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18.11.05

sim, Michaux

Escrevo-lhe do fim do mundo. É preciso que o saiba. Amiúde as árvores tremem. Apanham-se as folhas. Têm uma imensa quantidade de nervuras. Mas de que servem? Não há mais nada entre elas e a árvore, e dispersamo-nos, incomodados.
Será que a vida na terra não poderia prosseguir sem vento? Ou será preciso que tudo trema sempre, sempre?

(1942)
in Escrevo-lhe de um País Distante
Henri Michaux

17.11.05

avancemos pois (ou recuemos na História) para Michaux

Não percebo bem as tuas ofertas.
O poucochinho que eu quero, tu nunca me trazes.
Por causa disso que me falta, aspiro a tanto.
A tantas coisas, quase ao infinito...
Por causa desse pouco que falta, que tu nunca trazes.

(1932)
in A minha vida, de A Noite Revolta
Henri Michaux


Sopra um vento terrível.
É apenas um pequeno buraco no meu peito.
Mas sopra nele um vento terrível.

(1929)
in Nasci esburacado, de Equador
Henri Michaux