Michael Bry
Michael Bry, um famoso fotógrafo alemão, apaixonou-se pelos barcos moliceiros. Decidiu então instalar-se na Murtosa para realizar um verdadeiro trabalho de pesquisa e registo etnográficos. Este senhor alemão já se fixou em Cuba, EUA, ou Espanha, devido a outras paixões, e foi sempre contemplado com todo o tipo de apoios para os projectos que desenvolvia, mas na Murtosa... não foi assim. O mais espantoso é que a CMM nem sequer se interessou pela aquisição ou publicação de parte ou da totalidade das mais de 3000 fotografias da região que o ilustre fotógrafo foi tirando ao longo de mais de três anos. Algumas dessas fotografias tiveram como foco a construção dos moliceiros, actividade que entretanto foi extinta.
Michael Bry, mestre na arte de fotografar, usa o belo, a preocupação estética, como um meio que serve fins documentalistas. Nem a Câmara Municipal da Murtosa nem outro organismo público se interessaram pelo seu trabalho.
Agora desistiu, vai voltar para a Alemanha. Na Murtosa vão deixar de ver passar aquele senhor de barba branca e câmara ao ombro, que até aprendeu a falar português para poder comunicar com os sábios dos moliceiros.
Faço aqui um apelo a todos os murtoseiros para que não deixem Michael Bry partir (em Agosto) sem uma manifestação de apreço pelo trabalho que projectou e realizou com paixão. Relativamente à (não) reacção da CM da Murtosa, fica o registo e a consternação. E peço a quem de direito, por atributo de funções, e a quem de direito, por consciência cívica, o favor de dar um salto ao atelier de Michael Bry... para o caso deste ser apenas um caso lamentável de distracção ou inércia.
Michael Bry, um famoso fotógrafo alemão, apaixonou-se pelos barcos moliceiros. Decidiu então instalar-se na Murtosa para realizar um verdadeiro trabalho de pesquisa e registo etnográficos. Este senhor alemão já se fixou em Cuba, EUA, ou Espanha, devido a outras paixões, e foi sempre contemplado com todo o tipo de apoios para os projectos que desenvolvia, mas na Murtosa... não foi assim. O mais espantoso é que a CMM nem sequer se interessou pela aquisição ou publicação de parte ou da totalidade das mais de 3000 fotografias da região que o ilustre fotógrafo foi tirando ao longo de mais de três anos. Algumas dessas fotografias tiveram como foco a construção dos moliceiros, actividade que entretanto foi extinta.
Michael Bry, mestre na arte de fotografar, usa o belo, a preocupação estética, como um meio que serve fins documentalistas. Nem a Câmara Municipal da Murtosa nem outro organismo público se interessaram pelo seu trabalho.
Agora desistiu, vai voltar para a Alemanha. Na Murtosa vão deixar de ver passar aquele senhor de barba branca e câmara ao ombro, que até aprendeu a falar português para poder comunicar com os sábios dos moliceiros.
Faço aqui um apelo a todos os murtoseiros para que não deixem Michael Bry partir (em Agosto) sem uma manifestação de apreço pelo trabalho que projectou e realizou com paixão. Relativamente à (não) reacção da CM da Murtosa, fica o registo e a consternação. E peço a quem de direito, por atributo de funções, e a quem de direito, por consciência cívica, o favor de dar um salto ao atelier de Michael Bry... para o caso deste ser apenas um caso lamentável de distracção ou inércia.
9 comentários:
Não sou a melhor pessoa para falar de Michael Bry, outros haverão mais habilitados, apenas posso deixar a minha opinião.
Bry é o "Michel Giacometti" dos Moliceiros e não só.
Poderia ter sido (ser) aproveitado para um trabalho apurado sobre a etnologia da Ria de Aveiro.
Se é verdade que a CM Murtosa tem as suas responsabilidades na falta de acompanhamento e encaminhamento da sua obra, não é a única entidade com responsabilidades.
O Museu de Ílhavo, que se afirma como o guardião da cultura piscatória da região, deveria fazer da obra de Bry um dos seus pontos fortes, afinal ele guardou em imagem muitos aspectos culturais em vias de desaparecer que mais tarde terão de ser recuperados pelo Museu.
Sobre a partida entende-se como o final de mais uma etapa nas muitas que Bry já teve.
Por inerência da minha profissão, conheço Michael Bry desde a sua chegada à Murtosa. Apesar de não ter uma relação muito proxima, cumprimentamo-nos com alegria sempre que nos cruzamos.
Lamento que se vá embora, desconhecia; ainda mais sem que a CMM, tenha uma atitude de apreço por quem tão bem fotografou a nossa terra, sobretudo os moliceiros...o Michael merecia um gesto de gratidão.
Chegou-me às mãos, há cerca de ano e meio, um pequeno livro sobre ele, vida e obra, que na altura expunha em Angra do Heroísmo e onde lhe davam o destaque que um artista merece...
Lamento que a Murtosa, que ele tão bem fotografou, o deixe ir embora sem lhe dizer públicamente como foi bom tê-lo entre nós e de alguma forma dar a conhecer a sua obra.
Não acredito (nem quero acreditar), que seja por essa indiferença que o Michael vá embora; acho que o espírito dele é mesmo assim, nómada...e apenas deve ter chegado a hora de ele se "apaixonar" por outro lugar.
Fico feliz por perceber que reconhecem o artista e (até conhecem) o Michael Bry. Mas, se é certo que a curiosidade do MB o levaria sempre a experimentar outros lugares, tb é verdade que desta vez é mesmo por uma questão de autosuficiência financeira que ele tem de partir já. O Kimikkal chamou a atenção para o Museu de Ílhavo. Custa-me acreditar que nenhuma entidade tenha tomado a iniciativa de conhecer e "conservar" o seu trabalho. Tens razão, Januário, MB é uma pessoa reservada e inicialmente havia a barreira da língua. Mas existem muitos artistas que são tímidos e isso não pode servir de desculpa para o não reconhecimento da sua obra. Como percebo pelas tuas palavras, ele conseguiu mesmo assim destacar-se na região e muitos ouviram falar dele.
Não sei o que ainda é possível fazer, mas talvez fosse importante que todos nós, e em particular os cidadãos da Murtosa, nos levantemos a tempo de saudar o homem e de conhecer e "reter" o acervo que ele construiu nos últimos anos.
Vamos continuar em contacto, ok?
Lamentavelmente não conheço o Senhor Michael Bry, as razões que o levaram a radicar-se na Murtosa, nem o seu trabalho fotográfico.
Pelo que li no seu post e nos comentários que se lhe seguiram, ficou-me uma clara sensação de "uma oportunidade perdida".
Dentro das minhas humildes possibilidades tentarei estabelecer alguns contactos no sentido de conseguir que algum desse espólio, que deve ser vasto e de elevadíssima qualidade, não desapareça da terra dos moliceiros.
Depois disso poderei saber melhor se é apenas desinteresse, falta de atenção ou algo mais!
Um abraço.
João Dias Cruz, é de facto importante perceber que razões ou des-razões levaram a CMM (e outras instituições) a negligenciar esta questão. Bem haja!
Vultto, uma forma elementar de louvor ao fotógrafo e de "protesto" face ao esquecimento em que pode cair o seu trabalho, é expôr ou, como bloggers, postar as suas fotografias. Aqui no Divas existem vários links para um site de MB. Neste momento, Michael Bry tem também uma exposição patente na livraria O Navio de Espelhos, em Aveiro, que também devia ser mais divulgada.
Obrigada a todos
Um abraço
falando claro, o grande motivo de o bry ter que partir já prende-se com a dificuldade de vender fotografias em portugal. a murtosa foi o que foi mas não é caso único. na exposição dele em almada foi vendida apenas uma fotografia! a vida e o currículo do senhor dispensam grandes comentários, grandes ambas, mas basta um olhar pelas fotografias para que nehuma distração se desculpe. é certamente um caso de cegueira. porque não fazemos nós alguma coisa?
jorge
manifesto a minha ignorância relativamente ao trabalho do Sr. Bry, contudo e pelo que me foi dado a conheçer pelos comentários aqui inseridos a Murtosa está a perder uma oportunidade de manutenção de um registo Histórico de uma parcela importante da sua história. Resta-me colocar á disposição para ajudar no que considerem necessário . Um abraço
terminando o comentários anterior...um abraço Luis
Lindas, as fotos. E feliz, o teu apelo.
Bem haja Sehora Diva!
beijo
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