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18.12.11

Dez anos é muito tempo ou nada


Folheando o Divas & Contrabaixos, revi um post escrito em Março de 2007 que me fez pensar novamente no destino das mais de 300 obras de arte cedidas à Câmara Municipal de Aveiro pelo Instituto das Artes (SEC).

"Esta colecção, tutelada pelo Instituto das Artes, foi construída ao longo de várias décadas no âmbito de uma política de aquisições, orientada então pela Direcção Geral de Acção Cultural da Secretaria de Estado da Cultura...". 

Já não recordo os detalhes do protocolo estabelecido (que envolve também a Universidade de Aveiro) mas sei que durante 10 anos a autarquia pode expor, dar a conhecer, reflectir, dinamizar, celebrar a arte utilizando esse acervo. A maior parte da população não saberá/esqueceu da existência dessas centenas de pinturas, fotografias e esculturas. Realizaram-se duas mostras (não eram exposições!), sendo a primeira a que evoco no referido post. 
Eu quis acreditar! Participei em tertúlias esclarecedoras! Entretanto, é possível, aqui e ali, apreciar algumas das obras: na nova estação de caminho de ferro há umas fotografias (já deterioradas), no Teatro Aveirense estão expostos dois ou três quadros, nos gabinetes dos vereadores encontram-se outras tantas (é um ultraje!). Parece-me que estamos muito distantes dos objectivos definidos pelo Professor António Pedro Pita (então Director da Delegação Regional de Cultura do Centro) mas talvez a CMA esteja a fazer um extraordinário trabalho de bastidores. Como cidadã, eu gostaria de ser informada sobre o paradeiro e projectos desenvolvidos/em estudo relacionados com esse acervo.

Não deixa de ser curioso lembrar também que o "Projecto da Avenida de Arte Contemporânea" foi o grande tema de discussão no primeiro mandato da actual coligação. Esse seria o futuro da Avenida Lourenço Peixinho!

Nada se cumpriu! Mas como poderia esta autarquia propor um pensamento sobre a própria arte ou conduzir a uma análise crítica da teoria visual! Já ninguém cai em enganos! O problema é que o tempo passa. Dez anos é muito tempo ou nada.       

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