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12.5.12

O Primeiro Homem adaptado ao cinema


Director: Gianni Amelio (2011)
Writers:  Gianni Amelio (screenplay), Albert Camus (novel)
Stars: Jacques Gamblin, Maya Sansa and Denis Podalydès

É simplesmente um dos livros mais belos que li. O Primeiro Homem foi a obra que preocupou Albert Camus durante os últimos 7 a 8 anos da sua vida. O seu manuscrito foi encontrado dentro de uma sacola no dia 4 de Janeiro de 1960, o dia em que morreu, vítima de um acidente de automóvel. Por ironia do destino, nas notas que escreve sobre este romance, Camus afirma que «O livro deve ser inacabado».

Em 1963, Susan Sontag escreveu: «Kafka suscita piedade e terror, Joyce admiração, Proust e Gide respeito, mas nenhum escritor moderno que me lembre, salvo Camus, suscita amor. A morte dele em 1960 foi sentida como uma perda pessoal por todo o mundo literário» . Ler O Primeiro Homem é pois, também, um exercício de resistência ao afecto que Camus e os seus sujeitos nos inspiram.

Na vida de Jacques, ou do petit Camus - uma vez que os próprios escritos do escritor nos levam a crer que projecta nesta personagem as vivências da sua infância -, não havia lugar para os livros. A criança do bairro pobre de Belcourt, em Argel, descobre os segredos do mundo através do contacto com as pessoas e as coisas reais, e não através das palavras. Hiroshi Mino, que publica o seu ensaio sobre o silêncio na obra de Albert Camus em 1987, ou seja, antes da publicação de Le Premier Homme (que acontece em 1994, 34 anos após a sua morte), afirma que «Si Camus avait laissé un récit de son enfance, il aurait pu l' intituler "Le Silence"». Este silêncio é, antes de mais, o silêncio da mãe, e depois o silêncio da natureza. O primeiro está na origem da sua história pessoal; o segundo, revela-o a sua obra, está na origem da história humana. Ambos os silêncios, que têm um carácter quase primitivo, não emergem da interrupção da palavra; na verdade, existem, escutam-se, antes que a palavra nasça. Jacques começa por descobrir um mundo simples, bruto, imediato, profundo, mas muito distinto do mundo abstracto das palavras. O silêncio que envolve a infância do protagonista, Jacques, e de Albert Camus, não foge à regra de todos os silêncios, comporta ambiguidade. O silêncio em O Primeiro Homem provoca euforia mas também, e sobretudo, amargura, pelo muro que levanta entre Jacques e a pessoa que mais ama (a mãe), pelas barreiras que impõe ao conhecimento do seu passado, das suas origens (o pai, a história da imigração e colonização argelina). O silêncio da mãe, em particular, é também o silêncio de quem não ousa a revolta contra o absurdo do mundo real. Quanto ao escritor, cabe-lhe fixar o silêncio em escrita, para que ele não se perca com a morte daquele que o mantém cativo no fundo do coração.

É para dar uma voz ao silêncio que Jacques, ou Camus, aos quarenta anos, face ao túmulo do pai, decide escrever esta obra. Em O primeiro Homem, a sua última obra inacabada, ou desde o primeiro livro que escreveu (L'Envers et L'endroit), a escrita nasce no momento em que o silêncio ameaça eternizar-se.
«Quero escrever aqui a história de um casal unido pelo mesmo sangue e todas as diferenças. Ela semelhante ao que a terra proporciona de melhor e ele tranquilamente monstruoso. Ele lançado em todas as loucuras da nossa história; ela a atravessar a mesma história como se fosse a de todos os tempos. Ela silenciosa a maior parte do tempo e dispondo de escassas palavras para se exprimir; ele falando sem parar e incapaz de encontrar através de milhares de palavras o que ela poderia dizer por meio de um único dos seus silêncios... A mãe e o filho.» (p. 286)

in Albert Camus, O Primeiro Homem, Edições Livros do Brasil, Lisboa, 1994
[Este post reune fragmentos de textos elaborados por mim para um trabalho no âmbito do mestrado de Línguas e Culturas/UA, centrado precisamente na análise do silêncio na literatura]

___________________

Tudo é belo neste livro. Li-o muitas vezes, está cheio de notas e sublinhados, emprestei-o a um amigo que se queixou de se distrair com tanta anotação. O filme é uma boa notícia mas não sei se conseguirei vê-lo. Gosto da Alger que imaginei, do "meu" jovem Jacques/petit Camus e da sua silenciosa mãe, do "meu" céu sobre a campa do pai onde terá a grande revelação que levará à escrita-ação contra o absurdo, contra o esquecimento da História... O meu tão pessoal e inventado universo camuseano conforta-me.
Enfim, é claro que não vou resistir, lá verei o filme assim que tiver essa oportunidade_____ apavorada com os danos que poderá causar ao meu imaginário. :)

4.4.12

Os dados estão lançados

Jean-Paul Sartre (1905–1980) escreveu um romance genial e delicioso de ser lido, “Os dados estão lançados” (1947). Seria excelente se o livro fosse reeditado em Portugal! Esta obra-prima, manifesto de consciência de classe, tratado de metafísica, furioso arranca-corações, livro de culto, guião de cinema (filme realizado por Jean Delannoy), anda desaparecida há tanto tempo...

Muito sucintamente, é a história de uma mulher burguesa e de um chefe de uma "Liga" de resistência que se apaixonam perdidamente um pelo outro mas, porque se encontram apenas após a sua morte (ambos foram assassinados), não podem consumar o seu amor. No céu, não são tangíveis...

«Olham-se e dançam em silêncio por um momento.
- Diga-me - pergunta Pedro de repente -, o que é que se passa? Não pensava senão nos meus aborrecimentos há bocado e agora estou aqui. Danço e não vejo senão o seu sorriso... Se isto fosse a morte...
- Isto?
- Sim, dançar consigo sempre, só a ver a si, esquecer tudo o resto...
- E depois?
- A morte valia mais que a vida. Não acha?
- Aperte-me com força - diz ela baixinho.
Os rostos estão muito perto um do outro. Dançam ainda um instante e ela repete:
- Aperte-me com mais força...
Bruscamente, o rosto de Pedro entristece-se. Pára de dançar, afasta-se um pouco de Eva e exclama:
- É uma comédia. Nem sequer cheguei a tocar a sua cintura...»
[in Sartre, Jean-Paul, "Os dados estão lançados", Ed. Presença, 1983, pp 72-73]

Decidem então dirigir-se a Deus, reclamar e obter autorização para voltar à Terra. Deus é misericordioso e aceita que regressem para viver o amor e a vida em comum que lhes havia sido indevidamente frustrada. Mas impõe uma condição: têm 24 horas para ultrapassar todas as barreiras inerentes à diferença da sua condição social. Se forem bem sucedidos, esquecerão o episódio da morte; se falharem, voltarão ao céu.
__________

Muitas das ideias do político e do filósofo estão contidas neste pequeno livro, pelo que não é difícil imaginar o final. Sartre milita activamente no partido comunista e virá a aproximar-se cada vez mais do marximo, integrando-o no existencialismo (La Critique de la raison dialectique, 1960). Em 1952 rompe publicamente a amizade com Camus, devido à publicação de "O Homem Revoltado" no qual Camus ataca criticamente o Estalinismo.
E o que dizer da nova oportunidade oferecida a Pierre e Eve: será o destino mais forte que o livre-arbítrio? A liberdade dá ao homem o poder de escolha, mas está sujeita às limitações do próprio homem?

Existe uma versão disponível on line, tradução portuguesa, que poderão gravar/imprimir enquanto esperam (!) pela publicação de uma nova edição. 

16.10.11

Sísifo

«...trabalhavam sem tréguas, pela boa razão de que o descanso significava para todos refeições mais leves. O desemprego constituía o inconveniente mais temido. (...) O trabalho naquele bairro não era uma virtude, mas uma necessidade que, para fazer viver, conduzia à morte.»

Albert Camus, "O Primeiro Homem"

2.5.09

Suscitar amor


Se ainda não compraram presente para o dia da mãe, deixo-vos esta sugestão. É simplesmente um dos livros mais belos que li. O Primeiro Homem foi a obra que preocupou Albert Camus durante os últimos 7 a 8 anos da sua vida. O seu manuscrito foi encontrado dentro de uma sacola no dia 4 de Janeiro de 1960, o dia em que morreu, vítima de um acidente de automóvel. Por ironia do destino, nas notas que escreve sobre este romance, Camus afirma que «O livro deve ser inacabado».

Em 1963, Susan Sontag escreveu: «Kafka suscita piedade e terror, Joyce admiração, Proust e Gide respeito, mas nenhum escritor moderno que me lembre, salvo Camus, suscita amor. A morte dele em 1960 foi sentida como uma perda pessoal por todo o mundo literário» . Ler O Primeiro Homem é pois, também, um exercício de resistência ao afecto que Camus e os seus sujeitos nos inspiram.
Na vida de Jacques, ou do petit Camus - uma vez que os próprios escritos do escritor nos levam a crer que projecta nesta personagem as vivências da sua infância -, não havia lugar para os livros. A criança do bairro pobre de Belcourt, em Argel, descobre os segredos do mundo através do contacto com as pessoas e as coisas reais, e não através das palavras.

Hiroshi Mino, que publica o seu ensaio sobre o silêncio na obra de Albert Camus em 1987, ou seja, antes da publicação de Le Premier Homme (que acontece em 1994, 34 anos após a sua morte), afirma que «Si Camus avait laissé un récit de son enfance, il aurait pu l' intituler "Le Silence"». Este silêncio é, antes de mais, o silêncio da mãe, e depois o silêncio da natureza. O primeiro está na origem da sua história pessoal; o segundo, revela-o a sua obra, está na origem da história humana. Ambos os silêncios, que têm um carácter quase primitivo, não emergem da interrupção da palavra; na verdade, existem, escutam-se, antes que a palavra nasça. Jacques começa por descobrir um mundo simples, bruto, imediato, profundo, mas muito distinto do mundo abstracto das palavras.

O silêncio que envolve a infância do protagonista, Jacques, e de Albert Camus, não foge à regra de todos os silêncios, comporta ambiguidade. O silêncio em O Primeiro Homem provoca euforia mas também, e sobretudo, amargura, pelo muro que levanta entre Jacques e a pessoa que mais ama (a mãe), pelas barreiras que impõe ao conhecimento do seu passado, das suas origens (o pai, a história da imigração e colonização argelina). O silêncio da mãe, em particular, é também o silêncio de quem não ousa a revolta contra o absurdo do mundo real. Quanto ao escritor, cabe-lhe fixar o silêncio em escrita, para que ele não se perca com a morte daquele que o mantém cativo no fundo do coração. É para dar uma voz ao silêncio que Jacques, ou Camus, aos quarenta anos, face ao túmulo do pai, decide escrever esta obra. Em O primeiro Homem, a sua última obra inacabada, ou desde o primeiro livro que escreveu (L'Envers et L'endroit), a escrita nasce no momento em que o silêncio ameaça eternizar-se.


«Quero escrever aqui a história de um casal unido pelo mesmo sangue e todas as diferenças. Ela semelhante ao que a terra proporciona de melhor e ele tranquilamente monstruoso. Ele lançado em todas as loucuras da nossa história; ela a atravessar a mesma história como se fosse a de todos os tempos. Ela silenciosa a maior parte do tempo e dispondo de escassas palavras para se exprimir; ele falando sem parar e incapaz de encontrar através de milhares de palavras o que ela poderia dizer por meio de um único dos seus silêncios... A mãe e o filho(p. 286)

Albert Camus, O Primeiro Homem
Edições Livros do Brasil, Lisboa, 1994


[Este post reune fragmentos de textos elaborados por mim para um trabalho no âmbito do mestrado de Línguas e Culturas/UA, centrado precisamente na análise do silêncio na literatura]

23.11.08

Books Not Bombs

Books Not Bombs (vídeo)
Nicholas D. Kristof in Pakistan

“Durante os anos em que vivia em França, prometera a si próprio fazer aquilo que a mãe, que ficara na Argélia, aquilo que ela lhe pedia desde longa data: visitar a sepultura do pai que nunca vira. Ele pensava que a visita não fazia o menor sentido, para si próprio, antes de mais (...), e depois, para a mãe que nunca falava do extinto... (...) Foi então que leu na sepultura a data de nascimento do pai e descobriu ao mesmo tempo que até agora a ignorara. Em seguida, leu as duas datas, «1885-1914» e procedeu a um cálculo mental: vinte e nove anos. Surgiu-lhe de súbito uma ideia que o fez estremecer. Tinha quarenta anos. O homem sepultado sob aquela pedra, e que fora seu pai, era mais jovem do que ele. E a vaga de ternura e piedade que de repente lhe encheu o coração não era o movimento de uma alma que conduz o filho à evocação do pai desaparecido, mas a perturbada compaixão que um homem feito experimenta perante a criança injustamente assassinada (...). Olhava as outras placas do rectângulo e reconhecia nas datas que o solo estava juncado de crianças..."

Albert Camus,
O Primeiro Homem
Ed. Livros do Brasil, Lisboa, 1994, pp 29-30-31

24.9.07

Um homem revoltado #1


Que vem a ser um homem revoltado? Um homem que diz - não. Mas, se ele recusa, não renuncia: é também um homem que diz sim, a partir do seu primeiro movimento. Um escravo que durante toda a sua vida recebeu ordens considera subitamente inaceitável uma nova ordem. Qual é o conteúdo desse «não»?

Significa, por exemplo, «as coisas já duraram em demasia»; «até aqui, sim: daqui em diante não»; «estão a ir demasiado longe», «há um limite que não poderão ultrapassar». Em suma, este não afirma a existência de uma fronteira. [...] De certa maneira, opõe à ordem que o oprime uma espécie de direito a não ser oprimido para lá do que lhe parece admissível.

p.21

in Albert Camus, O Homem Revoltado
Edit. Livros do Brasil, Lisboa, Janeiro de 2003
[Edição original: L'Homme Revolté, Éditions Gallimard, 1951]



ADENDA: ACHO QUE ELE COMPREENDEU ESTE TEXTO.

22.9.07

A morte feliz #3

Até ali, tinha vivido. Agora poderiam falar da sua vida. Daquele grande impulso de destruição que o tinha impedido, da poesia fugitiva e criadora da vida. Nada ficava além da verdade sem rugas que é o contrário da poesia. De todos os homens que transportara no íntimo, como cada homem no início da vida, de tantos seres diferentes que misturam as suas raízes sem contudo se confundirem, sabia agora qual deles tinha sido. E essa escolha que cria o destino de um homem, tinha-a feito conscientemente e com coragem. Aí residia toda a sua felicidade de viver e de morrer. Compreendia que ter medo daquela morte que ele encarara com uma angústia de animal era também ter medo da vida. O medo de morrer justificava um apego sem limites a tudo o que é vivo no homem. E todos aqueles que não tinham praticado os gestos decisivos que enobrecem uma vida, todos aqueles que temiam e exaltavam a impotência, todos tinham medo da morte, pela sanção que ela imprime a uma vida de que sempre tenham ficado distantes.[...] E a morte era um gesto que priva para sempre de água o viajante que procurou em vão acalmar a sede.

pp. 144

in Albert Camus,
A Morte FelizEdit. Livros do Brasil, Lisboa, Outubro 2002
[Edição original: La Mort Heureuse, Éditions Gallimard, 1949]

A Morte Feliz foi concebida entre 1936 e 1938. Existem dois "dactilogramas" deste romance, do tempo de Camus, que fazem parte do espólio conservado por Madame Camus. Em 1961, Madame Camus mandou fazer uma nova cópia dactilografada, segundo a primeira versão, com as variantes da segunda escritas à mão. Existem ainda dossiers preparatórios e notas sobre A Morte Feliz nos Carnets. Encontra-se aí manuscrito, mas em fragmentos dispersos, quase todo o romance. A primeira referência precisa que aparece nos Carnets, Eduardo Graça, data de 1936 e é um plano para a «II Parte». Depois deste livro, peguei n' O Homem Revoltado e na peça adaptada do romance de Dostoievski, Os Possessos, do mesmo Camus. E muitas vezes me apeteceu trocar ideias e emoções, aprender, certamente, consigo. (Quem conhecer o Absorto, compreenderá de imediato porquê).

21.9.07

A morte feliz #2

Abdallah Benanteur, Le peintre des poètes
L'Offrande



Apercebeu-se da sua capacidade de esquecer, uma faculdade que apenas pertence às crianças, aos génios e aos inocentes.
Inocente, comovido com a própria alegria, compreendia por fim que era um homem feito para ser feliz.

pp. 92

in Albert Camus, A Morte Feliz
Edit. Livros do Brasil, Lisboa, Outubro 2002
[Edição original: La Mort Heureuse, Éditions Gallimard, 1949]

20.9.07

A morte feliz #1

AMMAR AMARNI

Tenho a certeza - começara ele - de que se não pode ser feliz sem dinheiro. Não tenho dúvidas sobre isso. Não gosto da facilidade, nem dos romantismos. Gosto de saber como são as coisas. Pois bem, tenho notado que em certas pessoas de escol existe uma espécie de snobismo espiritual quando afirmam que o dinheiro não faz a felicidade. Parvoíce. Mentira. E, em certa medida, covardia. Ora veja, Mersault, para um homem bem-nascido, ser feliz nunca foi complicado. Basta seguir o destino de toda a gente, não por desistência ou renúncia, como é o caso de tantos falsos grandes homens, mas com uma apetência de felicidade. A única coisa que se precisa para se ser feliz é de tempo. Muito tempo. A felicidade é, ao fim e ao cabo, uma questão de longa paciência. E quase sempre passamos a vida a ganhar dinheiro, quando o que era preciso era ganhar tempo através do dinheiro. Esse é o único problema que sempre me interessou. É um problema preciso e claro.

pp. 58-59

in Albert Camus, A Morte Feliz
Edit. Livros do Brasil, Lisboa, Outubro 2002
[Edição original: La Mort Heureuse, Éditions Gallimard, 1949]

19.12.06

Absorto

Andei à procura desta passagem.

"Foi então que leu na sepultura a data de nascimento do pai e descobriu ao mesmo tempo que até agora o ignorara. Em seguida, leu as duas datas, 1885-1914, e procedeu a um cálculo mental: vinte e nove anos. Surgiu-lhe de súbito uma ideia que o fez estremecer. Tinha quarenta anos. O homem sepultado sob aquela pedra, e que fora seu pai, era mais jovem do que ele."
(pp 29-30)

Li este livro duas ou três vezes, primeiro em francês, depois em português. O Primeiro Homem, a obra em que Albert Camus trabalhava no momento da sua morte. O manuscrito só foi encontrado em 1960. Comove-me sempre. Tem contornos auto-biográficos. Centra-se na sua infância passada em Argel. A figura da mãe. não se esquece.

Lembrei-me dele porque conheço alguém que cultiva Camus com uma enorme paixão. Anda Absorto há três anos. e queria dizer-lhe que ainda não me cansei de o visitar (quase) todos os dias.