O nosso mapa é sempre solitário e sempre acompanhado por alguém. É um lugar secreto, onírico, da nostalgia do particular, do impreciso, do indescritível. No palco, um quadrado como uma tela ou folha de papel onde são desenhados pensamentos, mais do que sentimentos: o próprio desenho prolonga o que é pensado. À medida que o branco é preenchido, surge também a procura do descanso. Da paz. Como diz Genet no inspirador livro sobre Giacometti, os traços só existem para dar forma e consistência ao branco.
É o barro que faz a ânfora, mas é o vazio interno que lhe dá sentido.
Como nos recortamos nesse espaço, nos erguemos dessa folha, tridimensionais, vulneráveis, dialogando com a música e com o silêncio, por vezes excessivos, vivos?
Interpretação: Amélia Bentes e Leonor Keil
Música ao vivo: Vítor Rua
Desenho digital em tempo real: António Jorge Gonçalves.
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