Se olhar para fora, verá em frente uma cerca de cactos. É a maior das redondezas. Repare no tronco, lenhoso até cima. Por aí se vê a idade: cento e cinquenta anos, no mínimo. Era uma noite como a de hoje, só que com luar. Lua cheia. Não sei se o senhor já reparou nos efeitos que a lua produz nestes sítios, como a sua luz parece projectar-se sobre o cenário da nossa vida de todos os dias, mas com a aparência de ser a sua imagem ou réplica.
in Histórias e Contos, de Walter Benjamim, extracto de A Cerca de Cactos, pp70
Para o meu pai.
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