"Maria de Belém Roseira, deputada do PS, vai bater-se pela consagração na lei de um “período de aconselhamento obrigatório” às mulheres que queiram abortar, para que possam ponderar a sua decisão e serem informadas das alternativas..." (continua aqui)
Em Outubro escrevi:
(...) Outro aspecto que me desconcerta é próprio conceito que se debate, a despenalização do aborto. Como se pode despenalizar sem legalizar? (...) Eu não pretendo apenas que as mulheres deste país deixem de cometer um acto ilegal ao optar por, em determinado momento, fazer uma interrupção voluntária de gravidez. Parece-me mesmo óbvio que todos desejamos muito mais do que isso. Queremos um quadro legal que sustente a prática da IVG com segurança e responsabilidade. A garantia de estabelecimentos que prestem bons cuidados de saúde é importante, mas o clean cirúrgico não é tudo. É preciso conhecer princípios e limites, para além da duração máxima de dez semanas de gravidez.
Quantas IVG poderá uma mulher requerer? (questão fundamental porque esta prática não pode ser encarada como um novo método anticonceptivo) (e como será exercido esse controle?)
Como/quem decide quando se trata de uma gravidez não desejada de uma menor de idade?
Haverá um período de tempo (número de dias) definido para confirmação da decisão? Existirá uma "comissão de apoio" ou o pedido de IVG será aceite sem qualquer abordagem psicológica ou social aos diferentes casos? (...)
Eu achava que não era possível conceber a despenalização do aborto sem a discussão destas questões. Quando finalmente alguém o faz, no caso, Maria de Belém, é claro que fico satisfeita___ e ao mesmo tempo, preocupada. Como é possível chegar a menos de um mês do referendo sem deixar claro que votar pela despenalização não é, porque não pode ser, adoptar uma atitude de laissez faire-laissez passer!
Em Outubro escrevi:
(...) Outro aspecto que me desconcerta é próprio conceito que se debate, a despenalização do aborto. Como se pode despenalizar sem legalizar? (...) Eu não pretendo apenas que as mulheres deste país deixem de cometer um acto ilegal ao optar por, em determinado momento, fazer uma interrupção voluntária de gravidez. Parece-me mesmo óbvio que todos desejamos muito mais do que isso. Queremos um quadro legal que sustente a prática da IVG com segurança e responsabilidade. A garantia de estabelecimentos que prestem bons cuidados de saúde é importante, mas o clean cirúrgico não é tudo. É preciso conhecer princípios e limites, para além da duração máxima de dez semanas de gravidez.
Quantas IVG poderá uma mulher requerer? (questão fundamental porque esta prática não pode ser encarada como um novo método anticonceptivo) (e como será exercido esse controle?)
Como/quem decide quando se trata de uma gravidez não desejada de uma menor de idade?
Haverá um período de tempo (número de dias) definido para confirmação da decisão? Existirá uma "comissão de apoio" ou o pedido de IVG será aceite sem qualquer abordagem psicológica ou social aos diferentes casos? (...)
Eu achava que não era possível conceber a despenalização do aborto sem a discussão destas questões. Quando finalmente alguém o faz, no caso, Maria de Belém, é claro que fico satisfeita___ e ao mesmo tempo, preocupada. Como é possível chegar a menos de um mês do referendo sem deixar claro que votar pela despenalização não é, porque não pode ser, adoptar uma atitude de laissez faire-laissez passer!
Obviamente, SIM. Mas atenção, vai ser renhido e os paladinos do pudor estão em luta acérrima e até... chantagista. Já se fazem ameaças com a barca do Inferno!
ResponderEliminarEnfin...