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4.5.05

A Intérprete


A Intérprete

Acabo de ver o último filme de Sidney Pollack com Nicole Kidman, Sean Penn e o próprio Sidney Pollack, entre centenas de outros actores e figurantes e duplos e tudo aquilo a que uma grande produção tem direito... como obter autorização para filmar pela primeira vez dentro do edifício da ONU em Nova Iorque. E é claro que gostei do trabalho dos actores, da realização, do cenário, do tema - que é interessante e actual. Mas odiei o filme! Se alguém quiser nos próximos tempos nomear o estereótipo de um filme à americana, pode dizer "A Intérprete". O argumento é absolutamente, completamente, totalmente, insuportavelmente politicamente correcto e conveniente, sobretudo neste reinado Bushiano. Meu querido Sean Penn, se querias mandar algum recado, saiu-te o tiro pela culatra, puseste o teu talento ao serviço do tal sistema. As Nações Unidas deveriam poder assumir o papel a que a boazinha Silvia Broome/Nicole Kidman aspira, mas não sejamos inocentes... E o Tribunal Penal de Haia não existe apenas para julgar ditadores africanos...

E depois, os personagens são tão infelizes mas tão infelizes que dificilmente poderiam ser mais infelizes. Tobin perdeu a mulher que amava há poucos dias, Silvia perdeu todos os familiares. E o que é fantástico, é claro, é que a julgar pelo aspecto dos dois, ninguém diria!

É um filme com uma fórmula tão certinha que chateia. No final, oh meu caro Sidney Pollack, eles bem que se podiam ter beijado. Sempre saíamos da sala mais bem dispostos! Porque essa moda actual de happy endings sem sexo, só para não termos uma full house de happy end, e não dizermos que os filmes americanos são sempre a mesma coisa, é um disparate. Porque os filmes americanos não são sempre a mesma coisa, há uns muito bons (e Pollack entra no grupo de realizadores cujo mérito é indiscutível) e outros muito maus. Mas este filme, que poderia ter sido muito bom, é um desperdício de 80 milhões de US dólares!
(... mesmo se chegou ao primeiro lugar no ranking de bilheteiras dos EUA)

1.3.05

Piscar de olhos ao sonho


Billy, you're the best!

Perdi o hábito de ver televisão mas ontem até tentei ver o que se passou no Kodak Theatre na noite dos Oscars. Adormeci antes que começasse. Quando voltei a abrir os olhos já a coisa ia a meio. E ainda fiquei uns momentos entre sonhos, os meus e os que Hollywood exporta tão bem! Ficam as impressões possíveis, sem as quais a blogosfera não sobreviveria!
  • First of all, quem é aquele apresentador? É bem capaz de ser muito bom mas eu não o quero. Billy, where are you?
  • Dramático: perdi a entrega do prémio a um actor que eu venero, Morgan Freeman. Para além de tudo o que sabe fazer, é dos poucos actores que não chega já a rir às entrevistas! (odeio o estilo cultivado pelos talk-shows americanos em que os entrevistados entram a 100 e saiem a 200, e tudo é fantastic e eles têm todos imenso sentido de humor!)
  • Sofrível: perdi a entrega do prémio à very classy girl e excelente actriz Cate Blanchett.
  • É uma boa ideia chamar todos os nomeados ao palco. Aconteceu assim para a entrega dos Oscars para melhor Montagem e Melhores Efeitos Especiais e ... O princípio é bom. Afinal o Oscar só vai para______ e não há the winner is______!
  • Adoro a voz e a postura da Kate Whinslet, nada de maniqueísmos a la star.
  • Dois? três? meses após o nascimento dos gémeos fixei a elegância da Julia Roberts. Quem pode, pode! Eu precisei de um ano para deixar de sentir o útero a reposicionar-se, imaginem como terá sido com as outras partes do corpo!
  • O Banderas é um excelente embaixador espanhol nos States mas não aprecio muito o Banderas actor e ainda menos o Banderas cantor! Com tanta gente a saber cantar a língua de nuestros hermanos com alma, porquê ele?
  • O Johnny Depp estava mal vestido (permitam-me)! A verdade é que também adormeci a ver À procura da Terra do Nunca e como ando a ficar preocupada com tanta sonolência, decidi culpá-lo. O filme era amoroso, bem feito, mas Oscars? E viram a Vanessa Paradis, sa femme? Ela é pouco conhecida em Portugal, mas em França é um ícone! Têm uma filha com o nome mais giro do mundo: Lilly Rose! (eu juro que queria ser uma estrela de cinema só para ter coragem de baptizar uma das minhas filhas com este nome!)
  • A Hilary Swank é corajosa e transformista, atributos fundamentais para ganhar um Oscar! Mas a Annette Benning já merecia um porque faz muito bem o género "pareço normal mas sou neurótica" com que todos nos identificamos! E deu estabilidade à vida do Warren Beatty, por quem me apaixonei aos 13 anos, depois de ver Esplendor na Relva do Elia Kazan (só depois soube que o filme era de 1961, pelo que o centro da minha paixão, nessa altura, já tinha mais anos do que eu agora! Doesn't matter, que lindo que o homem era! e esse é um dos filmes of my life!)
  • Os afro-americanos fazem sempre discursos muito sentidos - foi o caso de Jamie Foxx - "este é um sonho afro-americano!" - mas acho que é preciso ser afro-americano para entender! Em alguns segundos nomeiam todos os amigos e raramente há um que seja branco (a única referência foi para o realizador Taylor Hackford, vá lá!). É claro que, se eu tivesse conhecido o Sidney Poitier, também não ia esquecer... Mas fico sempre com a impressão de ter ouvido um discurso em prol da raça! (se calhar ainda faz sentido, mesmo com o sistema de quotas americano! - estou a falar a sério)
  • Não há nada como aquela simplicidade do Clint Eastwood! Ou se é ou não se é! One silver dollar, bright silver dollar, changing hands..., mereces os million dollar, baby!
  • A vitória do Bush deu um maior sentido de realidade à classe. Este ano choraram menos.
  • Viva o Sean Penn!