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19.4.05

Divas & Golpe baixo


Merel Zwart

Durante 5 meses este blogue andou direitinho e graças a leitores respeitáveis ultrapassei as 10000 visitas.
Mas hoje-inho, Senhorias, permiti-me ajavardar por completo o sistema. A ideia não é original. Pois não! Mas vou fazer a experiência.
Amigos do Google, Yahoo, Sapo e de outros motores de busca, com gostos mordazes e algumas parafilias, este post é vosso! Só este. Também vós, perdoai este golpe baixo, mas que sejam muitas as pesquisas falhadas!

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12.3.05

Pornografia II



Foi num daqueles dias em que estranhamos ter forças para acabar o dia. Mas todas as missões foram cumpridas nesse universo que se estende entre afectos e obrigações. Um sorriso e finalmente o corpo estendido no sofá. A mão pega no comando et voilá! Estou no CineClassics e começo a perceber que a programação da noite são filmes pornográficos franceses dos anos 20. Estou perante uma sequência de filmes mudos, cada um com uma duração média de 10/15 minutos. A primeira reacção é de riso, riso puro. A comicidade dos personagens, dos seus movimentos sincopados, quase bruscos. E depois o deleite, qual última cena do Cinema Paraíso (falta-me apenas a memória de um Alfredo para me comover).
Os guiões são variados, desde a visita combinada do fidalgo a casa da burguesa, algures em Paris, ao atelier do escultor na Grécia antiga, passando por uma troca de doces sevícias entre anjos, num cenário celestial.
Reparo nas "actrizes". Temos dois tipos: a típica starlet da Grande Époque, magra, longas pernas, cabelo curto, a imagem da sofisticação; e a moça roliça, de pele clara, provinciana e voluptuosa. Imagino as fontes de recrutamento: jovens aspirantes a actrizes e prostitutas de rua.
Não defino uma tipologia masculina: há homens de todas as idades - desde jovens rapazes a velhos de longas barbas brancas; e de todas as compleições físicas - pequenos, robustos, elegantes, quase efeminados, muito musculados, decrépitos.
Um filme de 1925 e um filme actual, ambos pornográficos. Quais os denominadores comuns? A exposição crua da nudez e do acto sexual e o uso de fetiches, há uma manipulação perversa dos adereços. E pouco mais.
Do ponto de vista plástico, os primeiros são um conjunto de "quadros", a perspectiva é de conjunto; os actuais são um conjunto de zoomings. A tecnologia e a insaciedade evoluiram.
O mais espantoso é o que se passa ao nível do jogo amoroso. Os homens são frequentemente bissexuais pelo que as famosas ménage à trois são vividas verdadeiramente a três. Nos filmes passados na cidade, o burguês (vestido a rigor, com colete, casaca e chapéu) pode, antes de se envolver com a amiga que visita, ter relações com um dos seus empregados (como reflexo da estrutura de classes, o que detém uma posição social mais elevada "domina" o da classe mais baixa).
A mulher é um ser que se venera. Mesmo tratando-se de um filme pornográfico, frequentemente ela é colocada numa posição superior, como um ícone que se adora: no alto da escadaria, em cima de um banco ou de outro objecto que sirva o efeito de a elevar.
Nestes filmes sentimos uma espécie de a-moralidade, são elogios ao prazer, tout-court.
Nos filmes actuais (dirigidos ao público hetero) não existe interacção entre homens e a mulher é "dominada". Existe sempre a ideia de transgressão ou de abuso ou de engano/engate "malandro", como uma vingança. Maio de 68, a pílula, e todas as revoluções parecem não ter acontecido.
Em qualquer época, estes filmes são atravessados pelas sombras negras da nossa mentalidade colectiva. Mas comparativamente ao que se passava há um século atrás, fiquei com a impressão de que o cinema pornográfico actual, mais do que perverso, é reaccionário. O uso da pornografia para defesa do "amor livre" caducou. Houve uma regressão e estes filmes cristalizaram uma moralidade rasca num non-sense em que não se repara. O teor das imagens arregala olhos que logo se fecham.
(A pornografia existe desde a aurora dos tempos e não acredito que alguma vez se faça noite. A procura destes produtos não cessa de aumentar. Há pedaços de várias gerações a alimentar-se com isto. Combater a pornografia é quixotesco e não vejo interesse nisso. Mas as discussões sobre essa matéria reduzem-se ao argumento de que "é mau", "degradante para a imagem das mulheres"!?)

10.3.05

Pornografia I


Ovidie

É sempre arriscado falar de pornografia, sobretudo quando é uma mulher que o faz e ainda mais se não o faz de forma anónima. Mas ontem apanhei na TV5 uma entrevista à Ovidie e por isso não resisto. A Ovidie é actriz e realizadora de filmes porno, o que, por si só, não constitui uma grande qualidade nem justifica uma grande conversa. Mas esta Ovidie é uma jovem com 25 anos, formada em filosofia, e que se assume como marxista e feminista. Fala com orgulho do que faz, mas a sua postura tipo é estar contra. Contra a sociedade moralista. Contra a sociedade machista. Contra "o feminismo de consumidoras". Contra uma revolução fundada sobre uma falsa moral. E, sobretudo, contra uma pornografia de exploração. Escreveu um livro que se chama Porno Manifesto onde descreve a vivência no meio em que trabalha. Como boa marxista, coloca de um lado as operárias (e operários) do sexo e, do outro, os produtores de filmes, os capitalistas.
As contradições ou ilusões desta intello de filmes X são muitas, e apercebemo-nos logo disso quando se convenceu de que tinha criado outra ordem estética e social na pornografia, realizando ela própria dois ou três filmes.
Mas a sua singularidade fê-la chegar ao grande público e é uma fazedora de opiniões. Para o cidadão médio, a pornografia passou a ter um rosto e uma voz e uma consciência. Tem o mérito de ter posto a França a discutir os direitos dos trabalhadores da indústria porno. Continua a exercer o seu métier mas recusa algumas práticas comuns no cinema porno, pelo risco de transmissão de doenças (nomeadamente o vírus HIV). Ela também participa activamente em campanhas institucionais favoráveis ao uso de preservativos.
Quando uma Ovidie é apresentada no horário nobre da televisão, já não é possível fazer de conta que não existe uma indústria porno bastante lucrativa, nem esquecer que, se assim é, é porque existe mercado. E todos são forçados a assumir uma posição. Desde os inocentes concordo/não concordo à regulação objectiva de uma actividade.
Fiquei com a impressão de que, como país, não aguentaríamos uma Ovidie. E, sem querer, percebi que também eu estava contra tudo. Contra a sociedade moralista. Contra a sociedade machista. Contra uma revolução fundada sobre uma falsa moral. E, sobretudo, contra uma pornografia de exploração.
(Não sei se perceberam, mas retirei a cláusula das "feministas consumidoras". Por não saber bem o que isso é. E porque a Ovidie não é uma boa feminista, apesar de ser muito mais do que uma "feminista" boa.)