24.5.08

À escuta #68

Chego a casa tarde, depois da deslocação à Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Famalicão, para falar sobre o filme de Jean-Jacques Annaud, baseado no romance homónimo de Marguerite Duras, O Amante. Como é óbvio, desliguei o telemóvel durante a sessão.
Sobre a minha secretária encontro um envelope feito à mão, com as seguintes reclamações da S.:


«Da: S.
Para: Mamã. E o papá só vai espelicar porque fez isto.
(mostrar primeiro ao papá)
A novela acabava daqui a bocadinho que é quase às 11 horas.

Ver atrás e lá dentro»

[atrás:]
«Eu telefonei-te prái umas 5 vezes e to não atendes. Eu queria que to me atendesses porque eu queria te dizer que o papá não me deichou ver uma télénovela que não tinha beijos nem nada que não queres que eu veja. Era isso que eu te queria dizer.
E mais uma coisa, eu fiquei triste por não atenderes o telefone.»

[na folha dentro do envelope:]
«Porque é que não me atendeste o telemovel?
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ »

Amanhã vai haver ditado cá em casa. e estou a pensar na resposta. (tenho uma filha com "uma dimensão invasora e colonial"; a Duras tinha uma mãe assim) (P.S.: aconselho as próximas sessões do Cineliterário)

Sem comentários: