9.9.06

As vozes de Paulo José Miranda

A voz que nos trai é assim:

A rapariga dos cabelos cor de avelã de breve mel

Se a calhandra junto ao lago despe as asas,
porque te não hás-de esquecer do corpo nos meus lábios?

*

O corpo respira o corpo.
Morre à beira de um seio.

*

Crio uma incomparável beleza
e é esta a dificuldade do amor.
Estou à beira de ser outro.


O Sábio

Despojou-se das metáforas,
depois sentou-se nos seixos do rio
a escutar as águas

A voz que nos trai
Paulo José Miranda
Ed. Cotovia


A voz que nos trai, agora, chegou também à terra de ninguém. O autor é o mesmo.
À poesia, esta voz vai juntar política. Vão
até que vos doa.

O mal do mal

(...)
É preferível escrever bem acerca de Píndaro
do que escrever mal acerca de quem quer que seja.
É preferível escrever bem acerca de uma rua
do que escrever mal acerca da cidade.
Não é moral, é ontológico.
(...)

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