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17.6.12
10.12.08
Espessura. ou linguagem nenhuma
Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios
Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Porque só sou essa coisa séria, um intérprete da Natureza,
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma.
Alberto Caeiro
9.12.08
6.12.08
Tronco ou ramo
Fui rocha, em tempo, e fui, no mundo antigo,
Tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onde espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo
E aspiro unicamente à liberdade
Antero de Quental
Tronco ou ramo na incógnita floresta...
Onde espumei, quebrando-me na aresta
Do granito, antiquíssimo inimigo
E aspiro unicamente à liberdade
Antero de Quental
2.12.08
de Dezembro
Procuro uma alegria
uma mala vazia
do final de ano
e eis que tenho na mão
- flor do cotidiano -
é vôo de um pássaro
é uma canção.
Carlos Drummond de Andrade
Poemas de Dezembro [este, é de Dezembro de 1968]
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