28.2.05

A amor dura uma semana


Frédéric Beigbedder

Ele escreveu L'amour dure trois ans e outros livros cheios de duras verdades. Em Windows of the world diz por exemplo que a única maneira de saber o que se passou no restaurante situado na torre Norte do World Trade Center, no dia 11 de Setembro de 2001, entre as 8h30 e as 10h29, é inventando. Identifica-se com aquela afirmação de Tom Wolfe segundo a qual um escritor que não escreve romances realistas não compreende nada das jogadas e estratégias da época em que vive. E, como Marylin Manson, acha que um artista deve mergulhar no coração do inferno. É amigo de Michel Houellebecq que por acaso é um escritor mais genial que Beigbedder, mas lá chegaremos... A verdade é que esta semana vou dedicá-la ao Frédéric. Gosto de tudo nos livros dele, dos temas, dos prefácios e até dos agradecimentos.


Obrigada a Bruce Springsteen pelo seu último álbum, assim como a Suicide, Robbie Willians, Sigur Ros, The White Stripes, Richard Ashcroft, Zwan e claro, a Cat Stevens-Yusuf Islam pelo In search of the Centre of the Universe (A&M Records).
Obrigada a Amélie Lebrande por se ter tornado Amélie Beigbedder.
(...)
E ao Canal+ pela indemnização pelo despedimento.
(...)
Obrigado a Walks in Hemingway's Paris de Noel Riley Fitch (St Matin's Griffin, New York): prova de que certos americanos conhecem Paris melhor do que nós.
Obrigado a Julien Barbera por me ter reservado a melhor mesa no Cipriano Downtown.
Obrigada a Yann Le Gallais pelo seu champanhe.
(...)
Obrigado ao Concorde...
E viva Sean Penn!

in Windows on the world, Grasset, 2003

Laicidade I


Dave April, Alternative Thinking

Étíenne Pion é o presidente da CAEDEL - Centre d'action européénne démocratique et laïque, e está neste momento a fazer um conjunto de conferências por todo o país. A temática é "Laicidade. Um bom Princípio para o século XXI". Ontem esteve em Aveiro na livraria O Navio de Espelhos e posso dizer-vos que foi um prazer ouvir este senhor.
Comecemos por definir laicidade. Segundo Étíenne Pion (EP), é um conjunto de valores e ao mesmo tempo um sistema de vida social e cívica. Quais são esses valores? O primeiro é o da liberdade absoluta da consciência, a liberdade de crer ou não num Deus, de ter uma religião ou de mudar de religião, ou de ser ateu. Quebra-se assim uma ideia preconcebida em relação à laicidade. Segundo EP um ateu é geralmente laico mas nem todos os laicos são ateus.
O segundo valor ou princípio é o de que a liberdade de consciência supõe liberdade de expressão. Seria um paradoxo poder pensar e não poder expressar o pensamento.
A independência do espírito implica a recusa do dogma. Por excelência, os laicos são a-dogmáticos. Este pressuposto aplica-se a todo o tipo de dogmas: religiosos, políticos, culturais, e até económicos.
A recusa da verdade dogmática em qualquer domínio não invalida a existência de critérios de referência, até porque estes são sempre necessários. Para os laicos esses critérios fundam-se na Razão. A Razão como instrumento da reflexão livre. O que não significa que recusem outras formas de pensamento, assentes na sensibilidade, na intuição ou na imaginação. Estas formas são adaptáveis à razão.
O que o laico defende é: rigor nas reflexões e abertura no pensamento.
Esta abertura encaminha-nos para os outros - é importante conhecer outros pontos de vista que confrontem a nossa visão do mundo.
A esta abertura chamamos normalmente tolerância. Tolerar significa admitir qualquer coisa que não se aceita, quase como uma obrigação moral. Por isso EP prefere definir a laicidade como um sistema que "respeita as diferenças". É uma ideia mais positiva que facilita o contacto com os outros. A laicidade quer gerar uma atitude favorável à vida colectiva.
Contudo, esta noção de tolerância ou de respeito pela diferença tem limites. O nazismo não é tolerável!
Mas deve combater-se as ideias e não as pessoas. E sobretudo, formar a opinião pública de forma a que os nossos sistemas democráticos não "produzam" movimentos extremistas de intolerância.
Um laico caracteriza-se pela procura da verdade, a sua verdade, através do contacto com os outros. As ideias mais importantes, salienta EP, são as que envolvem o interesse público. A laicidade reage assim contra o excesso de individualismo reinante nas nossas sociedades. Os media e a maior parte dos agentes de sociabilização promovem a elevação do nível de vida, o máximo conforto e o bem-estar individual. Acabamos por esquecer os problemas globais da sociedade. Por exemplo, a solidariedade não é tão sistemática quanto deveria ser. Para EP, o mutualismo, o associativismo, o cooperativismo contribuem para a criação de uma moral laica.
Quebrando outro dogma, EP afirma que o conteúdo da moral religiosa e da moral laica é por vezes semelhante. A moral é entendida como uma necessidade social e, para um laico, essa motivação é suficiente.
A noção de moral não pode, contudo, ser vista como um conjunto de interdições ou como uma lista de obrigações. A moral laica resulta da livre apreciação individual e colectiva do que é bom para a vida social.

Todos estes aspectos dizem respeito a um conjunto de valores abstractos e filosóficos que caracterizam o pensamento laico. Mas existe uma segunda perspectiva obrigatória a ter em conta para compreender a laicidade. É preciso compreender como os sistemas sociais, cívicos e jurídicos, regulados por instituições, aplicam o ideal laico. (Contin. num próximo post)

Agradeço ao André Esteves o convite

26.2.05

Queridos Leitores

Antes de mais votos de Bom Fim de Semana! E depois, queria dizer-vos que quando se "lançam" 2 ou mais posts de uma só vez (hoje, 7), é muito indelicado ler só o primeiro. mesmo que, e sobretudo se, o primeiro não vos interessar para nada! CU (não, não me enganei, e também não é por causa do Cubembom!? CU see you, ok!? aprendi esta e não resisti)

Os olhos dos meus olhos estão abertos


Catherine Hermans

Todas as sugestões para este fim de semana têm um único objectivo: acabar o dia com vontade de gritar isto:

obrigado Meu Deus por mais este espantoso
dia:pelos saltitantes e virentes espíritos das árvores
e um azul autêntico sonho celeste;e por tudo
o que é natural o que é infinito o que é sim

(eu que morri estou vivo de novo,
e este é o dia de anos do sol;este é de anos
o dia da vida e do amor e asas:e do alegre
grande evento ilimitavelmente terra)

como poderia saboreando tocando ouvindo lendo
respirando qualquer----erguido do não
de todo o nada----ser simplesmente humano
duvidar inimaginável de Ti?

(agora os ouvidos dos meus ouvidos despertam e
agora os olhos dos meus olhos estão abertos)


E.E. Cummings

Museu de Aveiro


MRF, Spectrum 5

Outro programa para o fim de semana, muito educativo para quem tem filhos: visitar o Antigo Convento de Jesus, actual Museu de Aveiro. E encontrar este animal que, junto à ombreira de uma porta (sala do Capítulo Novo), está a cair. E inventar significados simbólicos. Será o diabo disfarçado de cordeiro, para tentar as freiras? (ideia excelente para os pesadelos das criancinhas e para os sonhos eróticos dos papás) Ou será o cão do Senhor para as defender do mal?

Encontros imprevisíveis


Patrick Demarchelier

Nada melhor do que os fins de semana para procurar ligações improváveis, estranhezas familiares, sentidos relativos. Por exemplo, vendo Antídoto da Companhia Rui Lopes-Graça, participando numa ceia medieval num salão de Bombeiros, fazendo um curso de hidrobike ou um workshop de salsa em linha, ou assistindo a um desfile de moda no Museu Marítimo de Ílhavo! A sério que tudo isto é possível! Se não gostarem, armem-se em Azzedine Alaia e vão passear com a vossa Yasmeen! ou armem-se em Yasmeen e atrelem o Azzedine!

Programa de Fim de Semana ?

Cinema no sofá


Fonte: Marktest. Top 10 Filmes mais vistos na TV em 2004

Em 2004, em dias de chuva, quiça, foi isto que os portugueses andaram a fazer: ver filmes na TV. É claro que...

Às 21:59 não foram as criancinhas que andaram a ver o Homem-Aranha! E o que é a Velocidade Furiosa!?

Tudo bem, não faço mais comentários! Mas há alternativas... (próximos posts).

Ultimos versos

PROVINCIANAS


Henk Braam

I

Olá! Bons Dias! Em Março,
Que mocetona e que jovem
A terra! Que amor esparso
Corre os trigos, que se movem
Às vagas de um verde garço!

Como amanhece! Que meigas
As horas antes de almoço!
(...)


II

Ao meio-dia na cama,
Branca fidalga, o que julga
Das pequenas da su'ama?!
Vivem minadas de pulga,
Negras do tempo e da lama.

Não é caso que a comova
Ver suas irmãs de leite,
Quer faça frio, quer chova,
Sem uma mamã que as deite
Na tepidez de uma alcova?!

.....................................
.....................................
.....................................
.....................................*

*O poema ficou incompleto, estes foram os últimos versos do Poeta.
in O Livro Verde de Cesário Verde, Assírio & Alvim, 2004
[Lisboa, 25.02.1855-19.07.1886]

Primeiros Versos

DESLUMBRAMENTOS

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Milady, é perigoso contemplá-la,
Quando passa aromática e normal,
Com seu tipo tão nobre e tão de sala,
Com seus gestos de neve e de metal.

Sem que nisso a desgoste ou enfade,
Quantas vezes, seguindo-lhe as passadas,
Eu vejo-a, com real solenidade,
Ir pondo toilettes complicadas!...

Em si tudo me atrai como um tesoiro:
O seu ar pensativo e senhoril,
A sua voz que tem timbre de oiro
E o seu nevado e lúcido perfil!

Ah! Como m'estontêa e me fascina...
E é, na graça distinta do seu porte,
Como a Moda supérflua e feminina,
E tão alta e serena como a Morte!...

(...)
Mas cuidado, milady, não se afoite,
Que hão-de acabar os bárbaros reais;
E os povos humilhados, pela noite,
Para a vingança aguçam os punhais.

E um dia, ó flor de Luxo, nas estradas,
Sob o cetim do Azul e as andorinhas,
Eu hei-de ver errar, alucinadas,
E arrastando farrapos - as rainhas!


in O Livro Verde de Cesário Verde, Assírio & Alvim, 2004
[Lisboa, 25.02.1855-19.07.1886]

25.2.05

Espanto

Há muitas coisas que não acreditaríamos ser possíveis: e não basta, quando as vimos, saber que elas existem. Fui contra algumas outro dia, assim sem contar, aqui em Aveiro. Imaginam em que local? Membros do Coreto do Rossio (ver coluna da direira, actualizada), vamos lá ver se conhecem o burgo... Eu não calo o meu espanto! Oh!


MRF, Spectrum4

MRF, Spectrum3

Quimera, ansiedade e mito social


Henk Braam

Este é o título de um pequeno capítulo da grande obra do Professor Norman Cohn, Na Senda do Milénio - Milenaristas Revolucionários e Anarquistas Místicos da Idade Média (Presença, 1981), que eu relia por alto porque me pareceu que este amigo iria certamente deliciar-se com ela. Encontrei aí um fragmento que me fez pensar na actual conjuntura política e que me deixou a impressão de que estamos muito próximos da visão medieval do mundo.
"Tem sido observado pelos psicanalistas que a visão do mundo do Cristianismo medieval tende a revestir a forma de uma luta de morte travada pelos bons pais e os bons filhos contra os maus pais e os maus filhos. (...) Já na figura (...) do Cristo que regressa - se encontram combinadas as imagens fantásticas do bom pai e do bom filho. Por um lado, o chefe possui - à semelhança dos faraós e muitos outros reis divinos - todos os atributos de um pai ideal: é perfeitamente sábio, é perfeitamente justo, protege os fracos. Mas, por outro lado, é também o filho cuja missão é transformar o mundo, o Messias que deve instaurar um novo céu e uma nova terra e que poderá de si mesmo dizer: Eis que faço novas todas as coisas!" (pp 69)
Sinceramente, excluindo o facto de já não lhes atribuirmos poderes sobrenaturais, eu diria que ainda exigimos aos nossos líderes políticos que sejam verdadeiros Messias! (fico a aguardar as vossas prédicas revolucionárias ou anarco-místicas)

24.2.05

Crónicas depois da Califórnia


Rui Gonçalves Uma e Um Quarto

Eis-me pois eu próprio como medida do "saber" fotográfico. O que sabe o meu corpo da Fotografia? Notei que uma foto pode ser objecto de três práticas (ou de três emoções, ou de três intenções): fazer, experimentar, olhar.(Roland Barthes, A Câmara Clara, Ed. 70, pp 23)
Descobri um fotógrafo! Chama-se Rui Gonçalves e bastou-me olhar. Ele também tem um blog, Crónicas da (e depois da) Califórnia. Nesse blog, podemos aceder a um site em que ele nos conta em pormenor outras estórias e nos abre a porta a uma galeria. Mas a razão porque o coloquei ali no "Psssst" é porque brevemente ele vai expôr na UA com outros fotógrafos do grupo FotoAveiro, e deu-nos a oportunidade de escolher 10 de entre 20 fotos seleccionadas previamente. A dúvida do fotógrafo é justa, vão ver como a escolha é difícil. Mas vai ser bom olhar, olhar, olhar.

As sombras errantes II


Catherine Hermans


Capítulo X


Te loquor absentem.
Ausente eu te falo.
És tu, única, que a minha voz nomeia antes de tudo o que designo.
Nenhuma noite se ergue sem ti.
Nenhum dia desponta.
Diziam de Hiéron de Syracuse: Nada lhe falta
para ser rei,
a não ser o reino.



in Quignard, Pascal, Les Ombres errantes, Grasset, 2002 (trad. livre do francês)

Do Paraná II


Curitiba, memorial da cidade

Já vos falei da Maria Xavier, que me vai enviando impressões da sua viagem pelo Brasil. Ela é socióloga, especializada em Emigração, e esta viagem tem objectivos de pesquisa. Aqui fica mais uma nota pessoal:
"(...) No centro de Curitiba encontrámos uma família de chineses oriundos de Portugal que aqui vivem desde 1976. Comerciantes, donos de padaria, consideram-se bem sucedidos no Brasil, embora se sintam por vezes discriminados como orientais. Convidaram-nos para almoçar no dia seguinte, satisfeitos que estavam por receber pessoas de Portugal.
Ao andar a pé nas ruas do centro, pela XV de Novembro, a atmosfera é pressa, movimento e multiculturalidade - polacos, ucranianos, italianos, alemães, japoneses e chineses estão entre as principais etnias da cidade.
Portugueses há, mas quase não se notam, misturados e diluídos na população. À noite, em visita à Sociedade 1º de Dezembro (associação de portugueses), fomos surpreendidas pela única tuna de todo o Brasil. Os seus 8 integrantes são todos brasileiros. Apenas um, de 18 anos, é estudante universitário (de letras). Cantaram Madredeus e Vitorino: "menina estás à janela". Ligações a Portugal? A música e, quem sabe, um avô ou avó.
Fechei a noite com um ataque de riso dentro de um táxi. Só porque perguntei ao taxista se o nome da rua (Emiliano Perneta) seria porque o Emiliano perdeu a perna: "aí você me pegou! sei não" e desfez-se em riso, caindo o dinheiro pelo chão. A propósito, nessa rua fica a melhor pizzaria da cidade (segundo a Veja Curitiba): "Avenida Paulista - o melhor de São Paulo em Curitiba!" Pizzas light são as de massa integral. Tomates secos, acompanhados de rúcula e queijo parmesão, estão na moda. Candeeiros à luz de velas, fornos a lenha, chefes a rigor, serviço impecável e muita gente bonita, para garantia de uma noite com brilho."

Se quiserem saber mais sobre Curitiba, cliquem aqui.

Orientação

Se tem dúvidas sobre a sua Orientação Política use esta Bússula Política.
Os meus resultados:
Esquerda/Direita: -3.38
Autoritarismo/Libertarianismo: -2.97

23.2.05

Eu dizia

Eu dizia
Quanto madura
me animavas
Seguindo a noite
Barco ou estrada
Sem rótulo
Sem luzes

Em vitória
Na mesma rota
De tanto compatriota
Entre o sol e a lua

Sereníssima
Rodavas em silêncio
noite fora
Fazíamos um norte
De vigília

Do lado da montanha
Ninguém chora


[Zeca Afonso, Aveiro 2.08.1929 - Setúbal 23.02.1987]
PS: Vantagens de ser cota: tê-lo ouvido no Coliseu em 1983, penso que foi o seu último espectáculo. Saudades: de sermos muitos a cantá-lo. desses tempos.

As sombras errantes

 /
Pascal Quignard escreveu uma série de três livros a que chamou Le dernier royaume: Les ombres errantes, De Jadis, Abîmes. Leio o primeiro (Ed. Grasset), uma escrita aberta, fragmentada, reflexões sobre o tempo, a origem e a História, múltiplos romances, um exercício de errância. Lire c'est errer. La lecture est errance. (Méfiez-vous des chevaliers errants! Méfiez-vous des romanciers! (p. 50).



O primeiro capítulo - excertos, aqui.


O quinto capítulo - excertos, aqui:




Ninguém salta por cima da sua sombra. Ninguém salta por cima da sua origem. Ninguém salta por cima da vulva da sua mãe.
*
Quem não ama o que já amou? É preciso amar o perdido e amar até um outro tempo no perdido. (...)
*
É preciso renunciar à ideia de liberdade para desobedecer mais uma vez. (...)
*
Prefiro a palavra intrusão à de excepção porque a palavra intrusus está mais próxima do nascimento. Não creio que a arte possa alguma vez ser negativa. Ela ignora a negação porque ela ignora o tempo. (...) Intro-ire em latim quer dizer entrar-dentro. É entrar na via da vida. É nascer.
Intrusus é aquele que entra com força, que se introduz tão violentamente, sem o direito de entrar, que o apanham. É aquele que não é convidado. Eis a magnífica definição corrente da palavra intruso. (pp 22-24)




Outros capítulos - méfiez-vous..., de tempos a tempos, aparecerão mais excertos.



Quem preferir possuir, dominar, o seu próprio ritmo de leitura, saiba que As Sombras Errantesforam editadas pela Gótica.





[Foto de Guy Bourdin]

22.2.05

Especial Legislativas no sofá


Fonte: Marktest


----------RTP1------TVI------SIC
Aud.M---13.3%----10.5%----8.3%
Share--- 36.0%----27.8%----21.4%

Fonte: Marktest

Na noite das Eleições, os 3 canais generalistas apresentaram emissões em directo. O programa da RTP1 foi o mais longo (5h:30m), seguido do da SIC (4h:30m); a TVI só abriu o directo às 20:00 (e não às 19:00, como os outros canais) e este terminou 4h:11m mais tarde. A RTP1 foi o canal mais visionado, atingindo uma audiência média de 13.3% e 36% de share; foi também quem teve melhor audiência no dia (20.6% de share) e no horário nobre (das 20:00 às 24::00, 35.6% de share). Para tal terá contribuido certamente todo o investimento na produção do programa, como a montagem de um estúdio no Centro Cultural de Belém, e o painel de comentadores que incluia o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.

Às 20 horas, os 3 canais apresentaram as primeiras projecções dos resultados. Os portugueses preferiram confiar na RTP1/Univ. Católica (mais de 40% dos espectadores), depois na TVI/Intercampus e em último na SIC/Eurosondagem. Note-se que foi a Intercampus quem mais se aproximou dos resultados finais.

Um pouco antes das 21:30 Francisco Louça fez a sua declaração e RTP1 e TVI têm praticamente o mesmo share; só cerca de 20% dos espectadores assistem à SIC, apesar deste canal ter sido o único a seguir até ao fim as palavras do líder do BE.

A partir das 22h:45m, depois de Jerónimo de Sousa fazer o seu discurso, a RTP começa a perder audiência para os outros canais; a partir daí a TVI estabiliza mas a SIC volta a baixar gradualmente o share, sempre a favor da RTP1. Mas se querem visualizar num gráfico o efeito zapping olhem para o que se passa por volta das 23 horas. Ficamos com a impressão de que é só depois de Paulo Portas falar que os espectadores ficam mais quietos no sofá (cerca das 23:15).

Às 24h:20m, a SIC terminou a emissão em directo, sendo o único canal a não emitir o discurso de Sócrates no Largo do Rato - que ocorre por volta da meia-noite e meia.

A emissão da RTP1 só terminou perto da 1 hora da manhã (24:54) - foi o momento de apanhar ainda o filme da SIC (mais que o da TVI), dar um salto à 2: ou, para a maior parte, de ir dormir.

Algo correu mal ali para os lados de Carnaxide! Nas Legislativas de 10 de Outubro de 1999, em que António Guterres saiu vitorioso, foi a SIC a liderar o share no dia, com 39.5%, e o share no horário nobre (40.8%). Em 2002, enquanto RTP1 e SIC se "gladiavam", a TVI faz uma ascenção surpreendente e lidera as audiências (33.5% share no dia e 35% no horário nobre).

Esta "vitória" da RTP é ainda mais importante porque este share reporta a um número de espectadores nunca alcançado anteriormente numa noite eleitoral: foi ultrapassada a fasquia dos 4 milhões!

Encandescente Venus as a boy

Joris van Daele


Elejo o teu corpo entre todos os corpos
Estátua de carne
Templo que tocando venero.
E em rituais amantes me deponho nas tuas mãos
O meu corpo oferenda
Sob o teu corpo estátua
Amando como os homens amam
Sendo grandes como os deuses.



Resposta da sensual Encandescente ao convite para um poema com o mote Venus as a boy.

Adesão


CUBEMBOM - A NOVA COLIGACÃO

Acabo de aderir à Coligação Universal dos Blogs Esquecidos e Martirizados pelos Blogs Omnipotentes e Martirizantes. Porque se deve promover o associativismo e porque gosto de me iludir. Cubembom, concerteza! (primeira suspeita: o presidente é o Vizinho mas a Omnipotente Blogotinha é que tem gerido os fundos) (é claro que Marx também era um filho da burguesia) (talvez a Blogotinha seja um bom capitalista, daqueles que geram emprego, fomentam o capital de risco, destinam fundos para uma funda são, promovem as artes) (não queria nada ter que fundar a BOCUBEMBOM, blogs oprimidos pela CUBEMBOM!)

21.2.05

Alucinação


(do Museu Tó Colante)

Do discurso de ontem de Pedro Santana Lopes ficou esta ideia, ou não? O problema é que o camarada morto se dirigia contra o seu próprio Partido (e que os tempos da UDP e destas palavras de ordem já passaram à história, ou não?).

Stape

Para consulta dos resultados oficiais destas e outras Eleições, por distrito ou desagregados por concelho, clique aqui.

Ontem fiquei assim


Hill

É uma ave de rapina? É o ultra-homem? não, é apenas Pedro Santana Lopes que acaba de não assumir a derrota, ameaça concorrer à liderança no próximo Congresso do PSD, quiça às Presidenciais, porque ele tem a consciência tranquila, tem amigos e amigas que lhe dão colo, tem 5 filhos e não tem casa própria, não sabe o que fazer à vida, só sabe que há altos e baixos, e que é um sujeito simpático e que a culpa é dos maus,...
méééé-méééé-mééééé

Ele vai passar a acordar assim


Ana Claro

Não, ele não vai desaparecer. PP vai continuar atento! Até porque, o que é o PP sem o PP? E os dois sabem isso!

Tareia


No comments! (desviado por impulso ao Eixo do Mal)

20.2.05

O dia do escrutinador - Hoje


Dave April

Já todos conhecem as primeiras previsões dos resultados eleitorais desta noite. E há surpresas.
  • Ninguém imaginou que a vitória do PS fosse tão significativa (sobretudo se ficar próximo dos 49%) nem que a descida do PSD fosse tão acentuada. Neste momento, é mesmo mais importante perceber até que ano vamos recuar em matéria de votos no PSD (1974 ou 1983?). Se não ultrapassar os 25% é uma derrota histórica. Afinal, ainda em 2002 estavam nos 40.21%.
  • O CDS mantém ou desce ligeiramente. O suficiente para poder vir a ser o 5° partido (ainda não está confirmado). Mas a derrota política vai ser grande dado o objectivo fixado e anunciado por Paulo Portas.
Não me surpreende que:
  • O BE suba bastante, em percentagem e sobretudo em número de mandatos (de 3 para 9?). Devido à maioria absoluta do PS, o seu poder na AR continuará limitado.
  • A CDU também vá subir um ou dois pontos percentuais, relativamente a 2002.
De tudo isto ocorre-me dizer:
- Os resultados eleitorais definiram-se independentemente da campanha eleitoral. Sócrates comunicou mal, decepcionou. Paulo Portas parecia ter conseguido fazer esquecer o eleitorado de que fora parte activa no governo deste país desde 2002, e que os seus ministros e o próprio protagonizaram alguns dos maiores desastres políticos desta governação. Nos debates televisivos, sempre me pareceu muito eficaz, centrando-se sabiamente em acções bem sucedidas (Estaleiros de Viana do Castelo, o caso Sorefame) e passando uma imagem de determinação invulgar (face aos restantes líderes políticos).
- Destas eleições vai sair uma maioria sem qualquer contrapeso na AR. E, apesar de ser de esquerda (como já devem ter percebido), acho lamentável que o PSD tenha deixado que uma situação de desnorte e falta de credibilidade tenha evoluido para um nível tão alto, provocando uma sensação de "sem opção" para o seu eleitorado tradicional. Ainda não conheço os resultados por distrito mas pelo que vi, é nos distritos social-democratas que a abstenção é maior - ex° 39.2% em Viana do Castelo (quando faltavam já poucas freguesias por apurar). E vamos ver qual é a percentagem de votos brancos.
Eu teria preferido um maior equilibrio entre as várias forças políticas.
- O PSD, na figura do seu líder é obviamente o principal responsável. Como dizia António Barreto, se Pedro Santana Lopes fosse a eleições sem ter passado pelo governo neste 8 meses, os resultados seriam bastante diferentes. Ele é um político "simpático" mas nestes 8 meses ele deu provas do que não é capaz. Mas existem outros responsáveis: Durão Barroso, que criou uma ruptura a meio do mandato; Cavaco Silva, que preferiu proteger a sua imagem pessoal; e todos os barões que sempre invejaram o sucesso de PSL nas bases do partido.
- Depois, é claro, existe uma crise económica, o que cria um sentimento geral de insatisfação.
A minha curiosidade agora é ver como é que o PS se vai descartar do discurso ameno da campanha eleitoral e implementar a obrigatória política de austeridade. E anseio por conhecer a equipa que nos vai governar nos próximos anos (repetições, não, por favor!).

19.2.05

Algumas fotos

Há muito muito tempo, era eu uma criança... Daqui a alguns anos, no tempo dos Wikis vamos olhar para estas fotos e pensar que a era dos blogues tinha o seu encantozinho! Vem, viver a vida, amor, que o tempo que passou não volta mais... Quem não estiver identificado e o desejar, faça o obséquio. E para nós ficou esta canção...

18.


Muito obrigada a todos!

17.


Rui Baptista do Amor e Ócio leu-nos 2 textos da sua autoria (a crónica do "José Cid" e uma derivação de "Sex and the City") e um poema de Pablo Neruda

16.


O Jorge Ferreira leu "Venus as a boy" do Ivar Corceiro (Bagaço Amarelo)

15.


Uma das poucas mulheres bloguistas presentes! Reparem na expressividade das mãos..., santo ofício o dela!

14.


As leituras. Primeiro plano para o digno editor/jornalista de um jornal com 77 anos (o Joaquim Primo é bastante mais novo!). Lá ao fundo, na neblina, o autor de "Venus as a boy" (Ivar Corceiro).

13.


O Barão d'Holbster em plena declamação de um texto do Ultimo Rei Mouro (alguém tem uma foto do al zagoybi?)

12.


A não esquecer a livraria O Navio de Espelhos, a Sónia e o Jorge, que nos abriram as portas!

11.


O ambiente já é este...

10.


Este senhor trata de edifícios e de comida virtuais!

9.


Sir João Oliveira

8.


Januário rezando ao lado de um ateísta?

7.


Representação diplomática, simpática e divertida da Murtosa

6.


Sim...?

5.


Já em amena conversa...

4.


Ainda alguma dispersão...

3.


Pequenos grupos...

2.


Deixa ver estes livros... ahhhh, não conheço ninguém...

1.


Tudo prontinho para o Encontro!

I Encontro de Bloggers em Aveiro. Registo de Entradas


Pieter de Bode

No Navio de Espelhos entraram os seguintes D. Quixotes:

Amor e Ócio, Rui Baptista
Aveiro Diz & Tal, Pinguim do Apocalipse
Bagaço Amarelo, Ivar Corceiro - vão lá ver a primeira foto!
Batatas 4 the people, Batatas (ponho o teu nome ou fica assim?)
Bloguito, Luis e Rui
Branco ou Tinto, Touriga e Esporão
Crónicas da (e depois da) Califórnia, e Ruigo, Rui
Das Letras, Pauxana
Diário Ateísta, André Esteves
Farinha Amparo, Didas
Nelsu Uma Preta, Sabão e Major Alvega
Notas entre Aveiro e Lisboa, João Oliveira
O Jornal da Rua, Joaquim Primo
O Ultimo Rei Mouro, Boabdil al zogoybi
Pensamentos Correntes, Pensamentos Pendentes, Barão d'Holbster
Revoluções por Minuto, Japinho
Santa Terrinha, Januário
Sorriso Cativante, Rato
The blue velvet, Transpose
7 Meses, Kimikkal

Se houver algum D. Quixote em falta, ou se desejarem alguma rectificação, avisem por favor. Amanhã virão as estórias, saídas de todos estes moínhos. Mas tive a impressão de que o tempo voou entre conversas aqui e ali, alguns textos (sim, Pauxana, podiam ter sido mais), boa disposição e o gosto de ver rostos e sorrisos. À vossa, bloggers!

18.2.05

Encontro de Bloggers


Sokolsky

É hoje! Tragam os vossos textos e os vossos cd's favoritos, vamos ouvi-los! E preparem-se para a festa! A partir das 21:30, já sabem!

[Para mais informações, leiam A Dinâmica dos Grupos]

A Dinâmica dos grupos


Kian Adkins

Interacção, definição: força interna da acção colectiva vista da parte daqueles que nela participam (E. Eubanck).
Interacção, tipos: as interacções por oposição (conflito e competição) e as interacções por acomodação (combinação e fusão). os seus efeitos variam em função do grau de proximidade, de igualdade e de semelhança entre os agentes e da estabilidade do grupo tomado no seu conjunto.
Interacção, categorias: dar provas de solidariedade, mostrar-se ligado, aprovar (área socio-afectiva positiva); dar uma direcção/sugestão, dar uma opinião, dar uma informação/resumo, pedir uma informação, pedir uma opinião, pedir uma direcção (área socio-operatória); desaprovar, manifestar uma tensão/pena, manifestar agressividade. (R. Bales)
Interacção, dinâmica: a hipótese geral é que todo o grupo que procura resolver um problema tende a passar sucessivamente por tais fases.
Problema conceptual: encontro de bloggers.
Data da experiência: dia 18 de Fevereiro de 2005 a partir das 21:30.
Local de realização: Aveiro, na livraria O Navio de Espelhos (ao pé do Teatro Aveirense).
Conclusões: on line, na próxima semana, a partir do testemunho dos vários participantes.

Com humor e mau gosto


USE AXE E TUDO PODE ACONTECER !!!

É por causa desta campanha da Unilever, que eu acho inaceitável, que me lembrei de acrescentar outros efeitos ao alergénico Axe. Vão lá ser machistas e poligâmicos para outro lado! (é que nem nos incluem no Movimento!)
O paradoxo é que, com este post, estou a participar neste novo fenómeno.

17.2.05

Do Paraná


Catherine Hermans

Para terminar esta série de hoje do Brasil, deixo-vos uma mensagem de uma outra amiga que, por razões profissionais, anda a percorrer esse imenso país. Antes de chegar a Curitiba:
"Ao descer a serra rumo ao mar, a meio caminho, pousei numa terra chamada Morretes. Imagina só, um lugar harmonioso, de arquitectura colonial, atravessado por um rio de água fresca e transparente, com um nome indígena, Nhundiaquara, onde piás (como se chamam os garotos aqui no Paraná) se deixavam levar lânguidos pela correnteza. Tirei as sandálias e molhei os pés, num prazer súbito e absoluto. Incrível o equilíbrio que um pé mergulhado num rio de nome estranho e bonito pode proporcionar. Naquele instante não precisava de mais nada, nem do ar da serra nem do mergulho no mar. Morretes, com as suas palmeiras imperiais sob o céu escuro carregado de chuva, bastou-me. Maria Xavier"
Ah Maria, não há inveja que resista!
PS: ela vai mandar outros postais

De Brasília II


Enildo Amaral, O Vale do Amanhacer, Templo - Tia Neiva

"O Vale do Amanhecer é uma seita criada por Tia Neiva, que já morreu, ou desencarnou, como dizem por lá. Ela foi quem criou o templo e tudo o que existe por lá, desde as roupas das pessoas, a decoração do lugar, dos templos e também as entidades que ela incorporava e que passaram a fazer parte da vida do lugar. A Tia Neiva, como já disse, foi camionista, fotógrafa e depois tornou-se uma espécie de médium e, como tal, participava nas diversas etapas que fazem parte das cerimónias do templo. A seita é uma mistura de espiritismo, xamanismo, cristianismo, crenças em seres extraterrestres etc.. Só vendo para crer. E. Amaral "
A comunidade religiosa do Vale do Amanhecer tem um forte apelo milenarista e é marcada por um intenso hibridismo religioso. Fundada em 1968 e localizada a 6 km de Planaltina, cidade satélite de Brasília, teve sua criação diretamente associada à vida da sergipana e ex-caminhoneira Neiva Chaves Zelaya, mais conhecida como Tia Neiva, e às supostas aparições de uma entidade indígena chamada Pai Seta Branca, seu mentor espiritual.
Em 1957 Tia Neiva, de acordo com os adeptos, passou a ver e ouvir espíritos. Um cacique enfeitado com plumas brancas e falando espanhol foi o primeiro a se manifestar. Identificando-se como Pai Seta Branca, essa entidade estaria a serviço de uma grande missão aqui na Terra. Uma vez que não mais poderia encarnar, teria escolhido Tia Neiva como sua substituta na criação de uma doutrina que, através da prática da cura espiritual, iria preparar a humanidade para a chegada do terceiro milênio. Época em que não existiriam dor e sofrimento. (...) Contam os adeptos que todos os seres humanos descendem dos habitantes de um planeta chamado Capela, cujos moradores seriam bastante desenvolvidos nos planos físico, científico e espiritual. A estes seres teria cabido a missão de colonizar a Terra. No entanto, como suas constituições físicas não lhes permitiam a adaptação ao novo planeta, tiveram que passar por uma espécie de mutação. Transformaram-se, assim, nos equitumans, seres semidivinos que, além de andróginos, mediam de três a quatro metros de altura (Cavalcante, 2000: 50).
A Seita apresenta-se aqui.
E nunca mais se queixem das nossas Santinhas, que são virgens, ou aleijadinhas, sempre pobrezinhas e humildes!
(ou sim, queixem-se, porque pelo menos a Tia Neiva dá provas de uma imaginação e bom gosto fantásticos! equitumans? uma santa fotógrafa? verdadeiro pós-modernismo!)

16.2.05

De Brasília


Enildo Amaral, O Vale do Amanhecer, Templo

A resposta de Enildo Amaral sobre Brasília:
Quando me mudei para cá em 1977, vindo do interior do país, também achava a cidade fria. Entretanto, passados todos esses anos, Brasília mudou muito. Hoje a cidade já conta com gerações de pessoas nascidas aqui, com raízes próprias, que as diferenciam de outras pessoas do resto do meu país. Essas novas gerações criaram suas próprias gírias, formas de vestir-se, de se comportar e de se relacionar. Brasília na década de 80/90, quando o Brasil vivia a sua pior crise político-económica, foi a responsável por lançar para o resto do país uma música politizada e contestatária, destacando-se as bandas Legião Urbana, cujo vocalista era o Renato Russo, e a Capital Inicial. Nessa época, as bandas se reuniam para ensaiar nas garagens e pagavam para tocar. Eu mesmo participei de uma banda chamada Korpo Delito. Apesar do concreto e da aparente organização da cidade, se olharmos bem de perto veremos que Brasília pulsa. São muitas as opções: bons restaurantes com culinária nacional e internacional, bares, boites, cinemas, shopping centers etc.. Sem contar com as regiões próximas, dotadas de abundante natureza, a exemplo da Chapada dos Veadeiros, Pirenópolis, Lagoa Formosa. Tem a Brasília mística repleta de rituais e segredos, como por exemplo, o Vale do Amanhecer, criado por Tia Neiva, que antes de ser vidente foi camionista e fotógrafa e, depois de desencarnar, se transformou numa das entidades de culto da seita que ajudou a criar. Também existe a Brasília política, das grandes articulações e negociações que têm impacto em toda a população brasileira e cuja existência é complicada de entender. Enfim, é preciso vir com calma para conhecer Brasília. E. Amaral