Todos os Natais, entre 24 e 25, quando já todos dormem, leio um livro que se ofereceu a alguém, meio a brincar (é sempre um livro polémico), meio a sério (porque vai ao encontro do gosto, mesmo que envergonhado), e leio-o rapidamente porque depois cada um regressa a sua casa e o legítimo dono captura o que é seu.
O ano passado, a leitura estendeu-se até dia 26, este ano bastaram umas horitas. Li o livro do momento ou uma revista de capa dura, Eu, Carolina. Tinha que ler o dito, para me rir (os extractos lidos pelos Gatos Fedorentos prometiam uma boa sessão humorística) e para compreender minimamente as implicações jurídicas de que tanto se fala.
Fiquei muito decepcionada. Eu queria sangue. Dentro do género, é muito low profile. Na família convenceram-se de que eu era muito ingénua, mas fiquei com a impressão de que a pobre Carolina é apenas uma mocinha vítima de deslumbramentos e vingativa. Gosta de homens mais velhos, a ponto de fugir de casa aos 16 anos por causa de um quarentão de dúbias (ou evidentes) qualidades, o pai dos seus dois filhos, e de, aos 22, iniciar uma relação com outro que tinha mais quarenta anos do que ela, o "George".
O "George" ofereceu-lhe depois a qualidade de vida com que sonhava, mas a moça fez e desfez tudo por ele. Contratou uns gangsters para dar uma sova a Ricardo Bexiga, antigo deputado da Assembleia da República e vereador da Câmara Municipal de Gondomar, a mando do seu amor. Mas isso é pouco. Mais pungente é imaginá-la com pouco mais de 20 anos a cortar as unhas dos pés e os pêlos das orelhas ao seu "George". Ser largada depois porque "eu mudei, tu mudaste" deve ser mesmo traumatizante. Mas a vingança foi doce. O que é que Carolina narra que não pudéssemos imaginar? Nada. Cita alguns nomes. Ficamos a saber que Jorge Nuno Pinto da Costa foi informado previamente da busca da PJ ao seu apartamento, que arquitectou uma fuga para Espanha, que tramou um dos pandilhas do seu clube (António Araújo) para se livrar de pior, etc.. "Carol", despeitada, tramou "George" junto dos seus amigos, mas dúvido que o livro seja uma mais-valia para a Polícia ou para qualquer um de nós que gostaria de viver num país onde personagens como o "George" ou o "Major" fossem enjaulados.
Para além do livro, em inquérito, espero que esta "arrependida" possa efectivamente fornecer informações úteis à PJ. Fosse esse o caso e daria por bem empregue a benção de João Paulo II. O episódio que mais me divertiu foi esse mesmo, o da benção do Papa à comitiva do FCP, com o "George" à cabeça. E nunca vou esquecer o presente que o clube ofereceu ao representante de Deus na Terra: uma bola autografada pelos jogadores! Há Papas com muita sorte!
O ano passado, a leitura estendeu-se até dia 26, este ano bastaram umas horitas. Li o livro do momento ou uma revista de capa dura, Eu, Carolina. Tinha que ler o dito, para me rir (os extractos lidos pelos Gatos Fedorentos prometiam uma boa sessão humorística) e para compreender minimamente as implicações jurídicas de que tanto se fala.
Fiquei muito decepcionada. Eu queria sangue. Dentro do género, é muito low profile. Na família convenceram-se de que eu era muito ingénua, mas fiquei com a impressão de que a pobre Carolina é apenas uma mocinha vítima de deslumbramentos e vingativa. Gosta de homens mais velhos, a ponto de fugir de casa aos 16 anos por causa de um quarentão de dúbias (ou evidentes) qualidades, o pai dos seus dois filhos, e de, aos 22, iniciar uma relação com outro que tinha mais quarenta anos do que ela, o "George".
O "George" ofereceu-lhe depois a qualidade de vida com que sonhava, mas a moça fez e desfez tudo por ele. Contratou uns gangsters para dar uma sova a Ricardo Bexiga, antigo deputado da Assembleia da República e vereador da Câmara Municipal de Gondomar, a mando do seu amor. Mas isso é pouco. Mais pungente é imaginá-la com pouco mais de 20 anos a cortar as unhas dos pés e os pêlos das orelhas ao seu "George". Ser largada depois porque "eu mudei, tu mudaste" deve ser mesmo traumatizante. Mas a vingança foi doce. O que é que Carolina narra que não pudéssemos imaginar? Nada. Cita alguns nomes. Ficamos a saber que Jorge Nuno Pinto da Costa foi informado previamente da busca da PJ ao seu apartamento, que arquitectou uma fuga para Espanha, que tramou um dos pandilhas do seu clube (António Araújo) para se livrar de pior, etc.. "Carol", despeitada, tramou "George" junto dos seus amigos, mas dúvido que o livro seja uma mais-valia para a Polícia ou para qualquer um de nós que gostaria de viver num país onde personagens como o "George" ou o "Major" fossem enjaulados.
Para além do livro, em inquérito, espero que esta "arrependida" possa efectivamente fornecer informações úteis à PJ. Fosse esse o caso e daria por bem empregue a benção de João Paulo II. O episódio que mais me divertiu foi esse mesmo, o da benção do Papa à comitiva do FCP, com o "George" à cabeça. E nunca vou esquecer o presente que o clube ofereceu ao representante de Deus na Terra: uma bola autografada pelos jogadores! Há Papas com muita sorte!
2 comentários:
UMA MARAVILHA DA TECNICA
e portugal aqui tao perto
há sempre uma carol que espera por si
ou duas ou três :)
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