Em repouso, quando ignorava que a estavam a espiar - e que espião eu era! - mantinha a cabeça inclinada para baixo num ângulo acentuado, com os olhos velados e o queixo com uma pequena covinha enfiado no ombro. Nessas alturas lembrava uma madona de Duccio, melancólica, distante, abnegada, perdida em devaneios sombrios sobre o que o futuro lhe reservara, as coisas que nunca teria.
Transcrição: in Banville, John, O Mar, ed. ASA, Junho 2006, pp 141-142
Imagem: Works of DUCCIO di Buoninsegna
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