias gírias, formas de vestir-se, de se comportar e de se relacionar. Brasília na década de 80/90, quando o Brasil vivia a sua pior crise político-económica, foi a responsável por lançar para o resto do país uma música politizada e contestatária, destacando-se as bandas Legião Urbana, cujo vocalista era o Renato Russo, e a Capital Inicial. Nessa época, as bandas se reuniam para ensaiar nas garagens e pagavam para tocar. Eu mesmo participei de uma banda chamada Korpo Delito. Apesar do concreto e da aparente organização da cidade, se olharmos bem de perto veremos que Brasília pulsa. São muitas as opções: bons restaurantes com culinária nacional e internacional, bares, boites, cinemas, shopping centers etc.. Sem contar com as regiões próximas, dotadas de abundante natureza, a exemplo da Chapada dos Veadeiros, Pirenópolis, Lagoa Formosa. Tem a Brasília mística repleta de rituais e segredos, como por exemplo, o Vale do Amanhecer, criado por Tia Neiva, que antes de ser vidente foi camionista e fotógrafa e, depois de desencarnar, se transformou numa das entidades de culto da seita que ajudou a criar. Também existe a Brasília política, das grandes articulações e negociações que têm impacto em toda a população brasileira e cuja existência é complicada de entender. Enfim, é preciso vir com calma para conhecer Brasília. E. Amaral
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