
René Magritte 1926
Se eu fosse um gesto era um abraço, um abraço apertado, uma carícia de amor, um polegar a acariciar aquele canto entre as sobrancelhas, assim um gesto lento, carinhoso, depois talvez um beijo. 
Por agora sou apenas um abraço a mim. 
se fosse uma aranha, teceria a minha teia e viveria dentro dela. 
e o teu gesto que eu queria tanto que fosse de compreensão seria afinal o de levantar o dedo, rasgar a teia, face a todos os outros curvados numa vénia. 
eu, Magritte, talvez cedesse finalmente. em sinal de confiança erguia o polegar. tu deixavas cair o lenço e mergulhavas em mim.
Eu, Magritte, por agora, ainda sou outro gesto. 
(pedido instante e humilde: sê o meu espelho) 
7 comentários:
Muchas gracias... e uma vénia para si. :-)
Querido Boabdil, a vénia é para todos vocês!
Vou fazer ainda melhor. Vou seguir a sugestão do Piadas e pedir uma informação à C.M. Pombal sobre o tipo de conduta pelo qual este senhor se rege.
Feliz Ano Novo.
Palavras bonitas!!!
Obrigada pela referência!!
:-)
Este foi um "gesto" bonito. Sem dúvida.
Um bom ano para ti.
Obrigado pelo texto, obrigado por gostares de mim, obrigado por te continuar a ler!
Que tenhas um grande(enorme...) 2005.
Abraço apertado.
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