6.10.09

Por que é que as condenações não conseguem impedir candidaturas?


O Público coloca uma boa questão agora que se aproximam as Eleições Autárquicas. O artigo centra-se nos aspectos jurídicos, nomeadamente a "inconstitucionalidade que tem sido apontada à aplicação da inelegibilidade como sanção acessória da condenação criminal". Mas o que ninguém compreende é o sentido do voto e as sucessivas reeleições. Valentim Loureiro, Isaltino Morais, Fátima Felgueiras e Ferreira Torres são os casos mais mediáticos. São uma espécie de nódoa da Nação... para quem não vota nos concelhos onde exercem ou exerceram o cargo de Presidente da Câmara. De resto, é fácil ouvir o mais honesto cidadão referir que "tudo mudou" com aquele autarca! Uma professora do 1º ciclo de Gondomar dizia-me que o Valentim resolvia tudo! Por lá, os alunos do 4º ano têm direito a uma viagem de avião a Lisboa... porque o sr. presidente acha que é essencial a experiência. Se lermos os comentários a este artigo no Público encontramos imensos defensores de Isaltino. Escolhi apenas um: «Nunca tinha visto os Oeirenses tão unidos em volta de uma causa! Também estou convosco! Por um bom futuro em Oeiras! Isaltino Morais!». Só posso concluir que o país é tão pobre que não desdenha esmola alguma, venha ela de onde vier! Pequenos detalhes são logo esquecidos. O sobrinho de Isaltino está na Suiça e que continue por lá! A senhora que personifica o milagre de Fátima e o D. Sebastião da terra (homónima) é uma heroína por ter protagonizado a fuga espectacular para o Brasil. Valentim..., enfim, se não tivesse saído do Conselho de Administração da Metro do Porto, já os gondomarenses teriam metro há muito tempo! É por isso que, no dia das eleições, «muita gente vai dizer “pois é, mas em Gondomar os gondomarenses continuam a mandar"».

Portanto, eu não concordo, mas compreendo. Antes corrupto e empreendedor que honesto e incompetente, que a gente quer é progresso!

Agora, quando
um candidato a arguido e também candidato a uma reeleição numa autarquia, apresenta no rol de obras feitas itens como "Recebemos a Volta a Portugal em Bicicleta", que razões existem para votar nele? Só se for pela qualidade do jingle da campanha!



[Imagem: Mário Vitória. Destruição da harmonia aparente. Acrílico s/ tela. 32x68 cm. 2008]

5.10.09

Há 100-1 anos

Governo Provisório de 5 de Outubro de 1910 a 30 de Setembro de 1911

Teófilo Braga (Presidente), António José de Almeida (na pasta do Interior, antigo ministério do Reino); Afonso Costa (na Justiça e Cultos); José de Mascarenhas Relvas (nas Finanças); Bernardino Machado (nos Estrangeiros); António Luís Gomes (no Fomento); coronel António Xavier Correia Barreto (na Guerra); comandante Amaro Justiniano de Azevedo Gomes (na Marinha).


Para ler: Decreto de 31 de Dezembro de 1910, com força de lei, que regula a posse pelo Estado dos bens das extintas corporações religiosas.

Por esta altura, há 100-1 anos (III)

A situação no Rossio, com a saída dos populares à rua era muito confusa, mas favorável aos republicanos dado o evidente apoio popular. Machado Santos confronta o general Gorjão Henriques com o facto consumado e convida-o a manter-se no comando da divisão mas este recusa. Machado Santos entrega assim o comando ao general António Carvalhal que sabia ser republicano. Pouco depois era proclamada a República por José Relvas, na varanda do edifício da Câmara Municipal de Lisboa, após o que foi nomeado um Governo Provisório, presidido por membros do partido Republicano, com o fito de governar a Nação até que fosse aprovada uma nova Lei Fundamental.

Em Mafra, de manhã, o Rei procurava um modo de chegar ao Porto, acção muito difícil de levar a cabo por terra dada a quase inexistência de uma escolta e os inúmeros núcleos de revolucionários espalhados pelo país. Cerca do meio-dia era entregue ao presidente da câmara de Mafra a comunicação do novo governador civil, ordenando que se alvorasse a bandeira republicana. Pouco depois o comandante da escola Prática de Infantaria recebe também um telegrama do seu novo comandante informando-o da nova situação política. A posição da família Real tornava-se precária.


Fonte: Ibid.

Por esta altura, há 100-1 anos (II)

A solução aparece quando chega a notícia de que o iate real “Amélia” fundeara ali perto na Ericeira. Às duas da manhã o iate havia recolhido da cidadela de Cascais o tio e herdeiro do Rei, D. Afonso, e sabendo o Rei em Mafra, havia rumado à Ericeira por ser o âncoradouro mais próximo. Tendo a confirmação da proclamação da República e o perigo próximo da sua prisão, D. Manuel II decide embarcar com vista a dirigir-se ao Porto. A família real e alguns acompanhantes dirigiram-se à Ericeira de onde, por meio de dois barcos de pesca e perante os olhares curiosos dos populares embarcaram no iate real. Uma vez a bordo o rei escreveu ao primeiro-ministro: “ Meu caro Teixeira de Sousa. – Forçado pelas circunstâncias vejo-me obrigado a embarcar no yatch real “Amélia”. Sou português e sê-lo-ei sempre. Tenho a convicção de ter sempre cumprido o meu dever de Rei em todas as circunstâncias e de ter posto o meu coração e a minha vida ao serviço do meu País. Espero que ele, convicto dos meus direitos e da minha dedicação, o saberá reconhecer! Viva Portugal! Dê a esta carta a publicidade que puder. Sempre mº afectuosamente – Manuel R. – yatch real “Amélia” – 5 de Outubro de 1910.”


Fonte: Rocha Martins, "D. Manuel II. História do seu Reinado e da Implantação da República", Lisboa, Edição do Autor, 1931-1933, pag. 583

4.10.09

Por esta altura, há 100-1 anos

Ao final do dia a situação era dificil para as forças monárquicas: os navios sublevados tinham estacionado junto ao terreiro do Paço e o “São Rafael” fez fogo sobre os edifícios dos ministérios, perante o olhar atónito do corpo diplomático brasileiro, a bordo do couraçado “São Paulo” no qual viajava o Presidente Hermes da Fonseca. Este bombardeamento minou o moral das forças no Rossio, que se julgavam entre dois fogos, nomeadamente Rotunda e Alcântara.

Como mencionado, depois do banquete com Hermes da Fonseca D. Manuel II regressara ao Paço das Necessidades, mas não se deitou dada a gravidade dos acontecimentos que se previam, ficando na companhia de alguns oficiais. Jogavam Bridge quando as primeiras canhonadas confirmaram o que temiam. O rei tentou telefonar mas encontrou linha cortada conseguindo apenas informar a rainha Mãe, no palácio da Pena, acerca da situação.


Fonte: Rocha Martins, "D. Manuel II. História do seu Reinado e da Implantação da República", Lisboa, Edição do Autor, 1931-1933, pag. 521

Mercedes Sosa (1935-2009)

'La Negra', una cantante de todos


"En Tucumán nací, pero en Mendoza me hice mujer. Eramos tan felices: me veo delgadita, recién casada con Oscar Matus; me veo comadre de Armando Tejada Gómez, amiga de los compadres del horizonte? Yo era una muchacha sin libros, escuchaba asombrada y aprendía, y abría los ojos y me enteraba del mundo? Todos me amaban y me pedían que cantara, y yo cantaba? Era tan feliz porque, como decimos en la provincia, yo estaba poniéndome gruesa: mi cinturita crecía porque en mi vientre ya latía mi Fabián"

En una época en que el folklore comenzaba a asumir su mayoría de edad y un crecimiento de popularidad sin precedentes, El Nuevo Cancionero proponía romper con lo establecido, miraba hacia todo el continente y quería cambiar el mundo de la canción popular. "Toda la gente pensaba que era algo político. Nosotros buscábamos otro lenguaje poético y queríamos una música nueva. Salíamos de la fuente hacia fuera, pero no descuidábamos el paisaje, porque no nos queríamos alejar del pueblo".

Esa fue la brújula que signaría la búsqueda estética de Mercedes a lo largo de su vida artística, exaltando la belleza de poetas de América, regresando a los repertorios más criollos, vociferando una canción militante, o lanzandóse audazmente al mundo pop para grabar los temas de Charly García.(...)

Para una Argentina envuelta en las sombras de la dictadura militar la voz de Mercedes Sosa se transforma en el eco de un país silenciado. La "Negra" recién pudo regresar al país para una serie de conciertos en el Teatro Opera el 18 de febrero de 1982. La dictadura agonizaba y ella pudo volver para reencontrarse con un nuevo público que la descubre y otra generación de compositores argentinos de distintos géneros: León Gieco, Charly García, Antonio Tarragó Ros, Rodolfo Mederos y Ariel Ramírez. Tras su regreso definitivo con el comienzo de la democracia, no deja de colaborar con generosidad y apertura con figuras locales y artistas emergentes de distintos géneros. Mercedes deja de ser la gran voz del folklore, para transformarse en la gran madre de la música popular argentina capaz de convocar a distintas generaciones en un escenario o en un disco, espíritu que continuará hasta en su producción más reciente Cantora, un disco doble donde participó un elenco ecléctico de artistas, entre los que se encontraban, Joan Manuel Serrat, Calle 13, Juan Quintero, Luis Alberto Spineta y Gustavo Ceratti.

Mercedes llevó la canción popular más allá de las fronteras y surgieron encuentros con artistas internacionales de diferentes corrientes como Luciano Pavarotti, Sting, Lucio Dalla, Nana Mouskouri, Tania Libertad, Joan Baez, Andrea Bocelli, Silvio Rodríguez, Alfredo Kraus, Pablo Milanés, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gal Costa, Gian Marco, Konstantin Wecker, Nilda Fernández, Pata Negra, David Broza, Luz Casal, Cecilia Todd, Ismael Serrano, Shakira, entre otros.

Su voz paseó por los escenarios más importantes del mundo como el Carnegie Hall, en los Estados Unidos, o el Olympia de París; recibió el premio de la Unesco por su labor en defensa de los derechos de la mujer; el Konex de Brillante a la Mejor Artista Popular de la Década (1995), ganó varios Grammy Latinos y fue Embajadora de buena voluntad de la UNESCO para Latinoamérica y el Caribe.


Fonte: La nacion

Quando cresce o silêncio, a boca do povo canta


Mucho más que una cantante extraordinaria

1.10.09

David Mares na Shelter Competition (Guggenheim)


O Museu Guggenheim de Nova Iorque está a preceder a um concurso internacional de Design a que chama COMPETIÇÃO DE ABRIGOS ("Shelter Competition"). Os concorrentes têm de enviar o projecto 3D de um abrigo de acordo com as regras do concurso. Foram admitidos cerca de 600 projectos de 68 países.
Dos 600 projectos foram seleccionados 10 finalistas, entre os quais está o projecto do arquitecto português David Mares. É neste projecto que entra a cortiça, aliás a cortiça é mesmo o elemento do qual é feito o abrigo.

O "CBS - CORK BLOCK SHELTER " é um abrigo construído na versátil cortiça. Mas como se não bastasse a já honrosa posição de pertencer ao TOP 10 deste concurso neste momento o abrigo de cortiça está em 3º lugar na votação do público. Acedam ao site do concurso e votem "CBS - CORK BLOCK SHELTER ".


Vote for People's Prize

Shared via AddThis