Feluca, veleiro típico do Nilo
Assouan... Ballet de felucas. Velas brancas num horizonte que se estende até à ilha Elefantina. A noite desce sobre o Nilo. Abu enrola as suas velas de grosso algodão, baixa os mastros. Qual pirâmide de cabos esticados, a ponte de Assouan perfila-se sobre as águas calmas do rio. O pof pof das bombas de rega cala-se. Aqui e ali nas margens, uma nora gira ainda em soluços. Os marinheiros nas felucas gritam uns para os outros, chamam-se de longe. No regresso à aldeia, sempre este desafio. Como fazer-se ouvir sob um céu povoado de milhares de garças!
Uma nuvem de crianças acolhe-os. As mulheres prepararam as favas para o foul tradicional. Quase de forma prematura, a penumbra adensa-se. Sobre El Qurna, emanações de karkadé, odores de iguarias e o cochicho dos cachimbos de água vêm habitar o silêncio que se instala todas as noites. O vento do Nilo aparece... À borda d'água, um burro zurra, alguns cães famélicos, cor de areia, ladram. As mães chamam os filhos. Palmeiras doum recortam-se em frisos que ondulam.
É noite. A terra e a água silenciam. Nem mais um som, nada. Nós apreciamos as estrelas que parecem fixar-nos no firmamento. O ar arrefece. Entramos na barraca e sentimos a tepidez da madeira. Como Moisés no seu berço, dormimos entre caniços, aninhados no meio das águas do rio sagrado. O imaginário, esse, desperta. Abu...
Assouan... Ballet de felucas. Velas brancas num horizonte que se estende até à ilha Elefantina. A noite desce sobre o Nilo. Abu enrola as suas velas de grosso algodão, baixa os mastros. Qual pirâmide de cabos esticados, a ponte de Assouan perfila-se sobre as águas calmas do rio. O pof pof das bombas de rega cala-se. Aqui e ali nas margens, uma nora gira ainda em soluços. Os marinheiros nas felucas gritam uns para os outros, chamam-se de longe. No regresso à aldeia, sempre este desafio. Como fazer-se ouvir sob um céu povoado de milhares de garças!
Uma nuvem de crianças acolhe-os. As mulheres prepararam as favas para o foul tradicional. Quase de forma prematura, a penumbra adensa-se. Sobre El Qurna, emanações de karkadé, odores de iguarias e o cochicho dos cachimbos de água vêm habitar o silêncio que se instala todas as noites. O vento do Nilo aparece... À borda d'água, um burro zurra, alguns cães famélicos, cor de areia, ladram. As mães chamam os filhos. Palmeiras doum recortam-se em frisos que ondulam.
É noite. A terra e a água silenciam. Nem mais um som, nada. Nós apreciamos as estrelas que parecem fixar-nos no firmamento. O ar arrefece. Entramos na barraca e sentimos a tepidez da madeira. Como Moisés no seu berço, dormimos entre caniços, aninhados no meio das águas do rio sagrado. O imaginário, esse, desperta. Abu...
Volto daqui a alguns dias. Fiquem bem.
4 comentários:
Quem assim escreve, também nos faz ter belos sonhos de Ngorongoro pois facilmente a imaginação voa até aos lugares reais e imaginários vistos por esses olhos d'alma. Espero que as férias sejam excelentes e que tragam mais alguns olhares para partilhar!
Maria
como eu gostaria de escrever assim!!!!!!!!!!
Porra! este gajo tb atacou aqui!!
beijos de mar e velas para voçês
Passei para ler as tuas aventuras...
Deixo um abraço e boa viagem...;)
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