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Quando as escolas são geridas por Autarquias...II

1. Autarquia suspende alterações nas refeições escolares... apenas durante as duas primeiras semanas?

2. Autarquia não suspende! A Autarquia é que deve emitir os recibos das senhas de refeição? É um argumento novo. Mas porque é que a Gertal podia entregar esses recibos por intermédio da escola - eram entregues mensalmente aos encarregados de educação - e a CMA não o pode fazer?

25.3.08

Não perder

Último dia do CineEco - Festival Internacional de Cinema e Vídeo da Serra da Estrela, em Aveiro. Começa às 10:00 e termina às 21:30 com a exibição dos filmes vencedores nas últimas edições (2006 e 2007/trailer)

24.3.08

Quando as escolas são geridas por Autarquias...

... que têm sentido de missão, a coisa resulta. Mas, e quando não é assim?

[Vale a pena ampliar a imagem]


A Câmara Municipal de Aveiro decidiu complicar a vida aos pais e encarregados de educação do concelho de Aveiro (talvez mesmo de vários concelhos do distrito/é um dado a confirmar). A partir de 1 de Abril, estes serão obrigados a comprar as senhas de refeição num único local: o "Gabinete de Atendimento Integrado" da CMA (sito no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro – Cais da Fonte Nova), em vez de o fazer nas escolas que os filhos frequentam. Entre as 8h30 e as 16h, mais de um milhar de pais passarão a dirigir-se a esse local para comprar as refeições dos filhos. Se o novo procedimento se aplicar a todos os Agrupamento de Escolas, para além do de Aveiro (e incluir o de Aradas, Cacia, Eixo, Esgueira, Oliveirinha e S. Bernardo), o novo procedimento vai afectar cerca de 4000 famílias.

Parece demasiado insano para ser verdade, mas eu própria recebi este Aviso da CMA. Certamente para evitar contestações imediatas, o Aviso foi entregue aos pais em período de férias. Na EB1 que as minhas filhas frequentam, esse Aviso foi distribuido a 19/03, dia previsto para a tomada de conhecimento das avaliações.

Eu moro a uma distância curta do dito Gabinete e tenho um horário de trabalho flexível, mas essa não é certamente a situação da maioria dos pais e encarregados de educação. A EB1 de S. Jacinto, por exemplo, pertence ao Agrupamento de Escolas de Aveiro. Quem vai pagar as manhãs ou as tardes de trabalho perdidas em deslocações pelos encarregados de educação?

Terá a CMA consciêcia de que pagar antecipadamente "blocos" de refeições significa também um esforço financeiro acrescido para muitas famílias? Existem alunos isentos desse pagamento, mas quantos dos não isentos vivem em situação de carência?

O novo procedimento, pressionando as famílias a comprar senhas para todo o período lectivo (para evitar várias deslocações ao dito Gabinete), acaba por se tornar num empréstimo dos pais à CMA! É escandaloso!

Faço parte da Direcção da Associação de Pais da Escola das minhas filhas e por isso não me tenho pronunciado aqui, em nome pessoal. Hoje vou fazê-lo. Sou mãe e devo reclamar pelos direitos das minhas filhas! A maior escola EB1 do concelho não tem biblioteca nem um recinto desportivo digno desse nome! A maior escola só tem um vigilante a controlar entradas e saídas de (350) alunos porque a Associação de Pais se bateu por isso. Da CMA conseguimos apenas o favor de uma contribuição no valor de 100 euros mensais para o salário do funcionário que contratámos. A Junta de Freguesia (Glória) dá outros 100 euros e a Associação de Pais vende louça, faz quermesses, para garantir que a pessoa em causa receba pelo menos o salário mínimo nacional. Em Dezembro passado, pedimos uma banca à CMA para recolher alguns desses fundos: nas fotos podem verificar o apreço que a CMA revelou pela iniciativa. Ao sol, ao vento e à chuva, vendemos material que algumas fábricas da região nos ofereceram. O salário e a vigilância estão agora assegurados, mas só até ao final do ano lectivo.


O rol de queixas seria interminável. Eu sei que a responsabilidade do executivo camarário actual começa apenas no período a partir do qual foi eleito, mas em dois anos o que prevalece é uma atitude autista e fracos valores. Recentemente foi estabelecida uma parceria público-privada para construção/recuperação do parque escolar. Todos temos consciência de que por trás disso se esconde um negócio pouco claro - apareceu uma única candidatura que foi logo aceite. Não há conhecimento de pormenor nem garantias relativamente a essa parceria que vai condicionar o futuro do concelho em termos de educação. A coligação PSD-CDS tem a maioria e decidiu sozinha sobre uma matéria fundamental.

Por tudo isto, duvido que um regulamento "caricato" vá abanar a cidade. Mas era importante dar a entender a quem governa esta cidade que não estamos todos a dormir.

É o mínino poder comprar as senhas de refeições dos nossos filhos na própria escola e poder gerir a sua compra em função da nossa disponibilidade. Que ideia estapafúrdia é essa de obrigar pessoas que trabalham a se deslocarem propositadamente a um edifício da CMA para reservar "de atacado" almoços para os filhos?

Enviei uma cópia do Aviso da CMA a representantes de todos os partidos políticos (Distrital do PSD incluída). Raul Ventura Martins (PS) reagiu já no seu
Margem Esquerda. O BE enviou um Comunicado à Imprensa (que destacarei quando for possível).

Espero que os pais e as Direcções dos Agrupamentos de Escolas se unam contra o novo procedimento que a CMA pretende instaurar. É uma questão de bom senso.




Adenda II: Notícias nos Media - OLN, Terra Nova, Aveiro FM, Notícias de Aveiro

21.3.08

Imagens são palavras que nos faltaram



... e então, dado o dia, faço uma sugestão: a poesia de Manoel de Barros que a quasi edições, colmatando uma lacuna triste, nos deixa agora conhecer.


Não tenho bens de acontecimentos.
O que não sei fazer desconto nas palavras.
Entesouro frases. Por exemplo:
- Imagens são palavras que nos faltaram.
- Poesia é a ocupação da palavra pela Imagem.
- Poesia é a ocupação da Imagem pelo Ser.
Ai frases de pensar!
Pensar é uma pedreira. Estou sendo.
Me acho em petição de lata (frase encontrada no lixo).
Concluindo: há pessoas que se compõem de atos, ruídos, retratos.
outras de palavras.
Poetas e tontos se compõem de palavras.

Sangue Sábio


Nessa noite caiu uma chuva ventosa e gelada. Deitada na cama, acordada à meia-noite, a senhora Flood, a senhoria, começou a chorar. Ela queria sair a correr para o meio da chuva e do frio, persegui-lo, encontrá-lo encolhido nalgum parco abrigo e trazê-lo de volta, dizer-lhe: senhor Motes, senhor Motes, você pode ficar aqui para sempre, ou então vamos os dois para onde você quiser, vamos os dois. Ela vivera uma vida dura, sem dor e sem prazer, e achava que agora, quando estava a chegar à última parte dessa vida, merecia um amigo. Se ela ia ficar cega depois de morrer, quem melhor para conduzir a cega senão um cego, que sabia como era? (...)
Dois dias depois, dois jovens polícias que andavam a patrulhar a rua de carro encontraram-no deitado num rego de escoamento perto de um estaleiro de obras abandonado. O condutor parou o carro perto da valeta e ficou olhando-o durante algum tempo.
«Não temos andad'à procura dum cego?», perguntou ele.
O outro consultou um bloco de papel.
«Um cego c'um fato azul, que nã pagou a renda», respondeu ele.
«Pois ele tá'li», disse o primeiro, apontando para a valeta. O outro polícia debruçou-se mais e olhou também pela janela.
«O fato desse nã é azul», comentou.
«É azul sim senhor», respondeu o primeiro. «E nã te ponhas em cima de mim. Sai lá do carro qu'eu já te mostro qu'é azul.»

pp. 176-177

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Amiga, não são 20; são 24 anos de partilha. Nos livros então, é impressionante: tu gostas, eu gosto, e vice-versa. Este foi o terceiro livro da americana Flannery O'Connor que a Cavalo de Ferro publicou. Ainda falta o seu segundo romance, mas os que lemos recomendamos. Concordo contigo, prefiro a contista à romancista, e o segundo volume de contos, Tudo o que sobe deve convergir, é o mais impressionante, o mais cru e duro. O que andas a ler agora?

20.3.08

Os últimos posts devem ser vistos, em particular pelos aveirenses. Este, serve apenas para seguirem o link:

Apetece-me Aveiro #5

Apetece menos: a incerteza sobre a localização e eventuais vestígios da antiga muralha de Aveiro; a especulação imobiliária associada a todo e qualquer terreno localizado no centro da cidade (falo do projecto de ampliação do Fórum Aveiro)

Painel de Azulejos - Edifício da antiga Estação CF - "Aveiro nos Princípios do Século XVIII"


Restos da muralha quinhentista (?) na parede do cemitério - Terreno para onde está projectado um novo edificado - do Fórum Aveiro até à Av. 5 de Outubro


Mas não há dúvida de que esta área precisa de uma intervenção:




O "descampado" que vemos na foto anterior fica em frente ao Canal Central da Ria de Aveiro...

... e integra-se num importante complexo comercial e turístico, em Aveiro:




Fotos MRF, Março 2008

Apetece-me Aveiro #4

Apetece mesmo: o sal, a areia e o mar eruditando elementos escultóricos. Falo de:

Passos de Sal
Exposição de Escultura, Cerâmica e Fotografia

... de CAROLINA FIGUEIREDO






... E TERESA PEDROSO


Até 23 de Março na Galeria da Capitania (Aveiro), um espaço que nos oferece ainda, a título permanente, outras paisagens________ como esta:



Fotos MRF, 19/03/08

19.3.08

It's easy to miss something you're not looking for

A ideia é simples como todas as boas ideias. Uma brilhante campanha de publicidade inglesa demonstra que não estamos preparados para as surpresas com que diariamente somos confrontados. Contem pelos dedos ou em voz alta mas façam o teste.

A Mulher Certa #1

Santo Onofre, que Pafnútio encontrou no deserto egípcio

«Viste tu harmonia e paz?... Alguma vez, no Peru? Diz... Bem, é possível, talvez no Peru... Mas, aqui, em latitudes temperadas, esta flor maravilhosa não consegue eclodir. Por vezes, distende as pétalas e logo definha. Talvez não tolere a atmosfera da civilização. Lázár dizia que a civilização da máquina produz também em série a solidão humana. Dizia, ainda, que Pafnuzio não vivia tão solitário no deserto, em cima da coluna, com o cabelo sujo dos pássaros, como um milhão de homens numa grande cidade, no domingo à tarde, em massa nos cafés e cinemas.»

in A Mulher Certa, de Sándor Márai
Dom Quixote, Outubro 2007, pp. 153-154




Depois de A Herança de Eszter, quis ler os outros livros de Sándor Márai, publicados pela mesma editora: As Velas Ardem Até Ao Fim e este último. Nas três obras, os protagonistas narram a um ouvinte imaginário ou que com eles contracena, ou ao leitor (ausente), um episódio, um encontro/ruptura, ocorrido no passado, que afectará para sempre as suas vidas. Passado e presente, diferentes pontos de vista sobre a mesma situação, valores, confrontam-se. Em As Velas..., Sándor utiliza uma forma próxima do monólogo; em A Mulher Certa, são três os monólogos: três personagens contam-nos a sua vida, centrando-se no momento em que os seus destinos se cruzaram - a (ex) mulher, o marido e a amante (que virá a ser a segunda ex-mulher). São romances em que predomina o universo das relações interpessoais mas a problemática da classe social e da consciência de classe está sempre presente, é o germe da tensão ou conflito, ou da atracção/traição entre actores. Velha aristocracia e burguesia e, neste último romance, velha e nova burguesia e burguesia versus operariado. Com Sándor, é por via de sentimentos fortes, como a amizade ou o amor, que os protagonistas tentam conciliar interesses e partilhar conceitos - de honra ou sucesso. Nas três obras, o mesmo fim: desalento e solidão.

16.3.08

À escuta #61


A S. vai fazer 8 anos no próximo mês. Lê muito menos que a irmã (que devora livros) mas adora escrever. Copia, anota, faz listas, aponta informações, cria textos e pequenos contos (o último chamava-se "O dente podre do padre"). Ontem ofereceu-me um texto escrito em Word (sem acentos, mas cheio de efeitos especiais porque aprendeu a usar o "insert object"). O presente vinha embrulhado num saco com um laço. Ela quer que eu o mostre à professora (porque tem fama de gostar mais de matemática do que de português) e adorou a ideia de eu o "expor" aqui no blog. Depois da correcção, contámos 6 erros ortográficos, mas ela não sabe se eu devo mantê-los. Mostrar os erros é mau, mas se não tiver erros ninguém acredita que foi ela e ainda julgam que fui eu que escrevi a história! Chegámos a um acordo: vai com erros, escritos noutra cor para as pessoas perceberem que é erro e depois não escreverem mal, mas ponho os acentos porque isso ela sabia, no computador é que não. Façam o favor de estar atentos uma vez que este texto esconde uma regra. Deixo apenas a pista que ela me deu a mim: quantas letras tem o alfabeto?


O NATAL DA JULIANA EM CASA DOS AVÓS

A Juliana está muito feliz porque está a ir para casa dos avós.
Beatriz, que é a outra neta da avó da Juliana, também quer ver a Juliana.
Catarina está a dizer a Juliana que é só preciso virar à direira e já está.
Daniel, o avô de Juliana, abriu o portão e entraram dentro de casa.
Enfeitaram a casa toda com várias cores e de repente disseram:
Feeeeeellllllllllllllllllllllllllllllllliiiiiiiiiiiiiiiizzzzzzzzzzzzzzzzz Natal!!!!!
Gritaram mesmo alto que até os vesinhos ouviram.
Hoje já estamos no dia seguinte e vamos à? - digam todos!
Igreja, resar pelo dia de ontem.
Júlia, a dona da igreja, disse: bem-vindos, e entraram dentro da igreja.
Lá dantes era um museu mas como tinha pouco dinheiro fecharam o museu.
Mas o museu era muito bonito. E continuaram a ver a igreja.
No teto da igreja tem estátuas muito bonitas, disse a avó.
O avô disse: vamos embora, e foram embora.
Para onde vamos? - disse. Juliana disse: vamos para casa, e foram para casa.
Quando chegaram a casa foram jantar. A comida é:
Requeijão, massa, bife e foi água para as crianças.
Sagres de limão para os adultos.
Todas as crianças foram dormir e os adultos ficaram a conversar.
Um minuto passado foram ver se as crianças estam a dormir e na
Verdade, Beatriz não está porque tem cede. A mãe dela disse para ela calçar os
Xinelos e ela foi beber. Passado um bocadinho a mãe foi ver outra vez.
Zee zee ze zee zee está a dormir a Beatriz e todas as crianças.

15.3.08

Apetece-me Aveiro #3

O Projecto de alargamento do edificado comercial e habitacional no Fórum Aveiro suscitou várias questões ao BE (a ler aqui). Uma das áreas abrangidas é a que podemos ver nas fotos, em frente ao edifício da antiga capitania. Se o Fórum é uma zona bem sucedida do ponto de vista urbanístico e comercial, é também porque se enquadra numa área ampla e aberta, onde se "respira" e se disfruta de um espaço de passeio agradável. Supostamente, esta área passará a ser ocupada por mais galerias comerciais. Tem sentido, pois, questionar: "Qual a estratégia urbanística da CMA para aquela área central da cidade? O acréscimo massivo de edificação naquela zona, com perda de espaço de acesso público e de espaço verde, enquadra-se nessa estratégia?"





14.3.08

Apetece-me Aveiro #2


Quase dois anos depois da assinatura do Protocolo que resultou na cedência de um vasto acervo patrimonial do Instituto das Artes à CMA e à UA (262 obras de arte, produzidas na segunda metade de século XX), a "instalação" na estação de caminhos de ferro de Aveiro constitui o evento mais notável e duradoiro empreendido até ao momento. Continuaremos a aguardar "os programas expositivos, seminários e documentação pedagógica e ilustrativa das correntes artísticas que mais marcam a segunda metade do século XX na Europa e em Portugal"_____ , mas não sei quanto tempo mais resistirão as obras na imagem à humidade ou a um acto de vandalismo. Uma coisa é certa, é uma boa tentativa de marketing político turístico. O povo sai do combóio e fica logo a saber que Aveiro é, não apenas a cidade do romance, como uma cidade que leva a sério todas as matérias relacionadas com a cultura. Enfim, seria bom se fosse verdade...

Apetece-me Aveiro #1


Andava há tanto tempo com vontade de fotografar a (bela) sede do Partido Comunista em Aveiro. A foice, o martelo e um painel de azulejos com S. Francisco de Assis. Camaradas, pragmatismo acima de tudo!

12.3.08

Incriar

Tine Drefahl


Eu sei que educar é descriar____ hormonas e vontades
A montar descrianças. Nesse desvio, a experiência é
Trauma e Outro. Um desastre que não sabemos fazer
Melhor (e dizemos «fizemos o que pudemos»). Mas
Indo, cismar que, por maior que a alma seja, não vale
A pena. Apenas mais funda será a dor que o universo
Tem para nos dar. Começar a incriar, regressar à criança
Que deixámos anjo e vamos encontrar humana. A Terra
Não é nossa. Com apenas a linguagem nos levamos.

poema 359, de Maria Gabriela Llansolin O Começo de um livro é preciosoAssírio & Alvim, 2003

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P.S.: Depois traduzo, D., mas não queria quebrar a tradição.

Y pico




O'Sanji, a divina, atribuiu-me este prémio y pico. O agradecimento foi imediato mas levei algum tempo a dar a notícia ao mundo. E eu sei, O'Sanji, ainda faltam as músicas que me fizeram (fazem) dançar. Sou tal y pico e má em correntes e louvores. O pior de tudo é escolher outros cinco y pico fantásticos premiados y pico. Mas desta vez y pico nomeio os seguintes blogs de arte y pico (adoro este tique-toque castelhano):

Bandida
Berra-boi
Caderno de campo
Inquietude
O que cai dos dias
PostScriptum

11.3.08

Cine Eco em português

Comecemos com uma lista de prémios: Prémio Lusofonia e Menção Honrosa do Júri da Juventude no Cine Eco 2006; Prémio Atlântico, Play-Doc 2007, Tui, Espanha; Prémio Imprensa Caminhos do Cinema Português 2007, Coimbra; Prémio Cora Coralina (Melhor filme), FICA-Festival Internacional de Cinema Ambiental 2007, Brasil; Prémio Zumballe Melhor Documentário – MIVICO 07, Ponteares, Galiza; Menção Especial no 2º Festival Internacional de Cine Documental de la Ciudad de México; Prémio Green Award, EFFN – Environmental Film Festival Network 07, Turim, Itália; Prémio da Secção Transfronteiriça, da 3ª edição do Extrema’D0C, em Cárceres, Espanha; Primeiro Prémio no VII Kathmandu International Montain Film Festival, 2007, Nepal.

Talvez não saibam, mas este documentário é o mais premiado de sempre do cinema português. Já agora, o Green Award é o equivalente ao Oscar para o cinema ambiental. Na atribuição do último prémio em Kathmandu, um festival que visa distinguir trabalhos ligados às montanhas, apreciei particularmente as palavras do júri relativamente a este documentário português: “A mistura perfeita de bom cinema e qualidade de pesquisa numa temática que geralmente só encontra lugar nos estudos académicos ou workshops internacionais. As espantosas imagens, escolha do protagonista, música, canções com poemas profundamente líricos, uma edição soberbamente imaginativa complementa a história-narração ardilosa da película. Percebemos profundamente a vida desses homens na solidão das montanhas. O realizador combinou o assunto com ferramentas cinematográficas com mestria, tocou o romântico e ainda fornece uma excelente mensagem proverbial aos outros”. (Mais informações: http://www.himalassociation.org/index.php).

Talvez já tenham percebido que me estou a referir ao filme AINDA HÁ PASTORES?, de Jorge Pelicano, filmado em Casais de Folgosinho.

Casais de Folgosinho: nem sequer é um lugar, é uma extensão de terra, um vale entre as montanhas da Serra da Estrela. Casais de Folgosinho: era todo o mundo de Grazina, o pastor mais velho do vale, que guardava e ordenhava 80 ovelhas duas vezes por dia, é todo o mundo de Maria do Espírito Santo que vive só há mais de vinte anos, nos mais de 80 anos de vida que já conta, mas que não a impedem de continuar a correr atrás das três cabras que possui. Casais de Folgosinho é onde fica a casa sem luz eléctrica ou água canalizada de Hermínio, o pastor mais jovem, que ainda não tem 30 anos, e que guarda mais de 100 animais, enquanto ouve as cantigas de Quim Barreiros e sonha com companhia. Rosa e Zé são as únicas crianças do vale, filhos do pastor Manuel Pita, e já só o Zé vai à escola que a Rosa já tem a lida da casa, a apanha da batata ou a ordenha, apesar de conservar o sorriso gaiato. Um documento magnífico sobre os sobreviventes de um lugar que vai deixar de existir. Um filme para reflectirmos: como repovoar estes lugares perdidos da Terra, mantendo-os virgens de tecnologias e poluições? Como preservar actividades "arcaicas", como o pastoreio, sem escravizar os homens a jornadas e condições de trabalho demasiado árduas? Ainda há pastores ou uma utopia?

A não perder dia 11, terça-feira, às 21:30, no Teatro Aveirense.

Na sessão anterior, às 18:30, serão apresentados outros dois excelentes documentários portugueses: A PONTE DE TODOS, de Anabela de Saint-Maurice e VILARINHO DAS FURNAS, de Sofia Leite. Filmes que nos dão a oportunidade de “viajar cá dentro”, percorrendo lugares e décadas da nossa história, com a nossa gente.

9.3.08

Preguiça & emoções


Ontem começou o FAMAFEST'08 mas não pude ir à Cerimónia de Abertura que incluía um espectáculo da MARIZA. A Mariza emociona-me. É a fadista que me faz chorar. quando canta Gente da Minha Terra, por exemplo. E parece que o show foi fantástico, único e que deixou todos de rastos: exactamente o que eu queria para essa noite. Para me sentir menos mal fui aqui ao lado ver A preguiça ataca de ALDARA BIZARRO, uma das nossas coreógrafas mais interessantes. Já agora, «É mau sentir preguiça? Isso de não fazer nada existe? Quando estás a praticar o nada, o que estás a fazer? Um ser humano existe sem preguiça?
Quando não nos apetece fazer nada, será porque nos apetece fazer tudo? Ou outra coisa? O trabalho liberta? E a preguiça? Prende? Será que a preguiça é igual para todas as pessoas? Se a preguiça nos ataca, como é que o faz? Lentamente? Ou tão rapidamente que quando damos por nós já se instalou? O que nos tenta dizer, a preguiça? » (texto da peça)

AINHOA VIDAL e PETER MICHAEL, os bailarinos, contaram-nos histórias, ao sabor dos corpos e da imaginação, ora com preguiça ora com muita energia. Soube-me bem o momento. O público riu, saíu bem disposto e encantado da sala. Mas depois tinha que continuar. Procurar emoções é dizer Não à preguiça? E hoje fui ver o
P.S. I love You enquanto as minhas filhas estavam numa festa. Bastou-me saber que a HILARY SWANK andaria por lá. Mas devia ter-me informado. Ver este filme foi um exercício de puro masoquismo, chorei litros, solucei, dei cabo do pacote de lenços e, à saída, ainda andei a fugir de qualquer eventual conhecido porque seria difícil explicar que os olhos inchados não queriam dizer nada, nenhuma depressão, apenas fraqueza face a filmes piegas.

Não sei como vai acabar o dia. Ontem, deu-me para
isto. Hoje, depois de as deitar, não sei se me vai apetecer A Mulher Certa do SÁNDOR MÁRAI, Sangue Sábio da FLANNERY O'CONNOR, ou Alabama Song de GILLES LEROY, os três livros que ando a ler consoante o estado de espírito. que anda instável e furioso porque o quero sujeitar a estímulos e domá-lo ao mesmo tempo.

8.3.08

Dia da Mulher

Hoje, tenho que lhe dedicar o dia. Apesar do seu fracasso político, não tenho dúvidas de que é o bode expiatório de décadas de políticas de educação desconexas plenas de medidas assistemáticas que fragilizaram todo o sistema, professores incluídos. Não tenho dúvidas de que vai pagar pela oportunidade que deu à oposição de manipular a insatisfação de uma classe profissional, mesmo se a necessidade de avaliação dos professores _ cuja introdução no sistema é tão tardia, seja matéria de consenso entre partidos políticos (e até, dizem, entre professores). Vai pagar por muitos anos de vícios de forma e conteúdo nunca sancionados ou controlados. Vai pagar porque exige autonomia mas não há cultura nem motivação para uma autonomia responsável. Os professores querem autonomia mas não querem julgar os seus pares. Não gostam do modelo de avaliação, não têm tempo (argumentos válidos), mas também não têm vontade (a avaliação implica esforço e desconforto, gera com frequência tensões e injustiças mas, caros professores, em todos os sectores, é prática corrente). A Ministra vai pagar pelo país que temos. Quer delegar mas não há condições socio-culturais ou económicas para delegar. A um outro nível a Ministra delegou também responsabilidades - a autarquias. Fê-lo quando a maioria das autarquias estão falidas e, por isso (ou porque há sempre alguns empresários a quem convém agradar), por sua vez, as autarquias vão delegar a responsabilidade a consórcios privados (mais ou menos duvidosos) cuja preocupação maior será sempre a rentabilidade financeira e não a execução das cartas educativas homologadas pelo ME. Em Aveiro, uma parceria público-privada já foi aceite - mesmo se o QREN 2007/2013 prevê, por exemplo, Programas para Requalificação da Rede Escolar do 1º Ciclo do Ensino Básico e da Educação Pré-Escolar (com 70% de financiamento comunitário). Em Aveiro, Escolas e Parques de Estacionamento foram metidos num mesmo saco ou negócio e, curioso, só apareceu uma candidatura que foi logo aceite pela CMA.

A Ministra vai pagar pelo que fez, sem dúvida, mas também pelo que nunca foi feito e urge fazer, para além do que outros com um sentido ético duvidoso farão a partir das suas directrizes.

Eu tenho vontade de manifestar desagrado, mas não apenas pela Ministra. Mais do que descer uma rua com milhares de colegas motivados por sabe-se lá que razões, talvez não as minhas,__ eu gostaria mesmo era de arrancar cabelos a professores que não não têm ou perderam vocação e/ou competência e vão ensinar os meus filhos, a autarcas que adiam o arranjo do telhado da escola A e se sentem aliviados por não ser obrigatório que as escolas sirvam refeições a crianças do 1º ciclo, a pais cujos filhos frequentam escolas sem biblioteca ou recinto desportivo e nunca comparecem a reuniões das Associações de Pais__ nem a reuniões individuais com professores.

O dia de hoje, que se quer "histórico", será histórico porquê? O que vai mudar no país? No Agrupamento a que pertence a Escola que as minhas filhas frequentam, existe apenas um psicológo para um universo de cerca de 2 milhares de alunos. A escola das minhas filhas, frequentada por 347 alunos dos 6 aos 10 anos, não tem vigilante no portão de entrada (o conceito "Escola Segura" quer dizer o quê?). Em tempo de "Plano Nacional de Leitura" as minhas filhas não foram uma única vez a uma biblioteca pública e o estabelecimento que frequentam também não tem biblioteca escolar. Eu gostaria de ter visto os professores mobilizar-se de forma tão massiva pelos direitos dos seus alunos. Estaria lá com eles, teria entrado no autocarro 45 do distrito de Aveiro.

Mas enfim, que a jornada seja proveitosa e que o governo aprenda a planear e a implementar reformas. A ânsia reformadora não vale por si. Vimos isso na Saúde, hoje vamos ter a prova que faltava no domínio da Educação. E sobretudo, que o governo
aprenda a calar-se. É que a Ministra da Educação não deveria ter de pagar pelos discursos emocionados e inoportunos dos Ministros com outras pastas. A manifestação dos professores é o exercício de um direito inalienável.

Eles estão a chegar ao Parque Eduardo VII

Manhã passada ao telefone com amigos professores - todos em viagem, metidos em autocarros, dirigindo-se a Lisboa para a manifestação. Do distrito de Aveiro partiram 44 autocarros. E ouço, consternada, que a Ministra da Educação conseguiu o que parecia ser impossível: unir a classe. Não discuto os objectivos da reforma mas é inegável que falhou no método e na comunicação.

[44 x cerca de 50 professores por autocarro = 2200]

7.3.08

Discretas Afinidades

... é um filme de Ana Neves, realizado sob encomenda da Câmara Municipal de Estarreja - BioRia. Atendendo ao resultado do "inquérito" à população que outro filme, Água Nossa, revela, a relação dos aveirenses com a Ria é mais discreta do que deveria ser. Poucos conhecem a origem da mesma.

Em Água Nossa, filme realizado por Raquel Carrilho e Teresa Magalhães (apoio UA/DECA) a partir de uma ideia original desta que vos escreve, percebemos que a maioria da população desconhece donde vem a água que abastece o concelho de Aveiro e desconhece como se formou a Ria (ria que, na verdade, não é ria, mas uma laguna costeira).

Deixo então alguns links que poderão dar resposta a todas as questões:

RIA DE AVEIRO
BIORIA
ICN/ZONA DE PROTECÇÃO ESPECIAL
ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO CARVOEIRO VOUGA
SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS DE AVEIRO

6.3.08

Outras experiências

O Ataque do Tigre, Gibellina depois do terramoto, graffitis desde NY até à favela do Rio, viver do lixo, ou como passar de catador de lixo a presidente de cooperativa, ___ou de estafeta a executivo, mudando de pele, perdendo identidade. Documentários e ficções e ficções em documentários: a escritora e artista Ellen Van Boggelen Heutink na sua quinta vivendo Momentos de Maré; Hilde em A Ovelha Selvagem, a Raposa e o Amor na ilha de Groneng (Noruega). tudo no Mercado Negro. hoje (18h e 22h).

5.3.08

Alto aí sem mais que te conheço

Giuseppe Ruberti
Love is



Experiência III

Dói às vezes partilhar o comum dos gestos
da vida e omitir a sua parte nova e agreste
julgar no dia claro deste Janeiro quente
e seco os passos de viver assim docemente

Crispa a pele seca no corpo o vento em riste
e aceitar o cansaço do ventre a olhar o já visto
receando nós a própria dor do tempo carregado
que dela nos desfazemos amando o corpo amado
mesmo que surja uma palavra a mais ou a menos
naquele gemido que lemos na memória omissa:
que cor têm os cabelos ondeando no beiral
do tempo quando se abrem os braços e se grita?

Paremos, soltemos o nosso passo à desfilada
pensemos, prendamos o braço ao braço que abraçamos
experimentemos ouvir assim as horas na torre
surpreender o esvoaçar da cegonha que observámos
contar com um olhar os pardais no berço da noite
seguir a linha quebrada dos remos fendendo a ria
ou os pontos mortiços das luzes lá no cimo da colina

A respiração sustém-se no momento do passo dado
e já nada nos segue a não ser o nosso próprio riso
eco repetido no chão duro e cego da verdade.

21/1/1981

Eduardo Graça, in Primeiros Poemas
Edição Dezembro 2007

__________________________________________
Eduardo, é assim:
«
Nos passos dia-a-dia mais pesados nada transporto
de outros a não ser seus sonhos e meus desejos
»

e suas palavras, que tomo minhas por não saber dizer de melhor maneira Obrigada.

Cine Eco em Movimento


“A deusa grega Deméter deu a agricultura à humanidade. Desde então ela tem dado sucessivas novas formas à natureza.” Começa assim um novo capítulo na História da Humanidade, a História que nos é narrada em OS CAMPOS DE DEMÉTER – AS ESTAÇÕES DE ANO NA PAISAGEM EUROPEIA DA CULTURA, filme que passará no Teatro Aveirense, hoje, às 21h30. O professor (biólogo) e realizador norueguês Knut Krzywinski viajou e filmou a paisagem de sete países da Europa mas, quando o conheci em Seia, por ocasião da XIII Edição do CineEco - Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela, ele não quis revelar que países eram esses. No filme, as paisagens também não são identificadas por nacionalidade. “São países europeus” - disse, e aconselhou-me o website do filme. Acabei por reconhecer alguns lugares, como a Serra da Estrela ou o Parque Natural Sintra-Cascais, em Portugal, reencontrei países que já visitei, mas sobretudo, compreendi o mistério: “Os Campos de Deméter” remete-nos para além do presente e do que é óbvio.
«Quando olhamos para o campo e nos maravilhamos com a sua beleza natural, vale a pena lembrar uma coisa - esta paisagem está longe de ser natural. O que nós estamos a ver, para o melhor e para o pior, é uma paisagem que foi profundamente alterada por gerações de intervenção humana, em particular por antigas práticas agrícolas.
Na Europa, a relação com a terra e a paisagem sempre foi governada pela existência humana. Os habitantes de grutas do Paleolítico, há 40.000 anos, viviam num ambiente que não podiam controlar: no entanto, com a introdução da agricultura esta relação mudou e, através dos milénios que se seguiram, uma combinação de forças naturais e culturais modelaria as paisagens da Europa.(...) A ideia de natureza como algo para ser dominado e conquistado desenvolveu-se enquanto economia e a tecnologia tornou atingível o seu controle absoluto. Esta é a origem de muitas calamidades contemporâneas como a perda de biodiversidade, a poluição, a deterioração geral do ambiente e, acima de tudo, a nossa alienação da natureza. Desde meados do Século XX a agricultura mudou dramaticamente. Nas terras apropriadas, a agricultura intensiva e as monoculturas substituíram a agricultura tradicional, de pequena escala, enquanto nas áreas marginais e isoladas a terra é normalmente abandonada, uma vez que não pode competir com a agricultura intensiva. O abandono é muitas vezes seguido pela invasão do matagal e eventualmente florestação. O aumento do desequilíbrio do uso da terra – reflectido na dupla ameaça da intensificação e do abandono – resultou na erosão das paisagens culturais tradicionais e a sua característica diversidade de habitats e de espécies.»
Este filme é um projecto ECL-European Cultural Landscapes (http://ecl.cultland.org/) que tem por objectivo sensibilizar a população para a necessidade urgente de proteger o património que é nossa paisagem cultural, através da agricultura e utilização da terra sustentáveis. Foi neste site que descobri a sinopse de “Os Campos de Deméter”. A esta abordagem, Knut Krzywinki e Graham Townsley acrescentaram bagos de mitologia, poesia e imagens de imensa beleza. No CineEco' 07 foram-lhe atribuídos dois prémios: o Prémio Educação Ambiental pelo Júri Internacional e o “Prémio Especial” pelo Júri CineEco em Movimento, de que fiz parte. Sou suspeita, pois. Mas não perderia este filme... logo à noite, no Teatro Aveirense, ou no dia 13 de Março, às 22h, no Mercado Negro.
Para consultar toda a programação deste Festival que apresentará 37 filmes ao longo do mês de Março, consulte o blogue “
Extenção do CineEco em Aveiro”, o site do TA ou as agendas culturais da cidade.


[Artigo publicado no Diário de Aveiro de 5/03/2008]

Palavras VIII


Rasto_________________ de Sísifo


________Um simples som digitado com lenta ternura e o tempo cala-se de espanto.

4.3.08

Agenda

Hoje vou estar no Rádio Clube Português com o Miguel Bastos, a partir das 15h30. O Lauro António vai entrar em directo na emissão. O tema da conversa: a extenção do CineEco em Aveiro, pois! Sintonizem a onda 94.4.. Entretanto, a Aveiro FM anda a passar a programação (comentada) do dia. Atentem e deixem-se seduzir!

3.3.08

cINE eCo EM avEIRO

Nas manhãs de 4 e 11 de Março, às 10h, haverá uma programação especial para crianças do 1º/2º ciclo (maiores de 5 anos) no Teatro Aveirense . CARPA DIEM veio de Itália para a XIII Edição do Cine Eco e seleccionei-o (apesar de, coisa rara, já estar on line). Ganhou uma menção honrosa. São dois minutos para um alerta. Precioso.



TODA A PROGRAMAÇÃO DA EXTENSÃO DO CINEECO EM AVEIRO. A ENTRADA É LIVRE.

Palavras V


Deliciosamente em surdina:
“Sei, agora, que uma nave espacial o tinha entretanto transportado para outra galáxia (...) onde palavras como óculos, relógio, cama, não tinham préstimo ou sentido, e onde, para designar todos os objectos conhecidos, e os mais que havia ainda por inventar, se aplicava o neologismo extraordinariamente eufónico que V. criara: «simoso».”
(espécie de prefácio de João Lobo Antunes ao livro “De Profundis, Valsa Lenta” de José Cardoso Pires)

Palavras IV

Destreza sem dúvidas:
(a ordem não é aleatória): (1) Encontro, (2) Sandra, (3) Amor, (4) União, (5) Despedida, (6) Ithaca, (7) Distância, (8) Regresso, (9) Juntos, (10) Recomeço, (11) Projecto, (12) Vida.