Pascal Quignard escreveu uma série de três livros a que chamou Le dernier royaume: Les ombres errantes, De Jadis, Abîmes. Leio o primeiro (Ed. Grasset), uma escrita aberta, fragmentada, reflexões sobre o tempo, a origem e a História, múltiplos romances, um exercício de errância. Lire c'est errer. La lecture est errance. (Méfiez-vous des chevaliers errants! Méfiez-vous des romanciers! (p. 50).
O primeiro capítulo - excertos, aqui.
O quinto capítulo - excertos, aqui:
Ninguém salta por cima da sua sombra. Ninguém salta por cima da sua origem. Ninguém salta por cima da vulva da sua mãe.
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Quem não ama o que já amou? É preciso amar o perdido e amar até um outro tempo no perdido. (...)
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É preciso renunciar à ideia de liberdade para desobedecer mais uma vez. (...)
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Prefiro a palavra intrusão à de excepção porque a palavra intrusus está mais próxima do nascimento. Não creio que a arte possa alguma vez ser negativa. Ela ignora a negação porque ela ignora o tempo. (...) Intro-ire em latim quer dizer entrar-dentro. É entrar na via da vida. É nascer.
Intrusus é aquele que entra com força, que se introduz tão violentamente, sem o direito de entrar, que o apanham. É aquele que não é convidado. Eis a magnífica definição corrente da palavra intruso. (pp 22-24)
Outros capítulos - méfiez-vous..., de tempos a tempos, aparecerão mais excertos.
Quem preferir possuir, dominar, o seu próprio ritmo de leitura, saiba que As Sombras Errantes já foram editadas pela Gótica.
[Foto de Guy Bourdin]
hummmmm, era de esperar. Belas as recençoes que fazes aqui. Aquele abraço...
ResponderEliminarhttp://angolaxyami.blogspot.com/
Batatas, ainda bem que gostaste! Beijinhos 4you
ResponderEliminarFrancis, meu irmão, obrigada!
ah...que saudades e que delicia te ler...ainda por cima algo tão familiar =)
ResponderEliminarGosto muito do teu blogue. Sempre que aqui venho encontro algo novo.
ResponderEliminarShadow e Francis, obrigada pelas palavras, que sabor tão bom!
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