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31.10.09

À escuta #87



S: O que é isso dos diamantes?
...
S: É feio, não comprava..., mesmo com os diamantes!
...
S: Mas para que existem suitãs assim, se os sutiãs nem se vêem?

30.10.09

The Sea of Grass II


Jim Brewton (Spencer Tracy) para Lutie Brewton (Katharine Hepburn):
You couldn't love me and be against me.

27.10.09

À escuta #86

Não tenho resposta para a última pergunta da A.:
«- Quantos meses tem o mundo?»

O Mundo Branco do Rapaz-Coelho

Gosto muito de ler este escritor cujo nome não deixo de estranhar. Saberão já que o mastigo avidamente... Pois vem aí novo livro:

26.10.09

Dundo, Memória Colonial, Diana Andringa


«O filme chama-se Dundo, Memória Colonial, mas podia chamar-se "ambivalência". Foi ambivalência que Diana Andringa sentiu ao regressar ao Dundo, onde nasceu em 1947, e que foi o centro de uma das mais importantes companhias coloniais de Angola, a Diamang.
"Era um filme que planava em mim mas que eu tinha medo de fazer", afirma. Porque era "um filme mais pessoal" do que os que faz normalmente, e porque "não tinha a certeza de conseguir encontrar o registo certo" para falar de uma coisa profundamente pessoal: a culpa por ter nascido branca e privilegiada numa terra em que os negros "eram tratados como se não fossem pessoas" precisamente para ela poder continuar a ser privilegiada.
"Fiquei totalmente marcada pelo Dundo", conta. Pela vida idílica da comunidade branca, mas também pela "sensação de ter vivido em criança num mundo de enorme violência latente". Diana queria saber se as suas memórias eram verdadeiras e por isso voltou, acompanhada pela filha, uma testemunha que, sendo de outra geração, não partilha essa culpa. Não é de todo um filme de nostalgia. "Sentia a necessidade de saber como é que as pessoas do Dundo olhavam para nós".
Encontrou pessoas que falavam, elas sim, com alguma nostalgia do tempo dos portugueses. Mostrou-lhes um filme antigo que conseguira encontrar com uma das "coisas mais sinistras" que guardava na memória: o coro de meninos negros a cantar Josézito já te tenho dito. E filmou-os comovidos a ver essas imagens e a balbuciar as palavras da música que guardavam na memória.
Mas, ao mesmo tempo, ouviu-os a falar dos maus tratos, da tortura, das escolas separadas, dos médicos "para brancos", das humilhações, do serem tratados como menos do que um animal doméstico (lembra-se ainda de um bife que o cozinheiro fez para o gato dela e do desabafo dele: ‘a minha filha nunca comeu um bife').
Percebeu que não se tinha enganado a ler os sinais, que, no meio de coisas boas que a Diamang tinha feito pelo Dundo, havia apesar de tudo uma razão para sentir culpa quando olhava para a sua pele branca. E perante tudo isso, uma palavra continua a vir-lhe à cabeça: ambivalência.»

Realizadora:
Nome: Diana (Marina Dias) Andringa.
Nascida a 21.08.1947 em Dundo, Chitato, Lunda, Angola.
Nacionalidade portuguesa.

Espectadora (onde?)(onde?)(onde?) do "filme que eu queria fazer" e que agora "tenho medo" de ver:
Nome: Maria do Rosário (Borges de Sousa) Fardilha de Girardier
Nascida a 07.10.1966 em Dundo, Chitato, Lunda, Angola.
Nacionalidade portuguesa.

Pare, Escute, Olhe

Depois de Ainda há pastores ?. Este fim de semana. Ganhou três prémios em dois festivais. 3x2. DocLisboa. Cine Eco 2009. Jorge Pelicano.

24.10.09

Wild river

Cada vez melhor. Wild River (1960) de Elia Kazan. Em 11 partes. São muitos serões de Kazan...

23.10.09

Babby Doll

E sai mais um de Elia Kazan (1958). Em 13 partes. todo o filme. Se quiserem, comecem pelo trailer.

22.10.09

Fumo branco

Foi anunciada a composição do XVIII Governo constitucional. Eis a nova ministra da Educação, Isabel Alçada (Apresentação do Programa Eleitoral 2009-2013). Como tudo parece tão simples...

The Sea of Grass

Encontrei o filme de Elia Kazan (1947) na íntegra. Ideal para o serão...


[Vejam o filme em 13 episódios aqui]

Autarquias.org

Esta é uma nova plataforma colocada ao serviço do cidadão. Foi lançada em Agosto deste ano. Para reportar, ver, partilhar ou debater problemas do Município: http://www.autarquias.org/.

Até ao momento a adesão não é muito significativa mas já podemos constatar que, globalmente, os alertas/debates/petições mais frequentes dizem respeito a matérias como Trânsito, Higiene, Segurança e Ambiente. Cultura, Juventude, Educação e Desporto são as áreas menos abordadas pelos cidadãos. (ver gráfico no site)

Relativamente ao município de Aveiro, foram propostos 3 temas para debate e apresentados 8 alertas. Não sei se a CMA aderiu à plataforma, mas todos os alertas ficaram "sem resposta": ver
aqui.

20.10.09

L'amour est mort mas pode ressuscitar

Meus amigos da melhor noitada de há muito tempo, M. João R., Rui O., Zé Medeiros. e I., entre muitas estórias e melodias lembrei-me deste Brel descoberto há poucos anos (enfim, o tempo passa depressa, já foi em 2003). E como me apetece dizer-vos qualquer coisinha parecida com "obrigada", escolhi-o hoje para vocês. Mais um pequeno tesouro para o nosso (partilhado) palácio da ventura.


A Universal lançou em 2003, no meio de muita polémica, uma compilação contendo cinco canções inéditas gravadas no Outono de 1977: "Mai 40", "La Cathédrale", "Sans exigences", "Avec élégance" e "L'amour est mort".

18.10.09

A Língua Toda IV



O festival continua. Hoje, às 18h, Oficina de Leitura. por Elsa Ligeiro. no Mercado Negro. E às 19h, Heterofonia (Pessoas a várias vozes). com Joana Amaral Dias e Elsa Ligeiro. no mesmo lugar. Às 22h, Festa. Celebremos A Língua Toda!

17.10.09

A Língua Toda III

Hoje, às 18h, «Identidade Portuguesa - reflexões a partir de Eça de Queirós e Eduardo Lourenço». No Binibag - conhecem o espaço?

Eu e a Profª Maria Manuel Baptista lá estaremos à vossa espera!

15.10.09

Magnetricidade

Talvez hoje se tenha feito História. Talvez os nossos netos ou bisnetos venham a ter que aprender na escola as descobertas de Steve Bramwell e colegas do University College de Londres (UCL), publicadas hoje na revista "Nature", dando conta de que as cargas magnéticas podem circular como as cargas eléctricas:
«A experiência realizada por estes investigadores “prova a existência de ‘cargas magnéticas’, do tamanho de um átomo, que se comportam e interagem como as familiares cargas eléctricas”, explica ainda o documento. “E também mostra que existe uma simetria perfeita entre electricidade e magnetismo”».
O fenómeno foi baptizado de magnetricidade. Não percebo nada de Física mas adoro a expectativa à volta destas revelações científicas. É uma sensação "magnétrica"! (ah, pois, contemos com a apropriação/adaptação/deturpação rápida do conceito pela literatura e ciências sociais)

Observatório arrasa justiça portuguesa

Vivian Maier

«...Observatório Permanente da Justiça traça um quadro crítico da organização do Ministério Público, acentua a falta de especialização de procuradores e magistrados judiciais e defende ser necessária uma nova cultura judiciária. Ao legislador é apontado o dedo pela falta de preparação das reformas e pela inexistência de um período adequado de adaptação.

No plano legislativo, o grupo de investigadores dirigido por Boaventura de Sousa Santos propõe mudanças já esperadas em áreas como a prisão preventiva, os prazos de inquérito e consequente preservação do segredo de justiça, além da a realização de julgamentos sumários. Mas acaba por dar igual destaque a recomendações de carácter não legislativo e considera indispensáveis para se conseguirem ganhos de eficácia.

Lembrando que a justiça "é chamada a desempenhar um papel central" num contexto de crise, em que os cidadãos se vêem "cada vez mais confrontados com um conjunto vasto de injustiças sociais", o relatório sustenta que "os poderes político e judicial têm que assumir um alto compromisso com os cidadãos". E esse compromisso passa sobretudo pelo combate à criminalidade grave e à corrupção. "A verdade é que, até agora, a justiça portuguesa não conseguiu que um único caso de criminalidade económico-financeira grave, que envolvesse pessoas poderosas, tivesse chegado ao fim com uma condenação transitada em julgado." Razão para que parte do relatório final, já entregue em Julho ao Ministério da Justiça mas não divulgado, analise as causas dessa falta de resultados.»

[Ler artigo completo no
i]

Vão ali à botica...

15 Oct, Thu, 09:23:41 Google: chá de marcela para tratar treçolhos

14.10.09

"Avenida"


A cidade morre e ressuscita. São as feridas que a tornam interessante. É o carácter excessivo do sonho, impregnação da vontade. Somos conquistados, figuras sem história, observadores de feitos. Um fragmento da obra "Avenida". Música e realização de Joaquim Pavão.
[Já tinha falado
aqui deste projecto]

12.10.09

A Língua Toda

["Clikar" para ver a programação com nitidez]

11.10.09

Autárquicas


Nestas eleições serão eleitos 308 presidentes de câmaras municipais e eleitos 4257 presidentes de juntas de freguesia e as respectivas assembleias. Na foto podem apreciar o actual executivo da CMA. Ao centro, o (re)candidato a Presidente da Câmara pela coligação PSD/CDS-PP. Votem no partido que quiserem mas aviso já que, à excepção do bigode, tudo é postiço.

Adenda 12-10: Nos próximos anos, este blogue vai desenvolver a rubrica «Eu avisei!» (alternada pontualmente com outra intitulada «Olha que bem!»)(porque a esperança não quer morrer)

9.10.09

Nobel da Paz para Barak Obama

E assim se faz História. Nunca este Prémio assumiu uma intenção tão claramente estratégica. A responsabilidade de Obama relativamente à política externa americana (o calcanhar de Aquiles de todas as Administrações, republicanas ou democráticas) é reforçada. numa fase muito inicial do mandato. Os EUA são chamados a liderar o mundo. pensando duas vezes. vinte vezes. antes de tomar qualquer decisão. Na verdade, o Comité Nobel não premeia Obama. condiciona-o duramente. E eu espero que todos os deuses, ao sétimo dia, reconheçam que isso foi bom.

8.10.09

Herta


... pois já eram (os favoritos). O Nobel da Literatura foi para a romena Herta Müller. e O Homem é (mesmo) Um Grande Faisão Sobre a Terra. «Há roseiras em volta do monumento aos combatentes. Transformaram-se num matagal. Tão emaranhadas que asfixiam as ervas.Dão rosas brancas, pequenas e amarrotadas como papel. Rumoreja. Começa a amanhecer. Em breve será dia.
Todas as manhãs, no seu caminho solitário em direcção à azenha, Windisch regista o dia que começa.»

Comprado a 29-07-1993. Gostei deste livro. Só me lembro disso, que gostei. Ontem acabei O Amante do Vulcão de Susan Sontag (prefiro a crítica literária à romancista). Pois vou reler Herta Müller.

6.10.09

Por que é que as condenações não conseguem impedir candidaturas?


O Público coloca uma boa questão agora que se aproximam as Eleições Autárquicas. O artigo centra-se nos aspectos jurídicos, nomeadamente a "inconstitucionalidade que tem sido apontada à aplicação da inelegibilidade como sanção acessória da condenação criminal". Mas o que ninguém compreende é o sentido do voto e as sucessivas reeleições. Valentim Loureiro, Isaltino Morais, Fátima Felgueiras e Ferreira Torres são os casos mais mediáticos. São uma espécie de nódoa da Nação... para quem não vota nos concelhos onde exercem ou exerceram o cargo de Presidente da Câmara. De resto, é fácil ouvir o mais honesto cidadão referir que "tudo mudou" com aquele autarca! Uma professora do 1º ciclo de Gondomar dizia-me que o Valentim resolvia tudo! Por lá, os alunos do 4º ano têm direito a uma viagem de avião a Lisboa... porque o sr. presidente acha que é essencial a experiência. Se lermos os comentários a este artigo no Público encontramos imensos defensores de Isaltino. Escolhi apenas um: «Nunca tinha visto os Oeirenses tão unidos em volta de uma causa! Também estou convosco! Por um bom futuro em Oeiras! Isaltino Morais!». Só posso concluir que o país é tão pobre que não desdenha esmola alguma, venha ela de onde vier! Pequenos detalhes são logo esquecidos. O sobrinho de Isaltino está na Suiça e que continue por lá! A senhora que personifica o milagre de Fátima e o D. Sebastião da terra (homónima) é uma heroína por ter protagonizado a fuga espectacular para o Brasil. Valentim..., enfim, se não tivesse saído do Conselho de Administração da Metro do Porto, já os gondomarenses teriam metro há muito tempo! É por isso que, no dia das eleições, «muita gente vai dizer “pois é, mas em Gondomar os gondomarenses continuam a mandar"».

Portanto, eu não concordo, mas compreendo. Antes corrupto e empreendedor que honesto e incompetente, que a gente quer é progresso!

Agora, quando
um candidato a arguido e também candidato a uma reeleição numa autarquia, apresenta no rol de obras feitas itens como "Recebemos a Volta a Portugal em Bicicleta", que razões existem para votar nele? Só se for pela qualidade do jingle da campanha!



[Imagem: Mário Vitória. Destruição da harmonia aparente. Acrílico s/ tela. 32x68 cm. 2008]

5.10.09

Há 100-1 anos

Governo Provisório de 5 de Outubro de 1910 a 30 de Setembro de 1911

Teófilo Braga (Presidente), António José de Almeida (na pasta do Interior, antigo ministério do Reino); Afonso Costa (na Justiça e Cultos); José de Mascarenhas Relvas (nas Finanças); Bernardino Machado (nos Estrangeiros); António Luís Gomes (no Fomento); coronel António Xavier Correia Barreto (na Guerra); comandante Amaro Justiniano de Azevedo Gomes (na Marinha).


Para ler: Decreto de 31 de Dezembro de 1910, com força de lei, que regula a posse pelo Estado dos bens das extintas corporações religiosas.

Por esta altura, há 100-1 anos (III)

A situação no Rossio, com a saída dos populares à rua era muito confusa, mas favorável aos republicanos dado o evidente apoio popular. Machado Santos confronta o general Gorjão Henriques com o facto consumado e convida-o a manter-se no comando da divisão mas este recusa. Machado Santos entrega assim o comando ao general António Carvalhal que sabia ser republicano. Pouco depois era proclamada a República por José Relvas, na varanda do edifício da Câmara Municipal de Lisboa, após o que foi nomeado um Governo Provisório, presidido por membros do partido Republicano, com o fito de governar a Nação até que fosse aprovada uma nova Lei Fundamental.

Em Mafra, de manhã, o Rei procurava um modo de chegar ao Porto, acção muito difícil de levar a cabo por terra dada a quase inexistência de uma escolta e os inúmeros núcleos de revolucionários espalhados pelo país. Cerca do meio-dia era entregue ao presidente da câmara de Mafra a comunicação do novo governador civil, ordenando que se alvorasse a bandeira republicana. Pouco depois o comandante da escola Prática de Infantaria recebe também um telegrama do seu novo comandante informando-o da nova situação política. A posição da família Real tornava-se precária.


Fonte: Ibid.

Por esta altura, há 100-1 anos (II)

A solução aparece quando chega a notícia de que o iate real “Amélia” fundeara ali perto na Ericeira. Às duas da manhã o iate havia recolhido da cidadela de Cascais o tio e herdeiro do Rei, D. Afonso, e sabendo o Rei em Mafra, havia rumado à Ericeira por ser o âncoradouro mais próximo. Tendo a confirmação da proclamação da República e o perigo próximo da sua prisão, D. Manuel II decide embarcar com vista a dirigir-se ao Porto. A família real e alguns acompanhantes dirigiram-se à Ericeira de onde, por meio de dois barcos de pesca e perante os olhares curiosos dos populares embarcaram no iate real. Uma vez a bordo o rei escreveu ao primeiro-ministro: “ Meu caro Teixeira de Sousa. – Forçado pelas circunstâncias vejo-me obrigado a embarcar no yatch real “Amélia”. Sou português e sê-lo-ei sempre. Tenho a convicção de ter sempre cumprido o meu dever de Rei em todas as circunstâncias e de ter posto o meu coração e a minha vida ao serviço do meu País. Espero que ele, convicto dos meus direitos e da minha dedicação, o saberá reconhecer! Viva Portugal! Dê a esta carta a publicidade que puder. Sempre mº afectuosamente – Manuel R. – yatch real “Amélia” – 5 de Outubro de 1910.”


Fonte: Rocha Martins, "D. Manuel II. História do seu Reinado e da Implantação da República", Lisboa, Edição do Autor, 1931-1933, pag. 583

4.10.09

Por esta altura, há 100-1 anos

Ao final do dia a situação era dificil para as forças monárquicas: os navios sublevados tinham estacionado junto ao terreiro do Paço e o “São Rafael” fez fogo sobre os edifícios dos ministérios, perante o olhar atónito do corpo diplomático brasileiro, a bordo do couraçado “São Paulo” no qual viajava o Presidente Hermes da Fonseca. Este bombardeamento minou o moral das forças no Rossio, que se julgavam entre dois fogos, nomeadamente Rotunda e Alcântara.

Como mencionado, depois do banquete com Hermes da Fonseca D. Manuel II regressara ao Paço das Necessidades, mas não se deitou dada a gravidade dos acontecimentos que se previam, ficando na companhia de alguns oficiais. Jogavam Bridge quando as primeiras canhonadas confirmaram o que temiam. O rei tentou telefonar mas encontrou linha cortada conseguindo apenas informar a rainha Mãe, no palácio da Pena, acerca da situação.


Fonte: Rocha Martins, "D. Manuel II. História do seu Reinado e da Implantação da República", Lisboa, Edição do Autor, 1931-1933, pag. 521

'La Negra', una cantante de todos


"En Tucumán nací, pero en Mendoza me hice mujer. Eramos tan felices: me veo delgadita, recién casada con Oscar Matus; me veo comadre de Armando Tejada Gómez, amiga de los compadres del horizonte? Yo era una muchacha sin libros, escuchaba asombrada y aprendía, y abría los ojos y me enteraba del mundo? Todos me amaban y me pedían que cantara, y yo cantaba? Era tan feliz porque, como decimos en la provincia, yo estaba poniéndome gruesa: mi cinturita crecía porque en mi vientre ya latía mi Fabián"

En una época en que el folklore comenzaba a asumir su mayoría de edad y un crecimiento de popularidad sin precedentes, El Nuevo Cancionero proponía romper con lo establecido, miraba hacia todo el continente y quería cambiar el mundo de la canción popular. "Toda la gente pensaba que era algo político. Nosotros buscábamos otro lenguaje poético y queríamos una música nueva. Salíamos de la fuente hacia fuera, pero no descuidábamos el paisaje, porque no nos queríamos alejar del pueblo".

Esa fue la brújula que signaría la búsqueda estética de Mercedes a lo largo de su vida artística, exaltando la belleza de poetas de América, regresando a los repertorios más criollos, vociferando una canción militante, o lanzandóse audazmente al mundo pop para grabar los temas de Charly García.(...)

Para una Argentina envuelta en las sombras de la dictadura militar la voz de Mercedes Sosa se transforma en el eco de un país silenciado. La "Negra" recién pudo regresar al país para una serie de conciertos en el Teatro Opera el 18 de febrero de 1982. La dictadura agonizaba y ella pudo volver para reencontrarse con un nuevo público que la descubre y otra generación de compositores argentinos de distintos géneros: León Gieco, Charly García, Antonio Tarragó Ros, Rodolfo Mederos y Ariel Ramírez. Tras su regreso definitivo con el comienzo de la democracia, no deja de colaborar con generosidad y apertura con figuras locales y artistas emergentes de distintos géneros. Mercedes deja de ser la gran voz del folklore, para transformarse en la gran madre de la música popular argentina capaz de convocar a distintas generaciones en un escenario o en un disco, espíritu que continuará hasta en su producción más reciente Cantora, un disco doble donde participó un elenco ecléctico de artistas, entre los que se encontraban, Joan Manuel Serrat, Calle 13, Juan Quintero, Luis Alberto Spineta y Gustavo Ceratti.

Mercedes llevó la canción popular más allá de las fronteras y surgieron encuentros con artistas internacionales de diferentes corrientes como Luciano Pavarotti, Sting, Lucio Dalla, Nana Mouskouri, Tania Libertad, Joan Baez, Andrea Bocelli, Silvio Rodríguez, Alfredo Kraus, Pablo Milanés, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Chico Buarque, Gal Costa, Gian Marco, Konstantin Wecker, Nilda Fernández, Pata Negra, David Broza, Luz Casal, Cecilia Todd, Ismael Serrano, Shakira, entre otros.

Su voz paseó por los escenarios más importantes del mundo como el Carnegie Hall, en los Estados Unidos, o el Olympia de París; recibió el premio de la Unesco por su labor en defensa de los derechos de la mujer; el Konex de Brillante a la Mejor Artista Popular de la Década (1995), ganó varios Grammy Latinos y fue Embajadora de buena voluntad de la UNESCO para Latinoamérica y el Caribe.


Fonte: La nacion

1.10.09

David Mares na Shelter Competition (Guggenheim)


O Museu Guggenheim de Nova Iorque está a preceder a um concurso internacional de Design a que chama COMPETIÇÃO DE ABRIGOS ("Shelter Competition"). Os concorrentes têm de enviar o projecto 3D de um abrigo de acordo com as regras do concurso. Foram admitidos cerca de 600 projectos de 68 países.
Dos 600 projectos foram seleccionados 10 finalistas, entre os quais está o projecto do arquitecto português David Mares. É neste projecto que entra a cortiça, aliás a cortiça é mesmo o elemento do qual é feito o abrigo.

O "CBS - CORK BLOCK SHELTER " é um abrigo construído na versátil cortiça. Mas como se não bastasse a já honrosa posição de pertencer ao TOP 10 deste concurso neste momento o abrigo de cortiça está em 3º lugar na votação do público. Acedam ao site do concurso e votem "CBS - CORK BLOCK SHELTER ".


Vote for People's Prize

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Discurso

Desculpem lá, mas apetece-me que falem por mim...


Discurso do filho da puta


I

O pequeno filho da puta
é sempre
um pequeno filho da puta;
mas não há filho da puta,
por pequeno que seja,
que não tenha
a sua própria
grandeza,
diz o pequeno filho da puta.
no entanto, há
filhos-da-puta que nascem
grandes e filhos da puta
que nascem pequenos,
diz o pequeno filho da puta.
de resto,
os filhos da puta
não se medem aos
palmos,diz ainda
o pequeno filho da puta.
o pequeno
filho da puta
tem uma pequena
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o pequeno
filho da puta.
no entanto,
o pequeno filho da puta
tem orgulho
em ser
o pequeno filho da puta.
todos os grandes
filhos da puta
são reproduções em
ponto grande
do pequeno
filho da puta,
diz o pequeno filho da puta.
dentro do
pequeno filho da puta
estão em ideia
todos os grandes filhos da puta,
diz o
pequeno filho da puta.
tudo o que é mau
para o pequeno
é mau
para o grande filho da puta,
diz o pequeno filho da puta.
o pequeno filho da puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem
e semelhança,
diz o pequeno filho da puta.
é o pequeno filho da puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que
ele precisa
para ser o grande filho da puta,
diz o
pequeno filho da puta.
de resto,
o pequeno filho da puta vê
com bons olhos
o engrandecimento
do grande filho da puta:
o pequeno filho da puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja,
o pequeno filho da puta.

II

o grande filho da puta
também em certos casos começa
por ser
um pequeno filho da puta,
e não há filho da puta,
por pequeno que seja,
que não possa
vir a ser
um grande filho da puta,
diz o grande filho da puta.

no entanto,
há filhos da puta
que já nascem grandes
e filhos da puta
que nascem pequenos,
diz o grande filho da puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos
palmos, diz ainda
o grande filho-da-puta.
o grande filho da puta
tem uma grande
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o grande filho da puta.
por isso
o grande filho da puta
tem orgulho em ser
o grande filho da puta.
todos
os pequenos filhos da puta
são reproduções em
ponto pequeno
do grande filho da puta,
diz o grande filho da puta.
dentro do
grande filho da puta
estão em ideia
todos os
pequenos filhos da puta,
diz o
grande filho da puta.
tudo o que é bom
para o grande
não pode
deixar de ser igualmente bom
para os pequenos filhos da puta,
diz
o grande filho da puta.
o grande filho da puta
foi concebido
pelo grande senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o grande filho da puta.
é o grande filho da puta
que dá ao pequeno
tudo aquilo de que ele
precisa para ser
o pequeno filho da puta,
diz o
grande filho da puta.
de resto,
o grande filho da puta
vê com bons olhos
a multiplicação
do pequeno filho da puta:
o grande filho da puta
o grande senhor
Santo e Senha
Símbolo Supremo
ou seja,
o grande filho da puta.

Alberto Pimenta